Atualmente, o grande “hit” do momento é o anonimato. O assunto será debatido no II Encontro de Blogueiros de Bom Conselho, ao qual adoraria ir, mas não posso. Não é hora agora de ficar discutindo minhas razões ao tomar esta decisão. Adorei quando li ontem o Blog do Poeta que o Zé Carlos vai representando a AGD. Gostaria muito mais que ele levasse junto a Eliúde Villela, para ela sarocotear entre os blogueiros. Ali gosta! Quem sabe, no próximo encontro já vá representando o meu blog?
Eu, como o Zé Carlos, sou a favor do anonimato, apesar de não usá-lo. Embora, tecnicamente eu também seja um pseudônimo, pois, como Seu Clívio sabe, meu nome de Batismo é Maria Lúcia, e fui muito tempo chamada de Malu por alguns. Tudo é pseudônimo, como tenho certeza que o Sr. Ccsta também é um, embora enrustido.
Em minhas lidas diárias do evangelho já havia visto que a Bíblia em si, está cheia de anônimos e pseudônimos. “A voz do que clama no deserto”, foi um dos primeiros pseudônimos de João Batista. Foi dado pelo profeta Isaías. João pregava no deserto às margens do rio Jordão e atraia multidões até lá para ouvir sua mensagem de arrependimento e confissão de pecados e muitos eram batizados por ele. Ninguém perguntava o seu nome, era um anônimo falando para uma multidão de anônimos.
Em minhas lidas diárias do evangelho já havia visto que a Bíblia em si, está cheia de anônimos e pseudônimos. “A voz do que clama no deserto”, foi um dos primeiros pseudônimos de João Batista. Foi dado pelo profeta Isaías. João pregava no deserto às margens do rio Jordão e atraia multidões até lá para ouvir sua mensagem de arrependimento e confissão de pecados e muitos eram batizados por ele. Ninguém perguntava o seu nome, era um anônimo falando para uma multidão de anônimos.
“João Batista não tinha espaço publicitário para divulgar seus encontros, mas ainda assim muitos se achegavam. Isso porque ao ouvir aquelas palavras e se arrepender de coração e declarar isso através do batismo nas águas do Jordão, aquelas pessoas abriram um espaço em seus corações para Deus agir. Ele agiu e aquelas pessoas tiveram uma vida diferente daquela vida que elas levavam. Vidas confortáveis viraram vidas abundantes, vidas destruídas viravam vidas abundantes também. E os testemunhos dessas pessoas levavam mais e mais pessoas para o rio e para um encontro com Deus através das palavras de João Batista. Lembrando que João não tem e não tinha poder para nada ele apenas cumpria seu chamado de “preparar o caminho do Senhor”.” (ver aqui).
Isto deve ter ocorrido até que alguma autoridade, ou filho de autoridade, da época tenha dito que o anonimato era uma covardia. Quem seria aquele cara que falava na vinda de um candidato forte da oposição, digo, um messias que viria salvar a humanidade do pecado? Cadê seu RG e seu CPF? Ele não era um profeta de verdade, sem estes documentos. E a partir desta constatação surgiram as mentiras, dizendo que ele não era quem era, surgiu a inveja e outros sentimentos baixos vindos dos próximos amigos que antes até se batizaram com ele.
Mas, eu vou em frente citando partes da mais bonita peça de oratória produzida pelos humanos, pela sua influência no mundo ocidental e agora nele todo. É o Sermão da Montanha. Proferido por Jesus, o mais célebre anônimo que existiu. Está no Evangelho de Mateus entre os capítulos 5 e 7:
Mateus, um pseudônimo do evangelista, descreve Jesus, vendo aquelas multidões, e subindo à montanha sentando-se, enquanto seus discípulos aproximavam-se dele. E é aí que Ele começou a pregar o seu famoso sermão ao ar livre (Mt 5, 1-2).
Um trecho dos mais bonitos é o das Bem-aventuranças que são o anúncio da verdadeira felicidade, porque proclamam a verdadeira e plena libertação, e não o conformismo ou a alienação. Elas anunciam a vinda do Reino de Deus através da palavra e ação de Jesus, que tornam a justiça divina presente no mundo. A verdadeira justiça para aqueles que são inúteis, pobres ou incômodos, como são os anônimos, para uma estrutura de sociedade baseada na riqueza que explora e no poder que oprime. Isto já está no catecismo católico. Vejam e relembrem estas sábias palavras:
“Bem-aventurados os humildes de espírito, porque deles é o Reino dos Céus! Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados! Bem-aventurados os mansos, porque possuirão a terra! Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados! Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia! Bem-aventurados os puros de coração, porque verão Deus! Bem-aventurados os pacíficos, porque serão chamados filhos de Deus! Bem-aventurados os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o Reino dos Céus! Bem-aventurados sereis quando vos caluniarem, quando vos perseguirem e disserem falsamente todo o mal contra vós por causa de Mim. Alegrai-vos e exultai, porque será grande a vossa recompensa nos céus, pois assim perseguiram os profetas que vieram antes de vós.”
Tudo isto, todo este discurso, que influenciou (para o bem) nosso mundo e talvez tenha feita a humanidade sobreviver até hoje, foi dito e escrito por anônimos. Nem Jesus nem o evangelista têm existência histórica assegurada. Só a nossa fé nas suas palavras fazem com que eles sobrevivam. Eu não me lembro de nenhum passagem de Jesus dizendo que era filho de um carpiteiro, dizendo nome e sobrenome, ou apresentando documentos na entrada do templo. Ele entrava com sua sabedoria e coragem, mesmo que fosse para dar uns corretivos em alguns comerciantes de templos. Os sepulcros caiados, que atualmente usam Lucscolor ou Coralite.
Sua sede de justiça calava mais fundo nas almas do que seu nome verdadeiro. E ele, sabendo disto, continuava sua pregação também condenando a ostentação na prática de 3 obras fundamentais do Judaísmo, que são a esmola, o jejum e a oração. Se fosse hoje ele talvez incluísse a prática de aparecer nos blogs ostentando os documentos, só para parecer melhor do que os outros e aparecer mais do que eles. Ele não pretendia condenar a observância fiel e honesta destas obras boas e o bom exemplo que estas ações produzem, mas somente o vão desejo de ostentar em frente de outras pessoas, que se pode dar esmolas e escrever em blogs sendo anônimos e fazendo o bem. Ele alertava para o fato de, se a finalidade das pessoas que praticam estas obras, principalmente, escrever em murais bradando seus nomes de batismo, é ostentar, eles já foram recompensados na Terra por outros homens que as elogiaram, os áulicos de sempre. Ouçamos Jesus:
“Guardai-vos de fazer vossas boas obras diante dos homens, para serdes vistos por eles. Do contrário, não tereis recompensa junto de vosso Pai que está no céu.
Quando, pois, dás esmola, não toques a trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem louvados pelos homens. Em verdade eu vos digo: já receberam sua recompensa. Quando deres esmola, que tua mão esquerda não saiba o que fez a direita. Assim, a tua esmola se fará em segredo; e teu Pai, que vê o escondido, recompensar-te-á. [ênfase nossa]
Quando jejuardes, não tomeis um ar triste como os hipócritas, que mostram um semblante abatido para manifestar aos homens que jejuam. Em verdade eu vos digo: já receberam sua recompensa. Quando jejuares, perfuma a tua cabeça e lava o teu rosto. Assim, não parecerá aos homens que jejuas, mas somente a teu Pai que está presente ao oculto; e teu Pai, que vê num lugar oculto, recompensar-te-á.
Quando orardes, não façais como os hipócritas, que gostam de orar de pé nas sinagogas e nas esquinas das ruas, para serem vistos pelos homens. Em verdade eu vos digo: já receberam sua recompensa. Quando orares, entra no teu quarto, fecha a porta e ora ao teu Pai em segredo; e teu Pai, que vê num lugar oculto, recompensar-te-á. Nas vossas orações, não multipliqueis as palavras, como fazem os pagãos que julgam que serão ouvidos à força de palavras. Não os imiteis, porque vosso Pai sabe o que vos é necessário, antes que vós lho peçais.”
Um homem, anônimo, com uma mensagem destas deixou em polvorosa as autoridades e o filhos das autoridades romanas e judaicas. “Se o cara continuar dizendo isto, vai terminar querendo o trono do César”, diziam em alto e bom tom. “Vamos ter que reagir a ele de alguma forma” continuavam na falação. “Vamos perguntar de quem ele é filho, quem o batizou, e como é seu nome verdadeiro”, replicava outro. “Não é melhor dizer que ele é o Zé Carlos?” comentou um garoto mimado lá do fundo da sala.
Não preciso contar o final da história. Ao pegarem Zé Carlos para Cristo, terminaram crucificando Jesus, e assim acabando com a grave ameaça do anônimo ao Império. E o Zé Carlos vai para o encontro de blogueiros. Será que o crucificarão também?
Vá e não tenha medo amigo, e os corajosos anônimos lhe agradecerão pelo que eles podem fazer por Bom Conselho.
Nenhum comentário:
Postar um comentário