Se antes, para mim era
quase impossível escrever, hoje, é quase impossível não escrever. Eu deveria me
alegrar porque o mal que me aflige aplacou sua maior ira e está me deixando
usar as teclas, até mais do que deveria. No entanto, os temas que me movem para
escrever nem sempre são alegres.
Todos sabem que, tempos
atrás fui ameaçada e perseguida pelo Xico Pitomba, um meliante, que usava o
Blog do Poeta para tentar calar a minha voz, com a complacência do seu
proprietário, o “empresário” das
comunicações, o próprio Poeta. Não houve, pelo desaparecimento do Xico, como
deixar de acessar o blog para me defender de possíveis males que ele poderia me
causar. Ao fazer isto, no entanto, pela forma que o Poeta escreve, tive de
sugerir várias vezes, que ele comprasse uma gramática e um dicionário de
português, para não brindar seus leitores com pérolas da mais péssima linguagem
escrita.
Já cansei de insistir, já
fiz todo tipo de campanha, mas, o Poeta não gasta nenhum tostão do que está
ganhando agora do Dandan pela locução de sua candidatura para se aperfeiçoar na
língua de Camões. É até bom, pois ,quem perde volto é o Dandan. E hoje, ao ir
na página da AGD “Deu nos Blogs”
onde sempre passo quando estou com pressa, esbarrei na seguinte pérola do Blog
do Poeta, que eu quero que vocês leiam para depois não dizerem que eu tenho
marcação com o Bardo de Arapiraca:
“UM ESCAMBO VALE UMA CESTA BÁSICA?
Quanto custa um voto? Uma cesta básica? Um dipirona? Uma roda de carro
de boi? Um remendo de câmara de ar? Uma dentadura? Um maço de cigarro? Um
garrafa de cachaça? Bom, para aqueles eleitores que ainda não tem um voto
consciente, qualquer opção dessa, serve como um colirio nos olhos. Aqui em Bom
Conselho já tem candidato que se aproveita da fome que assola na região
periférica da cidade, para trocar votos por cesta básica. Tomara que a nossa
justiça eleitoral esteja de olhos arregalados para combater esse tipo de
escambo. Para quem não sabe, escambo era
a moeda do periodo da colonização, muito usada pelos índios daquela época.
A palavra escambo significa a troca de mercadorias por trabalho. Ela é muito
utilizada no contexto da exploração do pau-brasil (início do século XVI). Os
portugueses davam bugigangas (apitos, espelhos, chocalhos) para os indígenas e,
em troca de trabalho, os nativos deveriam cortar as árvores de pau-brasil e
carregar os troncos até as caravelas portuguesas.
Será que em pleno século XXI, ainda conviveremos com isso,
especialmente no tempo da politica partidária?
Veja que seu voto não tem peso, nem medida, mas, tem consequência.”
Como vocês podem ver, se
leram o texto (onde a ênfase é minha), o Poeta agora se transformou num
moralista eleitoral. No entanto, pelos inúmeros erros de português contidos na
matéria, tudo indica que ele não comprou os livros que eu recomendei.
Mas, não é só isso. Eu
agora é que tenho que comprar uns livros de história para saber quais índios
usavam uma moeda chamada escambo. Minha ignorância é tanta que eu nunca ouvi
falar desta moeda antes. Porém, eu tenho um dicionário e fui me certificar se
ainda me lembrava das aulas de história que tive com Seu Valdemar lá no Ginásio
S. Geraldo. Descobri que eu estava pensando certo quando pensava que “escambo” era outra coisa. E fui ao meu “pai dos burros” eletrônico, o Houaiss, e
estava lá:
Escambo - substantivo masculino
1 troca de mercadorias
ou serviços sem fazer uso de moeda
2 Derivação: por
extensão de sentido: qualquer permuta
Ora, isto eu já sabia, e
o Poeta saberia também se comprasse um dicionário, que está mais barato do que
uma cesta básica. Se há uma coisa onde moeda não entra é no escambo, por
definição. Eu sempre penso que, quando surgem matérias deste jaez no Blog do
Poeta, é sempre obra do Xico Pitomba. Porque, se não fosse, como o Poeta teria
sido contratado a peso de ouro pelo Dandan para ser o locutor da campanha?
Eu só posso pensar que,
pela invasão de eleitores de Alagoas em Bom Conselho (segundo soube pelas redes
sociais), o Poeta seja um deles, e além de está ajudando na locução da campanha
do Dandan, já é seu eleitor desde criancinha, por consciência e convicção,
sonhando com o desenvolvimento garantido. Portanto, eu jamais pensaria que o
Poeta fosse vender seu voto por qualquer bugiganga, pois mais do que ninguém
ele sabe que “seu voto não tem peso, nem
medida, mas, tem consequência”.
Eu mesma não sou contra a
que o pobre diga que vota num
candidato meliante em troca de uma cesta básica ou mesmo de algo maior, e no
dia da eleição faça o que ele merece: não
vote nele. E o Poeta está certo em admoestar àqueles candidatos que
praticam este crime. Mas, ele seria muito mais convincente se comprasse uma
gramática, um dicionário e agora um livro de história para aprender com os
índios a fazer escambo.
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