(Foto do texto do Blog do Gilmar Aleixo) |
Eu penso que a campanha eleitoral para assumir um cargo de vereador, vai ser “uma briga de foice no escuro”, como dizia meu pai, e eu perguntava o que era isto e ele, sério, me respondia: “Você ainda é muito nova para saber o que é”. Só depois de muito tempo eu soube o que era, e fiquei horrorizada.
Parece-me que agora são 11 vagas para o cargo, e parece que todos os 9 atuais vereadores querem voltar. Pelo menos dois eu tenho certeza pois basta ir a seus blogs e verificar o esforço para mostrar o que fizeram durante estes últimos 3 anos na Casa de Dantas Barreto.
O mais fluente é o vereador Carlos Alberto, pelo menos em seu blog, embora não tenha nele colocado quais os cursos que fez com o dinheiro que ganhou de diárias, que foi a mesma quantia recebida pelo seu colega, o vereador Gilmar Aleixo. E foram eles que, no último dia 20.02.2012, tiveram uma audiência com o supersecretário Emanuel Luna, sendo publicado o seu conteúdo no Blog do Gilmar Aleixo (veja aqui o original).
É sobre esta audiência que eu comento abaixo, seguindo a ordem dos questionamentos colocados pelos vereadores. Eu o comento dentro da suposição que ele disse a verdade, somente a verdade e nada mais do que a verdade, mas não posso garantir tal hipótese. Se não for verdade, este blog está aberto ao supersecretário (aliás, por que os secretários e os outro vereadores não em blogs? Mas, tenho certeza, se eles querem continuar na vida política eles vão ter que ter, esperem e vejam) para que ele mostre se há alguma coisa fora do lugar.
O questionamento número 1 é sobre o programa Minha Casa Minha Vida, que depois do Bolsa Família se configura o maior programa eleitoral do PT. Os vereadores perguntam qual o motivo das obras estarem paradas. E o supersecretário responde que é tudo culpa de uma empresa, que não cumpriu o que determinava a Caixa Econômica, e que o município não tinha nada a ver com o imbróglio. Se houve um questionamento intermediário sobre quem contratou esta empresa ou que empresa era esta, não foi apresentado.
No questionamento número 2 vem à baila um Posto de Saúde lá prás bandas da Serra de Santa Terezinha, que havia começado e parou. O supersecretário novamente culpa a Caixa Econômica pelo não feito ou mal feito e disse que tomou todas as medidas burocráticas para que houvesse continuidade na obra. Um outro questionamento se ele foi ou mandou alguém na CEF para verificar o que estava acontecendo, se foi feito, não consta do que foi escrito.
O questionamento de número 3 foi o seguinte: “Senhor Emanuel Luna as obras do Centro de Educação Infantil, já foram concluídas?” Resposta: “Senhores Vereadores, apesar de já está, em pleno funcionamento as atividades escolares, no Centro de Educação Infantil, infelizmente, ainda existem algumas pendências para sua conclusão total da referida obra.” Se houve um questionamento intermediário sobre o que estava faltando, se o telhado, o piso, os professores ou os alunos, não foi incluído no texto. Eu espero que as pendências não sejam as paredes.
Mas no questionamento número 4, o supersecretário, ao ser inquirido sobre a reconstrução das casas que caíram com as chuvas de 2010 já havia sido concluída ele respondeu: “Infelizmente, amigos no [sic] posso informar com exatidão, todos esses questionamentos, prometo que vou pessoalmente averiguar, para que possa atender na integra todos questionamentos abordados por Vossas Excelências” Neste questionamento o texto fala de Nobre Secretário, o que levou o supersecretário, mostrar que ainda não estava por dentro de tudo, com o pouco tempo de que dispôs na prefeitura, tratar os vereadores de Vossas Excelências. Se houve um questionamento para saber uma data possível para que as Vossas Excelências voltassem para saber a resposta do Nobre Secretário, não foi colocado no texto também. Ou talvez, eles tenha ido lá olhar a casa e verificado que também sendo culpa da CEF e do governo do Estado, não voltará mais lá e pronto.
O questionamento 5 merece ser transcrito de forma completa para que todos entendam:
“Senhor Emanuel Luna, quais informações que Vossa Excelência poderia nos passar na questão da reconstrução do Paredão do Açude das Nações , sabemos que a referida obra é de responsabilidade do Governo do Estado, porém gostaríamos de saber quais providencias foram expedidas por esse Poder Executivo e diante do Governo do Estado e se há alguma informações de quando realmente vai começar a tão esperada construção?”
Ao que responde o supersecretário:
"Essa obra como bem falou Vossas Excelências, é uma edificação do Governo do Estado de Pernambuco, infelizmente por vários momentos, teve suas licitações adiadas, a pedido da Senhora Prefeita Judith Alapenha, já encaminhamos diversos apelos, junto ao represente do Estado, e segundo o mesmo a licitação ficou para sair (29.02)".
Pelo que eu entendi, os edis cansaram de saber que tudo era culpa do governo do Estado e quiseram saber se a prefeitura não teria nada a ver com isto. O supersecretário, de forma corajosa, admite que as licitações foram adiadas, a pedido da Senhora Prefeita Judith Alapenha, e que ele agora está tentando rever o problema e parece que a licitação iria ficar pronta no dia 29.02. Como não há questionamento sobre de qual o ano para esta data e eu nunca vi na história deste país algo tão mal escrito, eu deixo com vocês os comentários.
Quanto ao açude do Logradouro do Leões que é motivo do questionamento número 6, finalmente, o supersecretário diz que já conhece o problema e que inclusive já esteve por lá. Pelo menos não teremos um açude a menos, se tudo for verdade.
Igualmente, no questionamento número 7, os vereadores reforçam um pleito sobre as muretas de uma ponte que estão danificadas e que está atrapalhando o alunado de um localidade da Barra do Brejo. E o supersecretário mostra sua intenção de resolver o problema. Se houve algum outro questionamento, sobre se os alunos estão rendendo bem ou não, não foi colocado por escrito.
Finalmente, o vereador Gilmar Aleixo, aproveitou a oportunidade para pedir que o supersecretário intercedesse junto à uma outra secretária, não tão super, que olhasse a situação de uma funcionária que estava com a casa com rachaduras e que poderia até atingir outras pessoas. E o supersecretário finalizou:
“Vereadores vou pessoalmente me informar com a Senhora Secretária e ver as possibilidades legais e possíveis, para que possamos, atender esse importante pleito, prometo em dar retorno dobre o assunto, desde de já, me disponibilizo, no que for possível em atender seus referidos pleitos por se tratar de interesse da nossa sociedade, e parabenizo por suas ações e iniciativa de vim [sic] ao meu humilde gabinete em busca de informações, para que haja melhor juízo, diante das nossas ações.”
Diante desta última resposta, eu não tive mais dúvidas de que o Emanuel é candidatíssimo a algum cargo eletivo no próximo outubro. Se não for a prefeito, ou seja se a Mamãe Juju não deixar, ele irá ser um concorrente para o José Arnaldo. Ainda bem que eu saí do PV, pois a briga vai ser feia.
Mas, eu não queria escrever sobre candidatos e candidaturas quando resolvi comentar esta audiência. E sim falar sobre a formalidade dela, que na certa foi imposta pelo vereador Carlos Alberto que prima por este clima de rapapés até para tomar cachaça. Tenho certeza que ele, se degustar alguma coisa, como o Lula o fazia, ele ao jogar no chão aquele gole que os pinguços jogam para o santo deve dizer: “Dedico a este gole a vossa santíssima entidade!” Fica parecendo coisa de vereador de interior.
Na verdade a audiência poderia ser assim resumida, ao encontrar o supersecretário indo para o trabalho:
- Oi Mané (a forma como o Dr. Filhinho o trata), tudo bom?! Como é que é que vão as casas do programa da Dilma, já caíram todas?
- Isto é com o Estado.
- E o Posto da serra, Mané, vai ou não vai?
- Isto é com o Estado.
- E as casas da cheia, saem o não saem?
- Isto é com o Estado.
- E o açude da nação, meu irmão, quando vão tapar?
- Isto é com o Estado
- Quer dizer que a mureta da escola da Barra, o açude do Logradouro dos Leões e até a casa da Ângela também é com o Estado?
- Não, estas não. Estas eu ainda não tive tempo de ver, mas, não se preocupem, me apoiem para prefeito que tudo será resolvido.
- É ruim, hein?!
E todos se dirigiriam aos seus trabalhos, e tanto os edis quanto o supersecretário seriam mais produtivos em seu respectivos ofícios lutando pelo município. Comigo vai ser assim, audiência na rua, mais trabalho e menos formalismo oco.
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