segunda-feira, 4 de março de 2013

A reunião da Casa de Dantas Barreto e suas homenagens





Como já disse em algum lugar, já que agora estou escrevendo também no Mural do SBC para defenestrar definitivamente um pseudônimo que toca piston desafinado, e também no Mural da AGD e aqui neste meu espaço, eu ouvi pelo complexo de comunicações do Poeta, a última sessão ordinária da câmara de vereadores de Bom Conselho.

Não cheguei a ouvir a sessão toda e nem sei ainda se já terminou. Fixo-me apenas em um projeto de lei apresentado (pois os outros dois já haviam sido apresentados pelo vereador Carlos Alberto na legislatura passada, o que prova ser o excesso de apresentação de projetos muito ruim para entrar na Casa de Dantas Barreto), penso que, pela vereadora Ivete (o defeito da transmissão pelo rádio é que o Dandinho, autor da ideia, pensa que a gente está vendo as pessoas e não menciona o nome dos falantes) que propunha o nome de um rapaz falecido e filho de um cidadão de Bom Conselho, o Dedé Marinho, a um posto de saúde.

Como lá explicado, não há forma de homenagear pessoas vivas, com seus nomes em logradouros, instituições ou monumentos públicos. Então temos que esperar sua morte para que ele ou ela seja ungida com nomes de ruas, praças, postos e até bancos de jardins. A ideia é muito boa porque, se não fosse assim, hoje, todas as ruas destes país seriam chamadas de Rua Lula.

Eu sei que Roberto Almeida queria erigir uma estátua na Avenida Santo Antônio em nossa vizinha cidade com a figura do Lula. Não sei se ele se arrependeu da ideia, mas teria gasto dinheiro em vão, se ela tivesse ido em frente, pois agora teria que colocar a amante Rosemary e sua esposa o ladeando, e o Marcos Valério, carequinha, para economizar pedra sabão, ao fundo.

Voltando a Bom Conselho, eu não conheço o rapaz que seria homenageado, e nem mesmo o seu pai, para julgar o mérito da homenagem proposta. E o projeto foi aprovado por unanimidade, sempre com o arrazoado de que o pai é um grande homem, etc. etc., e, como ele ainda está vivo, então deve ser homenageado através do filho.

Eu me restrinjo a julgar o projeto no condicional, se eu tivesse na câmara de vereadores e fosse nele votar. Minha primeira pergunta seria sobre o que fez o rapaz em vida para merecer tão honraria. Se soubesse que ele foi alguém que tivesse servido de forma comprovada à comunidade, ele teria o meu voto. Se não, não. Não aprovo o nome de Dona Lindu para homenagear o Lula dado a um parque do Recife. Talvez o aprovasse por ela ter aguentado aquele marido cachaceiro por muito tempo, sem apelar para a Lei Maria da Penha, que na época significava ir a delegacia prestar queixa e sofrer por ser mulher.

Se ao contrário, alguém me dissesse que ele estaria sendo homenageado pelo que o pai dele fez, eu votaria contra, pois estaríamos “burlando” a lei, e homenageando pessoas vivas. Teríamos um posto de saúde com um nome que ninguém saberia quem é e que lá estaria pelo que seu pai fez. Penso até que se perguntado, e tendo sido informado da lei, o próprio senhor Dedé Marinho, que só conheço de nome, talvez até concordasse comigo.

O que foi inusitado, no processo de apresentação do decreto, é que sua própria filha, a Socorro Marinho, não levou em consideração o espírito da lei e também deve ter votado a favor do pleito da Ivete. Com um agravante que eu achei lastimável. Disse para o mundo todo ouvir o quanto valia o terreno que seu pai doou para o posto de saúde, inclusive em valores atualizados. Eu fiquei pasma.

Eu vereadora, proporia ali mesmo uma moção para pagar o referido valor ao seu pai. E apenas a repetindo, isto independeria de quem fosse o governo de ocasião. Não conheço a conterrânea Socorro Marinho e espero para o bem de Bom Conselho, que isto tenha sido apenas um arroubo de vereadora principiante e que no futuro amainará.

Eu sei que ainda estou longe de poder ser homenageada com nome de rua, embora, vaidade das vaidades tudo é vaidade, como diz Eclesiastes, adoraria ver a Praça da Bandeira como Praça dos Peixoto, mas, se tiver que doar um terreno de R$ 100.000,00 para que isto aconteça, esqueçam. Não juntei tanto dinheiro em vida, e, portanto, nem para nome de rua eu sirvo.

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