Quando vi o anúncio da entrevista da Dilma no Fantástico, eu disse: esta eu não perco por nada neste mundo. Perdi. As tarefas de dona de casa, mãe e avó falaram mais alto. Andei vendo alguns trechos nos noticiários mas já são águas passadas e água muito suja ou pelo menos não pura. Ontem publiquei algo sobre o caso citando outros, e resolvi deixar por ali mesmo quando obtive ontem, com exclusividade uma entrevista com a minha faxineira: a Vilma.
A Vilma mora em Nova Descoberta e exerce a profissão por quase 3 décadas. Ela diz que ainda andou muito de ônibus elétrico. Segundo ela, porque eram mais baratos e até mais silenciosos. Ainda forte hoje, durante este tempo criou seus filhos e os educou até onde pôde, sempre dizendo a eles que estava fazendo isto para que elas seguissem outra profissão, e diz com a aquele ar de machista contumaz:
- D. Lucinha, só tive filhas, foi Deus que quis assim!
Eu tento argumentar, com aquele meu ar de mulher avançada, que ser mulher não é castigo, blá, blá, blá... blá, blá, blá, mas, não a convenço e desisto. Se eu morasse mais perto de Bom Conselho eu a mandaria para a I Conferência da Mulheres no dia 23, promovida por minha amiga Socorro Godoy, mas...
A Vilma sabe ler e escrever pois fez até a quarta série num colégio público e, naquela época, as crianças que faziam até esta séria sabiam ler e escrever. Quem leu o artigo da Lya Luft esta semana na Veja, sabe que isto não é mais verdade. Eu mesma fiquei envergonhada com o nível de nossa educação, que até vinha evoluindo bem até 10 anos atrás, mas chegou o ministro do PT e vejam o que ela diz:
“Empresas reclamam da dificuldade de encontrar mão de obra qualificada, médicos e advogados quase não sabem escrever, alunos de universidade têm problemas par articular o pensamento, para argumentar, para escrever o que pensam. São , de certa forma, analfabetos. Aliás, o analfabetismo devasta esta país. Não é alfabetizado que sabe assinar o nome , mas quem o sabe assinar embaixo de um texto que leu e entendeu. Portanto, a porcentagem de alfabetizados é incrivelmente baixa.
Agora sai na imprensa um relatório alarmante. Metade das crianças brasileiras na terceira série do elementar não sabe ler nem escrever. Não entende para o que serve pontuação num texto. Não sabe ler horas e minutos num relógio, não sabe que centímetro é uma medida de comprimento. Quase metade dos mais adiantados escreve mal, lê mal, quase 60% têm dificuldades graves com números. Grande contingente de jovens chega às universidades sem saber redigir um texto simples, pois não sabem pensar, muito menos expressar-se por escrito. Parafraseando um especialista, estamos produzindo estudantes analfabetos.”
Eu poderia até citar mais, mas, assinem a Veja e leiam, pois além da Lya Luft vocês podem encontrar o próximo ladrão do dinheiro público, ou a próxima sujeira que seria mostrada à presidenta que agora abandonou o serviço. No entanto, eu não lembrei só da faxina quando estava conversando com a Vilma.
Lembrei ainda que já temos quase 10 anos onde o ex-apedeuta-mor, enquanto construía e inaugurava universidades, orientava os jovens a não lerem, dando seu próprio exemplo de analfabeto de sucesso. E hoje, temos a presidenta, que quando fala, e eu não sei nem se escreve, parece ter saído ontem da mesma escola da Vilma, só que deve ter feito até a segunda série.
Mas, voltemos com a Vilma, que apesar de ser alfabetizada não chegou a ser mais do que uma faxineira, e eu, em minhas crises de politicamente correta, digo que é uma profissão muito digna, embora, pelo caráter e capacidade de trabalho da Vilma, ela merecesse algo melhor, e mesmo morar no Palácio da Alvorada.
Perguntei se ela havia visto a entrevista da presidenta no Fantástico e ela disse que viu mas não entendeu muito bem o que ela disse. Enfatizou, que se tivesse uma sala daquele tamanho, colocava terra dentro e fazia uma horta comunitária. Eu, cá com meus botões, quase ia pensando em dizer que talvez fosse mais útil, mas, me contive pois o problema não é a sala, e sim quem está nela.
Terminamos a prosa simples porque ela disse que ainda não tinha nem lavado o banheiro social, porém, fiquei com gosto de quero mais em termos de saber o que a Vilma pensa em termos políticos. Será que ela recebe o Bolsa Família? Será que votou na quase xará? E outras curiosidades, que mesmo eu não sendo nem Patrícia e nem Poeta, gostaria de saber.
Prezada Patroa Lucinha Peixoto,
ResponderExcluirEM QUE PESE DONA VILMA NUNCA TER SIDO TERRORISTA E SER MAIS ALFABETIZADA DO QUE A POSTE, “AXU QUI A SINHORA PUDIA DÁ UM AUMENTU A VILMA. SE PUDÉ UMA VAÇORA DE PAIA BÔA TAMÉN”. DESDE QUE NÃO SEJA UM AUMENTO DA EX-FAXINEIRA DO PLANALTO NEM MUITO MENOS UMA VASSOURA COM O CABO QUEBRADO FEITO ÀQUELA DO ALVORADA...
Bem bolada a entrevista, já estou esperando pelas as outras, e o comentario do Altamir esta hilário. Continue com o blog. Já sou avó também e não tenho sua coragem.
ResponderExcluirJuliana
Sra. Lucinha,
ResponderExcluirVocê dá asas ao seu talento, seja cutucando o Pivete Treloso com vara curta ou enfesando o Velhinho de Taubaté. Mas, a sua empregada promete.
Enquanto a faxineira do planalto cansou espero que a Vilma continue faxinando. Mande brasa
Arlindo Paz
Toda vez que leio um texto seu ficou convencido de você bebeu na fonte do velho Machado de Assis. A elegância no uso das palavras e a ironia lembram muito o "Bruxo do Cosme Velho", com apelidaram o autor de Dom Casmurro. Lembra até o Raulzito também, só que com estilo, pois este é um esculhambado. Sim, antes que me esqueça: Lucinha Peixoto já está na relação dos "Blogs Companheiros". Desculpe pelo atraso. Grande abraço.
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