Por Ateneia Feijó (*)
E o resultado das
eleições paulistanas? Para quem observava de longe, sem envolvimento emocional,
não houve surpresas. Dava para qualquer leigo prever o resultado com uma
equação simples: alta rejeição a Serra + “mocidade” de Haddad (e percepção
popular de que ele não fez parte do esquema do mensalão) + votos dos eleitores
de Russomano.
Havia outras equações,
claro. Além do instinto de Lula, que o fez optar pela novidade, apostando no
ex-ministro de Educação. Quanto à certeza de que a presença do ex-presidente no
palanque do candidato pesou favoravelmente, nunca se saberá. Por quê? Em
palanques do Norte e Nordeste não funcionou.
Mas no momento o que
importa é reconhecer que Serra assumiu a derrota com elegância. Que na capital
de São Paulo houve alternância de poder. Aliás, sempre bem-vinda para quem
respeita e gosta de democracia. PT saudações!
Aqui no Rio de Janeiro a
reeleição de Eduardo Paes (PMDB), no primeiro turno, não foi uma escolha
partidária. Os cariocas foram às urnas pensando no que seria melhor para a sua
cidade durante os próximos quatro anos.
Porém, desde domingo,
bate-papos de cidadãos no Rio demonstram uma ponta de preocupação... A
possibilidade do governo federal daqui por diante preferir olhar com maior
generosidade para a prefeitura paulistana.
Ou seja, há o temor de
que a cidade eleita para sediar as próximas Olimpíadas seja preterida. Deixe de
receber os devidos cuidados e recursos (prometidos) para ajudá-la a se
transformar na vitrine do Brasil em 2016.
Até porque, antes disso,
acontecerão dois eventos que mobilizarão fundos e partidos políticos diversos
no país: a Copa do Mundo e as eleições presidenciais em 2014. Alguém duvida que
o desempenho dos prefeitos das cidades-sede do torneio de futebol mundial
entrará no campeonato eleitoral nacional?
A Copa começa em São
Paulo em 12 de junho e termina no Rio em 13 de julho. Haverá jogos em quatro
capitais nas mãos do PSB: Belo Horizonte, Cuiabá, Fortaleza e Recife. Três nas
do PDT: Porto Alegre, Curitiba e Natal. O PSDB estará administrando Manaus; o
DEM, Salvador... O Distrito Federal não tem prefeitura.
O resultado destas
eleições mostrou que alguma coisa começa a mudar. Pelo menos há novos jogadores
no gramado. Difícil é imaginar quais lances poderão surgir nos próximos dois
anos para definir quem poderá estar na grande área.
Na geral, resta à
população brasileira torcer para que os políticos eleitos agora entrem em campo
com regras limpas. Sem discriminações.
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(*) Publicado no Blog do
Noblat em 30.10.2012. Já está se tornando um vício eu publicar os textos da
Ateneia aqui neste meu humilde blog. Costumo dizer que ela é curta e fina. Isto
é, vai ao ponto, massacra e sai de fininho para que ninguém perceba. Agora ela
ataca de equações na eleição de São Paulo. Eu não me faço de rogada e a imita,
até com um certo despudor.
Sem nenhum pretensão de
profundidade, mas, usando a linha matemática da Ateneia, eu pergunto qual a
equação que explica a vitória do Geraldo Júlio em Recife. É muito simples e não
precisa nem ter sido aluna do Seu Clívio para responder: Vitória de Geraldo Júlio = Ineficiência do João Paulo + Ineficiência do
João da Costa + Participação de Lula no Guia Eleitoral = Ineficiência do PT. Pronto
tudo explicado. Seu Clívio me daria 10. Se alguém perguntar se o Eduardo entrou
ou não na equação, eu diria que ele entrou como um dízima periódica simples,
que a gente sabe que vai terminar e torce por isso, embora a ache bonitinha.
E em Bom Conselho, por
que a Mamãe Juju perdeu? Esta equação é mais simples ainda: Vitória do Dandan = Ineficiência de Mamãe Juju + Empáfia do Dr. Fillhinho.
Alguns mais realistas ou melhores matemáticos do que eu colocariam a variável Falta de Informação sobre a situação do
Dandan na justiça como uma variável importante. E eu não discuto isto. Pode até
ser verdade, mas, isto só o tempo e mais informação dirão.
Só um comentário ligeiro sobre o papel dos
políticos que foram eleitos no novo panorama que surge após o julgamento do
mensalão, e após as eleições, pela ordem de importância para o Brasil. Será que
deixaremos de aproveitar esta oportunidade histórica de passar o Brasil a limpo,
e que os políticos começarão a agir por princípios não monetários? Quanto a isto, pode-se esperar muito de
outros partidos, mas, do PT não se deve esperar nada. Como dizia meu pai: “Onde foi casa, é tapera!”. Já falam em
colocar o Genoíno como deputado federal para fugir da cadeia. Cruzes! Ainda bem
que o Dandan é do PSDB e, tenho certeza, irá à audiência na Paraíba, para
colocar tudo em pratos limpos. (LP)
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