Ontem escrevi um pequeno recado no Mural da AGD sobre um texto que o Zé Carlos publicou lá (aqui), no qual ele escreve sobre os fatos da semana que passou, e, bem sutilmente, tocou num problema que acompanhei até no noticiário internacional. Era a história de canibalismo em Garanhuns.
Esta é uma história de arrepiar. Para não dizer que o fato ficou circunscrito à mídia local, eu nem vou citar os blogs do Roberto Almeida, do Wagner Marques, do Ronaldo César e outros que abordaram o acontecido de vários ângulos. O resumo desta horrível ópera pode ser visto num texto do Carlos Madeiro, que é de Maceió, mas publicou no UOL que é um site de projeção nacional e internacional:
“A Polícia Civil de Pernambuco informou que uma das três pessoas acusadas de matar e praticar canibalismo em Garanhuns (230 km do Recife) recheava empadas com carne humana e as vendia nas ruas da cidade. A revelação foi feita ao UOL nesta sexta-feira (13) pelo delegado Wesley Fernandes, que está à frente do inquérito que investiga a seita e os supostos crimes praticados pelos acusados, que foram detidos na última quarta-feira (11). Pelo menos três mortes em rituais macabros são atribuídas ao grupo, que mantinha um triângulo amoroso.”
Meu Jesus! Chega me arrepiar ao pensar nestes detalhes sórdidos. E quando isto acontece, nós jornalistas (eu estou me achando, hoje), não podemos fugir da raia. Mas, também, não podemos tratar o caso com tanta frieza e objetividade, comportando-nos como os “idiotas dela”, como falava o Nelson Rodrigues. Para evitar maiores constrangimentos, não há como não apelar para alguns pontos de humor (embora um pouco escuro) do fato relatado.
Uma das consequências que vejo para o fato é um queda enorme na procura das iguarias mencionadas, na terra de Simoa Gomes e adjacências. Mesmo em Bom Conselho, se a notícia se espalhou como se espera, vai ser difícil para os produtores de coxinhas e empadinhas sobreviverem.
Eu já posso imaginar alguns diálogos entre os produtores de festas infantis e até entre os políticos que adoram oferecer coquetéis e acepipes nesta época de eleição.
- Olhe Doutor, nós temos as melhores coxinhas da região, e nossas empadinhas são as mais crocantes do mercado.
- Hummm!!!
- Não se preocupe, Doutor, pois o recheio é de primeira qualidade, e nunca sobrou uma, em nossas festas.
- Hummm!!!
- Basta dizer Doutor, que, elas são produzidas em Garanhuns, na Pastelaria Suiça. Coisa de primeira, Doutor!
- Não estou mais interessado. Próximo!!!
- Pois não Doutor!
- De onde veem suas coxinhas e empadinhas?!
- São produzidas aqui mesmo e são as melhores, Doutor!
- Tem algum ingrediente comprado em Garanhuns?
- Só o recheio, Doutor!
- Próximo!!!!
E olhe que isto foi em Bom Conselho. Em Garanhuns já dizem que coxinhas e empadinhas só serão servidas num coquetel que os políticos de lá vão oferecer ao governador do Estado quando ele vier oficializar a candidatura do Dourado.
Será que vai alguém?! Tenho certeza que sim e se empanturrarão dos acepipes, pois pior foi engolir o sapo dourado e este parece que já foi digerido faz tempo. Eu não sei, é, se os blogueiros comparecerão, e se o fizerem, degustarão os salgadinhos. Fico aguardando notícias.
Sempre leio seu blog e o reputo como dos melhores do agreste. Mas, não gostei do tom jocoso como a senhora tratou este tema.
ResponderExcluirEu ri muito, pois com um caso assim so rindo mesmo pra não chorar, e a quanto tempo acontecia isto?
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