Por Mary Zaidan (*)
Sete anos depois de o
ex-presidente Lula, em rede nacional de TV, se dizer traído, acusar o seu
partido e pedir desculpas ao povo brasileiro, o presidente do PT, deputado Rui
Falcão (SP), desempenha o papel bipolarmente inverso.
Lula protagonizou sua
cena em horário nobre, com cenho franzido, voz embargada. Uma atuação digna de
Oscar.
Já Falcão, que dia sim
outro também queima a língua, atacou novamente. Isso após conclamar a
militância para reagir contra o julgamento do mensalão e quase botar tudo a
perder ao revelar a estratégia petista de focar a CPI do Cachoeira no
governador Marconi Perillo (PSDB-GO).
Em um vídeo no site do
PT, ele reitera a tese de que o mensalão não existiu – materializada por Lula
após conselhos do ex-ministro e advogado-mor Márcio Thomaz Bastos – e vai ainda
mais longe. Diz que não houve uso de recursos públicos ou ilícitos e que nenhum
dos réus do PT enriqueceu.
Esse último argumento é
genial. Recupera o esdrúxulo axioma da esquerda, o que perdoa o roubo desde que
feito em nome da revolução; desde que o dinheiro vá para o partido, único capaz
de levar o povo ao paraíso.
Isso sem contar que o não
enriquecimento propalado por Falcão não é propriamente uma característica dos
réus petistas. A prosperidade abençoou a todos depois de 2003. Mas, claro, nada
tem a ver diretamente com o mensalão, José Dirceu e companhia. Até porque
outras estrelas do petismo também enriqueceram, e muito, pós-ascensão ao poder.
Palocci e Pimentel que o digam.
No final do vídeo,
Falcão, mais uma vez, vai além do que devia. Presta solidariedade aos seus,
elogia o Supremo Tribunal Federal e diz, como um recadinho, que espera um
“pleito justo, exclusivamente com base nas provas dos autos.”
Obviedade descartável.
Quanto mais para o presidente do partido que detém a Presidência da República e
a maior representação política do País. Uma afirmativa que só se justificaria
para os que imaginam que a corte suprema poderia agir diferente, em oposição à
lei.
Bem intencionado frente
aos seus, mas o boquirroto de sempre, que diz o que não devia dizer na hora que
todos querem que ninguém nada diga, Falcão fez o dever de casa: dias antes do
julgamento dos grandes ícones do PT repisou a tese de que o mensalão não
existiu. Assim como Papai Noel, fada do dente, duendes.
Sem contos de fadas, a
partir da próxima quinta-feira o STF começará a substituir torcidas pelas
letras da lei. E é aí que o bicho pega. Não o bicho-papão das histórias da
carochinha, mas aquele que assusta e petrifica réus que tudo fizeram – e ainda
fazem - para escapar do dia D.
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(*) Publicado no dia
29.07.2012 no Blog do Noblat. É a época de se falar de mensalão. Aliás, deveria
ter sido falado e muito em todas as eleições desde 2005. Esquecemo-lo e o Lula voltou, e nos
esquecemos outra vez e ele colocou a Dilma no Planalto. E agora? Será que vamos
esquecer os resultados do julgamento também? Atualmente, vivemos um fato
parecido em nossa cidade, onde um candidato é acusado de um crime e alguns querem
que isto seja dado como um fato que nem aconteceu, como propalam os petistas
para o mensalão. Não seria justo nem num caso e nem no outro, se tudo se
passasse como se não tivesse existido nada.
Lendo a Mary, no texto
acima me detive num trecho: “Diz [o
presidente do PT] que não houve uso de recursos públicos ou ilícitos e que
nenhum dos réus do PT enriqueceu.” Que crueldade como os fatos. Ontem mesmo
li na página Deu nos Blogs na A Gazeta Digital, da qual faço parte quase como
móvel e utensílio do seu Mural, um artigo do Carlos Brickman (Blog do Augusto
Nunes) falando o seguinte da primeira dama da Bahia, cujo governador é do PT:
“Pois descobriu-se que a primeira-dama da Bahia, Fátima Mendonça,
enfermeira de profissão, esposa do governador petista Jaques Wagner, tem
salário mensal de R$ 14.632, como assessora de supervisão geral da Coordenação
de Assistência Médica do Tribunal de Justiça de Salvador. Aí as peças começam a
se desencaixar: a assessoria de Imprensa de Fátima Mendonça diz que ela está
licenciada desde 2007, quando assumiu o comando das Voluntárias Sociais, cargo
tradicionalmente reservado às primeiras damas. A assessoria de Comunicação do
Tribunal diz que ela não está licenciada, não: desenvolve projetos relacionados
a menores “em situação de vulnerabilidade”, e que ser presidente das
Voluntárias Sociais “não a descredencia de suas atividades profissionais”.
Licenciada ou não, o salário continua sendo pago à esposa do governador. E é um
belo reforço à receita do casal: somando-se o que ambos recebem do Estado, dá
uns R$ 40 mil.”
Se levarmos em conta o
episódio do filho de Lula, que é mais vitorioso tratador de zoológico do
Brasil, hoje com uma fortuna incalculável, o presidente do PT está certo. Os
petistas não enriqueceram, somente, seus parentes. Me engana que eu gosto!.
(LP)
PARA QUEM QUISER E A QUEM INTERESSAR POSSA, TÁ ESCRITO NAS TÁBUAS DE MOISÉS(CÓDIGO PENAL BRASILEIRO) QUE, NO MENSALÃO, DOS 38 CAPACHOS DO LULA AS PENAS MÍNIMAS SUPERARIAM 800 ANOS E AS MÁXIMAS, 3.700 ANOS...
ResponderExcluirNeste precioso artigo muito bem escrito, ironicamente, sem ter nem pra que e totalmente fora do contexto, Dona Lucinha, alfineta sorrateiramente que o nosso DANILO é um assassino(se a DANILOMANIA souber ela estar ferrada e o que dizer, também, do Xico Pitomba). A verdade é uma só: é preciso que a senhora saiba que o então valentão do MORCEGUNHO era professor de lutas marciais e era acostumado dar cacete em neguinho de tirar o coro do espinhaço. Com ele não tinha boquinha não. Por ser um exímio lutador de JIU-JI-TSU, Batia, prendia e arrebentava. Só que dessa vez, ele topou com dois jovens bonconselhenses que tinha sangue no olho. Mesmo assim deu uma surra nos dois por causa de uma discussão banal. Os dois apanhados, voltaram pra casa e pediram ao nosso DANILO que dessem uma carona aos irmãos que eles iriam lavar a honra com um professor valentão. O nosso DANILO deu a carona levou os amigos ao local do crime e os dois irmãos meteram bala no valentão que foi pra casa da gota serena que é o lugar de canalhas. Com isso não quero dizer que o nosso DANILO não tenha culpa no crime, em absoluto! Afinal ele tinha pleno conhecimento do que os seus dois conterrâneos iriam cometer naquele exato momento. Entendo, Dona Lucinha, por a Senhora estar embriagada pelo saber jurídico que possui esse bundão do Zé Fernandes e a senhora tá se deixando levar pelo devaneio das apaixonites agudas da política mesquinha interiorana. Finalmente, imploro que para discutir determinados tipos de assuntos é preciso vim com o freio de mão puxado e não soltar os cachorros sem olhar além nem a quem. Tenho dito.
ResponderExcluirQuem colabora com um crime, conscientemente, seja por qual meio for, é coautor. - Aquele se presta a dirigir um veículo para executar uma pessoa, é cúmplice ou coautor do homicídio. - E todos estão sujeitos às mesmas penalidades que a nossa lei prevê./.
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