quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Lincoln e Lula





Mesmo que o filme Lincoln não tenha ganho o Oscar eu preciso vê-lo. Agora mais do que nunca. E vou aporrinhar o velho para pagar uma nova entrada inteira este fim de semana para vê-lo.

É que esta semana o filme ganhou uma nova abordagem, pois o livro que lhe deu base, que também não li, foi lido por, pasmem, o ex-apedeuta-mor, o Lula. Ele confessa, no encontro do PT, que agora se tornou masoquista e tem lido muito ultimamente. Para quem comparava ler a exercício físico num esteira, já seria um avanço. Mas, deve ser para espiar os pecados e a culpa pelo mensalão.

O inusitado é a leitura de um livro pelo Lula, e o esperado é ele se comparar ao Lincoln, e, pasmem, tentando associar a luta pela emenda à constituição americana, que aboliu a escravidão, com as falcatruas do mensalão.

Óbvio que pessoas com algum neurônio a mais do que o solitário da Dilma reagiram a isto. Enquanto eu não assisto ao filme para comentar com luz própria, mesmo sem me considerar um poste, onde as pessoas vivem metendo a mão no meu interruptor, como Lula faz com a presidenta, eu só posso citar textos inteligentes que tentam desmistificar a ideia da comparação entre o conterrâneo de Rafael Brasil, do Zezinho e do Hadriel,  com o presidente americano, e começo pelo belo texto que li no blog deste último (aqui). Transcrevo:

“Lula e a comparação com Lincoln!

O Ninefingers (Lula, o nove-dedos!) voltou a atacar e desta vez ousou se comparar ao ex-presidente americano Abraham Lincoln, que governou os EUA na época da Guerra de Secessão. É muita ousadia de Lula. O cara que foi endeusado com títulos honoris causa sem sequer ser genuinamente alfabetizado se disse perseguido pela imprensa, tal qual Lincoln. Mas talvez eles possuam algumas semelhanças e diferenças:

- Ambos compraram votos para aprovar emendas;
- Os dois aparelharam o governo e conseguiram suas ''boquinhas'' para seus aliados;
- Ambos vieram de origem humilde;
- Lincoln, após ser lenhador, tornou-se advogado; Lula, em 95% dos casos mostrou-se equivocado;
- Lincoln sempre ''soube'', Lula diz não saber de nada;
- O filho de Lincoln foi para a guerra; o de Lula trocou a portaria do zoológico pelas altas cifras da Telemar;
- Lincoln ''consumia'' livros; Lula cochila ao pegar um (palavras do próprio!);
- Lincoln libertou escravos; Lula tornou pelegos os jornalistas;
- Lincoln (Partido Republicano) era um destemido democrata; Lula é um petista, e por aí vai.

Pessoalmente, acredito que Lula parece-se mais com o ex-presidente Ulisses Grant, em cujo governo a corrupção campeiou e lhe custou até um processo de impeachment. Ou talvez James Buchanan, um político pipoqueiro e omisso, que tomara decisões erradas em demasia em detrimento de algumas poucas certas. Também serve o plantador de amendoim da Geórgia, o bajulador de ditadores Jimmy Carter, um homem fraco e mal-intencionado. 

O FHC, dia desses, disse que o Lula tem algum tipo de distúrbio psíquico que o leva a agir de forma psicótica em determinados momentos, apresentando traumas e distúrbios de ego, bem como manias de perseguição. Daí ele parecer um disco arranhado ao demonizar os governos tucanos e inflar os seus parcos feitos. Fui pesquisar o que é psicose. Eis a definição acadêmica:

Psicose é um quadro psicopatológico clássico, reconhecido pela psiquiatria, pela psicologia clínica e pela psicanálise como um estado psíquico no qual se verifica certa “perda de contato com a realidade”. Nos períodos de crises mais intensas podem ocorrer (variando de caso a caso) alucinações ou delírios, desorganização psíquica que inclua pensamento desorganizado e/ou paranóide, acentuada inquietude psicomotora, sensações de angústia intensa e opressão, e insônia severa. Tal é frequentemente acompanhado por uma falta de “crítica” ou de “insight” que se traduz numa incapacidade de reconhecer o carácter estranho ou bizarro do comportamento.

Perceberam alguém que se encaixa perfeitamente nesta definição? Sutil!”

Desculpa Hadriel por não colocar as letras vermelhas que você coloca e que dão mais vida ao artigo, mas, seria uma desfeita com meu neto e eu não teria com explicar a ele as cores do Sport em meu blog. Mas, foi um belo texto.

Li também outro texto, que não citarei extensivamente pois quase não cheguei a final de tão grande, do Reinaldo Azevedo onde diz, entre outras coisas (aqui):

“....

Lula já declarou que detesta ler. Não conseguiu enfrentar sem dormir, segundo confessou, um romance curtinho de Chico Buarque. Faz sentido. Terá encarado a pedreira de “Lincoln”? Talvez tenha assistido ao filme de Steven Spielberg, de uma chatice que chega a ser comovente!!!, e olhem lá… O vocabulário a que recorreu me faz supor que andou mesmo é lendo briefing de assessoria. Há anos, muitos anos mesmo!, divirto-me identificando dedicação metódica nas bobagens que diz. Em muitos aspectos, Lula é a personagem mais “fake” da política brasileira. Todas as coisas estúpidas que solta ao vento nascem de um cálculo.

...

O Babalorixá de Banânia comparou-se a Lincoln —  a exemplo do que se deu com Cristo, ele também dispensa a parte sacrificial… — no suposto tratamento que a imprensa dispensaria a ambos. Besteira! Parte da imprensa americana apoiava Lincoln, parte não. A geografia da guerra civil, é evidente, pautava em boa medida críticas e elogios. Uma coisa é certa: jamais ocorreu ao presidente americano tentar censurá-la, como fez Lula no Brasil mais de uma vez. Até porque não conseguiria. Estava empenhado na aprovação da 13ª Emenda, a que proíbe a escravidão nos EUA, mas subordinado à Primeira Emenda, a que impede a censura do Estado. O Congresso não pode nem mesmo legislar a respeito de limites à liberdade de expressão.

A alusão a Lincoln, de fato, remete a outra coisa, bem mais dolosa do ponto de vista intelectual, ético, moral, político e histórico. A relação de Lula e dos petistas com o mensalão passou por diversas fases. Houve a primeira, a da admissão do erro, com pedido de desculpas. Durou pouco. Veio em seguida a acusação de “golpe das elites”, forjada por um oximoro reluzente: “intelectuais petistas”. Depois, chegou a da negação: “O mensalão nunca existiu”. E agora estamos diante da quarta, e é neste ponto que Lula decidiu pegar carona na vida de Lincoln: os crimes dos mensaleiros teriam sido atos heroicos.

...

Lincoln tinha em mente um país, e não foi sem grande sofrimento pessoal — até o sacrifício final — que levou adiante o seu intento. Estava, efetivamente, consolidando uma república federativa. O mensalão, ao contrário, os fatos falam de forma eloquente, foi uma tentativa de golpear as instituições e de transformar a compra de votos numa rotina. Estava em curso a formação de um Congresso paralelo e de uma República das sombras.

Não deixa de ser interessante que Lula tenha feito esse discurso asqueroso na CUT. Não se esqueçam de que, nas lambanças do mensalão, ficamos sabendo que a turma queria usar a central sindical para criar um… banco dos companheiros! Eis o nosso Lincoln! Aquele atuou para pôr fim à vergonha da escravidão. O nosso, para criar um modelo que eternizasse o seu partido no poder.

Lula deveria, no mínimo, ficar de boca fechada.”

Eu tenho que ver este filme e talvez até ler o livro, mas, ao contrário do Lula, com prazer, e não para mostrar cultura em reunião de sindicato de mensaleiros (ia dizer outro nome, mas refreio meus instintos, em homenagem ao nosso Papa renunciante).

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Lula-luz e o poste





Por Mary Zaidan (*)

Dilma Rousseff é a presidente com o maior índice de aprovação que o País já teve. É alguém que obedece tão fielmente às instruções de seu marqueteiro que tem coragem de, sem qualquer constrangimento, bater no peito e anunciar a data do fim da miséria. É “o poste que está iluminando o Brasil”, como disse Lula ao lançá-la candidata à reeleição na festa dos 33 anos do PT e do decênio do partido no poder.

Então, por que Lula e o PT andam tão aflitos? Por que gastar quase dois anos de um mandato seguro, popularíssimo, para tentar garantir o próximo?

Com o batido discurso do "nós x eles", em que o eles é Fernando Henrique Cardoso, a mídia golpista, os que não suportam um operário ter chegado ao poder e toda essa ladainha, Lula consegue trazer o debate para o seu campo de conforto.

É certo que Lula anda menos falante. Tem preferido palcos sob medida, com claque garantida, sem chance de ser questionado sobre a sua auxiliar Rose-tudo-pode ou sobre as denúncias de Marco Valério de que o ex-presidente teria usufruído de dinheiro do mensalão.

De jornalistas não oficiais, quer distância.

Ainda assim, se mantém no topo do noticiário, como o grande articulador, o imbatível. Aquele que conseguirá, mais uma vez, trazer a vitória das urnas.

As chances são grandes.

Mas, ao contrário do que Lula quer fazer crer, sua preocupação do momento não é o governador do Pernambuco Eduardo Campos (PSB), muito menos o senador tucano Aécio Neves (MG). Eles só vão incomodar se a economia - que já patina - piorar. Aí, Aécio pode crescer e Campos torna-se realmente um perigo.

Ao insistir no lengalenga populista, no “nunca antes neste País”, Lula redirecionou e personalizou o debate. É ele x FHC. É ele x Campos. É ele x qualquer um.

Com isso, divide as atenções, dá um refresco nas críticas mais afiadas contra ele, seu governo, sua pupila e os seus.

Substitui as manchetes sobre a inflação, que começa a corroer os ganhos dos mais pobres. Tira o fiasco da Petrobrás das primeiras páginas. E com sua fala de efeito, ocupa todos os espaços com articulações mirabolantes – como a de oferecer a candidatura ao governo de São Paulo a Michel Temer (PMDB) e a vaga de vice a Campos.

Safo como ele só, Lula é capaz até de culpar a oposição pela incompetência do poste que escolheu para a cadeira do Planalto. De atribuir os reveses da economia à elite, a mesma que lhe garantiu e lhe assegura o trono.

Há tempos reservou para si o papel da luz.

Joga ciente de que, se ao fim e ao cabo a economia fraquejar, será ele, Lula, o ungido. Não dá para saber quem torce mais para esse curto-circuito: se o PT ou Lula. Ou ambos.

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(*) Publicado no Blog do Noblat em 24.02.2013. Eu hoje li no blog do meu correligionário, no nosso PLP (Partido da Lucinha Peixoto), o Rafael Brasil,  sua explicação para a entrada de Ciro (que o conterrâneo do Rafael o Zezinho chama de Ciro Boca Suja) na briga presidencial, não como possível candidato, mas, como coadjuvante do Lula e do PT. Lá ele remete às suas postagens anteriores apenas com o título: “Eu não disse?” Mesmo se Rafael não disse o que a Mary Zaidan diz acima, junto com toda a torcida do Flamengo de jornalistas e blogueiros, sobre o que o Lula pretendia e parece estar conseguindo: Antecipar o debate eleitoral em proveito próprio. E isto é o ponto chave do texto da Mary e indiretamente do do Rafael. Este meu comentário passa um pouco ao largo.

Eu hoje, bem cedinho estava vendo a última aparição do Bento XVI lá no Vaticano. Como todos sabem sou católica e adorei os últimos papas, por eles terem colocado um freio nos padres de passeata, sem tirar a missão social e política que a Igreja deve ter para melhorar a vida das pessoas. Muitas reformas ainda estão por serem feitas, e os últimos escândalos certamente contribuirão para que o próximo papa as lidere. E espero em Deus que elas não patinem como patinaram por 10 anos as reformas no Brasil, com o governo petista.

Voltando ao Lula, eu já ando tão impressionada com a antecipação do debate eleitoral no Brasil, que esperei que o Papa, em sua última audiência pública dissesse o seguinte:

Caros amigos do Brasil.

Eu já soube que os próximos candidatos a presidente do Brasil são o FHC e o Lula. Peço-lhes que reflitam bem, façam o que lhes peço para o bem de seu país. Não vote em nenhum dos dois. Os dois deveriam vir ficar comigo aqui no Vaticano onde morarei depois de minha renúncia, e nunca mais meterem o bedelho em política. O primeiro porque já é da minha idade e já está um pouco esquecido, como eu. E o segundo porque está enredado até o pescoço com falcatruas e amantes. A senhora que está no poder, e que tem mais popularidade do que eu, foi retirada da disputa porque não sabia rezar nem o Pai Nosso. Outros pretendentes, até agora, não dizem a que vieram. Seria ótimo que o próximo presidente do Brasil fosse um italiano, mas, não me atrevo a sugerir o Cesare Battisti. Portanto, caros irmãos e irmãs, esperem um pouco para tomar sua decisão. In nomine Patris, et Filli et Spititus Sancti.”

É claro ele não disse nada disto, apesar de haver sempre um lulo/petista em qualquer canto querendo abrir o debate sobre a sucessão. Eu penso que o Coronel Eduardo deveria enfrentar o caso dos precatórios,  e seu passado, que será destrinchado em pedaços miúdos pelo PT, somente para levar a disputa para um segundo turno. Se isto acontecer eu voto nele, se não aparecer um melhor do que os até agora apresentados, que deixe a Dilma de fora. Afinal, como diz o Zezinho, o Eduardo, de socialista, só tem as penas. (LP)

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Uma pesquisa séria sobre números e blogs de Bom Conselho



(Imagem do Blog do Poeta)


Vendo ontem o resultado do Oscar de Bom Conselho, que elegeu, entre outros o melhor blog da cidade, a partir da resposta de 5 mil pessoas, que até hoje ninguém sabe quem são nem onde habitam, eu resolvi ir a alguns deles e fazer alguns cálculos. Antes que digam que mulher é burra, não sabe contar e só cozinhar, eu aviso que fui uma das melhores alunas de matemática do Seu Clívio, no Ginásio São Geraldo.

Eu não sei ainda porque as pessoas votaram no Blog do Bardo e quem foi o segundo colocado, ou se teve prêmio de consolação, que eu daria a Tiago Padilha, por ter me retirado de sua lista de blogs, por ordem do próprio Bardo.

Por enquanto só lastimo que algumas pessoas ainda acreditem na pabulagem do Poeta. Vamos aos números, de que ele tanto se gaba. Total de acessos: 1.400.000. Número de postagens: 5.050. Acessos por postagem: 227. Meu blog. Total de acessos 58.000. Número de postagens: 400. Acessos por postagem: 170. Blog AGD: Total de acessos: 240.000. Número de postagens: 830. Acessos por postagem: 290. Blog do Tiago Padilha: Total de acessos 301.213. Número de postagens: 2.680. Acessos por postagem: 112.

E por que é importante o número de pessoas por postagem. Por um motivo muito simples, que os números acima mostram. Cada postagem foi vista por 227 pessoas no Blog do Poeta e por 290 na AGD. Ou seja as postagens da AGD são mais vistas. E eu venho em terceiro lugar. Neste ponto estou bem na blogosfera.

O grande problema é que estamos comparando 2 blogs comerciais com 2 blogs que posso considerar, como trabalho voluntário. E para aqueles que fazem trabalho voluntário, o importante é que suas matérias seja vistas e não o número de pessoas que vem ao blog apenas por eventos fortuitos como mecanismos de busca e outros artifícios. Eu mesma prefiro que  mais pessoas venham ler o que escrevi todos os dias, do que virem apenas quando publico sobre eventos como, por exemplo, o Encontro de Papacaceiros, que só rendeu fotos. Por este critério eu daria o título à AGD (no momento, pois, em épocas passadas este título seria do Blog da CIT, disparado, sendo secundado pelo de Bom Conselho de Papacaça).

Mas, vamos em frente. Todos os blogueiros sabem o que leva a aumentar audiência em seus blogs (e isto falando apenas no meios lícitos, deixando de lado o teclar incessante de contratados e a burla do contadores). Há mecanismos de buscas que incrementam muito o número de acessos, mas, que são levados aos blogs apenas por palavras chaves, preparadas e seguidas pelos mecanismo de busca. Por exemplo, os blogs que falam de sexo tem, em condições de igualdade, maior audiência do que aqueles blogs pudicos. Para comprovar isto basta tomar o depoimento sincero do Guerrilheiro de Garanhuns, sobre sua audiência aos sábados. Eu não vou lá neste dia, mas, muitos vão, porque é sábado. Isto também se aplica a sexo de jumentinhas, que deu audiência ao Poeta muito tempo, sem querer comparar os dois blogs pois o Guerrilheiro estudou português.

O que sou contra é a mistificação que se faz com o número de acessos, como se isto fosse o único fator avaliador de blog. E o número de comentários, não conta? Acho o Blog do Roberto Almeida, que era melhor quando citava o meu (mas, isto é um problema dele e não meu), o melhor blog de Garanhuns pelo número de comentários e pela oportunidade que ele dá aos anônimos (mesmo com nomes) que animam a blogosfera.

Eu não gosto dos blogs que são extremamente comerciais, ao ponto de rebaixar seu conteúdo para pegar patrocinadores. A melhor forma para fazer isto é separar o departamento financeiro do departamento de produção. Mesmo sabendo que são poucos os que seguem uma linha equilibrada, neste sentido, continuo defendendo isto. Mesmo que digam que eu só diga isto porque não vivo do meu blog, e reconhecendo as dificuldades certas horas, eu apenas digo que apenas condeno os extremos.

No caso do Poeta, que anda de balcão em balcão de mercearia cobrando pagamento pelos penduricalhos, eu nem me importaria se fosse outra pessoa que escrevesse as matérias, que fossem boas e bem escritas e que não só fosse de auto louvação ou apelativas, como miolos esmigalhados ou jumentinha em posições eróticas. Mas, não o fazendo, ele tem um milhão de acessos que não me fazem inveja, mesmo que ele tenha ganho o Oscar de Bom Conselho. Conta-se quando ele passou no tapete vermelho para receber o prêmio, ficou indignado porque dentro do prêmio não vinha uma nota de 100 reais. Aí já é demais. (Sintomático é, que até o momento que escrevo não vi nenhum outro blog de Bom Conselho noticiar o grande evento do Oscar de Bom Conselho. Que deselegância com a chefia!).

E no futuro, os próprios patrocinadores verificarão que, com o número de penduricalhos propagandísticos que lá se encontram, seus estabelecimentos vendem por outros motivos e não porque são anunciados nestes blogs.

Esta seria um pesquisa séria que poderia ser feita por cada comerciante. Era só perguntar a cada comprador: “Onde o senhor viu o nome do meu estabelecimento que o fez decidir comprar aqui?” Sem risco de pecar, eu digo que depois de uma pesquisa destas e sua publicidade as coisas se equilibrariam e não fariam o Poeta como modelo para os blogs ao ponto de Bom Conselho ter um nível tão baixo para os seus blogs comerciais.

Entretanto, já vejo que escrevi demais sobre o tema, por hoje, mas voltarei, bem antes da nova festa do Oscar de Bom Conselho, onde espero que o meu blog seja incluído na pesquisa “séria” do publicitário que fez a última.

E como soube que o patrocinador da AGD é Jesus, Maria e José, eu vou apelar para N. S. do Bom Conselho para que patrocine o meu daqui para frente. Se o Padre Marcelo me cobrar algum cachê, eu peço a volta do Padre Nelson.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Rede lançada. E agora?





Por Ateneia Feijó (*)

Nem oposição, nem situação. Centro volver?  Não. Então que diabos de posição? A própria. Se preferir, leia “in-de-pen-den-te”. Qual é o jogo? Por enquanto apenas o lançamento da Rede Sustentabilidade, sábado passado, pela ex-senadora Marina Silva.

Que até tem uma carinha de pescadora. Mas, na sua biografia, o retrato é de uma estudiosa formada em História, também autodidata compulsiva, com um enredo de vida extraordinário. Mesmo assim, muita gente (por preguiça ou preconceito) a considera uma coitada ingênua; que não fala “coisa com coisa”.

Outras pessoas, para quem suas palavras fazem sentido, julgam Marina espertíssima. Ou uma idealista capaz de semear reflexões pertinentes. Principalmente porque a Rede não pretende ser um partido apenas para disputar eleição. Entre suas pretensões, a transformação dos eleitores, que passariam de espectadores a protagonistas da política.

O objetivo, no caso, seria dispersar as manadas partidárias. Para quê? Para “enredar” cabeças criativas. Juntá-las, sem inibir sua capacidade individual de pensar, a fim de mudar crenças, atitudes e sistemas superados para a civilidade de uma cidade, o desenvolvimento real de um país, a pacificação do mundo e a sustentabilidade do planeta.

Utopia? Talvez o Brasil esteja precisando... Até porque, numa democracia, podem existir vários tipos de jogos políticos desde que as regras de cada um sejam claras e respeitadas.

Por falar em jogo, uma das cobranças mais comuns a Marina é por sua insistência em subir no muro. Interpretada como covardia em revelar de que lado está: contra ou a favor do governo.

Pudera, em uma nação polarizada, a maior torcida acaba sendo para a luta entre inimigos desesperados. Um para tomar o poder, o outro para preservá-lo.

Não, não se pode negar que Marina gosta de paisagem. Ela sobe destemidamente no muro para enxergar mais longe, vislumbrar novos horizontes. Perceber melhor a direção dos ventos, a intensidade dos raios solares, o movimento das ondas.

E se expor...

Mesmo sabendo que vai se tornar alvo de pedradas vindas dos dois lados. Quer saber? A ex-senadora do Acre é muito corajosa.

Tomara que a Rede Sustentabilidade sirva para ajudar a juventude brasileira a encontrar uma forma de praticar política com dignidade (esta palavra ainda existe?). É cedo para discutir nomes para as próximas eleições, mas já está na hora de debater o que se deseja daqui por diante.

Afinal, tem muita gente neste país observando o clima político de cima do muro.

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(*) Publicado no Blog do Noblat em 19.02.2013. Eu sempre digo que a Ateneia vai ao ponto, mas, desta vez, penso  ela ficou também em cima do muro, como eu estou quanto à REDE de Marina. Eu ainda penso que ela está muito parecida com uma rede de defunto, e, com este texto da brilhante jornalista, acredito que ela está estendida entre dois muros.

A Marina foi do PT, tentou se curar, foi para os “verdes”, não deu certo e agora flerta com várias cores. Será que dará certo. Penso que “onde foi casa é tapera” e seu objetivo é chegar ao poder, se possível, a presidência da república. O grande problema que vejo neste seu objetivo, vendo sua rede balançar, é que não há nada nela ainda que me chame para entrar nela já em 2014.

Talvez a motivação de mudar a forma de nossos meninos verem a política no futuro seja um objetivo respeitável, mas, cada vez que leio mais, o que está dentro da REDE nada mais é do que um projeto de poder coberto pelas suas franjas, onde vi duas letrinha quase apagadas: PT.

Já tem muita gente, que ao primeiro balanço da REDE, já embarcou nela, como o Guerrilheiro da Sete Colinas de Garanhuns. Eu apenas torço para que ele não fique logo nauseado com os balanços que virão, quando num segundo turno a Marina, se lá não estiver a se balançar, dê outra vez a vitória a Dilma, como se fosse um jogo combinado como em 2010. Todos sabemos ela fez a diferença naquele momento. Eu confesso, que torci muito pelo seu apoio a Serra, e penso que hoje estaríamos melhor.

Hoje temos outra realidade, que é o Aécio, que como bom mineiro adora fumar um cigarro de palha e ficar vendo o tempo passar, e se for deitado numa rede melhor ainda. O Coronel Eduardo que parece não engole mais o PT, pode se apresentar. Eu confesso que dou um no outro e não quero torna. Mas, vamos dar tempo ao tempo. Neste caso eu acompanho meu amigo Zé Carlos lá em cima do muro, agora junto com Ateneia, com rede ou sem rede. (LP)

sábado, 23 de fevereiro de 2013

Ainda a Yoani. Ela merece...




Dia de sábado nem venho sempre aqui. Fim de semana é o meu descanso do blog. Sei que meus leitores sofrem com isto, mas, entendem que também preciso recarregar as pilhas. No entanto, sem subir a serra e os netos ainda dormindo fui ao computador.

Entrei no Twitter muito tempo atrás, penso até antes do tempo que o Blog do Poeta ao invés de inventar concursos de mulheres guerreiras (graças a Deus parece que ele desistiu de “desomenagear” a Dida Tenório, colocando seu nome em tal asnice) apresentava uma jumentinha em pouses eróticas como chamariz do blog. E hoje recebi uma mensagem, nessa parte das redes sociais, de alguém que seguia há muito tempo: Yoani Sanchez.

Junto com esta mensagem havia um endereço de um vídeo no YouTube que segui e vi. Vejam também abaixo:


Voltando, eu pergunto: alguém que diz o que esta moça diz, merece ser escrava em seu país, ou, pelo menos passar o que ela passa? Ela merece ter a palavra cerceada por brucutus do PT e das esquerdas brasileiras?

Só ao saber que foi o PSDB que convidou a blogueira para o encontro acima já me deixa um pouco propensa a largar o que vejo como oferta para 2014 e começar a pensar outra vez em me tornar cada vez mais azul, apesar do Aécio. E não é só por isto. Vejam o que o ex-apedeuta-mor está fazendo com este país. Dentro de uma crise na economia que precisa de comando para sair dela, o cara lança uma campanha antecipada e a presidenta, com um único neurônio em alerta, aceita o jogo. O que fazer então?

A respeito da Yoani, ainda, li hoje em minha ronda madrugadora, um texto do Reinaldo Azevedo onde ele fala do silêncio sobre  este caso por parte da ABI (Associação Brasileira de Imprensa) e da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil). Eu, mais localmente, já achei uma excrescência nenhum blog de Bom Conselho (com as exceções de praxe) tocar no assunto. Mas fico no plano nacional pois a vergonha é maior. E termino esta postagem sabática (no meu caso quer dizer rara), com uma frase do citado blogueiro, em seu texto (“Silêncio vergonhosos”):

“Não se trata de superestimar o caso Yoani. A rigor, nem cumpre falar em assegurar a “pluralidade” porque mal se ouviu o que ela tinha a dizer. A questão é ainda anterior: trata-se de assegurar o direito à voz. Se esses vândalos fazem isso agora com uma visitante de um país estrangeiro, não tarda, e estarão fazendo também com os nacionais.”

Depois, caros colegas blogueiros, não digam que não foram avisados.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

OS MISERÁVEIS





Neste domingo fui ao cinema. Atirei no que vi e matei o que não vi. Saí de casa para assistir ao filme “Lincoln”, e ao chegar lá, descobrimos, eu e meu marido, que foi o pesquisador sobre horários (não confiem na memória de alguém com mais de 60), que este filme só passaria à noite. A primeira reação dele, para não gastar com minha entrada, que ainda é inteira, pois ainda não sou coberta pelo Estatuto do Idoso, foi de querer voltar logo para casa. Eu bati o pé e mesmo contra os meus princípios, fi-lo sentir que não aguentava mais exploração de gênero. Tudo isto é jocosidade minha, pois ele não ousaria  tanto. E resolvemos assistir a outro filme, que, será necessário que o “Lincoln” seja muito bom para que eu diga que perdi alguma coisa em não assisti-lo, por enquanto.

Entrei na sessão onde passava Os Miseráveis. A história eu já conhecia pois li o romance muito tempo atrás e já vi vários filmes tendo ele como base. No entanto, este é simplesmente, primoroso como cinema e como espetáculo, pois, vi depois ele se baseia num musical da Broadway, com o mesmo nome. E lá, dizem, o que passa é de primeira.

Confesso que nunca chorei tanto em minha vida. Ou melhor, nunca choramos tanto em nossas vidas, pois o meu acompanhante deve ter chorado mais do que eu. Oh! velho frouxo! E olhava em volta de nós, os outros espectadores tinham olhos vertendo lágrimas como cachoeira.

Isto pode passar a ideia de um sentimentalismo exacerbado, e penso que estou certa, fazendo isto. E penso até que o romance, escrito na época do romantismo, pelo Victor Hugo, e numa época difícil para o país, a França, onde a história se passa, isto não seria uma novidade.

De início, quando vi que era um Musical de cabo a rabo, pensei que iria ficar nauseada com a música excessiva, e em certos diálogos cantados isto foi verdade, ficando com saudade de Cantando na Chuva. No entanto, o tempo do filme foi passando (filme longo) e a história foi crescendo e crescendo, as lágrimas correndo e correndo, e passou qualquer predisposição com musicais que pudesse ainda ter.

Meu inglês nunca foi muito bom, mas, o inglês cantado pelo elenco e tão claro que, no final, eu já estava encontrando as palavras adequadas para a rima correta. Lógico, me valendo das legendas em português para não perder nada da história, apesar de já conhecê-la.

Como todos já sabem, o romance e também o filme musical, gira em torno do cumprimento do dever legal, por um lado, com o Inspetor Jalvert, e a sensibilidade humana encarnada na personagem Jean Valjeant. Isto dentro de uma descoberta daquela época e até hoje importante como fato político de que a pobreza não era um fenômeno natural. Como sempre ocorre, não foi a pobreza que descobriu isto, e sim alguns intelectuais bem aquinhoados que resolveram lutar contra uma ordem já caquética e que se mantinha naquele momento.

Apesar da diferente situação social existente nos dias de hoje, na qual não nasceria mais um Marx com suas ideias, simplesmente porque o conceito de classe social agora se refere a quem tem uma geladeira e a quem não tem, é importante fazer um paralelo entre as duas realidades.

O que mais nos faz chorar no filme, além da música envolvente e a grandiosidade dos cenários, mostrando Paris da época, é a brutal vida dos pobres. Um petista naquela época proporia logo um decreto de Bolsa Família. E como todo petista que se preza, ficaria de fora administrando e usando os recursos para outros fins. Mas, este papel era feito pela Igreja Católica através de suas instituições de caridade. Foi ela que transformou o Jean Valjean num homem rico e protagonista de um grande gesto de sensibilidade humana.

O principal dilema moral do filme, e que nos deixa muito embaraçados do ponto de vista político de quem defende um sistema democrático de direito, onde a lei seja igual para todos e que “dura Lex, sed Lex “, é que alguém (o Valjean), por ter roubando um pão para matar a fome da filha, passa 20 anos presos, e é seguido implacavelmente pelo homem da lei (o Jalvert). Só nos resta a esperança e quase certeza de que os dilemas morais que nos aparecem, desta forma, possam ser solucionados a partir do indivíduo e não só do Estado. A resposta que devemos dar se nos perguntarem se, “deveria um homem que roubou um pão naquela situação  ser preso?” Talvez, fosse pegar um pão e devolver ao homem da padaria, para que este não prestasse queixa à polícia, e lutar para que o mesmo dilema não aparecesse mais na sociedade. A ideia sentimentalóide de que ele não cometeu crime nenhum perante a Lei, sempre deixaria o Renan impune. E eu não compraria vacas para dizer que os recibos de Renan eram verdadeiros.

Ou seja há situações onde as organizações político/sociais ainda falham em terem respostas absolutas. O que a Democracia nos dar é a oportunidade de melhorarmos cada vez mais, unindo a ética à lei, embora, ache que não chegaremos nunca a perfeição neste nosso plano terrestre. Por hora, só nos resta chorar, e de preferência com a beleza de um filme que eu aconselho que assistam.

Mas, mesmo que não consiga vê-lo agora no cinema, ainda verei o “Lincoln” quando chegar aos vídeos clubes. Quem sabe eu  chore menos e saia com mais soluções para os meus dilemas morais?

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

O caso Yoani Sanchez. Uma vergonha nacional





Quase agora, depois de ter feito minhas obrigações de blogueira antenada, procurando zelar por esta atividade tão vilipendiada em Bom Conselho, eu estava escrevendo sobre um filme que assisti no último domingo, que é um primor, chamado Os Miseráveis. Entre uma teclada e outra eu fui à internet, e, no Blog do Augusto Nunes,  encontrei um texto e um vídeo, que me fez parar e pensar.

Pensando, o que os petistas deixaram de fazer, deixando a cúpula cubana fazer por eles, eu disse: vou deixar estes Miseráveis para depois, e tratar dos miseráveis de que trata o Augusto Nunes, que são os petistas que tentaram mexer coma liberdade de expressão no caso da blogueira Yoani Sanchez. E mexeu com a liberdade de expressão, mexeu comigo.

Vejam o vídeo e o texto do Augusto, e depois eu volto para tratar sobre os miseráveis cubanófilos.


“O vídeo ilustra a reportagem publicada pelo jornal italiano La Stampa que resume o primeiro dia de Yoani Sánchez no Brasil. São 4min10 exemplarmente pedagógicos. A selvageria dos patrulheiros alugados colide frontalmente com a serenidade da blogueira cubana. As cenas de primitivismo explícito protagonizadas por revolucionários de galinheiro contrasta penosamente com a silenciosa aula de dignidade ministrada pela visitante. Ouçam as palavras de ordem berradas pela turma das cavernas. Confrontem a gritaria desconexa com as observações sensatas da mulher sem medo. E reconheçam: o país que pensa tem o dever de envergonhar-se desse grotão cafajeste que Yoani foi obrigada a contemplar minutos depois do desembarque.

O que há com os democratas brasileiros que se deixam dobrar por um punhado de baderneiros sem causa nem cérebro?, estaria perguntando Nelson Rodrigues. O que esperam os políticos eleitos pela oposição para formarem escoltas que garantam a Yoani, fisicamente, o direito à palavra? Baianos e pernambucanos perderam uma boa chance de deixar claro que o Brasil não é Cuba. Nem será, precisa saber a visitante antes de seguir viagem. Nesta quarta-feira, ela conhecerá a maior metrópole do país. Cumpre aos brasileiros de São Paulo mostrar-lhe que, apesar do PT, do PCdoB e de outras velharias ideológicas, a democracia continua em vigor. E não será revogada.”

O jornalista foi ao ponto. A jovem blogueira se mostrou tranquila ao ponto de me emocionar, mesmo se não dissesse uma só palavra. Mas, ele disse, e mesmo que meu espanhol seja pior do que meu inglês, deu para entender perfeitamente o que é a o regime político de opressão em que vivem os cubanos.

Antes de morrer ou para não morrer o Fidel tenta mudar seu regime para que todo um povo lutador não morra de fome. Fome física mesmo, biológica e não só a fome de liberdade que parecia morta, mas, teima em renascer em pessoas como a Yoani, e que morreu mais um pouco no Brasil, onde aconteceu o vexame mostrado no vídeo acima. Estou envergonhada como brasileira e como gente pelo comportamento dos brucutus que atuaram nele.

Depois escrevo sobre Os Miseráveis do Victor Hugo, pois hoje já vimos miseráveis demais.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

O Poeta e o sistema de cotas raciais





Alguns dias atrás eu escrevi um recado no Mural da AGD, que é um meio rápido e eficiente para dar respostas a algumas excrescências que aparecem na mídia do Agreste Meridional, sobre um filme que o Poeta postou em seu blog e que eu reproduzo lá no fim, sobre as chamadas cotas raciais.

Para aqueles que não sabem,  o sistema foi uma forma encontrada pelo “progressismo desvairado” de fazer “justiça social” usando minha cor como escudo para não pensar em como elevar a “raça” negra a um grau de igualdade que lhe foi negado desde os primórdios de nossa história, com o devido esforço mental que o tema merece. O nosso problema é que quase não se pensa mais em nosso país, a não ser propor coisas, que sejam de fácil aceitação e de execução muitas vezes desastrosas para o país.

Ninguém está aqui para apagar a história do sofrimento negro durante a história do Brasil e do mundo. Sim, sofremos muito e meus ancestrais sofreram mais do que eu. O problema que surge com as soluções do tipo “discriminação positiva” como é esta da implantação de cotas raciais, é que algumas perguntas  ninguém faz pelo medo de que as respostas firam de forma contundente a justeza de sua proposta.

Quem foi o culpado pela escravidão? Só os brancos? Qual a participação dos negros em sua própria escravitude? E mesmo que isto fosse possível de se responder historicamente, isto é, no passado,  como estas perguntas seriam respondidas na atualidade? Será que meus filhos, porque nasceram mais brancos do que eu, devem pagar o pato porque meu tataravô foi escravo? O que hoje sei é que, através de minha própria luta, eu consegui ter uma família, que é quase branca na cor, mas nunca ousa levantar os olhos para outro branco e pedir-lhe favor para entrar numa universidade. E eles, como indivíduos, não podem ser discriminados ao ponto de perder o lugar numa numa delas, porque agora um seu colega de cor tem que ocupar sua vaga, mesmo que eles tenham mais capacidade. Graças a Deus eu os criei para serem homens e mulheres que através do seu esforço individual pudessem andar com suas próprias pernas, independentes de seus lábios grossos (minha filha diz que atualmente são até apreciados).

Eu não tive esta chance (de entrar na universidade), mas, não foi pela minha cor, e sim porque optei por outros caminhos. Afinal, ser dona de casa, mãe e agora avó, não me tirou a capacidade de me realizar como um ser humano, mesmo que ainda tente me realizar ainda mais procurando ver um dia o Brasil livre do “progressismo desvairado” e todos lutando para resolver seus problemas, inclusive daqueles de cor, mas, não como passe de mágica.

A consciência de que a cor da pele tem influência na ascensão social é um fato e que isto deve-se ao papel do negro na história também é um fato. Mas, meus filhos não participaram desta história e não é justo que hoje sejam discriminados pelos erros dos seus antepassados. Eles hoje não são servidos por escravos e nem tratam minha faxineira como escrava. Pelo contrário são muito amigos. Penso que a Vilma, minha faxineira é apenas escrava do Bolsa Família, pois se recusa a sair do programa mesmo que ela tenha sua situação regular onde trabalha (eu iria dizer que algum fiscal do programa não me ouça,  como se eles existissem, o que não é o caso; em Garanhuns, o que tem é um caçador de pobres para incluir no programa; alguém se lembra do caçador dos escravos na África?)

Não é verdade o que a moça negra diz no filme abaixo, de que toda doméstica é escrava ou seja tratada como tal. O que penso é que talvez, a própria mocinha, que parece ser uma boa atriz, não deve ter usado o sistema de cotas para entrar em alguma escola de teatro. Talvez o que ela queira é uma sistema de cotas para ser atriz na Globo, pois me parece que ela ainda não está preparada para tal. Eu prefiro a Camila Pitanga ou o Milton Gonçalves.

E se for para reparar injustiças históricas, ninguém foi mais injustiçado e vilipendiado do que o povo judeu. Mas, ao invés de lutar por cotas para estudantes judeus nas universidades do mundo este povo compensou a crueldade dos faraós antigos e modernos com sua inteligência e trabalho. Hoje tem o seu próprio país, apesar de que eu pense que eles são muito voltados para eles mesmos, com a ideia de raça, o que muitas vezes deu razão aos seus algozes.

Voltando ao filme abaixo, eu achei o texto de uma arrogância sem par, além de ser uma conclamação para ampliar o conflito racial no país, o que deveríamos repelir de todas as formas. O que deve predominar quando se pensa em desigualdade social é a mente voltada para a igualdade de oportunidades, e que deve ser construída passo a passo dentro de um regime democrático e de direito. Isto não se faz num passe de mágica. Mas, que tal começar com a ideia de que todas as crianças devem ter a mesma educação tornando-as aptas a lutarem pela universidade com os de qualquer cor por um lugar na universidade, daqui a pouco?

Eu tenho quase 60 anos (nunca fui tão explícita assim quanto à idade, mas, é por uma boa causa) e se hoje quisesse entrar numa universidade jamais apelaria para minha cor, discriminando alguns brancos, cujo crime foi terem nascido pobres. E jamais proporia um sistema de cotas para velhos, para me aproveitar dele (apesar de está doida para usufruir da meia entrada nos cinemas). Eu gostaria mesmo, se assim tivesse necessidade, era entrar no vestibular normal e mostrar que ser mulata não é só rebolar na Marquês de Sapucai (embora nada tenha contra, pois quem tem o que é seu, rebola onde quer), e sim também usar a cabeça e bater na bunda de branco que ousasse se achar superior pelo colorido de minha tez.

Mas, para manter meus padrões de não prolixidade, tenho que parar por aqui, mas, não posso deixar de tocar no assunto que li esta semana em algum lugar. Foi feita uma pesquisa pelo IBOPE que mostrou que 62% das pessoas apoiam o sistema de cotas. Isto não me surpreendeu nem um pouco. Pelo menos 99% do povo preferiram Barrabás a Jesus, e, nem por isso, eu achei a decisão acertada, assim como a popularidade do Hitler, do Lula, do Hugo Chaves e até do Fidel (se seguir os padrões de pesquisas cubanas) bateram recordes, e mesmo assim eu continuo pertencendo ao outro lado. O importante, é que num regime democrático que ainda estamos aprendendo a viver, as minorias também devem ser respeitadas, pelo simples motivo de que sem elas, não existiriam as maiorias, e sim um povo amorfo, como alguns querem tornar o povo brasileiro.

P. S.: Eu citei o nome do Poeta no texto porque eu vi o filme inicialmente em seu blog. No entanto, penso que ele ouviu o galo cantar e não sabe aonde. Talvez o que ele entenda deste debate é querer se aproveitar do sistema de cotas para entrar numa universidade sem saber escrever em português, o que não seria justo. Talvez, esteja tomando o lugar do Tiago Padilha, que escreve direitinho apesar de pertencer à blogosfera do Poeta.


segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Será a REDE de Marina uma "rede de defunto?"





Eu estive lendo sobre o novo partido da Marina. Quem me acompanhou durante este tempo de blogueira, dona de casa e política,  não necessariamente nesta ordem, deve estar lembrado que eu fui uma marineira de primeira hora nas eleições de 2010 e fui um dos 20 milhões de votos que ela teve naquela eleição.

De lá prá cá muita coisa mudou, tanto em mim quanto na Marina. Eu saí um pouco do verde e fui para o lado do azul, enquanto a Marina saiu do verde e se perdeu num jogo de cores que até agora não entendi.

Confesso que, até agora, não li com profundidade sobre a REDE, que é como estão chamando o partido dela. Talvez, porque esteja muito ocupada tentando também deslanchar o PLP (Partido da Lucinha Peixoto) e que talvez seja mais tradicional do que uma rede que balança por aí sem rumo, dizendo que não é governo e nem oposição e muito menos pelo contrário.

O que me mete medo em Marina é sua dependência das ONGs internacionais que pensam que o Brasil é a Casa da Mãe Joana, quando é a Casa da Mãe Dilmona, o que dá no mesmo. Quando eu vejo um bando de marmanjos, venezuelanos e cubanos, se juntarem aos petistas para tentar venderem suas ideias carcomidas pelo tempo e pelo câncer aqui no Brasil, eu sinto vergonha de ser brasileira, nesta época.

Eu não sei como o programa da REDE encararia a presença de cubanos no Brasil a controlarem os passos da sofrida blogueira Yoanes Sanchez. O programa do PLP prevê cadeia ou cana dura nestes casos e expatriação imediata dos meliantes. Além disto, prevê a chamada do embaixador para apanhar de palmatória na bunda nua. Desculpem minha jocosidade violentícia, mas, não suporto que um caso desse passe sem nenhuma contestação de qualquer partido político, numa autêntica democracia.

Estou ainda esperando os estatutos da REDE para me manifestar com mais precisão. Mas, pelo que li até agora, esta rede está mais para rede de defunto do que para uma rede que me dê prazer pelo seu balanço em minha varanda.

Uma coisa é certa, com as andanças da Marina e suas ideias atuais, dificilmente eu voltarei a ser aquela marinete que saia pelo Recife carregando um bandeira verde 2 anos atrás. E agora, penso que a rede de Marina está muito mais difícil de carregar.

Voltarei ao tema, se me vagar tempo.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

O MST caiu no samba?





Por Ateneia Feijó (*)

Caiu! O Movimento dos Sem-Terra tem batucada e sua própria escola de samba. Chama-se Unidos da Lona Preta e desfilou neste fim de semana na Grande São Paulo. Fundada em 2005 por militantes assentados, surgiu como uma espécie de contraponto ao carnaval mercantilizado.

Até aí normal. Já sair às ruas com samba-enredo sem autor... Na Unidos da Lona Preta a escolha do tema, da música, do conteúdo, da métrica, das rimas e de tudo mais que dá origem a um samba-enredo precisa ser debatido politicamente antes e durante o processo da “formação poética”.

Isso porque samba-enredo para o MST só é legítimo se nascer do coletivo.

Um direito do movimento? Vai entender. Melhor sacar de saída: criatividade individual e solo artístico não tem vez entre os assentados. Em entrevista a José Coutinho Júnior (da Página do MST), o sociólogo e músico Tiarajú Pablo D’Andrea avisa que “a Unidos não faz samba-festinha, faz samba-luta”.

Ou seja, não se trata de samba para ser apreciado ou consumido pela burguesia. Até porque “organizar uma batucada por si só é organizar o povo”, como acreditam Tiarajú e os militantes-sambistas.

Em contrapartida, há quem se impressione com a organização do “carnaval mercantilizado”. Henrique Meirelles, por exemplo. Domingo, na Folha de São Paulo, ele destacou a eficiência dos grandes desfiles das escolas de samba no artigo “Sambão com gestão”.

Enumerou as causas que deslumbram turistas que assistem os desfiles: “estrutura inserida na cultura local; ritmo e direção comuns a todos; papéis claramente definidos; margem de manobra no exercício de cada tarefa; alto grau de motivação e planejamento”.

Sambistas e plateia se complementam. No Rio, as escolas recebem dinheiro da venda dos ingressos da Passarela do Samba e dos direitos de transmissão pela TV; subvenções da prefeitura e do estado. Além do patrocínio da Petrobrás.

Não há mais lugar para amadorismo nas relações de trabalho, com fornecedores ou possíveis patrocinadores. Samba na pista, negócios à parte. Em nome do público e da competição apaixonada. E o próximo passo?

Em 1960, Fernando Pamplona revolucionou o carnaval produzindo o desfile do Salgueiro (com pouca grana) com o enredo Quilombo dos Palmares. Trazia a história de Zumbi e uma nova estética visual, espetacular e sem luxo. Em 1989 teve o Cristo mendigo de Joãozinho Trinta, na Beija-Flor.

O que não desmerece o bom uso de riqueza e tecnologia (vide Unidos da Tijuca). E na Unidos da Lona Preta? O samba tem outra batucada.

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(*) Publicado no Blog do Noblat em 12.02.2012. A Ateneia vai ao ponto novamente. A ideia de arte coletiva em contrapartida à arte individual é uma ideia surgida durante as experiências do socialismo real no século passado. Era a criação de um novo homem que teria anulada sua individualidade subordinando-a ao coletivismo socialista. Tudo pela luta por um homem novo que primeiro pensasse na coletividade e depois nele próprio. Deu no que deu. Aqueles poucos que conseguiram pensar assim (o Altamir em Garanhuns pensa que o Che Guevara foi um deles), viram seus sonhos terminarem nas dachas russas e nas mansões cubanas para uns poucos, ornamentadas com arte individual.

Isto não quer dizer que uma obra de arte não possa ser uma obra coletiva. Pode sim. Mas, o pensamento daqueles que dela participam geralmente visa mais o seu eu individual do que o coletivo. E é um sistema que aceita e é baseado nessa força individual que habilitou o MST conseguir lona preta para os seus acampamentos. E o Bloco do Lona Preta (eu chamaria de Favelados de Plástico, mas, eu só penso no indivíduo) produzindo coletivamente deve ter a mesma audiência para suas músicas: eles mesmos.

É este tipo de radicalismo que sepultou o sonho socialista. Talvez cheguemos lá um dia, mas, antes, concordando com o Marx, teremos que passar pelo capitalismo, que entre nós ainda é selvagem, que é a etapa anterior para um capitalismo civilizado. Aí sim poderá vir o socialismo e até o comunismo, naturalmente, com o desenvolvimento das forças produtivas que possa vender lona barata para todos, para não se atravessar o samba. (LP).

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

A renúncia do Papa e o mensalão





Ainda em Gravatá e antes de tomar as cinzas, que limpa a intoxicação dos dias gordos de carnaval, eu me volto para um grande acontecimento, não só para nós católicos mas para todos os terráqueos: A anunciada renúncia do Papa.

Sabemos que o cristianismo é um religião de influência mundial e que o catolicismo abrange grande parte dele, sendo ainda a religião mais importante no mundo. À Igreja católica eu pertenço e a pratico, sem tirar a importância de qualquer uma delas. Isto hoje parece natural, mas não era.

Sou do tempo e que o Frei Damião ainda corria atrás de “crentes” como se eles fossem demônios, só pelo fato de não serem católicos. Depois do Concílio Vaticano II tudo mudou, e continuou mudando, até que a evolução chegou a tal ponto, na qual eu não me sentia mais católica. Nossa fé passou a ser mais um movimento social onde reinavam ideologias até ateias. Eu temi pela minha religião.

Veio o Papa João Paulo II e deu um freio de arrumação, retirando os boffs do nosso convívio e trazendo a fé ao seu leito natural, dentro de uma postura menos caricatamente cristã e mais genuína. Isto já era influência do então cardeal que hoje ainda é o nosso Papa Bento XVI.

E talvez tenha sido por viver os horrores do nazismo em seu país de origem, no qual ele foi obrigado a pertencer a brigadas que louvavam o mito do bigodinho, que ele descobriu que a Igreja não deveria ficar a reboque de ditadores ou candidatos a tal, que infestavam e ainda infestam nossa América Latina.

Para isto voltou a Igreja de Pedro para dentro dela, como forma de se preservar dos rumos que o mundo estava tomando em certas áreas. Seria a fé em primeiro lugar.

Nisto, penso eu, mesmo sendo católica, mas não ovelha, que houve alguns exageros sobre dogmas inúteis que se perpetuam e que não são essenciais para que se exerça nossa fé dentro de um mundo mais moderno.

Por exemplo, não se pode mais encarar o aborto como sendo algo que sempre é um ato contra a vida, sem analisar caso a caso, dentro da legalidade, o que pode ocorrer na situação concreta. Já escrevi muito sobre isto e aqui não é o momento nem de repetir nem de continuar.

Outro ponto que me insurjo quase sempre sobre as determinações do código canônico é a forma radical como o nosso Papa renunciante tratou o tema. Não sou a favor da criminalização da homofobia como querem alguns amigos gays, mas, impedir que eles se amem, dependente de definições arcaicas, é cruel para uma realidade onde a diferença entre sexos se dilui cada dia mais.

Entretanto, sempre fui a favor das ideias do Bento XVI, não para tirar os padres da boa política, mas, tirá-los das passeatas ideológicas. Isto até meu confessor concorda comigo.

E já estão surgindo as teorias conspiratórias do porquê o Papa renunciou quando há mais de 600 anos que não acontecia um renúncia entre seu antecessores. Há muitas versões.

Uma delas, na qual eu não acredito, mas, há fatos que me deixam em dúvida, é a seguinte. O Papa descobriu, que pelo seu estado de saúde precário, o Lula, sabendo disto, havia procurado cardeais em Roma para influir na eleição do seu sucessor. Com a notícia que ele tinha feito o mesmo com o Gilmar Mendes em relação ao mensalão o Santo Padre resolveu então, ele mesmo, ainda em vida, não deixar que isto acontecesse, resolvendo mexer os pauzinhos para sua sucessão.

Mesmo assim, não se surpreendam se, a partir de março, com a escolha do novo Papa, a Dilma vier para a TV em cadeia nacional declarar que o novo pontífice é do PT e que apoia sua reeleição.

E imaginem se o novo papa for um brasileiro?! Será que alguns dos cardeais brasileiros já rezaram algum missa no ABC paulista? Eu torcerei para um papa brasileiro, mas, se eu vir alguma relação dele com o PT, mesmo que seja um afago no Leonardo Boff, eu torcerei pela África, como terra do novo Papa.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

A GAZETA e a IMPRENSA LOCAL de Bom Conselho





Só neste carnaval, aqui prostrada em Gravatá, e com um tempinho a mais, é que li os últimos exemplares (328 e 329) da A GAZETA comandada pelo nosso jornalista mor o Luis Clério. Já tinha passado uma vista rápida pelo número 328, que logo em sua capa mostra como a vida é apenas um ponto pequeníssimo em nossa existência. Nela, uma foto mostra, em clima de festa uma mulher, que pelo que soube dela, era realmente uma guerreira (ser política, no caso das mulheres é quase sinônimo de ser guerreira), a vice-prefeita de Bom Conselho, comemorando a vitória do Dandan. Já hoje, sabemos que a Dida Tenório nos deixou e continua sua existência, talvez olhando para este mundo e vendo o Poeta criar um prêmio em sua homenagem para fazer crescer a audiência de um blog decadente. Uma mulher guerreira merecia um melhor homenagem.

Entrando folhas adentro do mesmo número, além do texto do Zé Carlos, sobre a Missa das Nove, que me deu vontade de lá estar, eu notei o texto da página política onde o Luis Clério reluta em mudar o nome de batismo do Dandan. É por estas e outras que ele vai ser sempre o Dandan para mim. Segundo o texto o nome verdadeiro do Dandan é Dannilo Cavalcante Vieira e não Dannilo Godoy. Eu pensava que era com dois “LL” como o Collor, mas é com dois “NN”, como a Danniele Winits. Eu, não me incomodo com isto, o continuarei chamando de Dandan. É mais carinhoso e eu posso ralhar com ele quando ele fizer travessuras no cargo.

Já no número seguinte, o 329, vemos logo na capa o Padre Nelson, que deixou a comunidade católica da cidade consternada por sua partida para Jurema. Pelo texto da A GAZETA, houve um sentimento de perda muito grande na comunidade. Isto gerou até uma faixa que dizia: “Monsenhor Nelson! – A sua ausência nos causa profunda tristeza, mas relembrar as alegrias que você gerou entre nós é como se você aqui estivesse presente”. Pelo que soube, o homem de Deus cometeu alguns pecadilhos, maiores para uns e menores para outros, em apoiar com tanta ênfase a candidatura do Dandan, mas, o povo de Deus, às vezes erra também, já dizia Moisés em Gênese.

O que eu poderia destacar neste número além do meu texto sobre uma entrevista do Dandan ao Poeta, onde procuro mostrar que se a imprensa local se restringisse ao seu blog, o Otávio Miranda estaria se revirando no túmulo. Em primeiro lugar o editorial, que, tenho certeza, ainda é escrito pelo Jodeval, pois acreditar que Dilma e Lula não tem nada a ver com as mazelas que nos afligem e irão afligir nossa economia, é, no mínimo coisa do Jodeval. Esta turma, depois da saída do Meirelles do BC, e desde que o Apedeuta quis eleger um poste para presidência, vem acabando com tudo que havia de bom na economia brasileira, deixado por governos passados, para continuar no poder e em nome de um assistencialismo que só vicia nosso cidadão a não trabalhar, e a viver de esmolas.

Eu gostei, para ser justa, das sugestões do Jodeval para que os prefeitos entrantes comecem a dinamizar seus municípios. Mas, como eles irão fazer isto se estão tendo os recursos tungados vergonhosamente para que a Dilma distribua IPI com as indústrias para fugir de uma crise que seria a oportunidade para reformar nossa economia, retirando seus gargalos? Eu sei que não é inocência nem ignorância do Jodeval. É apenas sua paixão pela Dilma (com ciúmes do Luppi) e pelo lulopetismo que até o próprio Coronel Eduardo resolveu repelir no Recife, e está se afastando cada vez mais no cenário nacional.

Talvez, o Jodeval fosse o único no Brasil que acreditasse ainda que Lula não tem nada a ver com o mensalão. No entanto, logo umas páginas adiante da A GAZETA, encontro outra pessoa. O Ruy Sarinho. Conheço-o como comentarista do Blog do Roberto Almeida, e é do tipo “mexeu com Lula, mexeu comigo”. Ou seja, não nos coçamos juntos, politicamente.

Mas tenho um hábito que os petistas normalmente não tem, é tentar sempre ser justa. O seu texto “De portas fechadas!” nesta edição do jornal eu o subscreveria. Eu até hoje não sei, porque cargas d’água o Dandan resolveu fechar a prefeitura para produzir um relatório, segundo ele, que até agora não apareceu. Ou, antes que digam que estou mentindo, vi um resumo apurado pelo Roberto Almeida que não justifica nem o fechamento de uma sala, quanto mais da prefeitura toda.

Penso que o que acontece com Dandan, e é tratado pelo “jornalista de Olinda”, como eu o tratava em nossa trocas de farpas alhures, é a “Síndrome do Morceguinho”. Eu sempre disse que não era a época ideal para que o jovem, hoje prefeito, adentrasse no campo político, mesmo tendo a vocação que dizem que ele tem. Ele deveria ter resolvido toda sua vida pregressa e depois tentado fazer o que fez. Penso que, mutatis mutandis, há uma analogia clara hoje com o caso de Renan Calheiros, que sofre da “Síndrome da Amante Infiel” (Lula já sente até tonteiras com a mesma). Eu espero que o Dandan, para o bem da cidade, consiga contornar tudo isto e exerça plenamente sua vocação de político, pois Bom Conselho, desde priscas eras se ressente da falta do produto (existem alguns, mas não saem das prateleiras). Mas, vai ser difícil.

Enfim, foi um prazer ler e comentar novamente a A GAZETA, com a alegria de que há noticiosos que ainda nos deixam a esperança de que a nossa imprensa local ainda sobreviva, apesar da blogosfera do Poeta.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Lincoln e o Discurso de Getcheeseburguer





Ontem eu li o artigo que o Zezinho de Caetés escreveu na AGD (aqui). Fiquei até com inveja por nunca mais ter ido ao cinema. Brevemente eu entrarei na “boa” idade e terei direito a meia entrada. Quando isto ocorrer eu colocarei meu atraso cinematográfico em dia. E fiquei com mais inveja ainda porque ele viu o Lincoln, que é dos homens admiráveis da humanidade. Já li muito a respeito dele e não canso de admirá-lo.

Meus críticos poderão até dizer que eu sou americanófila de carteirinha. Não, não sou. No entanto a quem vou admirar? O Che Guevara ou o Fidel? O Stalin ou o Lenin? O Hitler ou o Mussolini? Para ficar nos de fora e não falar nem no Sarney nem no Renan. O homem que faz um discurso, no meio de uma guerra fratricida como a que viveu o povo americano sempre deve merecer a admiração do mundo. Veja o discurso:

“Há 87 anos, os nossos pais deram origem neste continente a uma nova Nação, concebida na Liberdade e consagrada ao princípio de que todos os homens nascem iguais.

Encontramo-nos atualmente empenhados numa grande guerra civil, pondo à prova se essa Nação, ou qualquer outra Nação assim concebida e consagrada, poderá perdurar. Eis-nos num grande campo de batalha dessa guerra. Eis-nos reunidos para dedicar uma parte desse campo ao derradeiro repouso daqueles que, aqui, deram a sua vida para que essa Nação possa sobreviver. É perfeitamente conveniente e justo que o façamos.

Mas, numa visão mais ampla, não podemos dedicar, não podemos consagrar, não podemos santificar este local. Os valentes homens, vivos e mortos, que aqui combateram já o consagraram, muito além do que nós jamais poderíamos acrescentar ou diminuir com os nossos fracos poderes.

O mundo muito pouco atentará, e muito pouco recordará o que aqui dissermos, mas não poderá jamais esquecer o que eles aqui fizeram.

Cumpre-nos, antes, a nós os vivos, dedicarmo-nos hoje à obra inacabada até este ponto tão insignemente adiantada pelos que aqui combateram. Antes, cumpre-nos a nós os presentes, dedicarmo-nos à importante tarefa que temos pela frente – que estes mortos veneráveis nos inspirem maior devoção à causa pela qual deram a última medida transbordante de devoção – que todos nós aqui presentes solenemente admitamos que esses homens não morreram em vão, que esta Nação, com a graça de Deus, renasça na liberdade, e que o governo do povo, pelo povo e para o povo jamais desapareça da face da terra.

ABRAHAM LINCOLN
19 de Novembro de 1863
Cemitério Militar de Gettysburg
Pensilvânia, Estados Unidos da América”

Este é o famoso Discurso de Gettysburg, e pelo que diz o Zezinho em seu texto, o filme se passa depois deste dele, mas, nele já se antevê a preocupação de Lincoln com os valores maiores da democracia, este regime de governo que nós brasileiros, estamos aprendendo tão tarde com ele lidar. Vou fazer tudo para ver a fita, mesmo que tenha que pagar ainda inteira no cinema.

É difícil imaginar o Lula fazendo o discurso de Gettysburg. Mas, minha imaginação é muito fértil e adoro paráfrases, e tentarei no que segue, reproduzir um discurso do apedeuta,  feito de camarote de um estádio de futebol com a presidenta, Marisa e Rosemary ladeando-o, tendo como plateia, em sua maioria, petistas radicais.

“Há 12 anos, os nossos companheiros deram origem nesta cidade a um novo governo, concebido na libertinagem e consagrado ao princípio de que todos os homens nascem para votar em nós.

Encontramo-nos atualmente empenhados numa grande batalha, pondo à prova se esse governo, ou qualquer outro qualquer assim concebido e consagrado, poderá perdurar. Eis-nos num grande campo de batalha dessa guerra. Eis-nos reunidos para dedicar uma parte desse campo ao derradeiro repouso daqueles que, aqui, deram a sua liberdade para que esse governo possa sobreviver. É perfeitamente conveniente e justo que o façamos.

Mas, numa visão mais ampla, não podemos dedicar, não podemos consagrar, não podemos santificar este local. Os valentes homens, presos e soltos, que aqui roubaram já o consagraram, muito além do que nós jamais poderíamos acrescentar ou diminuir com os nossos fracos poderes.

O mundo muito pouco atentará, e muito pouco recordará o que aqui dissermos, mas não poderá jamais esquecer o que eles aqui fizeram.

Cumpre-nos, antes, a nós os soltos, dedicarmo-nos hoje à obra inacabada até este ponto tão insignemente adiantada pelos que aqui roubaram. Antes, cumpre-nos a nós os presentes, dedicarmo-nos à importante tarefa que temos pela frente – que estes detentos veneráveis nos inspirem maior devoção à causa pela qual deram a última medida transbordante de devoção – que todos nós aqui presentes solenemente admitamos que esses homens não roubaram em vão, que este governo, com a graça de Deus, renasça na cadeia, e que o governo do PT, pelo PT e para o PT jamais desapareça da face da terra.

Lula
19 de março de 2013
Estádio Nacional de Brasília
Brasília, Brasil.

Para dar sonoridade a esta importante fala chamei a este o Discurso de Getcheeseburguer, o que o aproxima, mesmo só pela comida, dos nossos irmãos do norte.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

A falta de luz e a raposa no galinheiro





Ontem estava terminando um texto sobre o Abraham Lincoln, o presidente americano, inspirado pelo texto do Zezinho de Caetés colocado ontem na AGD. Eis que senão quando, faltou energia elétrica na redação do nosso blog (para repetir o pernosticismo do Xico Pitomba). Foram duas horas pela tarde, e tive que parar com o texto. Pensei em escrevê-lo à noite, e até tentei, mas, lá vem outro apagão do Lobão. Mais duas horas sem energia elétrica e raiva da Dilma.

E, um parêntese, alguém já tentou ligar para Celpe quando falta luz? Pois ontem eu fiquei tão irritada, que o fiz. Resultado, terminei mais irritada ainda. Uma gravação eletrônica responde primeiro dizendo que já está sabendo do problema da falta de luz, tanto na sua localidade como em muitas outras, e que tudo está sendo providenciado, e se quiser mais alguma coisa, aguarde na linha. Depois de aguardar apareceu a Cibele, muito cortês, como são todas as moças e rapazes que nos atendem para nos dizer que o problema foi a queda de um “banana” não sei onde e que a previsão de volta é de 90 minutos. Tive vontade (e que aqui entre nós o fiz, sem que meu neto visse) de lhe dar uma “banana”. Só pode ser o aparelhamento da ANEEL.

Hoje vou ver se termino e amanhã eu publico o texto sobre o Lincoln, se não houver outro apagão. O pior de tudo não é aguentar a escuridão. O pior mesmo foi ter perdido a surra que o Brasil levou da Inglaterra na estreia do Filipão. Deus queira que eu minta, mas, com os jogadores riquinhos que hoje temos, todos com um rei na barriga, não vou ter nem incentivo de enfrentar o caos de mobilidade para ir a São Lourenço ver um jogo da seleção. E com o Filipão, temo é pelo Brasil.

Hoje, amanheci sem vontade de continuar o texto depois que rondei pelos blogs e pelo mural e vi coisas extraordinárias. Imaginem que o PT está pleiteando a presidência da Conselho de Ética do Senado. Não contive a gaitada. Meu neto Júlio chega ficou surpreso e perguntou:

- Tás doida é vovó?!

Eu não respondi a ele porque o pequenino, aos 4 aninhos, ainda não pode ouvir coisas feias. E olhem que não sou muito chegada às palavras de baixo calão. Mas, que deu inveja do Guerrilheiro das Sete Colinas, isto deu.

Vocês já pensaram aquele galinheiro todo, com as galinhas todas gordas, com o meu dinheiro, vendo adentrar uma raposa do PT no recinto, óbvio, vestida em pele de cordeiro?! Não sobrará um mensaleiro desonesto. Até o Zé Dirceu vai ser entronizado no altar da ética, junto com Renan e o Henrique Alves. Todos com notas fiscais na mão em formato de picolé. Cruzes!

Porém, algo me chamou mais atenção foi uma notícia de que o Eduardo Campos, sim, nosso Coronel Eduardo, disse a Lula que não metesse o bedelho quando o assunto se tratasse de sua inclusão ou não como disputante na sucessão presidencial em 2014.

Todos sabem que o sonho do apedeuta é ver o Eduardo como vice na chapa de Dilma em 2014. Parece que o Eduardo não vê com bons olhos a dobradinha. E o menino dos olhos verdes está botando as manguinhas de fora. E olhem que ele leva jeito para coisa. E confesso a vocês, se num segundo turno tivéssemos um arranca rabo entre um candidato do PT e o Coronel Eduardo, eu, esqueceria que nasci na terra do Coronel Zezé e o conheci, e sufragaria os olhos verdes, como se estivesse ouvindo a Banda do Chico Buarque, isto é, com todo o prazer. O que espero é que haja outras alternativas, embora, até agora não vislumbre quais.

Fico por aqui e tentarei concluir meu texto para amanhã. O problema do aumento de audiência em nosso blog é que me bate um complexo de culpa danado quando deixo meus leitores sem meus escritos. No entanto, certas horas, com os afazeres domésticos e minha saúde, não dá para ser tão pontual, embora assim o desejasse.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

E a ideologia de gênero em 2014?





Por Ateneia Feijó (*)

O espírito satírico costuma participar do carnaval nas ruas dos centros urbanos brasileiros faz tempo. Andou sumido durante os anos de chumbo, é verdade, mas reapareceu com a redemocratização do país.

Aí o carnaval não fez por menos. Entre outras coisas, passou a aquecer a economia das cidades com as indústrias da folia. O reino de Momo incrementou de diversas maneiras milhares de cadeias produtivas do mercado sustentado. Com seus artistas, operários, artesãos; cenários, figurinos, máscaras. Turismo. Etc.

Ah, as máscaras... Há quem se divirta encarnando personagens políticos. Enalteça feitos, deboche de quem não teve vergonha na cara ou ridicularize acontecimentos que rolaram recheados de traquinagem. Entretanto, há quem aproveite a descontração para firmar a novidade nos carnavais deste século: o engajamento ideológico de gênero.

Antes, homens se vestiam de mulher e mulheres se vestiam de homem para brincarem em blocos na rua. Com a troca de roupa, trocavam de sexo; de mentirinha, sem necessidade de qualquer justificativa. Era uma transgressão familiar, permitida... Afinal, era carnaval.

Agora, cada um veste o que quer. Não mais roupa de homem ou de mulher; mas a própria roupa. Parece, então, que ficou mais simples. Nem tanto. O carnaval tem dia para terminar.

E as bandeiras ideológicas comportamentais estarão de volta às discussões políticas. Por quê? Porque na percepção da maioria dos jovens já há consenso de que não existe bem-estar sem liberdade de expressão, igualdade de oportunidades, justiça social e sustentabilidade.

Instintivamente, essa maioria sente que chegou a hora de definir seus desejos. O que quer da vida, o caminho a seguir, que causas apoiar. Parlamentares escabrosos e picuinhas partidárias pouco lhe interessa.

Porém, a juventude brasileira ainda é pressionada por tabus. Dividida por confrontos partidários conservadores, os quais se fundamentam em seitas e segmentos religiosos (católicos, evangélicos, muçulmanos e judeus ortodoxos) que não aceitam casamento gay e adoção de crianças por homossexuais.

A questão estará naturalmente na pauta dos programas de governo de candidatos à Presidência da República, em 2014.

A ex-senadora Marina Silva, por exemplo, na segunda quinzena de fevereiro, começa a coleta de assinaturas para sua nova legenda. Todos sabem que ela gosta de debater sobre o futuro do país. Como se sairá em um embate com esse imprevisto engajamento comportamental de gênero entre os jovens?

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(*) Publicado no Blog do Noblat em 05.02.2012. Belo ponto levantado pela Ateneia neste carnaval. Embora não seja verdade absoluta que os homens não se vistam mais de mulheres, eu nunca mais vi as mulheres se vestirem de homem, como no São João.

Um ponto ela levanta que é importante. Como os pretensos candidatos a presidente em 2014 vão encarar o problema do gênero e mais especificamente a questão da sexualidade? Hoje, há um confronto permanente entre a maioria das religiões e a chamada questão gay.

Eu nasci numa cidade onde homem era homem e mulher era mulher, por decreto do padre. Quando aparecia algum menino brincando de boneca ou uma menina jogando futebol, os pais eram levados a deturparem suas personalidades para não ferirem o decreto.

Hoje está tudo mudado, graças a Deus. Não nas mentes religiosas pouco críticas ou obedientes como ovelhas no aprisco. Para mim, religiosa, mas não ovelha, a homossexualidade e mais um elástico do que polos estanques. E o preconceito contra a homossexualidade ainda ocorre em maior ou menor grau por este Brasil afora.

Nos Estados Unidos a turma do arco-íris já levou o presidente americano a reconhecer seus direitos, como nem homem nem mulher e muito menos pelo contrário, e sim com seres humanos, o que transforma a questão num problema de política nacional. Aqui ficou difícil até a saída da PAPACAGAY (Parada Gay de Bom Conselho) recentemente, mas, que espero, será no Carnaval, certamente.

Será um tema necessariamente para ser debatido até 2014, principalmente, se a Dilma for candidata. E os religiosos ovelhas que preparem as armas.

Estou doida para vê qual será o programa do partido da Marina. Eu já não a admiro (por razões que não posso tratar aqui) como antigamente. (LP).