quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Vinde a mim as criancinhas!




Ontem, já estava começando a escrever outro capítulo da série sobre o Che, em mais uma tentativa de fazer com que o Guerrilheiro das Sete Colinas, mesmo continuando a usar sua bela boina, pelo menos tire a estrela dela, para não haver nenhuma suspeição de que ele seja petista, o que denegriria mais ainda a imagem do “humanista”; mas, li nos blogs algumas traquinadas do meu público preferido, as crianças de Bom Conselho, e lá vou eu fugindo do assunto.

Eu não me preocupo mais tanto com o Gustavinho, o presidente mirim do PRTB, pois sei que ele tem um mentor, o vereador Carlos Alberto, que escreve por ele e o chama atenção quando ele faz peraltice ou anda em más companhias, como aconteceu pelo carnaval. Entretanto, eu não poderia deixar de analisar seus escritos, pois se o nobre vereador (que até agora não colocou nada em seu blog sobre o que fez nas viagens qualificatórias) deixa que ele os reproduza em seus blogs gêmeos é porque quer que o Gustavinho também apareça.

Vejam então o que foi publicado na Casa da Cidadania e, como sempre, transcrito no Blog do Gustavinho (aqui):

De acordo com o presidente do PRTB, o partido tem por objetivo em Bom Conselho, se unir ao campo de forças populares, para juntos elaborarem um grande projeto para a cidade, quando diz: “Infelizmente não estamos sabendo utilizar as grandes oportunidades que se colocaram e estão se colocando a nossa frente. A atual administração a frente da prefeitura municipal, não soube aproveitar a instalação da fabrica da perdigão no nosso município, como também não esta sabendo aproveitar o governo Eduardo Campos, o qual se mostra bastante interessado em trazer o desenvolvimento para o interior, como já nos deu vários exemplos. O que queremos é eleger um novo nome, que possa aproveitar os dois anos que ainda nos restam de Eduardo”.”

Assim sentenciou o Gustavinho. Há várias brincadeiras infantis, como já se era de esperar para um presidente mirim, neste manifesto. Por exemplo, ele diz que o PRTB objetiva se unir ao campo das forças populares. Como eu não sei ao que ele se refere, o que entendi é que ele quer se unir ao governo do povo, que pensei fosse um monopólio da Mamãe Juju, que neste ponto, eu até a defendo. Não sei o que ela poderia fazer para evitar que a Brasil Foods desse o cano em Bom Conselho e se dedicasse, com muito mais ênfase, a Vitória de Santo Antão.

Indo em frente com as brincadeiras ele diz que o governo do povo não soube se aproveitar do governo Eduardo Campos, dizendo que o Coronel Eduardo tem se mostrado bastante interessado em trazer o desenvolvimento para o interior. Nisto eu outra vez defendo a Mamãe Juju, pois junto com o Eduardo vem o Isaltino, o que seria um risco para nossas crianças, pelo menos, se ele for dirigindo.

Finalmente, ele propões diminuir o mandato de prefeito para dois anos dizendo: “O que queremos é eleger um novo nome, que possa aproveitar os dois anos que ainda nos restam de Eduardo”. Eleger um novo nome, eu concordo, pois a Mamãe Juju, por outros motivos, não vai bem. Mas, só por dois anos é fazer um vaticínio sombrio para o Coronel em termos de eleger o seu sucessor em 2014. Eu adoraria que o Gustavinho estivesse certo, mas, infelizmente, são apenas sonhos infantis, nos quais poderia ser incluído o Trem Bala, digo, um “trem de balas”.

Vimos uma criança que está na oposição, com um cargo pesado para infância (presidência mirim também pesa e tira até crianças da escola certas horas) e ataca o governador quando queria paparicá-lo. Agora chegou a vez de uma criança da situação.

O Dr. Filhinho, que vinha muito bem comportado depois das peripécias momescas, quando disse que Bom Conselho era um palavrão e que foi obrigado a pedir desculpas e lavar a boca com sabão, e havia se dedicado à análise política da cidade do Altamir, deixando a Mamãe Juju mais tranquila, agora volta à baila.

Ele escreveu um texto que eu parafrasearia como (aqui): “Duas brincadeiras e duas medidas” dizendo que se soubéssemos de onde vinham as críticas aos serviços de abastecimento d’água em Bom Conselho, colocaríamos a Mamãe Juju no altar e o governo do Estado no inferno. Talvez seja verdade até o que o Dr. Filhinho diz. O grande problema é que, nesta sanha para tratar bem o governo do Coronel Eduardo, ou para se aproveitar dele como diz o Gustavinho, a criançada não acerta uma. Tudo vira um samba do crioulo doido, da mesma forma quando alguns blogs tentam servir a Deus e ao Dinheiro, pelo mesmo departamento.

Em Bom Conselho, ambos tiveram culpa, tanto a Mamãe Juju quanto o Coronel Eduardo. O fato é que todos, e nisto eu não incluo só Bom Conselho, em termos municipais, decretaram que “fora do Eduardo não há salvação”. Todos pertencem ao PDG (Partido do Governador) que é hegemônico no Estado quase todo. Mas, isto não é assunto para criança e abordo outro dia.

Agora, o que mais me surpreendeu nas últimas incursões do Dr. Filhinho na análise política, além de dizer a Mamãe Juju que continuará escrevendo porque recebeu um telefonema de um socialista de Garanhuns, é a influência da política em sua atividade profissional.

Eu não sei onde ele está trabalhando, pois pelo que sei dos estudantes de medicina que se formam, é partir para fazer residência médica e se especializarem em alguma coisa, pois o último médico generalista que conheci foi o Dr. José Barbosa em Bom Conselho, que entendia de tudo referente ao corpo humano com a desenvoltura mostrada pela estória, de que ele ao consultar um paciente, ao invés de colocar o tensiômetro no braço do consultado, colocou no seu, e o diagnóstico foi preciso: “Este homem não está doente, ele está bêbado!”.

Hoje os médicos costumam se especializar em alguma coisa, e pelo que li na sua postagem, o Dr. Filhinho deve estar fazendo sua especialização em Bom Conselho mesmo, e talvez ele tenha escolhido a Medicina Política, ou como é um ramo novo, poderia ser a Política Médica. Pois, ele conta que, ao conversar com uma paciente, o que ele gosta de fazer, como uma forma de melhorar a relação do médico com os pacientes e ganhar sua confiança, ou mesmo entender melhor sua doença, e além disso garantir que o tratamento prescrito seja seguido, ele ouviu a seguinte frase de uma senhora dona de casa, mãe de família, ao “estranhar” a chegada do verão com períodos de racionamento bem menos frequentes, na cidade:

"Tá chegando água na torneira, doutor!"

Esta é cerne da Medicina Política, tirar do doente frases que sejam favoráveis ou desfavoráveis a determinados políticos. Pelo tempo que o Coronel Eduardo está no poder e que Bom Conselho vem sofrendo com o abastecimento d’água, esta mulher não deveria votar no governador, nem em candidatos apoiados por ele. Se o Dr. Filhinho tivesse a mesma opinião sobre o comportamento do governador para Garanhuns, pois ele duvida que ele suba em algum palanque, por que todo este malabarismo para dizer a verdade em relação a Bom Conselho? E haja milho!

Finalmente, hoje falo de alguém, que pela foto em seu blog, mais parece um soldado alemão, mas, por umas fotos que vi dele no Encontro de Blogueiros, parece-me de bastante pouca idade, e que eu posso tratar como filho, e já o faço, desde que ele anunciou a “perua” da candidatura do Dr. Filhinho ( o que ainda não está descartada, mas, o Roberto Almeida diz que a bola da vez é o supersecretário). É o André Bernardo e seu blog, bastante lido, como rezam seus contadores. Lá ele ataca (aqui):

Devido à quantidade de pré-candidatos a Prefeito, o eleitorado bonconselhense vem demonstrando indecisão para a eleição municipal. A Política é um assunto complicado, os eleitores estão cada vez mais decepcionados, o que falta em Alguns POLÍTICOS? Segundo o povo, falta entrar um político para ouvir a população, e resolver os problemas do próximo, ou seja, falta comprometimento com o povo. Precisamos de POLÍTICOS Comprometidos com o Próximo, será que agora é a vez da Juventude ter a oportunidade de Governar Bom Conselho?”

Realmente, se for verdade a enquete que o Zé Carlos colocou na AGD, com 49 pré-candidatos, o eleitorado tem que está mesmo indeciso. Mas, além do fato citado de que “Política é um assunto complicado” e, portanto, não é assunto para crianças, alguém entendeu alguma coisa do que o André quis dizer? É apenas mais um comprometido com o povo, além do “Próximo”.  E ele, com aquele ar de criança modelo pergunta: “... será que agora é a vez da Juventude (sic) ter a oportunidade de Governar (sic) Bom Conselho?

Eu, longe de mim de responder esta questão, pois minha psicologia infantil é ainda das antigas. O que sei é que é preciso renovar, mas, temos que ter limites de idade mínima (principalmente mental).
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P.S.: Eu agora já deixo espaço para PS, pois o Dr. Filhinho voltou ao blog. Ele apresenta um filme propagandístico da FIFA, sobre Pernambuco como uma das sedes da Copa do Mundo em 2014. Eu perdi um tempinho vendo o filme, e fiquei esperando ver a BR Foods que o Gustavinho diz que a Mamãe Juju não aproveitou, para melhorar a vida do povo de Bom Conselho.

Espero que ela não faça um filme de propaganda complementar  ao apresentado, dizendo que Bom Conselho foi o município que mais cresceu em 2011, por causa da empresa. Aí eu quero ver a briga das crianças, como presenciava as do meu irmão muito tempo atrás, lá pela Praça da Bandeira.

Com a ajuda da Câmara pode até mencionar o fato de o município ficou em 10º no gasto em qualificação de edis, muita acima de Garanhuns. Cruzes!

Vejam o filme aqui. Até parece...

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

A Dama de Ferro


Margareth Thatcher e Meryl Streep


Deixei um pouco o Che de lado, hoje,  para falar de alguém que merece minhas homenagens como mulher, e de todo o mundo como política. Não senhores, não estou falando nem da Dilma, nem da Marta Suplicy e nem da Mamãe Juju, mas sim, da Margareth Thatcher.

Ontem, num desses arroubos juvenis da terceira idade (estou quase chegando lá), peguei no braço do meu velho e fomos ao cinema. Mais por insistência minha do que pela vontade dele, pois queria ficar vendo futebol na TV. Oh raça! E o filme escolhido, também por mim, foi a Dama de Ferro, que li no Blog do Hadriel (eu não sei porque ele colocou aquele nome tão feio num blog tão bom quanto o dele) a respeito, e até vi o trailler.

Eu admirava e admiro a Dama de Ferro, pelos seus feitos em relação ao socialismo/comunismo, sendo sua atuação fundamental para que todo aquele aparato de hipocrisia e loucura viesse abaixo, junto com o muro de Berlim. Eu já estive na Inglaterra mas não ao ponto de sentir, nos poucos dias que passei lá, já muito depois dela ter deixado o poder, o que ela significou para os britânicos, mas, o que ela significou para o mundo, eu acompanhei.

Eu nunca vi uma atuação tão convincente de uma atriz como aquela vivida pela Meryl Streep no papel da Margareth, quando ainda, com todos os poderes nas mãos. Ainda, hoje, pela distância dos fatos, eu quando penso na Primeira Ministra Britânica, só vejo a atriz. Quando quero distingui-las tenho que recorrer às fotos. A atriz abiscoitou o seu terceiro Oscar e com toda justiça.

Sua atuação foi tão esplendorosa que torna o filme, em si, algo terrivelmente deprimente. E saí convicta do cinema que jamais este filme teria direito a premiação da Academia de Hollywood. As cenas que ela vive, representando a Iron Lady demente e já quase no fim da vida, são perfeitas ao ponto de nos perguntar se alguém que tinha tanta fibra, inteligência e vivacidade poderia sofrer o castigo de viver tais horrores.

Os seus opositores, que  ainda hoje são muitos, devem pensar que é o castigo que veio a cavalo, enquanto seus admiradores, como eu, e com pendores religiosos também como eu, apenas dizem que são os desígnios de Deus. Aliás, um dos grandes momentos do filme é a cena onde ela, no meio dos políticos homens, embasbacados pela sua capacidade, ela diz a Oração de São Francisco de Assis. Sei que isto não tira sua culpa de ser uma líder e ser responsável por milhares de mortes pela causa do seu país. Mas, também a faz sentir um remorso danado por estas mortes, ao ponto de fazer questão, com a mesma determinação, de enviar seus sentimentos a cada família dos soldados mortos.

O que me admira em Margareth Thatcher, em relação a algumas “govern-antas” é que ela, em tempo algum perdeu sua feminilidade, mesmo sem ser feminista. Mesmo, quando dava esporros em seus ministros, ela o fazia, sem perder a ternura contida pela necessidade do momento. Mas, era decidida ao ponto de eu, com meus medos dos Xicos Pitombas da vida, me sentir humilhada.

Eu não sei se o pai dela,  que era um quitandeiro, tenha lhe dito aquilo que o filme diz que ele disse para sua filha quando ela foi estudar em Oxford: “Margareth, não vá atrás da multidão. Siga seu caminho”. Mas, me emocionei, porque faz muito tempo que não sigo a multidão, seja ela chamada povo ou turba. Penso que isto representa toda sua vida política. Lutar pelos seus valores de inglesa liberal de classe média foi sua luta, e sem querer me comparar, da mesma forma é a minha.

Enquanto os sindicatos queriam continuar na mamata, ela queria que os trabalhadores trabalhassem. Enquanto a multidão de socialistas clamavam por igualdade ela agia dentro da suposição correta de que os homens nascem diferente, mesmo que nasçam à imagem e semelhança de Deus. O conflito lógico se esvai quando se tem fé ou mesmo se usa a razão para pensar um pouco e ver que Deus é infinito e envolve todos os “eus”. Enquanto todos queriam que ela contemporizasse com agressão Argentina, partida da ditadura sanguinária, ela, feito um leão solitário, além de manter as Malvinas ou Falklands, fez-nos o favor de derrubar os ditadores de plantão.

Além de tudo isto, dentro do credo liberal lutou bravamente para mostrar ao mundo quão horroroso poderia ser um mundo socialista, onde os homens se igualam não pela semelhança com Deus, mas pelo proselitismo com alguma ideologia de plantão. Se hoje temos ainda uma réstia de liberdade em nosso mundo, onde se possa fazer até filmes desta natureza, sem o mínimo pejo ou censura. Isto nós devemos a ela.

E aí eu entro no filme, e no porque o achei deprimente.

Imaginem vocês se o Lula, sim, este mesmo que nasceu em Caetés, virou paulista e foi homenageado pela Gaviões da Fiel, hoje, curando-se de um câncer, fosse retratado no cinema como um doente terminal, por um ator brilhante, e que a base do filme seriam flashbacks de sua vida antes da doença e em plena glória.

Todos sabem que não sou uma admiradora de Lula, mas nem por isso concordaria que ele fosse assim retratado, a não ser que o filme tivesse como título: O Câncer de Lula. Pois assim, eu não iria assisti-lo. Da mesma forma como não iria assistir ao filme sobre a Margareth Thatcher se ele se chamasse: “A Demência de Margareth”.

E isto é o que ocorre com o filme, mostrando um mulher demente, falando com o marido falecido e lutando contra a loucura. E ainda por cima, se coloca no papel dela uma atriz genial que nos faz duvidar sempre da realidade vivida pela sempre Dama de Ferro. Isto chegou ao ponto do meu marido, depois do filme me perguntar, e eu ficar em dúvida para responder, se a ela ainda seria viva. E ela o é. Mas, no filme tentaram matá-la em vida. Por isso ele é tão deprimente.

Eu sou a favor da liberdade nas artes, e longe de mim censurar o filme, pois vale a pena pelo desempenho dos atores e pelo pouco que tem de história, mas, se eu soubesse que era assim, eu teria usado a única censura que acho válida, a minha própria, e teria economizado R$ 15,00 da entrada. E ainda ser discriminada por não ser idosa ainda, pois o meu marido, que já enveredou, por este caminho pagou R$ 7,50.

De qualquer forma eu não farei nenhuma campanha contra o filme, pois a Thatcher jovem e poderosa que ele apresenta pode até compensar a angústia de vê-la sofrer tanto em sua velhice. Mas, “lembra-te oh mulher, que és pó, e em pó te hás de tornar”.  Principalmente, agora que estamos querendo botar as unhas de fora e tomar o poder dos machões de plantão. Mas, ainda penso que vale à pena ver o filme.

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

O Médico e o Monstro - O calhorda valente e os direitos humanos



  
Quando se abordam fatos da história recente, e que talvez nem sejam considerados históricos daqui a alguns anos, sempre haverá dúvidas sobre sua veracidade, pelo envolvimento das pessoas e seus relacionamentos com os indivíduos que nos fazem escrever. Sempre haverá questionamentos de todas as informações.

Um bom exemplo disto é o que dizem os autores do livro que nos guia nesta passada a limpo da vida de um dos maiores mitos do século passado, o Ernesto Che Guevara. Eles avisam para não cairem na roubada de perguntar a um gari em Havana se era mesmo em La Cabaña (forte que serviu de prisão a quase todos os ditadores de Cuba) que Che realizava seus fuzilamentos. A resposta do gari simplesmente será: “Che nunca matou ninguém”.

Há ainda aqueles como o nosso Guerrilheiro das Sete Colinas, que até admitem que ele matou, mas foi por uma causa justa. Agora, dizer que o DNA humanista do Che passou para toda sua filharada, para mim já foi um pouco demais. O humanismo de sua mulher e de seus filhos vem da proteção do Estado Cubano para com eles, que mesmo que não cuidassem dos tubarões no aquário cubano, teriam a mesma vida que o Lulinha tem aqui, com o mesmo DNA do pai.

Mas, é razoável que se considere invenção certos fatos, da mesma forma que hoje se considera invenção os relatos de tortura e morte cometidas pelo regime militar, o que nunca duvidei. A diferença aqui é a postura do Che Guevara diante de sua psicopatia revolucionária, que em plena ONU, em Nova York, 1964 dizia (veja vídeo de postagem anterior que tem esta frase dita com a voz do próprio assassino):

“Fuzilamento? Sim, temos fuzilado. Fuzilamos e seguiremos fazendo isso enquanto for necessário. Nossa luta é um luta à morte.”

O que mais surpreende na história do Che é que os movimentos mais recentes, como o Tortura Nunca Mais, do Brasil; Madres de La Plaza de Mayo, da Argentinha; Verdade e Justiça, do Paraguai; ou como outros do Peru e do Chile, que lutam contra a pena de morte e pelo direitos humanos, grande parte deles professam uma fé inquebrantável na pureza de um homem que segundo o Projeto Verdade e Memória, da organização Arquivo Cuba, se envolveu em pelo menos 144 mortes entre 1957 e 1959.

No Forte de La Cabana, onde provavelmente os turistas do Marlos Duarte, que irão a Cuba no dia primeiro de maio irão, foi o palco de grande parte destes assassinatos depois da vitoriosa “revolução”.

E para me entregar um pouco à vida do Che, em 1952, um filme (Diários de Motocicleta, que não vi pois já sabia de quem se tratava), retratou recentemente, com base em suas anotações, e ele aparece como um personagem que faria usar boinas qualquer jovem garanhunhense. No entanto, o filme deixou de fora certos depoimentos menos simpáticos, e que mostram sua obsessão com a violência justificada em nome de um ideal, e que foi o foco de toda sua psicopática vida. Vejam esta:

“...Sinto minhas narinas dilatadas pelo cheiro acre da pólvora e do sangue do inimigo morto. Agora meu corpo se contorce, pronto para a luta, e eu preparo meu ser como se ele fosse um lugar sagrado, de modo que nele o uivar bestial do proletariado triunfante possa ressoar com novas vibrações e novas esperanças.”

Ainda lá no diário, ele, apesar de não gostar de tomar banho, como já vimos, ele se sai com a seguinte pérola, referindo aos da raça negra, como eu: “mantiveram sua pureza racional graças ao pouco apego que têm em tomar banho”, e vai além, quando, comparando negros e portugueses escreve que “o desprezo e a pobreza os unem na luta cotidiana, mas o diferente modo de encarar a vida os separa completamente; o negro, indolente e sonhador, gasta seu dinheiro em qualquer frivolidade, o europeu tem a tradição de trabalho e economia”.

E ainda tem muita gente que considera o “chancho” Che um humanista. Eu não sei de que ser humano eles estão falando. Todos sabem que sou contra a que, para tudo que sofre uma minoria ou mesmo uma maioria espezinhada, surja uma lei para punir os que comentem atos preconceituosos contra elas. Mas, vendo o Che dizer isto me dá vontade de colocar o Afonso Arinos no filme, andando atrás dele com um motocicleta da polícia.  Por menos do que isto o Paulo Henrique Amorim foi condenado a pedir desculpas ao negro Heraldo Pereira, aquele excelente repórter da Globo. Será que ele aprendeu com o Che ou foi com meus contemporâneos em Bom Conselho, que quando queriam elogiar um negro, diziam que ele era “um negro de alma branca”? E tem gente que pensa que o Che foi “um branco de alma cor de rosa”. Cruzes!!!

Mas voltemos ao grande “humanista” argentino, quando ele chegou, em 1956, a Cuba, acompanhando 80 guerrilheiros enrabichados atrás do Fidel Castro, vindo do México a bordo de um iate, o Granma, que hoje dá nome ao jornal oficial de Cuba. (E eu nem sabia que numa reunião de pauta de um grande jornal de Bom Conselho foi sugerida a troca de nome da A GAZETA para O GRANMA. Eu não sei de quem foi a proposta, mas desconfio. E eu só participei da A GAZETA DIGITAL na sua fundação, imagine se eu tivesse ficado).

Um dos seus biógrafos diz o seguinte, em relação ao seu olhar sempre de homem desconfiado:

Havia um nítido zelo calvinista na perseguição movida por ele aos que se desviavam do “caminho correto”. Che abraçara fervorosamente la Revolución como corporificação definitiva das lições da História e como o caminho correto para o futuro. Agora, convencido de que estava certo, olhava em volta com os olhos implacáveis de um inquisidor em busca daqueles que poderiam por em perigo a sobrevivência da Revolução.”

Eu fico pensando em Hitler matutando sobre a pureza da raça ariana e mandando exterminar os judeus. Ambos estavam tomados por um ideal que podem não serem os mesmos, mas, a sanha assassina para atingi-lo foi muito parecida. E eu não quero nem falar em Stalin.

Contam que o batismo de fogo, pelo menos em termos de cubanos, do “humanista” Che, com assassino, foi o Eutimio Guerra, um camponês que guiava os guerrilheiros por Sierra Maestra. A identidade do assassino deste simples camponês, que havia sido acusado de informante ficou em segredo por 40 anos, até ser descoberta por um biógrafo do Che, através do original do seu diário fornecida pela sua viúva, que além de ser diretora do Centro de Estudos Che Guevara (segundo o Guerrilheiro das Sete Colinas), agora é informante, por uma boa causa.

É o próprio guerrilheiro (não o das Sete Colinas, mas o da Sierra Maestra)  a narrativa de que no momento de sua execução, caiu um temporal sobre a serra, e que ninguém se dispunha a cumprir a ordem do Fidel Castro, e, com sua vocação para carrasco de festa medieval, ele tomou a iniciativa. Vejam como agiu o “humanista”:

Era uma situação incômoda para as pessoas e para [Eutímio], de modo que acabei com o problema dando-lhe um tiro com uma pistola calibre 32 no lado direito do crânio, com o orifício de saída no temporal direito. Ele arquejou um pouco e estava morto. Ao tratar de retirar seus pertences, não consegui soltar o relógio, que estava preso ao cinto por uma corrente e então ele [ainda Eutímio] me disse, numa voz firme, destituída de medo: ‘Arranque-a fora, garoto, que diferença faz...’. Assim fiz, e seus bens agora me pertenciam. Dormimos mal, molhados, e eu com um pouco de asma.”

Cruzes! Se ele tivesse morrido de asma teria sido muito melhor para a humanidade, do que pela sua luta “humanista”. E, neste diário, não há nenhum sinal de culpa nem pejo pela execução que seria a primeira de muitas.

Segundo o Arquivo de Cuba, foram pelo menos 22 execuções na Sierra Maestra entre 1957 e 1958, cuja causa seriam até por companheiros consumir leite condensado escondido. O Che era o mais fanático executor além de querer acabar os companheiros diante da menor desconfiança.

Por incrível que pareça, Fidel Castro, o chefe da mais longa ditadura deste dois séculos recentes ( e que fez um discurso sobre Che, reproduzido pelo Altamir em um comentário a minha postagem anterior, o que o coloca como um dos maiores mentirosos da idade moderna, rivalizando com Chaves e Lula), era considerado um moderado diante da sanha assassina do Che. Só bastava o Fidel se distanciar um pouco para fazer como fez na cidade de Santa Clara, onde matou ou ordenou matar 17 moradores pela simples suspeita de que eles serviam ao Fulgêncio Batista, sem nem poderem esboçar alguma defesa.

É bom citar aqui o que se passou no Forte La Cabaña, que era uma prisão, e que muitos pensam que só os ditadores anteriores matavam por lá. Os números variam, mas, o Arquivo de Cuba fala de 104 vítimas enquanto o “humanista” chefiava o presídio, embora os cubanos falem em mais de 800. Hoje este forte é um ponto turístico em Cuba e tenho certeza, os turistas do PSB, que Marlos Duarte está arrebanhando para visitar aquele país, deveriam conhecê-lo, e eu os recomendo a ler o seguinte depoimento do José Vilasuso, que trabalhou lá por aqueles dias:

“Muitas pessoas se reuniam no escritório de Che Guevara e participavam de agitadas discussões sobre a Revolução. No entanto, as falas de Che costumavam ser cheias de ironia – ele nunca mostrava nenhuma alteração de temperamento ou dava atenção a opiniões diferentes. Ele dava reprimendas em particular e em público, chamando a atenção de todos: “Não demorem com esses julgamentos. Isso é uma revolução: provas são secundárias. Temos que agir por convicção. Eles são uma gangue de criminosos e assassinos”.

As execuções aconteciam nas primeiras horas da manhã. Assim que uma sentença era transmitida, os parentes e amigos caíam em prantos horríveis, suplicando piedade para seus filhos, maridos etc. Diversas mulheres tinham que ser tiradas de lá à força. Aconteciam de segunda a sábado, e em cada dia um a sete prisioneiros era executados, às vezes mais. Casos de pena de morte tinham carta-branca de Fidel, Raúl ou Che e eram decididos pelo tribunal ou pelo Partido Comunista. Cada membro de esquadrão da morte ganhava 15 pesos por execução. Os oficiais, 20. Em frente ao paredão, cheio de buraco de balas, eram abandonados os corpos agonizantes, amarrados em paus, banhado em sangue e imóveis em posições indescritíveis, com mãos convulsivas, expressões tenebrosas de choque, mandíbulas fora do lugar, um buraco onde antes havia um olho. Alguns dos corpos, por causa do tiro de misericórdia, tinham o crânio destruído e o cérebro exposto.

Testemunhar tal carnificina é um trauma que vai me acompanhar a vida toda – e é minha missão tornar esses fatos conhecidos. Durante aquelas horas as paredes daquele castelo medieval abrigavam ecos dos passos das tropas, o ruído dos rifles, as vozes de comando, o ressoar dos tiros, o gemido dos moribundos e os gritos dos oficiais e guardas depois dos tiros de misericórdia. Um silêncio macabro que consumia tudo.”

Desculpem-me se alguém ao terminar teve seu estômago embrulhado, mas é também minha missão contar isto para, pelo menos avisar aos turistas do Marlos, que ao entrarem em La Cabaña, e depois de ouvirem o cañonazo, lembrem que não foi só o Batista que matou por ali. Uma ditadura de esquerda só difere de uma ditadura de direita pelos bigodes dos ditadores.

Para terminar esta parte, onde tento mostrar como o “humanista” Che zelava pelos direitos humanos, para o deleite dos turistas do Marlos em La Cabaña, conto que não eram só pessoas adultas que eram especialidade do Che nos fuzilamentos. E leiam isto pensando em seus filhos (do Che)que hoje são funcionários público em Cuba, e que segundo o Altamir, são tão humanistas quanto o pai:

Lá pelos fins de 1959, um garoto com idade de 12 ou 14 anos chegou ao “castelo”. Seu crime, teria tentado defender o pai antes que os revolucionários o matassem. O Che, em sua pouse de humanista, com as mãos na cintura, apenas observava os fuzilamentos, mas, diante deste não se conteve. Mandou trazer o garoto e mandou-lhe se ajoelhar diante do paredão. O garoto não o obedeceu e ficou de pé. Che, caminhando por trás do garoto, disse: ‘Que garoto valente’. E deu um tiro de pistola na nuca do rapaz.

Eu diria do Che: ‘Que calhorda valente!’

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Mais alguns filmes ilustrativos da vida Che:





domingo, 26 de fevereiro de 2012

Fatura pela vida




Por Maria Helena Rubinato Rodrigues de Souza (*)

Primário, ginasial, clássico ou científico e faculdade. Não eram muitas as opções. Mas fosse qual fosse a escolha, o formando, bem preparado e dedicado ao que fazia, tinha todas as chances de uma vida bem sucedida. Estava formado.

Hoje, ninguém nunca está formado... Estudar e se atualizar é para o resto da vida. Não dá para dizer estou formado. Estamos é sempre em formação.

Quem me lê sabe que essas não são palavras vãs. E sabe que há uma profissão, mais que todas, na qual o cidadão começa a estudar na creche e vai continuar estudando até morrer – isto se quiser ser um médico e não um sujeito de jaleco branco.

O que ele investe em tempo e dinheiro não pode ser desprezado e não seria nem justo, nem humano, esperar que fosse trabalhar por dez reis de mel coado. Claro que não.

Sabemos que os médicos não podem atender a todos de graça, ainda mais com as armas que o avanço da tecnologia nos deu para combater as doenças, armas essas que custam pequenas fortunas. Esse sonho, a medicina AAA de graça para todos, é o Estado que nos deve e não os médicos.

Não tenho nenhum médico na família, esclareço desde logo. Quando digo que eles devem ser muito bem pagos é porque acho que a sua é a profissão mais importante de todas. Tenho pelos médicos o maior respeito e a maior admiração.

Que fique bem claro: não falo em missionários, mas em médicos. Em médicos, mas não em comerciantes da medicina. Não falo em donos de hospitais nem em donos de planos de saúde. Falo em médicos.

Copio um trecho do artigo de professora da UFRJ, Ligia Bahia, publicado em O Globo de 20/02/2012:

“(...) se verificará que um dos mais perversos elementos da privatização da assistência à saúde é a autorização do funcionamento de emergências que podem recusar assistência a pessoas com problemas graves e requerentes de socorro imediato. Há um consentimento tácito que legitima a seleção de pessoas segundo riscos contábeis e não de saúde”.

Esse é o cenário real do Brasil da Saúde Quase Perfeita, como bradou Lula mundo a fora. Será que ele ainda pensa assim? Será que o fel que está bebendo o fez mudar de ideia?

Vim aqui cobrar a fatura pelo voto que lhe dei em 2002: Lula, infelizmente, conheceu o horror de uma doença terrível. Pode imaginar o que isso significa para quem não tem suas condições. Sua primeira preocupação, antes de qualquer outra, deve ser transformar a saúde pública brasileira na perfeição que apregoou. Que diga à Dilma que é por aí, e que não fale em mais impostos.

Assistência à Saúde e Educação devem ser por conta do Estado. Dinheiro, há. E ele sabe que há.

Tudo mais pode (e deve) ser privatizado.

Você nos deve essa, Lula.

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(*) Publicado no Blog do Noblat em 24.02.2012.

sábado, 25 de fevereiro de 2012

O Médico e o Monstro - O "Chancho" Che, paz e amor!




Continuamos hoje com mais um passinho na desmistificação do Che Guevara. Hoje ele não está mais entre nós para se defender, mas, se estivesse não haveria necessidade de fazê-lo pois estaria, talvez, junto com Raul e Fidel, em Cuba atrapalhando a vida do povo cubano, e sua imagem seria a mesma que a de Fidel, que os cubanos está esperando que morra para se libertarem. Não por respeito e admiração, mas por constrangimento aos seus direitos humanos e tudo mais que seus acólitos tentam esconder, como recentemente fez nossa presidenta.

Em março de 1960 explodiu um cargueiro carregado de armas no porto de Havana. Como acontece hoje, Fidel culpou os Estados Unidos pela morte de 75 pessoas que lá estavam. Também, da mesma forma que atualmente, o Fidel comandou o cortejo fúnebre e fez um discurso daqueles que ele manda as pessoas trazerem marmita para não morrerem de fome durante a fala, e só ainda não acusou os americanos de produzir uma vacina que dava câncer porque a onda desta doença ainda não havia atingido os dirigentes sul americanos, como hoje.

Nesta ocasião quem estava por lá eram os filósofos franceses Jean-Paul Sartre e Simone de Beauvoir, que depois vieram ao Brasil, ocasião em que conheceram o Fernando Henrique Cardoso, na USP, e que também naquela época ainda farejava uma revolução, embora sem propor tantos crimes.

Foi neste comício fúnebre, em Cuba, que um fotógrafo tirou a foto mais famosa e mais reproduzida do século 20. A foto, como todos sabem, mostra o Che visto de baixo para cima com “uma incrível aparência de dor e determinação”, sua indefectível boina estrelada, que penso fica melhor no Guerrilheiro da Sete Colinas (embora eu ache que ele deveria retirar a estrela pois podem pensar que ele é petista, que Deus o livre). Ela contribuiu decisivamente para que ele se tornasse um ícone da paz e do amor ao lado de Gandhi e Madre Teresa de Calcutá. Que calúnia histórica! Basta ler o que ele falou, escreveu e fez durante sua pouca vida.

Foi este ídolo da paz que quase levou a America a uma guerra nuclear e talvez à terceira guerra mundial no episódio conhecido da instalação, pela União Soviética, de mísseis com ogivas nucleares em Cuba. Em 1962 aviões de espionagem americanos fotografaram instalações militares de Cuba, mostrando a instalação destes mísseis. John Kennedy, em uma de suas mais sábias decisões, criou um bloqueio marítimo à ilha e exigiu a retirada dos armamentos. Graças à diplomacia, os governos americano e soviético descobriram que não era bom uma guerra nuclear àquela altura. Entretanto, o governo de Havana, não pensava assim.

E quem estava à frente da ideia de bombardear os americanos? O “pacifista” e “humanista” Che Guevara, declarando aos jornais: “Se os mísseis tivessem ficado em Cuba, usaríamos todos, apontando-os para o coração dos Estados Unidos, inclusive Nova York, para nos defendermso da agressão”. Ele sabia que se isto acontecesse seria um desastre, pela retaliação americana exigindo o sacrifício de centenas de milhares de cubanos, e ele não escondia isto de ninguém, pois vejam o que ele também disse:

“[Cuba] é o exemplo tremendo de um povo disposto ao autosacrifício nuclear, para que suas cinzas sirvam de alicerce para uma nova sociedade”.

Vejam se alguém que diz algo assim merece ser santo. Pelo menos de minha Igreja Católica não, e é por isso que tenho meu missal pronto para sair, se algum dia ela chegar a tal ponto.

Para terminar este passinho na saga do “Chancho” Che Guevara, eu cito o livro que são a base destas minha notas (Guia Politicamente Incorreto da América Latina do Leandro Narloch), pois ele tem as palavras corretas para julgar o acontecimento, além de dizer que no auge dos acontecimentos os líderes da revolução (e por que não o Che?) procuraram o embaixador soviético para perguntar se havia espaço para eles se esconderem no abrigo antiaéreo da embaixada soviética em Cuba, mas sem perguntar também se cabiam todos os cubanos lá dentro:

Se um sujeito quer dedicar a vida ao autossacrifício em nome de um ideal, é seu direito. Deve ter a liberdade de fazer o que bem desejar com a própria vida. Mas não pode, por mais fotogênico que seja e por mais belo que considere seu ideal, obrigar milhões de outros indivíduos a tomar o mesmo caminho.”

E esta decisão seria tomada em sigilo pelos dirigentes “supremos” do socialismo cubano. Eu vejo tantos defeitos em nossa democracia representativa, mas, acredito que, com ela, ainda temos mecanismos de evitar tais sandices ditatoriais de megalomaníacos como o “Chancho” Che, apesar do Celso Amorim.

E, quando não sei, mas, no próximo episódio mostraremos o respeito que ele tinha com os direitos humanos, que hoje ainda são tão violados pelos Castros, ainda os ícones da paz dos esquerdistas de nossa América Latina.

Para não ficar só numa fonte, encontrei na internet um vídeo que também trata da vida do Che Guevara e mostra depoimentos de pessoas que conviveram com ele em vida. O vídeo é um pouco longo e vou colocando aos poucos para não embrulhar demais o estômago de pessoas realmente pacifistas e humanistas.



sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Para evitar o "samba do crioulo doido" e a volta á escravidão




Eu realmente nunca pensei em viver tanto para ver tantas coisas juntas numa semana só. Eu, felizmente, consegui terminar mais uma parte sobre meu embate com o Guerrilheiro das Sete Colinas, sobre o Che Guevera. Poderia até publicá-la agora, mas, eu pergunto: Com este clima revolucionário entre os blogs da região do Agreste Meridional, há clima para o Che Guevara? Publico depois.

Por ora, tenho que me fixar nesta guerra, que é apenas um prenúncio do que está por vir neste ano eleitoral, na região e em Bom Conselho.

Vejam, meus senhores e senhoras, que o Dr. Filhinho é um assunto recorrente esta semana inteira, apesar dele ter pedido para ser esquecido. Seu blog deve subir a audiência, dando a impressão que ele vai decolar outra vez, como aconteceu depois das postagem, muito tempo atrás, em que ele tentava me homicidiar. Hoje, estou eu aqui, vivinha da silva, e ele, moribundo como político, e arrependido como gente, como tentei mostrar ontem aqui.

Ainda por cima vem o Poeta e diz numa postagem (aqui) que “somente a brilhante blogueira Lucinha Peixoto é que tem paciência com você...” E tem muito mais. Então vocês queriam que eu ficasse discutindo sobre as mãos delicadas do Che? Perdoe, caro Altamir, mas nosso embate pode esperar, pois ele é eterno. Mesmo que não personifiquemos integralmente o bem e o mal, mesmo assim temos de cada um um pouco e por isso o tema é eterno. Aguardemos então.

Voltando à nossa guerra particular, tenho que me voltar para a postagem do Poeta e agradecer o “brilhante” com que me qualifica como blogueira, mas tenho que dizer que o mais importante da frase é a assertiva de que eu tenho paciência com o Dr. Filhinho, embora, não concorde com o “somente”. Eu, sendo mãe, e mãe duas vezes, sendo avó, tenho que reconhecer que quem tem mais paciência do que eu, com ele, é a Mamãe Juju.

Basta uma ida nos arquivos dos blogs para verem quanto de paciência ela dedica ao seu rebento. Também pudera, se é verdade o que o Poeta diz que a prefeita era apenas um pseudônimo do Dr. Filhinho em seu blog, e até agora nem ela nem ele revelou isto, e portanto sendo mais um furo do sistema de comunicação do Poeta, ela deve ter paciência mesmo.

Só agora eu entendo aquele aparato de argumentos hostis aos anônimos e pseudônimos envolvendo o Diretor Presidente e o Zezinho de Caetés (que são pseudônimos realmente e não fazem mal a uma mosca), e aquele lema do seu blog onde ele estampa: “Um blog com RG e CPF. Um blog de verdade.” Meu Deus, quanta hipocrisia quando ele era um pseudônimo da própria mãe, ou seria o contrário? A sua mãe era sua pseudônima (rigorosamente, seria heterônimo, mas, no final tudo é anônimo)? Não importa. Isto nos deixa, no mínimo, com uma pulga atrás da orelha, mordendo, coçando e perguntando: O que pensava a Mamãe Juju enquanto o Dr. Filhinho escrevia por ela?

Mas é sempre assim, quando se ver muito ódio ao anonimato, e eu não posso me esquecer da frase do Dr. Renato Curvelo, que só não li ao vivo pela ameaça que pairava sobre mim: “Geralmente, que tem medo do anonimato, ou tem o rabo preso ou tem o rabo sujo”. Este grau de genialidade só poderia vir de um anônimo, num ambiente tão hostil a ele, gerado pelo Dr. Filhinho e por outros que, no mínimo têm rabo, só não sei se preso ou sujo.

E, apesar do “brilhante” usado pelo Poeta, o que me envaidece muito, mas não ao ponto de fazer o que ele fez, ao tirar uma postagem do ar, por um pedido educado do Dr. Filhinho,  e eu tenho que ser ser justa e sincera. Se é realmente o Poeta, a pessoa a que o Dr. Filhinho se refere em sua postagem, eu digo que o Eclesiastes está certo quando diz que há tempo para tudo, menos  para mudar tão rapidamente de opinião, mesmo que eu concorde que hoje ele está tentando se colocar do lado certo da força (para quem não entende o que é isto, eu digo que revejam os filmes da Guerra nas Estrelas, até para ilustrar esta guerra política em Papacaça, e quando falo em Papacaça, me lembro do Blog que prometeu voltar e até agora nada, mas do qual presenciei o embate político com o Blog da Prefeita, que não era da prefeita mas, do Dr. Filhinho).

O Poeta sempre se caracterizou pela não exatidão em suas palavras, apesar de se considerar um homem das comunicações. Veja que ele diz ter “uma amizade aproximada” com o Dr. Filhinho. Imaginem se fosse uma “amizade juntinha”, como ele fazia crer pouco tempo atrás. Eu mesma, para tirar uma postagem minha do ar, só se estiver convencida de meu erro, e assim sendo pedirei desculpas públicas como fiz no episódio da renúncia, classificada pelo Roberto Almeida, e com razão, como a maior “barriga” do jornalismo regional, quando eu dizia que era ele que tinha cometido a “barriga”. Mas, por amizade, inimizade, pressão política, ameaças pessoais, será muito difícil que apague o que escrevi. Não é por pirraça que faço isto, e sim porque penso que este é o bom jornalismo, que pode e quase sempre é opinativo, mas nunca servil nem venal.

Eu devo até dizer que não estou dizendo que o Poeta esteja, neste episódio, sendo servil ou venal, e até louvo sua coragem em dizer o que fez, mas, ele, no mínimo não foi correto em nos privar de sua postagem, que foi salva apenas pela A Gazeta Digital, em sua página “Deu nos Blogs”, e que eu reproduzo aqui, pois, como todos sabem, breve ela desaparecerá, por excesso de bites, como um dia tentei orientar o Dr. Filhinho (infelizmente, uma postagem que o Ronaldo César apagou sobre mim, algum tempo atrás, não pode ser recuperada):

Blog do Poeta

CARNAVAL FRACO DE BOM CONSELHO É DESTAQUE NO FACEBOOK

MENSAGEM NO FACEBOOK

Por: Felipe Alapenha Carnaval?
Carnaval é em Pesqueira, viu?

Tá vendo que tenho razão? Quando o próprio filho da prefeita de Bom Conselho, diz isso, o que vai dizer os outros? O "carnaval" de Bom Conselho está chegando ao seu final, um dos mais fracos dos últimos anos. Para aqueles que ignoram as verdades que são colocadas neste blog, o que vão dizer com o depoimento do Felipe Alapenha, postado agora a pouco no Facebook? Este ano brincaram que fizeram carnaval. E o povo? Que povo? Num invente seu carnaval não...
Queremos aqui "tirar o chapéu" para os blocos que ainda restam na cidade. São uns baluartes os amigos, Zé Márcio do Ginga Samba, Paula do Pererê, Dona Beta e Junior do Sombreiros e Valdomiro com o bloco das 50 casas, que buscaram alegrar a cidade de alguma forma.”

Eu nem sei mesmo sei foi o Blog do Kleber Cisneiros ou o do Poeta que deu a notícia em primeira mão, levado por um e-mail de um bom-conselhense indignado, sobre as peripécias do Dr. Filhinho. Mas, isto não importa agora, como motivo de promoção blogueira. A mídia blogueira da região está de parabéns ao cobrir a notícia, mesmo tão timidamente colocada pelo Blog do Poeta, que deve ter aprendido uma grande lição com tudo isto.

E suas consequências deveriam ser a de tentar separar o departamento comercial e financeiro, nos seus sistema de comunicação, do departamento de jornalismo. Sim, eu sei que tem blogueiro que tenta isto há muito tempo, e que, depois de várias internações no Hospital da Tamarineira aqui no Recife, ainda não conseguiu. Mas, é preciso tentar, para que seus respectivos blogs não pareçam um samba do crioulo doido.

Como estamos saindo ainda da semana do carnaval, apesar de haver ainda carnaval em Recife e Olinda por mais um mês, devemos ouvir com grande atenção uma obra musical que virou símbolo, no Brasil, de falta de sentido nas coisas, da mesma forma que um meio de comunicação jornalística que não separa bem os departamentos citados. O “Samba do Crioulo Doido”, criação de Stanislaw Ponte Preta, heterônimo do jornalista Sérgio Porto, que em 1968, talvez tivesse prevendo esta falta de separação. Para ilustração cito apenas os seguintes versos da letra, mas, ouçam o samba inteiro com atenção:

.............

Da união deles dois
Ficou resolvida a questão
E foi proclamada a escravidão
E foi proclamada a escravidão
Assim se conta essa história
Que é dos dois a maior glória
Da. Leopoldina virou trem
E D. Pedro é uma estação também

O, ô , ô, ô, ô, ô
O trem tá atrasado ou já passou”



P.S: Mais uma vez recorro a um PS para abordar fatos mais recentes do que o escrito. É que parece, depois da bordoada do Poeta, o Dr. Filhinho, pelo menos até agora, parou com suas próprias gafes e transcreve uma gafe do Ronaldo César. Eu não comentei o disparate do Poeta de Garanhuns, porque sei que ele não publicaria meus comentários. Mas, o Zé Carlos o comentou com muita propriedade, perguntando quem são os catedráticos que ele consultou sobre o tema. Sem argumentos e sem citações de nomes eu poderia dizer também que encontrei já centenas de juristas que comungam com a tese do Dr. Renato, sobre comentários em blogs. E só conheço um, que estudou em um livro de meados do século passado, que é contra. E eu não cito o nome para que ele não volte, pois chega de senilidade (com todo respeito com os idosos sérios).

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

O "filho de César": Vai para o milho, ou não vai?




Hoje estava eu já posta em sossego, terminando um texto sobre o “chancho” Che, quando fui ler a página Deu nos Blogs da AGD. Eu começo por ela, e se tiver algum link interessante eu vou in loco verificar a veracidade da transcrição. O Zé Carlos está apelando muito para notícias nacionais e internacionais, mesmo que nossos blogs estejam fervendo. E ainda mais, não colocou o link para o meu texto sobre as peripécias do Dr. Filhinho (aqui). Venhamos e convenhamos que ele tem todo o direito de ficar em cima do seu confortável muro, mas sonegar informações é demais. Tudo bem, depois eu me entendo como ele.

Neste caminhar encontrei até o Ronaldo César dizendo o óbvio ululante para quem tem um blog com o monte de penduricalhos propagandísticos que ele tem. Que é contra o anonimato. Claro que só pode ser, como o Poeta também é, porque os anônimos dizem a verdade e se ele os publica, perde metade dos patrocinadores, que ninguém sabe que existem. Mas deixa isto prá lá. Com a palavra o murista Zé Carlos e o Dr. Renato Curvelo, cujo único defeito é ser do partido do Coronel Eduardo, mas, lá em Bom Conselho, graças a Deus, ele se comporta igualzinho ao nosso governador, que é o maior capitalista socialista de Pernambuco, depois de Ana Arraes, é claro.

O que me deteve mesmo foi ainda a historia do desbocado do Dr. Filhinho. Além de falar mal do carnaval da mainha, ainda usa palavras de baixo calão. E eu, fiquei tão chocada pois nem tinha visto tanta baixaria que ele colocou no Facebook. Eu só estou esperando é para ver a atitude de sua mãe: Vai para o milho ou não vai?

Como se não bastasse os efeitos políticos da ópera bufa patrocinada por ele durante o carnaval, que o Poeta, diz que foi cachaça, e eu ainda digo que deve ter sido por ele não ter tomado os remédios direito, ele comete a mais patética prestação de contas, como uma emenda pior para um soneto já de gosto duvidoso. Hoje no seu Blog, já quase enferrujando, ele resolveu se justificar pelo seu comportamento.

Vejam o que ele diz em itálico, e eu vou comentando ao longo do texto:

Cometi um crime. Diferentemente de outros jovens da minha idade, com o agravante de ser filho da prefeita de Bom Conselho, eu não poderia ter me ausentado da cidade durante a folia de momo. Optei ir pra Pesqueira, a convite de um amigo, e daí foi gerada toda essa confusão.”

Então o criminoso começa a justificar o seu crime e a confusão por ele gerada. Eu achei tão sublime esta confissão de culpa que quase parei de ler e tive vontade de dizer a coitada da Mamãe Juju, pois sei o que é ser mãe nestas horas: “Perdoa ele, Juju, perdoa!

No entanto, eu pensei, que isto seria um conselho sensato para uma mãe normal, mas, como o indiciado mesmo falou, há um agravante, ele é filho da prefeita. Lembrei até aquela história do Diretor Presidente sobre a “mulher de César”. Agora teríamos a história do “filho de César”. Que além de parecer bem comportado, tem que parecer bem comportado. E sei, desde o início que o Dr. Filhinho não tem vocação para ser “filho de César”, aliás, parece que a família da Mamãe Juju também não leva jeito para ser a “família de César”.

Vamos em frente então. Ele continua falando e reconhecendo seu crime e culpando a interatividade das redes sociais e depois de citar o seu comentário mais ameno, pergunta:

Releia exatamente o que eu escrevi no Facebook. Aonde foi mesmo que eu tratei de forma depreciativa o carnaval de Bom Conselho?”

Eu nem fui lá ver, pois acredito no que o Blog do Roberto Almeida citou, e com razão diz que o Dr. Filhinho exagerou. Ele tem razão, não tratou o carnaval de Bom Conselho de forma depreciativa, ele tratou a cidade:

... “bom-conselho é ? (eu nem escrevo pois só ao ler o termo já fico com obrigações com meu confessor)

Esta foi a expressão usada por ele. E eu até acredito em seu pedido longo de desculpas, e que ele não tenha falado  por mal. O grande problema é que ele falou, e como “filho de César” complicou a vida de mainha mais uma vez. Mesmo assim ele ainda diz:

Eu amo essa cidade, e nunca, em nenhuma hipótese, falarei sobre Bom Conselho de maneira a diminuir seu nome. Se foi essa a interpretação que algumas pessoas tiveram, peço desculpas. Não foi essa a minha intenção. Mas não posso concordar com a reação que foi imposta a essa atitude. Sempre fui um sujeito discreto, e acompanhei na manhã de hoje um julgamento injusto sobre minhas atitudes, tive minha foto divulgada em vários blogs da região, e de quebra vi amigos meus serem envolvidos em tamanha palhaçada. Coloque-se no meu lugar, e veja se isso é certo, ou se você gostaria que fizessem o mesmo com você.”


Caro jovem, o que você esperava? Que as pessoas ficassem interpretando suas conversas só porque você nasceu em berço esplêndido? E chamar as pessoas que reagiram ao seu crime como palhaços só é um agravante para você. Eu já me coloquei no seu lugar caro mancebo, mas, nem consigo ficar lá por muito tempo, no entanto, eu nem em sonho posso assumir um comportamento como este se eu tivesse o amor filial que você diz que tem. Você é um “filho de César”, meu filho, quer queira você ou não.

E ele ainda continua dizendo que é reincidente, pois no ano passado comentou a mesma coisa na mesma rede social. Ora, o Facebook, nesta época do ano passado, nem eu tinha ouvido falar, todos éramos pobres e usávamos o Orkut, que hoje ninguém fala. Aí ele destrambelhou:

Curioso mesmo é que, diante da mesma atitude, eu não vi reação semelhante. Isso só me permite concluir que, por se tratar de um ano eleitoral, tentaram atingir minha mãe, que é pré candidata, com essa história envolvendo meu nome. Pior ainda é de quem partiu esse tipo de crítica, de gente que ajudou ela a se eleger. O que mudou de três anos e alguns meses para cá, então? Perdeu-se o encanto? É esse tipo de atitude baixa, rasteira, pequena, que me faz perceber cada vez mais que o problema maior da política de Bom Conselho é que as pessoas colocam seus projetos político pessoais à frente dos interesses do município.”

Eu não se a quem ele se refere, quando fala de alguém que ajudou a eleger a Mamãe Juju. Eu sei que não sou eu pois minha influência na cidade ainda era mínima naquela época, mas, há menos tempo do que isso eu a apoiava ao ponto de passar por mentirosa porque quis garantir que ela não havia renunciado acreditando nas palavras dela própria. Em termos de audiência, hoje, eu sei que só duas pessoas de Bom Conselho não lêem meu blog, o Dr. Filhinho e o Poeta, pois até o Gustavinho já o faz.

Mas, numa coisa ele está certo neste seu parágrafo, quando diz que as pessoas colocam seus projetos políticos pessoais à frente dos interesses do município, pelo menos, ele está provando isto com sua atitude de dizer que “bom conselho é ?”. Esta frase está bem abaixo dos interesses de Bom Conselho.

A partir deste ponto a prestação de contas do Dr. Filhinho cai na velha cantilena de culpar os outros pela gestão desastrosa de sua mãe e dizer que: “Diante do que vi hoje, só venho aqui responder esse tipo de bobagem apenas pela proporção que essa história tomou.” Ainda bem que ele reconhece, embora, sua postagem deveria ter somente uma frase: “Desculpa Bom Conselho!”

E no final ele diz que agora o assunto se encerra para ele, e eu até acredito que ele possa fazer isto. O que sinto é que quando o assunto se encerra para ele, agora é que começa para a Mamãe Juju: Vai para o milho ou não vai?

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

A recaída do Dr. Filhinho




Repercutiu tanto o convite do Dr. Filhinho para ir a Pesqueira brincar o carnaval, que estão me pressionando por todos os lados para escrever sobre o fato. E eu, encafifada, não sei porque eu teria interesse nisto, além dos outros fatos que formam nossa relação: Minha e do Dr. Filhinho.

Começamos nos admirando ardorosamente. Levando em conta nossa diferença de idade eu poderia dizer até que nos amamamos ardorosamente, sem que alguém pudesse levantar qualquer réstia de pecado nesta frase, a não ser o Gustavinho, se estivesse sobre o efeito do álcool, ou andando no Trem Bala do Levy Fidelis.

Basta seguir o Blog da CIT e o Blog do Dr. Filhinho para vê o que acontecia entre nós. Era citação prá lá e citação prá cá, e todas elogiosas, ao ponto de ter um dos meus textos publicados em seu blog (a não ser que tenha sido retirado). Era uma espécie de amor filial que ele exercitava tanto em relação a mim quanto à Mamãe Juju, sua mãe biológica.

Eu até hoje não entendi bem (dizem que foi intriga do Poeta quando eram os maiores amigões, e mesmo que foi de um amigão dele lá do Rio) porque ele, um belo dia, resolveu me homicidiar decretando a minha inexistência. Eu ainda hoje só tenho uma explicação, que é aquela dada pelos profissionais de sua área: um surto psicótico.

Isto acontece com mais frequência do que se imagina. Agora não me perguntem as causas disto que não sei. O que sei, e reagi, foi à minha morte prematura.

Todos que me lêem sabem que sou incapaz de matar ou mesmo incomodar uma mosca, desde que ela não descida pousar em minha sopa ou perturbar o sono dos meus netos. Tudo que fiz até agora de pecados (já devidamente confessados e perdoados pelo meu confessor pela sua venialidade) foi em minha defesa. Nunca agredi nem nunca ofendi ninguém de forma gratuita, o que muitos (vide o Gustavinho) fazem comigo até com o interesse espúrio de aumentar a audiência dos seus respectivos veículos de comunicação.

Então, tive que discutir a relação com o Dr. Filhinho, e, evidentemente, ver com outros olhos as pretensões políticas de sua mãe, a quem tanto admirava. Se eu tivesse realizado o meu sonho inicial de levar à frente minha candidatura a vereadora em Bom Conselho, penso até que, antes, eu poderia ser útil a Mamãe Juju, mas, depois, eu seria mais nociva, pela minha oposição a ela, por não saber lidar nem com o filho, enquadrando-o todas as vezes que ele, mesmo com boas intenções, prejudicasse sua vida política.

Eu sempre disse isto em meu blog. Ou o Dr. Filhinho ficava sempre no milho, proibido terminantemente de falar sobre tal coisa, ou a Mamãe Juju estaria em maus lençóis. Não deu outra.

E agora não podem nem me culpar de nada, pois quando soube que o Dr. Filhinho preferia o carnaval de Pesqueira ao de Bom Conselho, o estrago já estava feito.

Eu só imagino a aflição de uma mãe, representada pela Mamãe Juju, em pleno carnaval (dizem que ela também estava em Pesqueira, mas, pode ser exagero da oposição) ao perceber que um filho, na certa fugindo do castigo, saindo da residência médica, fosse dizer nas redes sociais que “Carnaval bom é o de Pesqueira”.  Gente, eu fiquei chocada!

Eu já sabia que as ações do Dr. Filhinho eram desastrosas para sua mainha, mas, desta vez ele exagerou. Seria a mesma coisa que o Lula dizer, depois da homenagem que lhe fez a Gaviões da Fiel, que carnaval bom era o da Mocidade Alegre. Ambas as coisas são verdades, mas não devem serem ditas, principalmente, nas redes sociais.

Porém, como dizia um velho amigo do meu pai em Bom Conselho e que ele repetia muito lá em casa: “Não há mal que não traga um bem relativo”. O mal foi que, se já estava difícil a vida política da Mamãe Juju na cidade, agora piorou muito. Mas temos o bem relativo de que o Dr. Filhinho deve passar um bom tempo longe das declarações políticas, voltará aos seus estudos e, se a mainha proceder corretamente, voltará para o milho, de joelho, por um bom tempo.

E tem que ser um tempo suficiente para que ele no próximo São João, em pleno Forróbom, não declare no Facebook, que São João bom é em Caruaru. Eu, mas do que ninguém sabe que isto é verdade, mas, nem toda a verdade deve ser dita nas redes sociais. E nem mesmo em casa, para não causar constrangimento familiar.

Oh meu Deus, se o Dr. Filhinho lesse meu blog, ouvido meus conselhos, meditasse sobre eles, ele teria evitado mais esta, mas, pobre de mim, não sou lida por quase ninguém em Bom Conselho. Já em Garanhuns...

P.S.: Neste meio dinâmico dos blogs sempre as coisas vão na nossa frente. Quando coloquei o texto acima para publicação encontrei um comentário do Gustavinho, ao meu texto anterior, dando o endereço para uma nova postagem em seu blog. Tive tanta pena. Deram outra vez bebida ao menino ou ele teve um surto também, igual ao do Dr. Filhinho.

Coitado do PRTB, e de quebra do vereador Carlos Alberto, pois aguentar esta presidência mirim, com este vício, vai terminar prejudicando ambos. Eu avisei, mas parece que o Gustavinho também não me ler. Quem sabe o vereador consegue controlá-lo, para o bem dele próprio e do partido?!

As crianças aprontam de novo...


Xico Pitomba (?) e Gustavinho
(Foto do seu blog)


Meu Deus me perdoe se minto, mas, tenho certeza que o Gustavinho (sim, aquele mesmo que é presidente mirim do PRTB em Bom Conselho) tomou bebida alcoólica, neste carnaval. Peço as autoridades de minha terra para verificar quem praticou tal contravenção penal, ao vender bebida alcoólica para menores.

Gente, não bastava os de maior, como o Isaltino, andarem bebendo e dirigindo, agora estão vendendo bebida a menores. É realmente o fim do mundo. Eu só posso dizer que o presidente do PRTB só cometeu aquelas bobagens escritas, em plena segunda-feira de carnaval, se estivesse sobre o efeito da “mardita”, como dizia o outro.

Começa do título de sua postagem: “A Paz reina entre os Blogueiros Gustavinho e sua Amiga Lulu Peixoto”. Eu não sei onde o Gustavinho foi encontrar fatos para justificar que eu, algum dia, tenha entrado em guerra com ele. De criança, eu só brigo com meus netos. Embora seja só o título, pois como ele descreve a seguir ele revela a verdade, sobre o carinho que lhe dedico, quase como só uma mãe pode tê-lo.

Dei alguns conselhos e ele, e de início, ele apenas agradece, ao que eu digo “não há de que!”, pois foi sempre a intenção minha popularizar seu blog, que eu sei, antes dele tentar me denegrir só tinha dois leitores fixos, o Bizunga e o vereador Carlos Alberto para vê se ele estava publicando as postagens do seu blog. Todos sabem, se ele não publicar, o vereador tira ele da presidência mirim do PRTB.

Por falar no vereador Carlos Alberto, depois da divulgação dos seus gastos com diárias, ao invés dele explicar que cursos foi fazer para o bem de Bom Conselho, ele agora só divulga seus projetos legislativos, dos quais aprovou apenas uns poucos, que correspondem aos títulos de cidadãos bom-conselhenses para Deus e para o Mundo.

Eu fiquei tão espantada com a produção de projetos por partes do vereador, que já espero o projeto do trem bala para Bom Conselho, para ficar coerente com a principal meta do seu partido para o Brasil. Aquela sua ideia de duplicação da estrada entre Garanhuns e Bom Conselho, já deverá incluir o trem bala, que faria o percurso em 2 minutos.

Voltando ao Gustavinho e sua postagem de agradecimento, ele só deve tê-la escrito pensando que o trem bala que promete o vereador é um trem de balas, ou de confeitos que tanto agrada a criançada. Criança tem cada uma! Caro vereador, procure saber quem está dando bebida alcoólica ao Gustavinho, pois isto pode até prejudicar sua candidatura.

Vejam que ele inventou que bebeu comigo em Gravatá e que meu endereço foi fornecido pelo meliante Xico Pitomba. Eu já sabia! Foi este meliante que deve ter enganado o dono do bar, comprando bebida alcoólica e dizendo que era para ele. Será que este senhor está desviando o Gustavinho para o lado do mal?

É, meus senhores, quando um presidente de partido, menor de idade, começa a escrever coisas sem nexo e fazer brincadeiras de mau gosto em seus blog, é porque o nível político desceu muito em nossa terra. Atenção dirigentes do PRTB, assim não tem partido que vá prá frente.

E eu, com o meu coração de mãe, só posso apelar para sua mãe, a quem não conheço, ou para pessoas que sei que ele conhece bem e que parece ter alguma responsabilidade, como o vereador Carlos Alberto que é um dos 8 ou 9 componentes do PRTB em Bom Conselho. Tenham cuidado com este menino. Não o deixem com más companhias, como este tal de Xico Pitomba, de quem até o Poeta parece que se afastou. Procurem-no aconselhar diretamente sobre os malefícios do álcool, principalmente, nessa tenra idade. Para que ele respeite os mais velhos. Para que estude muito.

Eu estou tentando responder ao Gustavinho porque acredito nele. Tenho certeza que, quando ele crescer e ficar de maior idade, ele poderá ser um bom político. Mas, eu lhes digo com toda sinceridade, que isto só ocorrerá se ele estudar muito, aprender a escrever, se informar sobre suas companhias, pois um bom blogueiro não pode escrever coisas como:

Mais [sic] deixando as delongas de lado, pude finalmente apreciar o fresco [sic] da sua terceira idade, degustando aquela cervejinha gelada, onde após nosso encontro, a mesma prometeu, que logo após o carnaval, procurará um médico especialista em tratamento da patologia, bipolar. (nossa isso é muito sério).”

Pensando bem, um blogueiro até pode escrever assim, mas alguém que é presidente mirim de um partido, tem que estudar muito para não andar gastando teclas para não dizer nada, como nesta frase que deve ter sido inventada pela sua fonte, Xico Pitomba. Ou seria efeito do álcool mesmo?

Eu nem me dou ao trabalho de citar outras coisas que o Gustavinho disse, pois vocês podem ir ver diretamente em seu blog para incentivá-lo com alguma audiência, que ele confessou que só teve depois de falar em meu nome, clicando aqui, deixando lá uns recados aconselhando-o a estudar muito e muito antes de querer ser presidente de verdade do PRTB. Aliás, eu penso que ninguém do partido lê o seu blog, pois nem o Levy Fidelis merece tal coisa, apesar do trem bala.

P.S.:  Já tendo terminado a postagem anterior, ido à missa, tomado minhas cinzas, indo aos blogs, vejo mais uma traquinada de outro menino que prezo muito, o Dr. Filhinho,  a quem também aconselho de vez em quando. Pois não é que ele foi dizer no Facebook que "Carnaval bom é o de Pesqueira"?

Eu já disse a mãe dele que não relaxasse o castigo. Ele fugiu do milho outra vez, e em pleno carnaval. Espero que não tenha sido vítima do álcool como o foi o Gustavinho.

Talvez minha sina mesmo seja cuidar de crianças. Êta turminha levada, meu Deus!

sábado, 18 de fevereiro de 2012

'Angústias de um colarinho-branco'





Por Arnaldo Jabor (*)

“Doutora, eu procurei a psicanálise porque ando com um estranho sintoma: estou com o que vocês chamam de ‘sentimento de culpa’… Tive essa ideia quando vi aquele seriado na TV, Os Sopranos, com o chefão da Máfia de New Jersey chorando para uma psicanalista de lindas pernas. Como a senhora…

Tenho tido pesadelos: sonho que morri assassinado por mim mesmo, que estou preso com traficantes estupradores. Não mereço isso, eu, que sempre assumi minha condição de corrupto ativo e passivo… (sem veadagem… claro).

Não sou um ladrão de galinhas, mas já roubei galinhas do vizinho e até hoje sinto o cheiro das penosas que eu agarrava. Há há há… Mas hoje em dia, doutora, não roubo mais por necessidade; é prazer mesmo. Estou muito bem de vida, tenho sete fazendas reais e sete imaginárias, mando em cidades do Nordeste, tenho tudo, mas confesso que sou viciado na adrenalina que me arde no sangue na hora em que a mala preta voa em minha direção, cheia de dólares, vibro quando vejo os olhos covardes do empresário me pagando a propina, suas mãos trêmulas me passando o tutu, delicio-me quando o juiz me dá ganho de causa, ostentando honestidade e finge não perceber minha piscadela marota na hora da liminar comprada (está entre 30 a 50 mil dólares, hoje), babo ao ver juízes sabujos diante de meu poder de parlamentar e fazendeiro rico.

Como, doutora? Se me sinto superior assim? Bem, é verdade… Adoro a sensação de me sentir acima dos otários que me ‘compram’, eles se humilhando em vez de mim. Roubar me liberta. Eu explico: roubar me tira do mundo dos ‘obedientes’ e me provoca quase um orgasmo quando embolso uma bolada. Desculpe… a senhora é mulher fina, coisa e tal, mas, adoro sentir o espanto de uma prostituta, quando eu lhe arrojo mil dólares sobre o corpo e vejo sua gratidão acesa, fazendo-a caprichar em carícias mais perversas.

É uma delícia, doutora, rolar, nu, em cima de notas de cem dólares na cama, de madrugada, sozinho, comendo chocolatinhos do frigobar de um hotel vagabundo, em uma cidade onde descolei a propina de um canal de esgoto superfaturado. Gosto da doce volúpia de ostentar seriedade em salões de caretas que te xingam pelas costas, mas que te invejam pela liberdade cínica que te habita. Suas mulheres me olham excitadas, pensando nos brilhantes que poderiam ganhar de mim, viril e sorridente ─ todo bom ladrão é simpático. A senhora não tem ideia, aí, sentada nessa poltrona do Freud, do orgulho que sinto, até quando roubo verbas de remédios para criancinhas, ao conseguir dominar a vergonha e transformá-la na bela frieza que constrói o grande homem. E, agora, este sentimentozinho de ‘culpa’ tão chato…

Sei muito bem os gestos rituais da malandragem brasileira: sei fazer imposturas, perfídias, tretas, sei usar falsas virtudes, ostentar dignidade em CPIs, dou beijos de Judas, levo desaforo para casa sim, sei dar abraços de tamanduá e chorar lágrimas de crocodilo… Sou ótimo ator e especialista em amnésias políticas. Eu já declarei de testa alta na Câmara: ‘Não sei nem imagino como esses milhões de dólares apareceram em minha conta na Suíça, apesar destes extratos todos, pois não tenho nem nunca tive conta no exterior!’ Esse grau de mentira é tão íntegro que deixa de ser mentira e vira uma arte.

Doutora, no Brasil há dois tipos de ladrões de colarinho-branco: há o ladrão ‘extensivo’ e o ‘intensivo’.

Não tolero os ladrões intensivos, os intempestivos sem classe… Faltam-lhes elegância e finesse. Roubam por rancor, roubam o que lhes aparece na frente, se acham no direito de se vingar de passadas humilhações, dores de corno, porradas na cara não revidadas, suspiros de mãe lavadeira.

Eu, não. Eu sou cordial, um cavalheiro; tenho paciência e sabedoria, comecei pouco a pouco, como as galinhas que roubei na infância, que de grão em grão enchiam o papo… Eu sou aquele que vai roubando ao longo da vida política e, ao fim de décadas, já tem Renoirs na parede, iates, helicópteros, esposas infelizes (não sei por que, se dou tudo a ela), filhos estroinas e malucos… (mandei estudar na Suíça e não adiantou).

Eu adquiri uma respeitabilidade altaneira que confunde meus inimigos, que ficam na dúvida se me detestam ou admiram. No fundo, eu me acho mesmo especial; não sou comum.

Perto de mim, homens como PC foram meros cleptomaníacos… Sou profissional e didático… Considero-me um Gilberto Freyre da corrupção nacional…

Olhe para mim, doutora. Eu estou no lugar da verdade. Este País foi feito assim, na vala entre o público e o privado. Há uma grandeza insuspeitada na apropriação indébita, florescem ricos cogumelos na lama das maracutaias. A bosta não produz flores magníficas? O que vocês chamam de ‘roubalheira’, eu chamo de ‘progresso’. Não o frio progresso anglo-saxônico, mas o doce e lento progresso português que formou nossa tolerância, nossa ambivalência entre o público e o privado.

Eu sempre fui muito feliz… Sempre adorei os jantares nordestinos, cheios de moquecas e sarapatéis, sempre amei as cotoveladas cúmplices quando se liberam verbas, os cálidos abraços de famílias de máfias rurais… A senhora me pergunta por que eu lhe procurei?

Tudo bem; vou contar.

Outro dia, fui assistir a uma execução. Mataram um neguinho no terreno baldio. Ele implorava quando lhe passaram o fio de náilon no pescoço e apertaram até ele cair, bem embaixo de uma placa de financiamento público. Na hora, até me excitei; mas quando cheguei em casa, com meus filhos vendo High School Musical na TV, fui tomado por este mal-estar que vocês chamam de ‘sentimento de culpa’…

Por isso, doutora, preciso que a senhora me cure logo… Tem muita verba pública aí, muita emenda no orçamento, empreiteiros me ligando sem parar… Tenho de continuar minha missão, doutora…”

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(*) Publicado no Estadão de 14.02.2012.