Por Ateneia Feijó (*)
Sem espanto... Projeções de empresas especializadas em medir
o consumo urbano detectaram uma queda da classe C. Seria por inadimplência?
Nada disso, a “nova classe média” está passando por outro momento positivo: de
ascensão à classe B. Seria o nascimento de uma “nova classe média +”?
Pelo critério da Fundação Getúlio Vargas (FGV), a faixa de
renda familiar da classe C é de R$ 1.126,00 a R$ 4.854,00. A partir daí começa
a faixa da classe B que vai até R$ 6.329,00. No Brasil, a faixa de rendimentos
acima de R$ 6.329,00 pertence às famílias da classe A.
Você e sua família juntos são classe A e não sabiam?! Muitos
se consideram classe B, embora tenham rendimentos da faixa A. Confusão
compreensível porque nem sempre levam uma vida fácil. Sem esquecer que ainda
existe a classe E, onde ficam as rendas familiares menores de R$ 705,00...
aprisionando pessoas à simples sobrevivência.
Foi-se o tempo da subjetividade, quando as classes médias se
subdividiam em baixa, média e alta. E não surgiam dúvidas sobre quais eram as
classes acima delas: a dos ricos e a dos bilionários. Obviamente, sempre houve
mais objetividade para classificação de pobres e de miseráveis. Para o bem e
para o mal, politicamente correto ou não.
Está em evidência agora a política econômica que aposta no
crescimento do país baseado em estímulos ao mercado interno. Ou à gastança com
compras, motivando cada vez mais pesquisas e classificações do poder aquisitivo
da população.
Para alegria de quem deseja consumir ou para o julgamento
crítico dos saciados, aqueles que já adquiriram o bastante para viver
confortavelmente. Além do radical desespero dos ambientalistas.
Pelas estatísticas, dificilmente a classe emergente
“consumista” brasileira voltará a se preocupar apenas com o que comer e onde
morar. Mas, provavelmente, manterá seus valores morais. E brigará para
conservar o que obteve com dinheiro vindo de poupança, empréstimo,
financiamento... Em geral com sacrifício e honestidade. Por quê?
Diversos estudiosos têm opinado na imprensa. O sociólogo
Jessé Souza, por exemplo, não se refere aos emergentes como “nova classe
média”, mas como “batalhadores” com uma vida marcada pela ausência dos
privilégios de nascimento (capital social e cultural). Pessoas que conseguem se
destacar pela persistência, disciplina, autocontrole, pensamento prospectivo...
Quem se origina de uma família “batalhadora” sabe exatamente
do que o sociólogo está falando.
------------
(*) Publicado em 15.05.2012 no Blog do Noblat. Como já
mencionei várias vezes aqui e alhures, sou Classe C de antes do Lula e hoje, ao
invés de tender para a Classe B, estou seguindo para a Classe D. Até hoje, eu e
minha família recusamos ficar endividada para mudar de classe social. Ainda
penso que é uma ilusão gerada pelos programas e benefícios sociais em termos de
subsídio, e que algum dia virão entregar uma conta salgada que espero não o
seja tanto quanto a grega. Enquanto isto não ocorre, fico margeando a Classe D,
de “danada” com o Lula. (LP).
Nenhum comentário:
Postar um comentário