segunda-feira, 5 de setembro de 2011

O Ginásio São Geraldo, que nasceu...(*)




Hoje ficou pronto o filme do desfile mostrando o Ginásio São Geraldo. Desculpem-me os que o preferem chamar de Escola, eu prefiro Ginásio. Punto y basta! O trabalho final é do nosso colega Jameson Pinheiro, feito a partir do material cedido à CIT, gentilmente, pelo Zé Carlos. Telefonamos para ele com o intuito de pedir que ele fizesse este texto, comentando o belo desfile. Mais uma vez, ele estava em Caruaru com o neto. É mais abestalhado do que eu com o meu. Enfim, um caso perdido para causa do trabalho. Quis convencer nosso Diretor Presidente, a escrever sobre o evento. Ele declinou do convite, alegando que na hora do São Geraldo, estava em um papo muito agradável com seu Salviano, lá em São Rafael. Resultado, eu que terei o prazer de olhar as fotos e o filme, com uma inveja danada deles, e escrever mais uma vez sobre o desfile que achei lindo.

Até agora, este ano de 2010 foi aquele que teve a maior cobertura dos nossos Blogs e Sites. O Blog da Prefeita está lindo com o desfile nos distritos e merece ser visto por todos os bom-conselhenses saudosos. Evitem ler sobre as promessas de campanha do Isaltino, por enquanto, e deliciem-se com nossa juventude de todos os quadrantes da nossa terra. Escrevi como se estivesse preparando uma oração para o palanque do dia da pátria, pois “quadrante”, e "do Oipoque ao Chuí", nunca saem de moda. Mas, voltemos ao desfile do São Geraldo, que nasceu cheio de glória e que continua cheio de glória, e o chamarei Ginásio mesmo quando ele for a Faculdade São Geraldo.

É óbvio que os alunos são os protagonistas do espetáculo. Quando vejo aquelas maviosas meninas formando uma ala de balizas, me dá uma saudade danada do meu tempo, e lembro vivamente da Marluse Urquiza, nossa eterna baliza. Eu ia dormir e sonhava me retorcendo igual a ela, com aquele bastão, enquanto a plateia explodia em palmas e gritos: Viva Lucinha! Viva Lucinha! E eu com um sorriso no rosto acordava e me virava para o outro lado, diante da realidade de minha insignificância estética, quando comparada com a de Marluse.

Velhos tempos, belos dias. Esta é a frase que estava na camisa dos nossos ex-alunos, que não eram os protagonistas para o público, mas o eram para mim. Apesar da cor ser a mesma da bandeira do PT, e eu a preferir verde, como já disse, ver pessoas que um dia vi na flor da juventude causa-nos uma emoção inusitada. Não há como sustentar as lágrimas, mesmo que não lembremos o nome de todos, e sendo nisso auxiliado pelo Jameson e pelo Diretor Presidente.

Por exemplo, eu não conheci pessoalmente Alexandre Vieira, embora tenha conhecido sua família, desde Zé Guedes, que perdemos muito cedo, Louredo, que vi espremido pela multidão numa das fotos, seus tios, Juarez, seu pai e Mirian sua mãe. Os meus colegas me mostraram ele nas fotos, e tive o prazer de ver um jovem garboso, dividindo dois pelotões de ex-aluno. Qualquer dia eu irei lá na loja dele para cumprimentar-lhe e dizer-lhe que, infelizmente, quase todos do comércio da cidade, estão seguindo seu exemplo, ao verticalizar a arquitetura. É uma pena, como ele diz, é o “progresso”. Esperemos brevemente, o Solar Coronel Zezé, erguido com 20 andares no terreno da casa do Coronel. Ou o Shopping Center João Felino, com 10 andares, no terreno da casa onde habitou um dos nossos bons prefeitos. Mas voltemos ao desfile e ao Alexandre, para dizer, que o belo gajo, “arrasou”, parabéns pela perfomance.

Outro que eu não reconheceria sozinha foi o Luis Clério, isto é, sem recorrer às fotos dos nossos meios de comunicações, pois ele é o nosso jornalista-mor. Simpático, risonho, e uma bela cabeleira branca, igual a do Zé Carlos. Por falar nele, o Diretor Presidente, me contou que o Zé Carlos contou a ele, a seguinte estória, que, por acreditar que, "quem conta um conto, aumenta um ponto", já peço desculpas se não for muito precisa.

Quando estava em Bom Conselho o Zé Carlos resolveu procurar o Luis Clério para agradecer a publicação de uma foto do seu neto pela A Gazeta. Ao chegar lá na redação ficou surpreso pela afluência de público ocioso encabeçado pelo Zé Tenório e pelo Naduca. Depois de fazer o que tinha de fazer, o ocioso-mor, Zé Carlos, sentou-se e viveu um dos grandes papos de sua vida. Mesmo depois da altercação havida por ele chamar Zé Tenório de Zé Oião, e este reagir ao adequado apelido, embora com a educação que lhe é peculiar, a conversa foi uma beleza. Relembraram velhos tempos de nossa cidade até que surgiu o cafezinho. Quando ele pensava que aquilo era uma homenagem à sua pessoa, soube através do Luís Clério, que, apesar do cafezinho da tarde haver acabado na casa do coronel Zé Abílio, ele ali continuava, com pompas e circunstâncias. E, segundo o Zé Carlos, foi um lauto café, com direito a bolos, pães e leite. E o melhor de tudo, não havia nenhum coronel, mesmo que o Naduca parecesse com um. Com a chegada do Mábio Tenório, que também não conheço, que é cunhado de Zé Carlos, foi que este viu que havia saído do hotel há muito tempo. Então saiu rápido, antes que sua mulher viesse buscá-lo, pois ainda continua o machismo empedernido: no café é proibido mulher. Qualquer dia destes eu faço uma surpresa a eles.

Deixemos de lado as estórias e voltemos ao desfile. Eu senti falta dos carros alegóricos e me disseram que, este ano, o Colégio N. S. do Bom Conselho, não saiu. Que pena. Não esqueço de seu Valdemar Gomes comentando um carro alegórico do Colégio, onde se homenageava a Marquesa de Santos.

- O Colégio agora faz homenagens às amantes também!

Finalmente, foi um belo desfile e todos os organizadores estão de parabéns, junto com a meninada de alunos e ex-alunos. É assim como eu vejo todos meninos. Alfredo Camboim, João Nelson, Amparo, Pedro Mico, Maristela, Maria José Cardoso, Sônia, Tonho Nunes, Lourdinha Fausto, Daniel, Valfrido, Marinho, Fátima, Niedja e outros de quem não lembramos do nome, ou não apareceram nas fotos. Mas quem é ex-aluno do nosso eterno Ginásio, sempre será para nós, professor, sacerdote, magistrado, cientista ou doutor, e eu acrescentaria, além do que o nosso hino promete, ou um cidadão honesto e honrado.




-----------
(*) Este meu texto foi publicado em 18.09.2010, no finado Blog da CIT. O mundo gira e estamos outra vez na semana da pátria. Quem o quiser no original com todas as fotos clique aqui . Mantivemos o vídeo. A falta de inspiração às vezes é bom. Recordar é viver. Já pensei até em criar um página com este nome. Desde lá muita água já passou debaixo da ponte e continua passando.

Nenhum comentário:

Postar um comentário