domingo, 25 de setembro de 2011

Para passar um bom domingo




Já que está virando moda, na AGD, rever o Blog da CIT (veja aqui ), por que não eu, quando estiver sem assunto novo não rever eu mesma?  Hoje até tenho um motivo, pois além de me atrasar lá na Igreja (minha confissão e penitência duraram mais do que o previsto), eu escrevi hoje no Mural do SBC sobre a festa do Coronel Fernando, o Fernando Bolacha, que, como já disse era um belo representante da espécie masculina, e vi uma homenagem ao Paulo Tavares, nosso digno conterrâneo, já falecido, mas, nosso contendor no passado, em discordâncias normais, de quem quer o melhor para nossa terra. Na Academia de Polícia Militar do Rio fizeram uma homenagem a ele dando o nome de um Bar. Nada contra, por que eu mesma fui homenageada por uma comunidade gay aqui em Recife, com um espaço: “Recanto da Lucinha Peixoto”. Eu fiquei até lisonjeada, porque todos sabem o porquê da homenagem. Mas, aquela feita ao Paulo Tavares eu não sei. É só curiosidade feminina.

Então resolvi transcrever o meu texto onde existe um pouco de nossa contenda, a respeito de se nossa Academia de Letras (outra coisa, o Zetinho sumiu da AGD, estaria ele doente? Espero que não, pois era um dos bons de lá). Então curtam o domingo me revendo. Talvez volte amanhã com algo novo. Quem quiser ver o original, com fotos e tudo, clique aqui .

“Por que não PEDRO DE LARA?

Sempre é bom ver alguém com amor filial assim. Teresa Tavares, penso ser filha de Paulo Tavares (ou neta? vi você nas fotos do saite de Bom Conselho e não deve ter mais de 30 anos. Acertei? Desculpe se errei para cima) e vem concordar com o seu pai. É menos específica do que ele. Ainda não sabe qual a homenagem digna para Pedro de Lara. Desde que não seja a Academia, que é lugar de homens de letras, então tudo bem. E isto acontece em qualquer lugar do mundo. Vamos por partes. Qual a homenagem digna para Pedro de Lara? Se não temos sugestões, ainda, passemos adiante.

Academia é um lugar de homens de letras. Será? Você sabia que a Academia original foi uma escola fundada em 387 a.C., próxima a Atenas, pelo filósofo Platão. Nessa escola, dedicada às musas, onde se professava um ensino informal através de lições e diálogos entre os mestres e os discípulos, o filósofo pretendia reunir contribuições de diversos campos do saber como a filosofia, a matemática, a música, a astronomia e a legislação. Platão, que homem inteligente, que sentimento nobre. Já naquela época sentia que outros conhecimentos além das letras puras eram essenciais ao ser humano.

A Academia Francesa - que serviu de modelo à Academia Brasileira - foi fundada, em 1635, por iniciativa do Cardeal Richelieu que obteve a autorização para seu funcionamento do rei Luís XIII, com a principal finalidade de tornar a língua francesa "pura, eloqüente, e capaz de tratar das artes e ciências. Tudo isto está escrito no saite: http://www.casadobruxo.com.br/ com pouquíssimas modificações. Vejam que as artes outras e ciências eram para ser contempladas.

Veio então a Academia Brasileira de Letras macaqueando a Francesa, no seu estatuto diz:

Art. 1º - A Academia Brasileira de Letras, com sede no Rio de Janeiro, tem por fim a cultura da língua e da literatura nacional, e funcionará de acordo com as normas estabelecidas em seu Regimento Interno.

Por que isto? Porque quando de sua fundação, no final do século XIX, as outras artes além da literatura, e a ciência eram incipientes. Hoje mudamos. Existe Teatro, existe Televisão, também existe Ciência e até e Enganação (Esta última palavra foi usada só porque estou treinando para ser poeta rimista, quem sabe se só teremos letras na nossa Academia).

Então, porque privilegiar só as letras, como o faz o senhor José Taveira Belo no seu projeto? Eis um trecho do Estatuto proposto por ele em caráter embrionário:

OBJETIVO – Parágrafo § 1.1 – ACADEMIA BOMCONSELHENSE DE LETRAS – ABCL, tem como objetivo congregar toda classe literária de Município de Bom Conselho a fim de divulgar estudos literários, como romance, poesias, artigos, conscientizando e motivando o desenvolvimento o potencial literário.

Peço mil desculpas ao senhor José Taveira, porque pesquisei o seu empenho na criação desta Academia e leio sua coluna com interesse e emoção porque sou de Bom Conselho e moro, atualmente, em Recife, mas, isto só me lembra os Grêmios Literários que curtíamos muito nas aulas de D. Diva Albuquerque no Ginásio São Geraldo (por favor não fiquem fazendo contas sobre minha idade, eu fui a mais nova da turma, precoce mesmo).

Com a ousadia que é peculiar aos ex-alunos daquele educandário sugiro que o parágrafo fosse assim reescrito:

OBJETIVO – Parágrafo § 1.1 – ACADEMIA DE BOM CONSELHO - ABC, , tem como objetivo congregar toda classe intelectual do Município de Bom Conselho a fim de divulgar e incentivar a produção de estudos e obras que foram ou sejam de importância para o desenvolvimento humano, feitos por pessoas de nossa cidade.

O restante do Estatuto seria adaptado a este parágrafo. Quanto a isto só mais uma coisa. A idéia da Academia ser completamente desvinculada do poder público parece-me ser "um tiro no pé, ainda sem sapato". Talvez tenha sido influência do nosso conterrâneo José Arnaldo Amaral, quando era anarquista. Penso que não é mais. Sendo ou não, lia muito ele no saite. Volte ou venha para o nosso Blog, Bom Conselho é uma boa causa.


Todo este gasto de bites para dizer o seguinte: Uma academia como esta pode e deve ter como patrono uma pessoa que foi um grande intelectual, sério, trabalhador, amante da terra, artista em várias frentes (tem até livros escritos, embora não fosse sua atividade principal), ator (esta sim sua atividade principal), homem de televisão, e, principalmente, o maior divulgador de Bom Conselho.

Quem reuniria todas estas condições? PEDRO DE LARA. Os mais velhos lembram muito bem, Teresa não, porque é jovem. Quando nos perguntavam de onde éramos e respondíamos: De Bom Conselho. O ignorante perguntador sempre dizia: Ah! Bom Conselho de Papacaça, a terra de Pedro de Lara? Não há excesso em dizer que ele lançou o nome de Bom Conselho no mapa do Brasil como nenhum outro.


Chegaram alguns e-mails na CIT, depois que o lançamos para patrono, dizendo que ele trabalhou em filmes pornográficos, etc, etc. A estes eu pergunto: Vocês já leram "A Casa dos Budas Ditosos", do nosso mais recente imortal da Academia Brasileira de Letras, João Ubaldo Ribeiro? Eu recomendo que todos leiam, é um livro excelente, e João já deveria esta a mais tempo na Academia. Tenho certeza que aqueles que leram não me disseram mais nada. Se o Pedro de Lara o leu, ficou corado junto aos seus lírios brancos de pureza.

No saite eu era censurada por prolixismo, me descupem, mas tem um assunto a mais. Você fala do seu tio Di. Como admiro este amor familiar! Li os escritos de Di no saite, são bem escritos e ele deve ser um canditado forte à ABC por isto. No entanto, como ex-aluna da Escola Pratt de datilografia, se fosse votar, o Di seria imortal pela exímia habilidade na tecnologia da máquina de escrever. Lembro, passávamos, eu e algumas colegas (naquela época moça não andava com rapaz pela rua, ficava falada) e no cartório ficávamos observando suas habilidades com a Remington (ou era outra marca?). Se ele hoje domina o teclado de um computador como o fazia com as velhas máquinas, é imortalidade certa.


Saudações Cordiais

Lucinha Peixoto.”

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