O médico e o monstro - O Che no governo

Sem mais delongas, aproveitando meu retiro aqui em Gravatá, mesmo um pouco receosa que, de uma hora para outra chegue aqui o Xico Pitomba, eu continuo a falar do Che Guevara, seguindo do ponto onde parei, quando tentava mostrar o que ele fez por Cuba depois da famigerada revolução, que já dura 60 anos e o única coisa boa que conseguiu foi levar os cubanos a serem magros e esbeltos, mas,  pela falta de alimentos.

No final de 1959, depois de centenas de fuzilamentos, o Che deixou a direção do presídio do Forte de La Cabaña. E, pasmem, senhores, ele não foi ser diretor de algum hospital que cuidasse do povo, foi ser presidente do Banco Nacional e logo em seguida, ocupou o cargo de ministro da Indústria de Cuba, além do Banco Central.

Foi durante este período, tentando administrar a pequena indústria cubana, que ele começou a deixar de ser médico para ser economista, igualzinho hoje tenta fazer o Dr. Filhinho lá em Bom Conselho, deixando de ser médico, para ser político. Ainda bem que ele não tem o mesmo talento do Juscelino e nem mesmo do ACM, e se Deus quiser, desiste logo do intento. Algumas propostas do Che, neste campo, já expomos no texto anterior (aqui), que, sumarizados, podem ser enquadrados numa “lei da chibata” qualquer, ou seja, para controlar trabalhador só pau na moleira. Vejam a seguinte pérola de sua lavra:

“O não cumprimento da norma significa o não cumprimento de um dever social: a sociedade castiga o infrator com o desconto de uma parte de seus rendimentos. Aqui é onde devem se juntar a ação do controle administrativo com o controle ideológico”.

Ainda segundo o “humanista”,  a sociedade socialista “deve exercer a coerção dos trabalhadores para implantar a disciplina, mas fará isso auxiliada pela educação das massas até que a disciplina seja espontânea.” E qualquer semelhança com o ministério Haddad de Educação aqui no Brasil, não é mera coincidência. É com o “kit gay” que aprenderemos a respeitar os gays. Me engana que eu gosto.

Eu pedi ao meu amigo Zezinho para me explicar alguma coisa de Economia, e até entendi algumas coisas, mas, nem por isso fiz como o Che, que só depois de aceitar ser chefe do Banco Central de Cuba foi ter aulas de matemática e princípios básicos de diplomacia e economia, em me aventurar a aceitar o cargo de presidenta do nosso Banco Central. Mas, hoje virou moda no governo da Dilma, depois que ela disse que agora exigiria eficiência técnica do seu ministério, e nomeou um cara para o Ministério da Pesca, que declarou não saber nem colocar uma minhoca no anzol. Leiam o meu contendor em termos de “guevarismo”, o Guerrilheiro das Sete Colinas, em seu pecaminoso blog, aos sábados (aqui), pois ele, como ninguém diz onde a Dilma vai colocar a minhoca do PT. Cruzes!

Segundo um economista cubano, seu contemporâneo, “Che era um médico que tinha a presunção de saber de tudo, mas não era minimamente preparado para os cargos aos quais foi nomeado”. E com sua psicopatia revolucionária, quando os mais preparados fugiam do trabalho e de Cuba ele simplesmente dizia: “Não me importa, podem ir, traremos estivadores e canavieiros para fazer aqui o trabalho do campo.” É daí que vem o mito de que um metalúrgio na presidência é uma boa coisa. Eu, pelo menos, acho que “cada um nos seu quadrado”.

Com atitudes equivocadas como esta, e que hoje ocorre, em parte, em nosso país com o aparelhamento do Estado em todos os setores, e não só no Ministério da Pesca, o Che levou ao colapso a indústria de açúcar cubana, e sem conseguir desenvolver outras atividades que a substituíssem. Seu ódio aos americanos o fez até reduzir o volume de exportações para aquele país. Hoje temos algo semelhante com a guinada na política exterior brasileira para  se voltar para as ditaduras do árabes para tentar se ver livre do “julgo”  americano. Quanta besteira, e que vem nos custando tão caro.

Foi do Che, a criação do que ainda hoje é a instituição nacional cubana: o carnê de racionamento. Poucos anos depois da revolução, Cuba já era carente de arroz, feijão, ovos, leite, todos os tipos de carne e óleo, gerando a necessidade de racionar os alimentos básicos.

Um ministro da Indústria como este nem Fidel Castro merecia e muito menos o povo cubano. Depois dos dólares minguarem com a diminuição da exportação de açúcar, Cuba não tinha como investir em sua industrialização. Por causa da psicopatia revolucionária do Che, os grandes empreendedores deram no pé, sendo expulsos ou presos pelo regime, deixando o país sem trabalhadores qualificados para tocar as fábricas. Mesmo odiando Coca-Cola por ser americana, havia uma fábrica do refrigerante em Cuba, o Che viu-se com o problema de tocar a fábrica, que foi estatizada. Então ele viu que o que ele chamava da “água negra do imperialismo”, o povo gostava, mas depois da estatização virou a “água suja do socialismo”.

Dizem que ele ficou extremamente irritado e correu para fábrica para saber o que estava ocorrendo, para se produzir tal porcaria. A resposta, foi simples: ele mesmo havia expulsado do país os chefes da indústria, que levaram com eles a fórmula do refrigerante. Só faltaram lhe dizer: “É a tecnologia, estúpido”.

E assim, pouco tempo depois, a economia cubana foi indo para o brejo e ainda não saiu. Como o Zezinho de Caetés gosta de falar, os Idiotas Latinos-americanos, e não só o Fidel e Che, adotaram os princípios básicos e infalíveis para a ruína econômica, cada um em sua época:

“1) Estatizar empresas e atrapalhar a vida de agricultores e empresários locais, dificultando a produção de bens.

2) Confiscar propriedades, espantando investimentos nacionais e estrangeiros.

3) Com a baixa da arrecadação causada pelos itens 1 e 2, imprimir mais dinheiro para cobrir gastos crescentes, criando inflação.”

Eu entendi quase tudo e só fiquei pensando, e temendo, que tenhamos uma recaída pelos anos 50/60 e voltemos ao caminho da idiotia latino americana. Mas, eu acho que não pois a Dilma, por causa do medo do vexame na Copa, já está privatizando tudo.

Por hoje é só, mas, ainda tem um bocado de coisa para dizer sobre o grande mito do século XX, e para que não continuemos iludidos com ele neste século.

P.S.: Ontem houve duros combates lá prás bandas de Garanhuns, com tiros partindo das Sete Colinas e eu me defendendo por aqui e ao Leandro Nerloch. Sei que o tiroteio ainda não terminou, mas eu o retruco com rosas para despistar o bom oponente.

Uma das coisas que o Guerrilheiro disparou foi um comentário, que também ouvi e não me onde, de que o Leandro queria irritar as pessoas, e disse que queria ganhar dinheiro com o livro. Para mim, que vivo num sistema capitalista e o defendo pelos seus aspectos políticos, acreditando que sem ele não há democracia possível, não vejo mal algum, alguém realizar uma atividade honesta e aceita pelo mercado, para ganhar dinheiro. Irritados mesmo que vi com o livro, sómente o Fernando Morais, o Marlos e agora o Altamir.

Se eu critico o Lula por querer ficar rico com palestras é porque ele usa seu ex-poder para ganhar mais, o que não considero muito ético ou honesto, pois está se valendo de cargos anteriores para tal fim. Quanto ao Leandro Nerloch, Fernando Morais, Fernando Veríssimo ou mesmo o Altamir, tem todo direito de querer ganhar dinheiro em sua atividade, se quiserem. E até mesmo irritar as pessoas, mesmo que sem esta intenção.

Minha decisão, caso seja eleita vereadora em Bom Conselho de propor que vereador ganhe só um salário minimo, é apenas uma questão de justiça, e onde o dinheiro público está envolvido. Mas, quando eu e o Altamir lançarmos um livro com o resumo deste debate, eu vou querer o meu. Embora eu já ache que o Ablon, o renegado, também já tenha direitos.