Faz algum tempo que quero escrever sobre um fato, que foi motivo de notícia no sábado passado, que me chamou a atenção. O Isaltino Nascimento, Secretário de Transportes do Estado de Pernambuco, foi flagrado dirigindo alcoolizado. Como acontece sempre, ele não quis soprar o bafômetro, talvez com medo que ele não suportasse a carga etílica, e explodisse.
Isto já aconteceu com muita gente, das quais me lembro assim de cabeça, dois políticos, o Romário e o Aécio. Todos de partidos diferentes. Portanto, mesmo com estes poucos exemplos, podemos ver que o desrespeito à lei, no Brasil, é algo supra-partidário. (E vejam mais outras categorias envolvidas pelo governador de Pernambuco, lá em baixo.)
No caso aqui de Pernambuco temos agravantes e atenuantes.
Agravantes: O homem é Secretário dos Transportes, e ele, mais do que ninguém, sabe das condições de nossas estradas. Passar por elas, com a quantidade de buracos existentes, já é perigoso, o motorista estando são, imagine se estiver com alguns gorós na cuca, com diria o Lula.
Além disso, é deputado, e fazedor de leis e deveria ser seu fiel cumpridor. Não soprou o bafômetro, tendo como justificativa que este equipamento diz que o cara está bêbado mesmo quando só entrou um pouquinho de álcool de nada no organismo. Isto eu não sei porque nunca fui pega com álcool no organismo. Mas, se ele estiver certo, e eu vier de uma farmácia onde fui tomar uma injeção e o farmacêutico passou aquele algodãozinho com álcool para não infeccionar, eu também não soprarei.
Atenuantes e não explicantes: Ele diz que estava tomando seus gorós, sossegadamente, quando foi chamado pela a avó de sua filha quando esta estava chorando e ele foi acudir. Eu, como mãe sei o que passamos nesta situação, mas, ele não explicou porque a esposa não foi dirigindo e não ele. Será que o Isaltino é mais um machão que prefere dirigir bêbado a entregar o carro à esposa ou ela também estava “mais prá lá do que prá cá”? Declarou que era um meliante, mesmo sem comprovação pelo bafômetro.
Diante disto ficou sem a Carteira de Motorista, tornando-se, talvez, o único Secretário de Transportes do mundo que não tem este documento, e que deverá ir a uma escolinha de trânsito para recuperá-la, deixando uma dúvida se também não precisa umas seções no AA, para evitar reincidência.
Mas, importante não foi só o episódio em si. O que achei mesmo interessante foi um argumento típico de uma “raposa felpuda” de nossa política, que é o Coronel Eduardo ao declarar:
“Ele (Isaltino) me procurou para explicar o ocorrido. O caso aconteceu enquanto cidadão. Quero elogiar nesse momento a atitude profissional dos funcionários públicos que estão fazendo a Lei Seca. É um momento novo que a gente vive onde a carteirada não vale mais”
Além disto, tentou mostrar que, o episódio envolvendo o Secretário de Transportes serviu para mostrar que a lei é para todos. E destrambelhou, mais do que a Dilma em Cuba, dizendo:
“Vocês já viram juízes de direito, promotores, oficiais de justiça, senadores, oficiais do exército, deputados e senadores passarem por isso. Por que um secretário que está fazendo um bom trabalho será discriminado? Ele não pode deixar de cumprir a lei, mas também não pode ser penalizado porque cumpriu as determinações das autoridades e é secretário”.
Até agora, como não sei o que a Dilma vai dizer quando encontrar o Obama, em abril, sobre a base de Guantânamo, e não dar para comparar o dilmês com o eduardês. Ambas são línguas de políticos, difíceis de entender por simples mortais como eu, que preciso ainda aprender ou criar o peixotês, para não passar em baixo, ao tentar explicar o inexplicável.
Ontem li que o governador da Bahia, diante da absurda greve de policiais, contratados para servir nossa população, e que, sob a batuta do lulo/petismo, aprenderam a fazer movimentos que beiram ao motim, o seguinte:
“ - Eu tenho certeza que 99% ou até mais [dos policiais militares baianos] não participaram de atos violentos durante a greve [em curso]. Esses podem ficar tranquilos. Não serão punidos.”
E arrematou:
“- Na democracia, o limite é a lei. E como democrata eu sigo esse princípio.”
Juntem estas declarações com a do Coronel Eduardo e leiam o seguinte:
"Ao militar são proibidas a sindicalização e a greve".
Esta última frase é o Artigo 142 de nossa Constituição Federal. E por que ela impede que se faça greve por esta categoria de pessoas? Como vários juristas explicaram no Jornal Nacional, pelo simples fato de que eles usam armas de fogo, e greve de militar sempre corre o risco de se transformar num guerra de grandes proporções como pode acontecer na Bahia e até já aconteceu em Pernambuco.
E por que se fere tanto um princípio básico para existência de um Estado de Direito? Pelo fato que, a partir de Lula e continuando com a Dilma, reivindicar passou a ser uma ação que anula todas os aspectos éticos, se envolverem pessoas que digam que são servidores ou operários, e que sejam em grande número. É a luta pelo voto a qualquer custo para se manter no poder com os votos, partam de onde partir e venham de onde vier, mesmo que seja de um presídio de segurança máxima, isto se não for em Cuba é claro.
Agora volto ao caso do Isaltino e peço a atenção dos meus leitores (cujo número cresceu bastante nos últimos tempos, mostrando quanto o povo gosta de “farra”) para o que disse o nosso governador no caso Isaltino. Ou seja, igual aos grevistas do Jacques Wagner, 99% dos que tem cargos, bebem e dirigem e não acontece nada com seus cargos. Por que deveria acontecer com o Isaltino, porque é Secretário dos Transportes?
Ora, meus senhores e senhoras, o que vai acontecer com o Isaltino para cumprir a lei? Perder sua Carteira de Motorista e fingir que faz um cursinho para recuperá-la e pagar uma multa modesta por colocar em risco as vidas de pessoas indefesas no trânsito. Ou vocês não sabem que grande parte dos acidentes de trânsitos são cometidos por motoristas alcoolizados, e que cada um tem suas desculpas, iguais ou melhores até do que as do Isaltino?
Igual na Bahia, brevemente, que depois de mais de 100 assassinatos durante a greve todos vão para os quartéis e nada acontece, a não ser o recebimento de um contra-cheque mais gordo, aqui também pouco acontecerá. O rendimento do Isaltino não mudará, pois continuará a receber o mesmo que antes na Secretaria, onde ficará como um emblemático mau exemplo para os nossos cidadãos. Ora, se “juízes de direito, promotores, oficiais de justiça, senadores, oficiais do exército, deputados e senadores” e secretários de transportes, bebem, dirigem, e só acontece isto, por que eu deveria me preocupar em procurar alguém para dirigir meu carro para acudir meu filho, sem pensar nos filhos dos outros que posso eliminar pelo caminho?
Penso que o nosso felpudo coronel perdeu uma grande oportunidade de mostrar que a lei é para todos e que deve ser cumprida com mais rigor do que ela exige hoje, entrando na seara dos costumes, que além de serem legais devem serem morais e éticos, mandando o Isaltino de volta à Assembléia onde ele apresentaria um projeto de lei que punisse mais severamente quem bebe e dirige.
Eu sei que o Isaltino Nascimento, com a ajuda da Mamãe Juju teve muitos votos em Bom Conselho e até agora não fez jus aos votos que teve, e nem sei mesmo se ele vai apoiá-la para prefeita já que há outro pré-candidato do PT. No entanto, a Mamãe Juju ganharia muitos pontos se não aceitasse o apoio de alguém que bebe e depois dirige. Eu tenho direito de sonhar com um país melhor, não tenho!?
os jornais dis que o secretario Isaltino tava num carro alucado pra assembleia
ResponderExcluirHoje no Blog de Paulo Martins tem novidades das Diárias dos vereadores de BC e tem gente na rua dizendo que não viu a cor do dinheiro
ResponderExcluirLucinha e amigos, a imprensa tem divulgado este epísódio do Dep. Bebão ocultando em parte a verdade dos fatos e nos induzindo a acreditar que ele passará por todas as etapas necessárias para recomposição de sua carteira nacional de habilitação, MENTIRA. O comandante da operação que flagrou o citado parlamentar se utilizou de um artitício para tornar nulo o auto de infração, e o fez, quando de forma deliberada deixou que seu subordinado não assinalasse seu nome e matrícula no auto, ficando desta feita, nulo e sem efeito jurídico. Em outras palavras, não aconteceu nada em desfavor do parlamentar.
ResponderExcluirNova campanha do governo do estado de Pernambuco.
ResponderExcluir" SE FOR DIRIGIR NÃO BEBA, MAS SE FOR BEBER CHAME O DEPUTADO ISALTINO"