quinta-feira, 20 de setembro de 2012

O caso de Dandan e o mensalão





Eu tiro por mim. Adora decidir com informação. Por isso fico vendo os guias eleitorais, separando o joio do trigo. Por exemplo, já sabia que, quando o Lula se apresentou no programa do Humberto dizendo que fazia 9 meses que estava curado do câncer, mais uma vez usando sua doença para cabalar voto, eu disse: “O Humberto vai ficar na rabeira”. E não deu outra. A população está se informando sobre quanto pode ser tão baixo apelar para tais expedientes.

No entanto, aquilo que quero abordar é uma notícia que soube através de um link fornecido no Mural da AGD, sobre uma audiência do caso Morceguinho, no qual está envolvido o Dandan, que vai haver lá no 2º Tribunal do Jurí em João Pessoa. Transcrevo abaixo a matéria do Portal da Globo (G1), que é datada de 31.08.2012, e que pode ser vista aqui. Leiam e eu volto depois, com uns simples comentários.

“Marcada primeira audiência do caso Morceguinho, em João Pessoa
Lutador foi morto a tiros em 2011, em João Pessoa.

Audiência vai acontecer no dia 27 de setembro no 2º Tribunal do Júri.

Foi marcada para o dia 27 de setembro a primeira audiência de instrução que vai ouvir testemunhas do caso da morte do lutador de Jiu-Jitsu Rufino Gomes de Araújo, o "Morceguinho". A audiência vai acontecer a partir das 9h no 2º Tribunal do Júri, em João Pessoa, cidade onde o lutador foi assassinado em 2011.

São acusados de matar o lutador o então estudante de Medicina Jocelino Ramos de Carvalho Filho, o estudante de Medicina Veterinária Eduardo Cavalcante Ramos de Carvalho e o empresário Dannilo Cavalcante Vieira, que é conhecido como Dannilo Godoy e é candidato a prefeito da cidade de Bom Conselho. Eles respondem pela prática, em tese, de homicídio duplamente qualificado por motivo torpe. Os três chegaram a ter a prisão preventiva decretada, mas hoje esperam o julgamento em liberdade.

“Esperamos que seja feita a justiça”, comentou o pai de Morceguinho, Roberto Farias de Araújo, que, por ser advogado, também é assistente da acusação. Toda a família da vítima está otimista em relação à audiência. “O processo está muito bem argumentado”.

A defesa, no entanto, sustenta a tese de que os três rapazes não estão envolvidos com o crime.
“Não há testemunha ocular desse fato. O único argumento que eles têm é por conta de uma confusão que aconteceu três dias antes em uma festa, então deduziram que teriam sido eles. Mas não têm prova nenhuma”, afirmou o advogado de defesa, Abraão Beltrão.

Sobre a candidatura de Dannilo Godoy, Abraão Beltrão garantiu que está mantida. “Ele não tem nenhuma condenação, ele está apenas se defendendo de uma acusação. Eles não tinham motivo para cometer esse crime, nem conheciam o rapaz. Não tem pra que desistir da candidatura se a população quer que ele seja candidato”, disse o advogado.

O Crime
A morte de Morceguinho aconteceu no dia 22 de janeiro de 2011, por volta das 22h, no bairro do Bessa, em João Pessoa. Na noite do crime, a vítima vinha pilotando sua moto, quando se aproximaram um automóvel e uma motocicleta. Um dos ocupantes disparou vários tiros de pistola na vítima. Quatro tiros acertaram as costas da vítima. Ele morreu no local.”

Eu não entendo bem sobre o que é esta audiência, em relação ao Dandan, epíteto por mim utilizado carinhosamente para me referir ao candidato Danillo Godoy que é outro epíteto para Danillo Cavalcante Vieira, todos vindo a ser a mesma pessoa. O que li é que os acusados devem comparecer a todos os atos, quando chamados pelas autoridades judiciais, segundo determinação do Ministro Joaquim Barbosa, como li em documento do STF.

E a grande coincidência, que me faz escrever este texto envolvendo o Dandan, é que o mesmo Ministro Joaquim Barbosa, resolveu julgar o núcleo político do mensalão na Ação 470 do STF, em datas parecidas com aquela noticiada acima para audiência do caso Morceguinho. Para mim é apenas uma coinciência, mas, para os envolvidos no caso, eu temo por eles, se não for.

Imaginem, se com a sanha condenatória e justa de que está investido o Ministro Joaquim Barbosa, as autoridades judiciais da Paraíba estiverem se mirando no exemplo deste hoje super-homem da justiça brasileira?! Coitado do Dandan! E digo coitado se realmente ele não tiver nada a ver com o assassinato do pequeno Morcego.

Ainda voltada para julgamento do mensalão, pelo que li, o maior benefício deste julgamento foi a conclusão a que chegaram os ministros de que para determinados crimes, principalmente, o de corrupção, as provas podem vir a partir de indícios fortes, baseada no princípio de que o corrupto, normalmente, “não deixa rastros” visíveis. O que ocorre sempre nestes casos é sempre “que há rato escondido com o rabo de fora”. Antes era preciso ver o rato para condená-lo, hoje, caso vire jurisprudência, pode-se fazê-lo vendo apenas o rabo. Se isto pegar mesmo, não vai ter gaiola para colocar ratos no Brasil.

No caso de Dandan, seu advogado, como alega o texto acima, diz que não houve testemunhas oculares nem provas do envolvimento dele no crime. O que não implica nem sua inocência nem sua culpa, a não ser que valha para o caso o mesmo que foi decidido no STF para corrupção. Pois, como disse o Afonso Didier que é o maior cabo eleitoral do Dandan em Bom Conselho, portanto, insuspeito,  ele estava apenas dirigindo o carro na hora do crime. Segundo o Sr. Ccsta isto é mais do que um “rabo”. É cumplicidade.

Mas, não sou advogada e nem nada. O que me cinge ao caso é o seu aspecto político. Penso que um prefeito de Bom Conselho deveria estar acima de qualquer suspeita legal e moral. O Zé Dirceu se diz inocente (embora pelo tamanho do rabo ele não engana mais ninguém) mas, politicamente, ele está morto e enterrado pelas suspeita que sobre ele pesam. Por que? Pelo simples motivo que sua capacidade de convencer o povo de que é inocente é quase nenhuma hoje. Se for inocentado ou não. Sempre pairará uma dúvida sobre suas ações em um cargo público de natureza eletiva. Exemplo, Collor foi inocentado de alguns crimes, mas, dificilmente voltará à presidência pelo voto. E se o fizer é porque o povo brasileiro o merece.

O Dandan é um jovem, a quem não conheço pessoalmente, e espero que ele seja mesmo inocente no caso. O que fico encafifada é por que ele não deixou para se candidatar depois de enfrentar todas as suspeitas que pairam sobre ele. Isto me deixa com um pulga atrás da orelha, mas, não quero que ela só saia no confessionário, enxotada pelo meu confessor. É uma temeridade e um risco grande para Bom Conselho. Ora, se o próprio Dandan já declarou que será guiado por ex-prefeitos, imaginem Dona Zefa.

P. S.: Já estando o texto acima pronto, fui na AGD, na coluna DEU NOS BLOGS e vi uma notícia que me fez escrever este Post Scriptum. Um dos candidatos de Garanhuns renunciou à candidatura pela possibilidade de outro candidato, que ele não aceita, vencer as eleições. Eu temo tanto, como bom-conselhense, estas suspeitas sobre o Dandan, que acho não ser bom para a cidade que ele se eleja, mesmo sem eu apoiar quaisquer dos outros candidatos. Houve, semana passada, uma tentativa de união dos outros candidatos de Bom Conselho, e talvez seja este medo que os levou a esta atitude. Seria ótimo que o Dandan renunciasse, mas, não o fazendo, o movimento de união é válido, se todos se sentirem como me sinto. Eu só não sei em prol de quem deveria ser feita a união, no entanto, mesmo que fosse em favor da Mamãe Juju, seria um mal menor, do que correr o risco de ver um prefeito de Bom Conselho ser preso na Paraíba.

Amanhã voltarei a um lugar de horrores, mas é por pouco tempo. Se Deus quiser, próxima semana estarei aqui.

3 comentários:

  1. MODÉSTIA À PARTE, POR UM GESTO DE GRANDEZA, DESDE SETEMBRO DE 2011 QUE ME EMPENHEI DIUTURNAMENTE EM UM PROJETO POLÍTICO PESSOAL(POR AMOR A GARANHUNS), QUE ERA TIRAR DO PÁREO POLÍTICO DE GARANHUNS E MANDAR PROS INFERNOS DOS QUENGOS OS PRETENDENTES A PREFEITOS DE MINHA CIDADE, OS SENHORES AJD DE LAJEDO E ZÉ DA LUZ DO PARAGUAI. FOI UMA OPERAÇÃO DE GUERRA JAMAIS PRESENCIADA EM TEMPO DE PAZ. FUI FELIZ NA MINHA SOLITÁRIA EMPREITADA: CONSEGUI!!! RECONHEÇO PUBLICAMENTE, QUE FUI UM LUTADOR INTRANSIGENTE, RONHENTO E BIRRENTO, PORÉM RECOMPENSADO. ZÉ DA LUZ DO PARAGUAI E AJD DE LAJEDO VÃO SER PREFEITOS LÁ NA CASA DA PESTE, MENOS NA MINHA TERRA!!!

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  2. Se em todos os crimes fossem necessárias testemunhas oculares, NÃO existiriam perícias, nem investigações. - Portanto, preferi transcrever trechos da DENÚNICA do crime de João Pessoa, contra o atleta Rufino Gomes. - São palavras do promotor Justiça da 2ª Vara do Júri de João Pessoa. - Ei-las: - "Com efeito, no dia do crime, 25 de janeiro de 2011, no período da tarde, a testemunha GUSTAVO MANOEL COELHO ALENCAR, no estar médico do Hospital Edson Ramalho, comentou com os colegas de faculdade HUGO e MIGUEL que havia suspeitas que a vítima RUFINO GOMES estava envolvida na briga do domingo e que “os caras estão aí e estão brabos”, logicamente se referindo a JOCELINO e seus familiares, fato que ensejou o contato entre HUGO e RUFINO GOMES, com fins de alertá-lo sobre o ocorrido no estar médico, isso já no horário próximo ao evento criminoso. Dessume-se das diligências policiais e interceptação telefônica que os acusados EDUARDO e DANNILO, no dia seguinte à briga, isto é, 24 de janeiro de 2011, se deslocaram para a cidade de Bom Conselho/PE retornando no dia da execução da vítima, ou seja, 25 de janeiro de 2011, fato evidenciado pelos extratos reversos obtidos judicialmente, além disso, o acusado JOCELINO também faltou o estágio médico na segunda e terça-feira, data do crime." - E prossegue o promotor: - "Cabe destacar que durante as investigações, máxime a interceptação telefônica e extratos reversos, comprovou-se que os assacados EDUARDO CAVALCANTE RAMOS DE CARVALHO e DANNILO CAVALCANTE VIEIRA se encontravam nas proximidades do local do crime, bem como no horário aproximado do delito e, desde aquela data, não foram mais vistos nesta Capital, pois imediatamente após o homicídio EDUARDO e DANNILO saíram desta Capital, como se comprova pelas ligações recebidas nas proximidades dos municípios de Caapora/PB, Goiânia/PE e Bom Conselho/PE, ou seja, logo após a execução retornaram para sua cidade de origem." - É ISSO./.

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