quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Justiça neles





Por Ateneia Feijó (*)

Não é de hoje... Para maus políticos, juntamente com maus servidores municipais, estaduais ou federais, dinheiro público não tem dono. E é propício para enriquecimento ilícito ou moeda de troca para obtenção de quaisquer tipos de benefícios desavergonhados.

Entre as safadezas destacam-se interesses eleitoreiros, vantagens pessoais, ambição de poder e uma malévola satisfação de vaidade: em família, amigos, comparsas, etc.

Por que essas coisas ainda acontecem no país? Uma das causas tem a ver com a miséria aliada à falta de educação generalizada. O grande perigo! Malfeitores se aproveitam de quem não sabe ou tem dificuldade de imaginar a origem do dinheiro público.

Discursos populistas alimentam ignorâncias. Prometem mundos e fundos como se os recursos financeiros viessem dos céus. Portanto, não é de espantar que os generosos discursistas sejam idolatrados como abençoados por Deus. Assim, os crédulos passam a confundir programas sociais de governo com caridade.

Não percebem que filantropia tem a ver com igrejas, centros espíritas, ongs, empresas solidárias e pessoas caridosas. Diferente de programas de governo que são (ou deveriam ser) estratégias para oferecer oportunidades iguais, permitir a inclusão. Corrigir atrasos sociais, distorções e desigualdades (as inadmissíveis) na sociedade brasileira.

Porém, esses programas precisam ser objetivos, baseados em experiências anteriores, com pesquisas, estudos e novas tecnologias; que visem desenvolvimento (de verdade) da nação.

Justifica-se o uso não programado de dinheiro público somente em casos de emergência, de uma fatalidade. Por exemplo, diante de uma tragédia, um desastre natural, uma epidemia...

O próprio Betinho, articulador (em 1993) da Ação da Cidadania contra a Fome, a Miséria e pela Vida achava que políticas assistencialistas perpetuavam a miséria. O que não invalida seu slogan: “quem tem fome tem pressa”. Obviamente, em qualquer circunstância, tem que se dar comida a famintos.

Quanto a programas de governo plenamente testados, aprovados e passíveis de atualizações, deveriam se tornar políticas de Estado; para ter continuidade nas alternâncias de poder.

No domingo, O Globo iniciou a publicação da série Mercadores da miséria, com reportagens de Alessandra Duarte e Carolina Benevides. Na pauta, a bandeira da presidente Dilma: Brasil Sem Miséria. Pois bem, seu elogiável programa tem sido absurdamente alvo de diversos tipos de fraudes. Ao que parece, os malfeitores de plantão nada temem.

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(*) Publicado em 06.11.2102 no Blog do Noblat. Hoje, estava tentando escrever sobre outra coisa, mas, não posso deixar de transcrever o texto da Ateneia, como sempre, curta e fina. Quando os programas de redução de pobreza, contra a miséria, a fome e outros assemelhados, não permitem que se dê aos cidadãos uma forma de sair deles, só viciam o cidadão. Como já disse antes, se prestam para tudo quanto não presta do ponto de vista político transformando-se em “formol da miséria”.  E para aqueles vendedores de formol que sempre aparecem em épocas de eleição, não há outra forma de serem tratados: Justiça neles, como escreva a jornalista.(LP)

Um comentário:

  1. E A FOME CONTINUA... A ESMOLA TAMBÉM... E ANO QUE VEM TEM MAIS SECA.... TÔ MENTINDO PT?!?!?!

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