sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Lincoln e o Discurso de Getcheeseburguer





Ontem eu li o artigo que o Zezinho de Caetés escreveu na AGD (aqui). Fiquei até com inveja por nunca mais ter ido ao cinema. Brevemente eu entrarei na “boa” idade e terei direito a meia entrada. Quando isto ocorrer eu colocarei meu atraso cinematográfico em dia. E fiquei com mais inveja ainda porque ele viu o Lincoln, que é dos homens admiráveis da humanidade. Já li muito a respeito dele e não canso de admirá-lo.

Meus críticos poderão até dizer que eu sou americanófila de carteirinha. Não, não sou. No entanto a quem vou admirar? O Che Guevara ou o Fidel? O Stalin ou o Lenin? O Hitler ou o Mussolini? Para ficar nos de fora e não falar nem no Sarney nem no Renan. O homem que faz um discurso, no meio de uma guerra fratricida como a que viveu o povo americano sempre deve merecer a admiração do mundo. Veja o discurso:

“Há 87 anos, os nossos pais deram origem neste continente a uma nova Nação, concebida na Liberdade e consagrada ao princípio de que todos os homens nascem iguais.

Encontramo-nos atualmente empenhados numa grande guerra civil, pondo à prova se essa Nação, ou qualquer outra Nação assim concebida e consagrada, poderá perdurar. Eis-nos num grande campo de batalha dessa guerra. Eis-nos reunidos para dedicar uma parte desse campo ao derradeiro repouso daqueles que, aqui, deram a sua vida para que essa Nação possa sobreviver. É perfeitamente conveniente e justo que o façamos.

Mas, numa visão mais ampla, não podemos dedicar, não podemos consagrar, não podemos santificar este local. Os valentes homens, vivos e mortos, que aqui combateram já o consagraram, muito além do que nós jamais poderíamos acrescentar ou diminuir com os nossos fracos poderes.

O mundo muito pouco atentará, e muito pouco recordará o que aqui dissermos, mas não poderá jamais esquecer o que eles aqui fizeram.

Cumpre-nos, antes, a nós os vivos, dedicarmo-nos hoje à obra inacabada até este ponto tão insignemente adiantada pelos que aqui combateram. Antes, cumpre-nos a nós os presentes, dedicarmo-nos à importante tarefa que temos pela frente – que estes mortos veneráveis nos inspirem maior devoção à causa pela qual deram a última medida transbordante de devoção – que todos nós aqui presentes solenemente admitamos que esses homens não morreram em vão, que esta Nação, com a graça de Deus, renasça na liberdade, e que o governo do povo, pelo povo e para o povo jamais desapareça da face da terra.

ABRAHAM LINCOLN
19 de Novembro de 1863
Cemitério Militar de Gettysburg
Pensilvânia, Estados Unidos da América”

Este é o famoso Discurso de Gettysburg, e pelo que diz o Zezinho em seu texto, o filme se passa depois deste dele, mas, nele já se antevê a preocupação de Lincoln com os valores maiores da democracia, este regime de governo que nós brasileiros, estamos aprendendo tão tarde com ele lidar. Vou fazer tudo para ver a fita, mesmo que tenha que pagar ainda inteira no cinema.

É difícil imaginar o Lula fazendo o discurso de Gettysburg. Mas, minha imaginação é muito fértil e adoro paráfrases, e tentarei no que segue, reproduzir um discurso do apedeuta,  feito de camarote de um estádio de futebol com a presidenta, Marisa e Rosemary ladeando-o, tendo como plateia, em sua maioria, petistas radicais.

“Há 12 anos, os nossos companheiros deram origem nesta cidade a um novo governo, concebido na libertinagem e consagrado ao princípio de que todos os homens nascem para votar em nós.

Encontramo-nos atualmente empenhados numa grande batalha, pondo à prova se esse governo, ou qualquer outro qualquer assim concebido e consagrado, poderá perdurar. Eis-nos num grande campo de batalha dessa guerra. Eis-nos reunidos para dedicar uma parte desse campo ao derradeiro repouso daqueles que, aqui, deram a sua liberdade para que esse governo possa sobreviver. É perfeitamente conveniente e justo que o façamos.

Mas, numa visão mais ampla, não podemos dedicar, não podemos consagrar, não podemos santificar este local. Os valentes homens, presos e soltos, que aqui roubaram já o consagraram, muito além do que nós jamais poderíamos acrescentar ou diminuir com os nossos fracos poderes.

O mundo muito pouco atentará, e muito pouco recordará o que aqui dissermos, mas não poderá jamais esquecer o que eles aqui fizeram.

Cumpre-nos, antes, a nós os soltos, dedicarmo-nos hoje à obra inacabada até este ponto tão insignemente adiantada pelos que aqui roubaram. Antes, cumpre-nos a nós os presentes, dedicarmo-nos à importante tarefa que temos pela frente – que estes detentos veneráveis nos inspirem maior devoção à causa pela qual deram a última medida transbordante de devoção – que todos nós aqui presentes solenemente admitamos que esses homens não roubaram em vão, que este governo, com a graça de Deus, renasça na cadeia, e que o governo do PT, pelo PT e para o PT jamais desapareça da face da terra.

Lula
19 de março de 2013
Estádio Nacional de Brasília
Brasília, Brasil.

Para dar sonoridade a esta importante fala chamei a este o Discurso de Getcheeseburguer, o que o aproxima, mesmo só pela comida, dos nossos irmãos do norte.

2 comentários:

  1. Ficou ótimo o título. Lucinha, até quando durará a idolatria ao Lula? Até quando teremos de suportar este embuste que, no Brasil, é tido como um deus?
    Será que a história demorará em condená-lo, já que a justiça não o faz?

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  2. Para acabar com o mito, bastaria um novo mandato. Como já gastaram o combustível do real, agora tudo que eles tentarem pensar é besteira. Aliás, sempre disse: O problema é quando eles acharem que pensam. Dilma inaugura assim o fim do petismo. Mantega e Luciano Coutinho que o digam. Quem viver verá. Rafael Brasil.

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