quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

E a ideologia de gênero em 2014?





Por Ateneia Feijó (*)

O espírito satírico costuma participar do carnaval nas ruas dos centros urbanos brasileiros faz tempo. Andou sumido durante os anos de chumbo, é verdade, mas reapareceu com a redemocratização do país.

Aí o carnaval não fez por menos. Entre outras coisas, passou a aquecer a economia das cidades com as indústrias da folia. O reino de Momo incrementou de diversas maneiras milhares de cadeias produtivas do mercado sustentado. Com seus artistas, operários, artesãos; cenários, figurinos, máscaras. Turismo. Etc.

Ah, as máscaras... Há quem se divirta encarnando personagens políticos. Enalteça feitos, deboche de quem não teve vergonha na cara ou ridicularize acontecimentos que rolaram recheados de traquinagem. Entretanto, há quem aproveite a descontração para firmar a novidade nos carnavais deste século: o engajamento ideológico de gênero.

Antes, homens se vestiam de mulher e mulheres se vestiam de homem para brincarem em blocos na rua. Com a troca de roupa, trocavam de sexo; de mentirinha, sem necessidade de qualquer justificativa. Era uma transgressão familiar, permitida... Afinal, era carnaval.

Agora, cada um veste o que quer. Não mais roupa de homem ou de mulher; mas a própria roupa. Parece, então, que ficou mais simples. Nem tanto. O carnaval tem dia para terminar.

E as bandeiras ideológicas comportamentais estarão de volta às discussões políticas. Por quê? Porque na percepção da maioria dos jovens já há consenso de que não existe bem-estar sem liberdade de expressão, igualdade de oportunidades, justiça social e sustentabilidade.

Instintivamente, essa maioria sente que chegou a hora de definir seus desejos. O que quer da vida, o caminho a seguir, que causas apoiar. Parlamentares escabrosos e picuinhas partidárias pouco lhe interessa.

Porém, a juventude brasileira ainda é pressionada por tabus. Dividida por confrontos partidários conservadores, os quais se fundamentam em seitas e segmentos religiosos (católicos, evangélicos, muçulmanos e judeus ortodoxos) que não aceitam casamento gay e adoção de crianças por homossexuais.

A questão estará naturalmente na pauta dos programas de governo de candidatos à Presidência da República, em 2014.

A ex-senadora Marina Silva, por exemplo, na segunda quinzena de fevereiro, começa a coleta de assinaturas para sua nova legenda. Todos sabem que ela gosta de debater sobre o futuro do país. Como se sairá em um embate com esse imprevisto engajamento comportamental de gênero entre os jovens?

-----------
(*) Publicado no Blog do Noblat em 05.02.2012. Belo ponto levantado pela Ateneia neste carnaval. Embora não seja verdade absoluta que os homens não se vistam mais de mulheres, eu nunca mais vi as mulheres se vestirem de homem, como no São João.

Um ponto ela levanta que é importante. Como os pretensos candidatos a presidente em 2014 vão encarar o problema do gênero e mais especificamente a questão da sexualidade? Hoje, há um confronto permanente entre a maioria das religiões e a chamada questão gay.

Eu nasci numa cidade onde homem era homem e mulher era mulher, por decreto do padre. Quando aparecia algum menino brincando de boneca ou uma menina jogando futebol, os pais eram levados a deturparem suas personalidades para não ferirem o decreto.

Hoje está tudo mudado, graças a Deus. Não nas mentes religiosas pouco críticas ou obedientes como ovelhas no aprisco. Para mim, religiosa, mas não ovelha, a homossexualidade e mais um elástico do que polos estanques. E o preconceito contra a homossexualidade ainda ocorre em maior ou menor grau por este Brasil afora.

Nos Estados Unidos a turma do arco-íris já levou o presidente americano a reconhecer seus direitos, como nem homem nem mulher e muito menos pelo contrário, e sim com seres humanos, o que transforma a questão num problema de política nacional. Aqui ficou difícil até a saída da PAPACAGAY (Parada Gay de Bom Conselho) recentemente, mas, que espero, será no Carnaval, certamente.

Será um tema necessariamente para ser debatido até 2014, principalmente, se a Dilma for candidata. E os religiosos ovelhas que preparem as armas.

Estou doida para vê qual será o programa do partido da Marina. Eu já não a admiro (por razões que não posso tratar aqui) como antigamente. (LP).

Um comentário:

  1. NA ÚLTIMA SEXTA-FEIRA, FOMOS CHAMADOS DE PALHAÇOS!!! O SENADOR POR ALAGOAS RENAN CALHEIROS TORNOU-SE PRESIDENTE DO SENADO FEDERAL COM 56 VOTOS SECRETOS!!! NÃO PODEMOS FICAR CALADO E DE MÃOS ATADAS!!! POR ISSO, VAMOS ASSINAR O IMPEACHMENT DE RENAN(SÃO APENAS 1.360.000 MIL ASSINATURAS E JÁ PASSAMOS DE 200 MIL. ASSINE, DIVULGUE, COMPARTILHE!!! http://www.avaaz.org/po/petition/Impeachment_do_Presidente_do_Senado_Renan_Calheiros/

    ResponderExcluir