O médico e o monstro - Boina pode, mas, sem estrela

Antes de continuar a saga do maior assassino do século XX, com as próprias mãos, pois temos Stalin, Hitler, Fidel e outros menos conhecidos que mandavam matar, eu tenho que falar de minha surpresa pelo tanto de repercussão que este debate está tendo, extrapolando todas as fronteiras do Agreste, fazendo meu humilde blog chegar a mais um bom número de leitores.

Eu não espero conquistar uma audiência como a do Blog do Xico Pitomba, pois seus leitores não conseguem ler mais de 10 linhas, a não ser que tenham figuras. Mas, os leitores, que mesmo não participando direto no debate, sempre serão bem-vindos. Conhecimento e informação nunca é demais. E vamos em frente.

Apenas, para reforçar, ainda continuo usando como fonte básica, o livro do Leandro Narloch, já citado e gostaria de reescrever que algumas críticas feitas, pelo Guerrilheiro das Sete Colinas a este autor, só seriam consistentes se ele comprovasse que suas fontes são falsas ou mal interpretadas. Mesmo eu que quase usei uma só fonte em minha narrativa, não cometi nenhum pecado mortal ao fazê-lo. Mais vale uma fonte verdadeira, do que mil fontes mentirosas, como por exemplo o Fidel Castro, ou, emocionalmente envolvidas como a mulher e os parentes do Che.

Outro aspecto, é que o historiador não precisa necessariamente de ser um escritor com a verve literária de um Machado de Assis, para  dizer que ele era um contumaz usuário da censura, por profissão. Seria necessário mostrar que o Machado de Assis não escreveu o seguinte:

“Não posso dar o meu voto de aprovação ao drama As Conveniências. Tais doutrinas se proclamam nele, tal exaltação se faz da paixão diante do dever, tal é o assunto, e tais as conclusões, que é um serviço à moral proibir a representação desta peça. E se o pudor da cena ganha com essa interdição, não menos ganha o bom gosto, que não terá de ver à ilharga de boas composições esta que é um feixe de incongruências, e nada mais.”

E ele o fez quando  foi censor do Conservatório Dramático, o órgão da corte do imperador dom Pedro II, encarregado de julgar as peças que poderiam serem levadas a público. Vejam a capacidade literária do nosso Machado, que o acompanhava até no seu ofício de censor. O que o Narloch diz, não tira o mérito literário do nosso escritor maior, apenas coloca um pingo nos i,s, sobre algumas de suas falhas como ser humano.

Com isto, longe de mim comparar os pecados do Machado, com os pecados do Che. Este era cruel e desumano, pelas maiorias das fontes, tanto aquelas citadas nos filmes que apresentei nesta séria, quanto aquelas tão bem apresentadas pelo Ablon, o renegado (e, sei, que o Altamir concordará comigo, em dizer: Santo anonimato). E, posto estas filigranas, continuemos.

Já vimos aqui quanto o Che odiava os Estados Unidos, e até hoje, os esquerdopatas o fazem também com todas as forças  tentando responsabilizar este país, pelo embargo imposto a Cuba, quando foi uma reação de defesa de tantas agressões a seus cidadãos. E já vimos (aqui) o ódio com que o Che se referia ao imperialismo, que teria como cabeça os Estados Unidos.

Entretanto, com o tempo, e os resultados de sua incapacidade para qualquer cargo público, a não ser talvez, como médico do Hospital D. Moura em Garanhuns ou do Hospital Monsenhor Dâmaso em Bom Conselho, e vejam que eu disse “talvez”, sua virulência verbal deu lugar aos pedidos de paciência ao povo cubano. E ele próprio caiu em si, reconhecendo quantas burradas havia praticado.

Vem aí o amor de Che pela União Soviética que passou a comprar a produção de açúcar da ilha, criando um mercado garantido a longo prazo e dando sobrevida à aventura socialista de Sierra Maestra. E vejam senhores que quem, como o Che espicaçava tanto a dependência econômica do Estados Unidos, teve que aturar a dependência econômica da União Soviética.

Mesmo assim, o Che continuou com sua mania de grandeza, na esperança de que ainda poderia resolver os problemas da economia cubana, empregando cortador de cana no Banco Central, ou colocando parteira para dirigir hospitais. Resultado, é que ficou falando sozinho, porque Fidel Castro é um ditador mentiroso e asqueroso, mas, não era burro para aguentar a “mala” que era o Che. Então, este, sem muito o que fazer começou a viajar pelo mundo, indo em 1965, para a África tentar implantar outra revolução comunista. (Veja algumas narrativas desta época nos comentários do Altamir nesta série, que embora não desdigam o Narloch, são muito mais detalhadas)

E aqui eu me volto, com meus autores, para o resultado do Che como Ministro, na época atual, para mostrar que se em 1950, Cuba estava em terceiro lugar no ranking da América Latina de consumo per capita de calorias, a partir de então, enquanto o consumo dentre os colombianos passou de 2 mil para 2.800 calorias diárias, os cubanos passaram de 2.700 para 2.300 calorias. Além da queda de consumo de cereais e verduras por habitante, o de carnes teve uma queda assustadora de 33 para 23 quilos por ano. Lá, carne só não é artigo de luxo para uma casta enquistada no poder, com a ajuda do assassino Che e seu amigos da Sierra Maestra.

Isto falando em matéria de alimentação, que a propaganda diz que não há criança subnutrida em Cuba. Só se a fome só atingir os adultos, o que não seria tão mal, mas, não se pode admitir num país onde os vizinhos seguem em frente neste e noutros setores, só Cuba fique para trás. Por exemplo, enquanto novos membros da classe média do resto da América Latina (e vejam a propaganda petista em relação a isto no Brasil, financiavam o primeiro carro zero, Cuba foi o único país em que o número de carros por habitante caiu. Ou seja, dificilmente, o Che hoje faria a viagem de volta à Argentina, montando num motocicleta nova.

E o problema é persistente até hoje, e continuam se culpando o bloqueio americano, quando a maior parte do que os cubanos comem vem de fora, e o grande vilão, os Estados Unidos, fornece 30% dos alimentos que chegam à mesa dos cubanos. “A despeito do embargo econômico, só em 2009 foram 490 milhões de dólares em produtos agrícolas exportados por americanos para Cuba”.

Mas, os turistas do Marlos, que ele diz são todos do PSB, dizem que os avanços na saúde e na educação foram inquestionáveis, e talvez porque o Che nunca quis ser Ministro da Educação para fazer lavagem cerebral, mesmo assim Cuba não se distanciou tanto dos outros países Latinos Americanos, que tiveram semelhante progresso, sem ditadura e com diversidade de opinões, deixando seus cidadãos sairem e voltarem para o país, e pasmem, até terem blogs, sem serem perseguidos.

Eu ainda acho que o Lula não foi se tratar em Cuba, com medo que aparecesse o fantasma do Che Guevara lá no hospital. Dizem que isto ocorreu com o Chaves, e vejam no que deu. Fidel ainda está vivo aos 80, porque fugiu do fantasma do Che e trouxe médicos espanhóis.

Dizem até que, na última visita de Dilma a Cuba, ocasião em que ela criticou a violação dos direitos humanos em Guatanamo, em sua conversa com Fidel alguém ouviu o seguinte diálogo:

- Olá presidenta”

- Como vai meu comandante?

- Muito bem, obrigado! E como vai o Lula, se recuperando bem?

- Muito bem. Ele não quis vir se tratar aqui porque disse que o leito para cancerosos já estava reservado para o Chaves e ele não quis atrapalhar. Não foi nenhuma desfeita a sua pessoa, meu comandante.

- Querida presidenta, eu acho que ele fez o certo. Aqui em Cuba, o único setor onde o Che Guevara não trabalhou foi na Saúde. Por isso ela era “mui buena”. Agora, os médicos estão dizendo que o Che anda baixando nos hospitais querendo operar os doentes, e quando eles descobrem que ele está sem as mãos se recusam. Então ele, com raiva, se transforma de médico para monstro, e vive assim assombrando todo mundo.

- Verdade meu comandante?!

- Si. E agora já há um movimento de umas tais de Damas de Branco que quer devolver as mãos do Che para seu túmulo na Bolívia, pois dizem que mesmo no formol por tanto tempo, o dedo indicador fica se movimentando, de forma igual e no mesmo horário que, em La Cabaña, ele atirava na nuca dos prisioneiros.

- Cruzes! Meu comandante.

Portanto, deixem o Che descansar em paz onde ele estiver (e eu sei onde), e que, a partir de agora, impeçam seus filhos de vestirem “camisetas com a imagem de um dos assassinos  mais patéticos do século 20”.   Agora, boina pode, mas, sem estrela.

P.S: Eu já estava cansada da cara do Che nas minhas postagens, então resolvi colocar um guerrilheiro mais bonito e mais inteligente, embora tenha sido enganado pelo Che, e ainda acredita que ele foi um humanista. Pedi ao Jameson Pinheiro para ele pegar a foto dele no Blog Chumbo Grosso e colocá-la ilustrando este última postagem da série, mas, não do debate, espero, como uma forma de homenageá-lo pela brilhante participação. É para fazer estas firulas em imagens e noutras coisas que decidi partir no meio do ano para fazer um curso lá no sul maravilha. Se o Xico Pitomba, não me pegar até lá. Mas, não se preocupem pois internet há em todo canto, hoje.

Aproveito para parabenizar todas as mulheres pelo seu dia, e espero que elas compreendam porque eu não escrevi sobre o nosso dia. Acabar com o mito do Che, era mais importante, do que tomar acepipes com o Coronel Eduardo no palácio ou escrever sobre nós mesmas.