Che Guevara x John Lennon: Uma foto

Como meus amigos sabem, eu participo da rede social Facebook. Quer dizer, atualmente, eu e mais 190 milhões de brasileiros, menos a Dilma que estava em Cuba, quando eu estive nesta rede e encontrei a foto que ilustra esta postagem, lá postada pelo meu conterrâneo Marlos Duarte.

Para aqueles que não sabem, o Marlos está na rede social só e exclusivamente para fazer propaganda do regime cubano (com mínimas exceções), publicando fotos e filmes que enganam a população brasileira dos seus amigos virtuais sobre o regime de terror político que existe na Ilha dos Castros. Eu, tendo como minha obrigação restaurar a verdade vou e o contradigo, na lata.

Seus amigos, às vezes, saem raivosamente em sua defesa, e tem um tal de um Clóvis, que é muito Calado mais quando abre a boca para defender as ideias estapafúrdias que o Marlos propaga é um “deus nos acuda”. Pela seu perfil no Facebook, ele é de Terezinha e deve ser amigo do Poeta, que agora só vive por lá. E assim há muitos e eu rebato a todos.

Há tempos que pretendia escrever sobre a viagem da presidenta a Cuba, mas já escreveram tanto sobre suas gafes diplomáticas que nem sei se insistirei no tema. No entanto, quando vi a foto acima, apresentada pelo Marlos, com o intuito de comparar John Lennon com Che Guevara, porque os dois tocam violão juntos, eu fiquei possessa. Isto porque hoje, todos, menos os esquerdistas que não lêem mais nada a não ser o Granma (o jornal oficial de Cuba), estão convencidos de que, apesar de toda propaganda dos anos 70/80 do século passado, ninguém cai mais no conto do Che Guevara bonzinho.

E foi lendo um livro que um colega me emprestou, pois tinha o primeiro sobre o Brasil, e agora o autor (Leandro Narloch: Guia Politicamente Incorreto da América Latina) lançou um sobre a História da América Latina, que recomendo a aqueles que querem saber a verdade sobre os mitos do nosso subcontinente, que tive a ideia de ilustrar  foto acima.

Aqui em Gravatá, quando meus netos vão a centro, enganados pelos pais que dizem ir diverti-los mas vão mesmo é se divertirem, eu fico ruminando estas coisas para o meu blog, para ele não viver só de viagens de vereadores.

Eu adoro as músicas dos Beatles e as de John Lennon, que era uma espécie de cabeça do grupo. Resolvi então formar um diálogo possível entre o Lennon e o Che, com palavras ditas por ambos quando eram vivos, enquanto tocavam seus violões. Vejam o dueto ficcional, mas com palavras verdadeiras, ditas por ambos e as comparem. Eu volto depois para ouvir Imagine do John Lennon e tentar esquecer o Che de vez. Se o Marlos deixar, é claro.

Lennon:

Imagine que não há paraíso

É fácil se você tentar

Nenhum inferno abaixo de nós

Acima de nós apenas o céu

Imagine todas as pessoas

Vivendo para o hoje

Che:

O ódio como fator de luta, o ódio intransigente ao inimigo, que impulsiona para além das limitações naturais do ser humano e o converte em uma efetiva, violenta, seletiva e fria máquina de matar.

Lennon:

Imagine não existir países

Não é difícil de fazê-lo

Nada pelo que lutar ou morrer

E nenhuma religião também

Imagine todas as pessoas

Vivendo a vida em paz

Che:

Nossos soldados têm de ser assim; um povo sem ódio não pode triunfar sobre um inimigo brutal.Há que levar a guerra até onde o inimigo a leve: à sua casa, a seus lugares de diversão, torná-la total.

Lennon

Você pode dizer

Que eu sou um sonhador

Mas eu não sou o único

Eu tenho a esperança de que um dia

você se juntará a nós

E o mundo será como um só

Che:

Há que impedi-lo de ter um minuto de tranqüilidade de ter um minuto de sossego fora dos quartéis, e mesmo dentro deles: atacá-lo onde quer que se encontre: fazê-lo sentir-se ma fera acossada onde quer que esteja.

Lennon:

Imagine não existir posses

Me pergunto se você consegue

Sem necessidade de ganância ou fome

Uma irmandade de humana

Imagine todas as pessoas

Compartilhando todo o mundo

Che:

Estou imaginando o orgulho daqueles companheiros que estavam numa “quatro bocas”, por exemplo, defendendo su pátria dos aviões ianques e de repente têm a sorte de ver que suas balas atingiram o inimigo. Evidentemente, é o momento mais feliz da vida de um homem. É uma coisa que nunca se esquece. Nunca esquecerão os companheiros que viveram esta experiência.

Lennon:

Você pode dizer

Que eu sou um sonhador

Mas eu não sou o único

Eu tenho a esperança de que um dia

Você se juntará a nós

E o mundo viverá como um só

Antes que alguém pergunte, devo dizer que as palavras ditas pelo Che Guevara estão no livro dele “Textos Políticos”, da editora Global de 2009 e são citadas pelo livro referido antes. As palavras de Lennon, eternas, já não sei mais nem de onde tirei a tradução de sua música “Imagine” que o filme anterior apresenta e que espero vocês já estejam ouvindo.

Vejam, ouçam, meditem e raciocinem, quanto que uma foto pode enganar, quando é passada de mão em mão com uma mensagem ideológica. Ambos, o Che e o Lennon, cada um teve a sua a ideologia.

A do Che, da revolução violenta para implantar o socialismo stalinista nos quatro cantos da terra, e que até hoje temos que conviver com os inocentes úteis tipo Marlos, para a disseminar. Isto talvez, com o mesmo afã que tinha o Che quando dizia:

“Jurei ante um retrato do velho camarada [Josef] Stalin não descansar até ver aniquilados estes polvos capitalistas.”

Eu fico pensando é se o Marlos, nas reuniões do PSB em Garanhuns, diz a mesma coisa para defender a candidatura do Dourado. Se diz, eu só posso avisar: Te cuida Ronaldo César!

A do John Lennon prega uma revolução dentro da paz como fazia nosso saudoso D. Hélder Câmara, esperando que este mundo um dia seja um só, ou, pelo menos sonhando com isto.

Eu não tenho vergonha em confessar que também sou uma sonhadora e não vejo porque se tem que ser socialista para que o mundo seja melhor. Muito pelo contrário, a experiência que tivemos do socialismo foi um inteiro fracasso que só o Marlos e alguns poucos não conseguem ver.

Até os Castros, depois dos soviéticos, chineses e tantos outros já descobriram, menos a Coreia do Norte e aqueles que irão na excursão que o Marlos está organizando para Cuba no dia primeiro de maio, que o capitalismo tem seus encantos e que pode se tornar um bom sistema se através de uma democracia representativa séria pudermos aparar suas arestas, na área social.

Me perdoe o Marlos, se sua intenção ao organizar á excursão for apenas ajudar o arremedo de capitalismo que o Raul está querendo implantar lá, para não ir para cadeia pelos crimes que cometeu nos últimos 50 anos contra o povo cubano.

Por via das dúvidas, eu mesma não vou. Você vai?