segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

A Bíblia e a homossexualidade - Seria Deus homófobo?




Hoje é o dia em que a Papacagay, segundo minhas fontes, decidiu homenagear nossos conterrâneos vindos de todos os lugares para o II Encontro de Bonconselhenses, como passou a ser chamado o Encontro de Papacaceiros. Isto, no momento em que escrevo e antes de saber quaisquer notícias sobre este evento.

Eu havia prometido antes ir contra o argumento infantil do Poeta que se comparou a Deus para se justificar em ser homofóbico (aqui), num texto copiado e que teve até um comentário do Sr. Ccsta, este sim um homófobo confesso. Aproveito este dia solene em que, se Deus quiser, nossos amigos GLS marcharão perfilhados pelas ruas de nossa cidade mostrando que lá,  não existem só machões, mas, sim homens e mulheres de verdade.

O que vem abaixo escrito, não é só de minha autoria, portanto se encontrarem por aí textos semelhantes, não venham me condenar por plágio. Há até trechos meus, mas, uma grande maioria vem da Bíblia e de um livro do ex-padre Daniel Helminiak, (O que a Bíblia realmente diz sobre a homossexualidade (Summus/Edições GLS, 1998)). Os trechos abaixo foram encontrados na internet e foram publicados com a permissão da editora. Como eu intercalo minhas observações, neles, fica difícil saber onde começa o ex-padre e onde termina eu.

Vocês já podem até ficar imaginando, porque ex-padre. Os católicos que seguem fielmente nossos caducos  códigos feitos ao longo de nossa existência, com algumas exceções, é claro, já sabem que nossa Igreja não admite o homossexualismo entre suas fileiras, igual a time de futebol e entre nosso militares. Por exemplo, será muito difícil encontrar o Diácono Di ou o Padre Nelson em nosso desfile. Mas, sabemos que, em todas estas instituições existem homossexuais que seriam mais felizes se pudessem dele participar, declarando sua sexualidade seja lá qual for a que Deus lhe deu.

Eu não sei nem se o padre Daniel é gay, como também digo que a Papacagay não é só para homossexuais, e sim para pessoas como eu que sabem que eles são pessoas atingidas por um preconceito idiota, e que deve terminar. Muitas vezes gerados por interpretações errôneas de textos bíblicos, quando já sabemos que, a partir deles, mesmo a existência de nosso Salvador, Jesus Cristo, pode ser questionada, pelas contradições entre os Evangelhos. Fé e Religião é outra coisa, e a nossa, a católica, mesmo se desviando algumas vezes, foi fundada pelo no amor de Jesus pela humanidade e não pela condenação de uma minoria que só quer estender este amor a todos.

Mas vamos aos pontos que nos trazem aqui, neste dia 16 de janeiro de 2012, um dia feliz para nossa comunidade de Bom Conselho.

As pessoas discutem apaixonadamente acerca do que a Bíblia realmente ensina. Como é possível? Quem está com a razão? Depende de como se lê a Bíblia! Como é possível?

São diferentes formas de se ler a Bíblia! A forma pela qual se lê a Bíblia, o modo de interpretar os textos, eis aí a questão central. Não se trata de perguntar: “Quais são os textos da Bíblia sobre a homossexualidade?” Qualquer um pode fazer uma lista e citá-los. O que devemos nos perguntar é: “Como interpretar estes textos?” “Como determinar aquilo que estes textos realmente querem dizer?”

Há quem afirme que a Bíblia deva ser entendida literalmente, sem “interpretações”. Mas interpretar significa apenas extrair o sentido de um texto. Desta maneira, não pode haver leitura da Bíblia ou de qualquer outra obra sem interpretação. Sem o leitor, um texto é apenas um monte de palavras – sinais em uma página. Em si estes sinais não têm significado algum. Para significarem algo, eles precisam passar pela mente de alguém. A compreensão das palavras, que determina o sentido do texto, é interpretação.

É importante prestar atenção às diversas formas de se ler um texto, especialmente quando lidamos com textos antigos como a Bíblia. As palavras podem ter um determinado significado para nós hoje e, na época das pessoas que as escreveram, seu significado ter sido totalmente diferente.

Não é porque Jesus andou dando umas bordoadas nos vendilhões do templo que ele deveria ser chamado para entrar num octógono (tenho um filho, que parece não ter puxado à mãe, que adora estas lutas) e participar do UFC, que a Globo está transmitindo. Apenas ele pode ser interpretado que, em determinadas situações, os seres humanos perdem as estribeiras e partem para a porrada mesmo.

Outro exemplo, são os ensinamentos de Jesus sobre a simplicidade. E para mostrar isto, tomemos outro exemplo da Bíblia.

 Em três dos Evangelhos – Mateus 19:24, Marcos 10:25 e Lucas 18:25 – Jesus diz: “É mais fácil um camelo passar pelo fundo de uma agulha do que um rico entrar no reino dos céus.” Parece que ninguém com muito dinheiro jamais poderá entrar no paraíso, posto que nenhum camelo jamais passará através do buraco de uma agulha. Pelo menos é isso o que a passagem nos indica. Indicando que Eike Batista não me encontrar quando morrermos.

Mas alguns estudiosos afirmam que em Jerusalém havia um portão muito baixo e estreito nas paredes da cidade. Quando uma caravana entrava por aquele portão, os camelos tinham de ser descarregados e passar pelo portão de joelhos, para serem novamente carregados do lado de dentro. Aquele portão chamava-se “o buraco da agulha”.

Logo, o que Jesus estava dizendo? Ao compreendermos melhor o mundo em que ele viveu, o significado de suas palavras passa a ser óbvio. Jesus dizia simplesmente que seria difícil para os ricos entrarem no paraíso. Primeiro eles teriam de se livrar de suas preocupações materiais. Novamente, Jesus estava pregando a mensagem sobre simplicidade, sinceridade e dedicação contida em seu Sermão da Montanha. Embora eu pense, pelo menos, pela reportagem que li na Veja desta semana, sobre os novos bilionários, que o Eike Batista não passaria pelos “buraco da agulha”, nem naquela época e nem agora.

E se considerações desta mesma ordem se aplicarem também aos textos bíblicos sobre a homossexualidade? Talvez eles não signifiquem aquilo que temos pensado até agora.

(continua quando eu terminar de escrever)

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