Por Ateneia Feijó (*)
A frase é do barão de Itararé, pseudônimo do jornalista e
humorista político Aparício Torelly. Ela virou bordão neste país desde os idos
de 1930 e rendeu até samba. Agora, com a cachoeira de generosidades, mama quem
ri com amigos parlamentares e administradores públicos.
Em contrapartida, por enquanto, tem-se a performance do
humor brasileiro. Ó destino... Ainda bem que neste país se gosta de dar risada.
E, se isso for sinônimo de felicidade, que vivam as gargalhadas.
Em entrevista a Marcello Scarrone, na Revista de História da
Biblioteca Nacional, o professor de Teoria da História Elias Saliba afirma que,
por trás do humor como diversão, há o brasileiro tentando se situar na
sociedade. Daí que a linguagem humorística no Brasil é uma paródia da vida real
(no sentido de “canto paralelo”).
Por quê? Porque a vida nacional já é engraçada. “Nós estamos
no país da piada pronta”, diz o historiador. Porém, acrescenta que a ética
emotiva inclui não apenas o riso, mas também sentimentos tristes. E recorre a
Millôr Fernandes: “A distância entre o riso e a lágrima é apenas o nariz.”
Que o digam governadores e outras personagens da rotina
política brasileira.
Neste país emergente sem muitos princípios, onde o culto ao
malandro é tão forte, fica difícil saber para onde vão os valores éticos. O
reconhecimento do direito de oportunidades iguais, o pagamento de impostos para
o bem comum etc.
Os sentimentos que chegam à tona com mais facilidade parecem
nada ter a ver com o bem-estar do outro. Mas, exclusivamente, com a vantagem
pessoal. Como, por exemplo, poder!
Essa distorção maligna cria frustrações perigosas. As quais,
segundo especialistas, induzem quem se julga tratado em algum momento da vida
de forma “injusta” a dispensar obrigações morais. Fazendo coisas do tipo: vamos
aproveitar porque não tem ninguém à espreita.
Ora, deixar de praticar algo criticável por temer ser
descoberto não vale; tem que ser correto por princípio. Até porque gente da
vida pública é para ser vigiada mesmo. Se olhos e ouvidos invisíveis forem
usados com intenções lícitas ou para golpes ilícitos serão temas de novas
charges...
Tomara que haja cidadãos, independentemente de partidos,
credos e classes, enxergando o significado da CPI do Cachoeira. E sejam capazes
de pressionar os parlamentares por um resultado que freie essa corrupção
endêmica. Caso contrário, há risco do Brasil perder mais uma entrada para a
prosperidade sustentável e risonha. E decente.
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(*) Publicado no Blog do Noblat em 08.05.2012. Se a gente
chegar ao ponto de achar que quem não é desonesto é um idiota, estaremos todos
fritos. Foi o que entendi do excelente texto da Ateneia Feijó. Ou seja, ou
aproveitamos as águas desta cachoeira para refletir e fazer refletir nossa
sociedade ou vamos chorar para mamar e não vai ter leite nenhum. (LP).
NOTA DE REPÚDIO ANTROPOFÁGICA:
ResponderExcluirTotalmente fora do contexto, mas sem canibalismoo e muito menos imbecilidade e ainda, solidarizando-me com essa figura humana possuidora de um caráter imaculado e virtuoso que é o meu nobre amigo Alexandre Marinho, Gostaria de externar minha indignação as impensadas palavras de um indivíduo que, pela incitação macabra que exalou à população de Garanhuns, de maneira nenhuma pode ser taxado de jornalista. Na verdade, isso é um delinquente MENTAL, quem sabe, canibal. Você meu caro, ao se dirigir ao povo leitor do seu blog que habita à cidade das sete colinas foi deselegante no estilo, provocador e descompromissado com os fundamentos do bom jornalismo, principalmente para quem esfregou a bunda numa carteira universitária. A COISA NÃO É BEM ASSIM, SEU JAMILDO!!!. Pois bem, vamos por partes, como diria o esquartejador e não o antropófago: Primeiramente, a sua atitude, o seu ato foi insano, descabido e totalmente fora do contexto. Na verdade, pelo que foi dito, zombateiramente, a sua pessoa não tem medo nem de ser nem de parecer ridículo; Continuando nesse mesmo diapasão, a sua colocação, inapelável e irresponsavelmente, foi de uma tremenda má-fé intelectual de quem falsifica os fatos para construir uma narrativa "APROPRIADA". Além de ter sido rancorosa, discriminativa e doentia; No seu texto chifrin, O NÃO tão nobre blogueiro, revela desconhecimento, desonestidade e um desagradável traço de grosseria, perversidade e uma boa dose de escárnio, além de um humor burlesco com uma pitada de chacota; Portanto, por a palavra escrita, às vezes, ter peso e custo tanto funesto quanto sinistro, a partir dessa brutalizada e antropofágica informação de paladar fúnebre, você, meu prezado blogueiro, não só emporcalhou, mas contaminou com nódoa o seu currículo jornalístico...
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