sexta-feira, 4 de novembro de 2011

O país canalha do Ricardo Kotscho




Eu já disse em algum lugar que não desgosto do Ricardo Kotscho, como jornalista, porque, quando não se trata do Lula ele informa com algum imparcialidade, e eu até tive a coragem de transcrevê-lo em um dos meus escritos in totum (aqui). Agora quando toca no nome de Lula ele fica uma fera, e desanda a dizer besteira.

Ontem ele escreveu algo com o título de “Câncer de Lula expõe lado canalha do país”, e eu fui ler. Não resisti e deixei lá um comentário, o qual já previa ser não publicado, porque blogueiro progressista só publica a favor, e eu não me considero uma blogueira progressista de jeito nenhum. Podem me chamara até de “beata mocinha” que eu não ligo, mas não me chamem de blogueira progressista, que eu fico possessa.

Como sempre faço com quem não me publica, reclamo da forma como posso, e hoje o faço publicando o comentário aqui com os meus protestos:

“Quase sempre leio seu blog apesar de achar que sua amizade com o Lula afeta sua parcialidade jornalística. Tenho um blog e até uso matérias suas, quando imparciais, como o caso do Ministério do Esporte e PCdoB, e merecem serem usadas. Isto é uma coisa. Outra é cair nesta de fazer política com a doença dos outros, ao não publicar comentários a respeito do movimento para Lula ir para o SUS. Tenha dó, senhor Kotscho.
Eu também não sou a favor do movimento por que acho que simplesmente se o Lula fosse para lá estaria morto em menos de um ano. Mas, não podemos impedir aqueles que se viram enganados pela promessas de campanhas e programas de TV em que era falado pelo próprio Lula, e ainda hoje pela Dilma e seu ministro da educação, de que o SUS era uma maravilha, o sejam. Ora, muita gente acreditou e se deu mal, e agora vivem torcendo para que o Lula vá lá para provar do seu sistema.
Sei que este comentário dificilmente será publicado se você o ler, mas o mando assim mesmo pois se isto acontecer já terei atingido meu objetivo de dizer-lhe que está sendo bastante parcial com esta posição.”

É um pouco de ingenuidade minha pensar que o Kotscho vai ler os comentários, pois ele, igual ao Lula já está rico o suficiente com sua atividade para ter sua equipe teleguiada para fazê-lo. No entanto, fiz a minha parte.

Para vocês entenderem melhor o meu ponto de vista, transcrevo o trecho do Kotscho abaixo, e antes que me esqueça, ele foi publicado em seu blog no dia 01 de outubro. Mas, o farei à moda do Zezinho, fazendo um pastoril com ele. Abaixo então, o que é em vermelho é do Kotscho e o que em azul é meu. Neste pastoril não tem Diana.

Ao voltar a São Paulo na noite de segunda-feira, após passar três dias mergulhado na Bienal Internacional do Livro de Alagoas, fiquei perplexo quando abri o computador e os jornais para ler o que andaram escrevendo a respeito da doença do ex-presidente Lula.

Vocês já presumem o que ele encontrou. Principalmente nas redes sociais onde todos querem que Lula vá para o SUS, pois segundo ele mesmo, que um dia teve até vontade de recomendá-lo a Obama, é um perfeição.

É inacreditável, revoltante, repugnante o comportamento de quem se aproveita deste momento delicado na vida dele para atacar o seu governo, encerrado com os maiores índices de aprovação de um presidente da República na história política brasileira.

Ora senhor Kotscho, me poupe com seu proselitismo barato e parcial sobre a aprovação do presidente, pois sabe, sendo da elite, que isto ocorre sempre com quem faz de programas assistenciais (louváveis até certo ponto) fonte de propagando de campanha e arrebanhamento de votos. Tire-se o Bolsa Família e sairemos dos 80% para os 40%, que baixariam muito mais se não fosse a situação boa da economia mundial no período em que ele governou.

Não me refiro apenas aos internautas doentes que frequentam as redes sociais, inclusive este blog, de onde são sumariamente deletados, mas insistem em enviar seus comentários carregados de ódio, preconceito e desrespeito pelos que pensam diferente.

Eu não posso imaginar o que tenha de ódio, preconceito e desrespeito no meu comentário acima para não ser publicado. Sua política de comentários é simplesmente: a favor publica e contra apaga.

Eles apenas refletem a onda, repetindo até com as mesmas palavras, o processo de radicalização que se espalhou pelo país no segundo turno da campanha eleitoral do ano passado, quando boa parte da grande imprensa deu tempo e espaço para colunistas e blogueiros encarregados de desconstruir a imagem de Lula e seu governo.

Não foram os da oposição que ensaiaram colocar a doença da Dilma na campanha, igual o próprio Lula está tentando fazer agora, aproveitando a própria doença para defender o desgoverno da presidenta. Vejam o vídeo abaixo. Se isto não é comício político da pior espécie, é o quê?

O outro lado desta estupidez vimos ontem quando a repórter Monalisa Perrone, da Rede Globo, foi agredida na entrada do Hospital Sírio-Libanês por dois cafajestes que se diziam de um movimento chamado Merd TV.

Como já disse, o Kotscho, não se tratando do Lula, até que informa bem. É uma no cravo outra na ferradura.  Aqui ele deu uma no cravo.

A culpa não é da internet, como agora denunciam alguns dos que participaram desta campanha sórdida ao descobrir que seus seguidores foram longe demais no desrespeito à figura humana do ex-presidente.

Outra no cravo.

Mandar Lula se tratar no SUS e culpar o paciente pela sua doença é apenas um pretexto para despejar a saraivada de ofensas e grosserias, que não são de hoje, mas ganharam proporções alarmantes nos últimos dias.

Aqui ele já começa a dar na ferradura, com exceção das proporções alarmantes, que nada mais são do que a reação daqueles que vêem o sistema de saúde no Brasil como ele realmente é, e que serviu de propaganda deslavado para eleger o poste, com promessas de 1000 UPAs, das quais 10% apenas saíram das promessas, sendo apenas uma, até o momento inaugurada por ela.

Tenho o hábito de ler a área de comentários dos grandes portais e fico pensando se não tem ninguém nestas empresas capaz de dar um basta a este esgoto que corre a céu aberto nas chamadas redes sociais. Custa tanto fazer moderação dos comentários, que muitas vezes repetem, com expressões mais chulas, o que o próprio blogueiro escreveu?

Isto em parte é verdade, e em todos os veículo de comunicação há sempre os apeladores de um lado e do outro. Do outro lado estão aqueles que fazem de Lula um santo, sem dizer que mesmo doente, ele não passa de um “santinho do pau oco”, e também aproveita a doença para fazer política.

Recuso-me a citar os nomes destes canalhas, que nunca foram nem serão publicados neste Balaio. São famosos em seus nichos de mercado, não precisam da minha publicidade.

Eu não me sinto uma canalha com o comentário que fiz nem com minha oposição a Lula, na saúde e na doença, até que a morte nos separe, mas não lhe falto com o respeito, como fazem aqueles que o querem transformar num super-homem, o que ele nunca foi. Muito pelo contrário em certas ocasiões, do ponto de vista ético, foi um sub-homem.

Lembro-me quando a direção do portal iG me pediu para passar a fazer a moderação dos comentários porque a baixaria já era grande, uns três anos atrás. De lá para cá, só piorou.

Não piorou, caro Ricardo, apenas a internet cresceu e se tornou um veículo onde as pessoas se expressam cada dia mais, e eu espero com críticas ao PT e ao que ele representa na política brasileira nos últimos anos.

Muitos me acusaram de fazer censura aos leitores, como até hoje as entidades representativas dos barões da mídia gritam que estão querendo acabar com a liberdade de imprensa cada vez que se discute qualquer regulamentação para esta atividade econômica.

Esta é velha tese do Zé Dirceu, do Paulo Henrique Amorim, do Luis Nassif e de toda blogaria progressista, que quer controlar a mídia para reinarem absolutos, no paraíso “chavista/peronista” que este país está se tornando, se a oposição não acordar.

"Diante do tom agressivo de alguns leitores, a Folha.com chegou a suspender temporariamente os comentários em reportagens publicadas no fim de semana", informa o jornal em sua edição desta terça-feira. Por que só agora?

No painel do leitor da mesma edição, o leitor Luiz Eduardo Horta resume o pensamento de tantos outros, inclusive de colunistas deste jornal: "Lula daria grande prova de amor ao Brasil se, como um mártir, recorresse ao SUS para tratar-se do câncer que o acomete (...)". Escreveram as mesmas coisas quando começou o calvário do ex-vice-presidente José Alencar, falecido este ano.

Conheço estes tipos, muito comuns nos meios que frequento. São os mesmos que se orgulham de sonegar impostos, negando-se a contribuir com os recursos que faltam para melhorar a saúde pública, e até hoje criticam o Bolsa Família.

Pulei até aqui para dizer que não sonego impostos, apesar de os achar escochantes e servirem apenas para alimentar máquinas partidárias stalinistas, como disse o próprio Kotscho do PCdoB. Já contribuo demais para o sistema de saúde desafogando-o pagando, a duras penas, um plando de saúde, mas, sou uma crítica do Bolsa Família naquilo que ele tem de mais atrasado que é a manutenção das pessoas dele dependentes, formando os novos currais eleitorais.

A interatividade é a grande riqueza da internet e deve ser preservada. Viramos todos emissores e receptores de informações e opiniões. Por isso mesmo, esta conquista deve ser preservada, removendo-se o lixo que invade as áreas de comentários, em respeito aos leitores que fazem delas importante instrumento de participação democrática.

Não, se, como ocorre em seu Blog só passarem os recados a favor e não os contrários ao apedeuta doente. Democracia é outra coisa, e não passa muito pela cabeça dele.

Já escrevi isto muitas vezes desde que comecei a trabalhar na blogosfera, e os leitores são testemunhas do cuidado que dedico ao blog. Faço pessoalmente a moderação dos comentários e procuro ser o mais democrático possível com as opiniões contrárias às minhas, mas perde seu tempo quem continua mandando mensagens calhordas que não respeitam a dignidade alheia. Aqui, não passam.

Sei que isto não é verdade e você, Ricardo, está longe dos comentários. Mas, por um instante, para não chamá-lo de mentiroso, eu acredito, apenas por ter tido o prazer de ter sido censurada por você.

No caso de Lula, muitos leitores e amigos me escreveram e ligaram pedindo mais informações sobre a doença dele, mas não tinha o que acrescentar ao que toda a imprensa vem publicando desde a descoberta do câncer no sábado.

Por ordem dele mesmo, os médicos que cuidam do ex-presidente estão dando diariamente todas as informações sobre a doença e o tratamento do tumor na laringe.

Melhoramos nos últimos anos em quase todas as áreas da vida nacional, recuperamos a autoestima e conquistamos o respeito de outros países, mas a doença de Lula expõe o lado canalha que ainda sobrevive no país, uma gente que não aprende, não perdoa e não se conforma de ter perdido o poder. Para mim, é muito triste constatar isso.

Gostaria de só falar das coisas boas, como Maceió receber quase 200 mil visitantes na sua bienal do livro, graças à dedicação da sua organizadora, a incansável Sheila Maluf.

É a história do ovo e da galinha. A internet é apenas um moderno instrumento tecnológico para servir à comunicação humana, assim como a televisão, o rádio, o celular. Não é responsável pelo mau uso que muitos ainda fazem dela.

Concordo com o último parágrafo, enquanto os anteriores não entraram no pastoril porque não contêm nada aproveitável. E o mau uso da internet não é mandar o Lula ir para o SUS. É esconder a realidade do SUS para o povo, o que este movimento de mandar Lula para lá talvez seja até bom para chamar sua atenção (do povo). Eu continuo não o apoiando, pelo simples motivo que não desejo a morte de ninguém, nem mesmo do apedeuta doente.

Depois deste animado pastoril, fiquem com a exploração política anti-ética da doença do Lula:

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