segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Félix: A Bicha Boa




Aproveito minha vinda ao Recife para colocar aqui no blog certas coisas e também fuçar nos blogs o que perdi com minha distância da cidade, sem previsão de volta. Nestas incursões encontrei um texto do Carlos Sena, ao qual ele intitulou: Félix: A Bicha Má (aqui). Eu tomei dele o título para escrever sobre o beijo gay que escandalizou os preconceituosos que se dizem horrorizados e também que não veem novelas, entre o Félix e o Nico (obviamente, aqueles que não veem novelas ficarão perdidos, e sem entender o meu texto, mas, são tão poucos os sinceros quanto a isso, que não tenho medo de perder leitores) na saga do Walcir Carrasco, Amor à Vida.

Não comentarei o texto do Sena, pois concordo com quase tudo que ele diz, com exceção quando ele diz que “novela não é produto para ser consumido no formato de CULTURA”. Acho que novela também é cultura, e nestes tempos modernos, muito mais do que o “Cavalo Marinho” ou mesmo o Pastoril. Elas influem nas vidas dos cidadãos e cidadãs tanto quanto o fez a literatura de cordel, ou literatura popular. O resto é elitismo bobo. Mas, concordo quando ele diz que não é por ser bicha que se deve julgar o Félix mas por ser mau, como qualquer heterossexual.

O que me levou a não gostar da novela foram as mudanças dos personagens, ao ponto de tornar, no final, o Félix, uma bicha boa. Parecia que o autor estava fazendo propaganda do homossexualismo, e não podia dizer que o produto era mau. O homossexualismo não é bom nem mau, da mesma forma que ser mulher, negro, índio, e outras minorias não é bom nem mau. Tanto há mulheres más (não, não irei colocar a Dilma como exemplo, e sim a Aline), como negros bons (não, não darei o exemplo do Joaquim Barbosa, e sim do Pelé), e por aí vai. Para mim quando o Félix começou a ser bom, sendo perdoado pela “mami poderosa”, a novela começou a se tornar naquilo que nunca deixou de ser, uma obra de arte popular com características bem peculiares, e que só o Brasil sabe fazer, com o devido esmero. Hoje, elas são vistas em todo o mundo, mesmo com a dificuldade de verter para o inglês os bordões do Félix, por exemplo, “pelas contas do rosário!”.

Mas, e o beijo gay, Lucinha, você tão carola, concorda com aquilo? Quem me segue neste blog, e antes, no Blog da CIT, e mesmo quem me conhece sabe que sou católica mas não sou ovelha. Por que os gays não podem ser representados como pessoas que sentem as coisas tanto quanto outros seres humanos? Até o Papa Francisco já disse que os perdoa, o que é um avanço em relação a Fidel Castro, mas, hoje há uma tendência a se ver com naturalidade esta parte da comunidade, e que penso o Padre Marcelo não os impediria de comungar por isto.

Eu, durante muito tempo, e hoje apesar de um pouco afastada, lutei pela saída da PAPACAGAY, em nossa terrinha, Bom Conselho. Sei que tenho apoiadores para o evento, assim com tenho pessoas que não comungam com as mesmas ideias minhas. Houve até um professor, que depois de prometer me dar um pisa de urtiga, andou instilando seu ódio a homossexuais, dizendo: “Eu odeio homo galinha”, nas redes sociais. Eu fiquei triste, mais ainda porque já tinha pena dele, porque fiquei sabendo que ele é de nossa Bom Conselho. Depois de pego em flagrante em sua hofomofobia enrustida, saiu pedindo perdão pelos jornais, de joelho. Eu o perdoo, e já o convido para o próximo desfile da PAPACAGAY, onde terá papel de destaque, sendo gay ou não.

Eu ainda acho que o movimento gay, que alguns chamam “gayzismo” exagera certas horas, mas, é um direito deles, e não precisa odiá-los por isso, e vir dizer que odiar não é crime. Pode até não ser, mas não se adéqua à nossa cultura cristã ocidental. Eu sou contra, por exemplo, à criminalização da homofobia, quando ela não chega ao ponto de produzir crimes já previstos em nossa legislação. Da mesma forma que eu era contra (desculpem os que entendem das leis mais do que eu, se isto já foi abolido no Brasil) à punição legal da mulher por adultério ou prostituição. Ainda sou contra a Lei da Palmada, como exemplo de que a lei não se deve meter em questões onde o comportamento ético é mais efetivo do que a ela para influenciar as relações sociais. Talvez eu seja a favor da criminalização do ódio, por ser quem o sente um criminoso em potencial. O ódio leva ao crime com mais frequência do que algumas palmadas.

O César, pai do Félix, odiava o filho por ser gay, por causa dos seus trejeitos, como poderia odiar um hetero por causa de seus rompantes de macheza. Eu não odeio nenhum dos dois. Aliás, acho que tanto o César como quem odeia “homo galinha”, não vão a um psicólogo porque tem medo de saírem de lá rebolando e cantando:

- Oi tico-tico cá, oi tico-tico lá....

Com turbante e tudo de Carmem Miranda. Eu já convidei, mas, o faço outra vez, a pessoas assim, a comparecerem ao desfile da PAPACAGAY, eles irão amar, tenho certeza.


Só para terminar, e aproveitar esta passagem pelo Recife, e voltar ao meu exílio voluntário, eu apenas digo que achei o beijo gay muito chocho. Pior do que ele os russos já dão há milênios. Eu, se tivesse que odiar algo, eu odiaria o beijo de Judas, mas, se até Jesus o perdoou, por que não perdoaria o Félix, se ele se tornou um filho tão bom? Embora, o Félix ter se tornado bom, nem Jesus acreditaria.

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

A viagem de Dilma e Flávio Caça-Rato para presidente




Alô amigos! Não tenho mais nem coragem para pedir que não esqueçam de mim, como já fiz antes. Minha vida ficou de pernas para o ar e de blogueira e projeto de política passei a ser lanchonete de pousada. São os ossos do ofício de esposa religiosa. Tenho que seguir meu marido e cumprir a promessa que um dia fiz: Até que a  morte nos separe!

Aproveito a passagem por Recife para ler o que acontece no mundo dos blogs e pensando o que dizer àqueles que me enchem a caixa postal perguntando onde estou e porque não apareço. Mesmo que não possa responder a todos, eu aqui digo, com satisfação que não morri. Morreram alguns dos meus planos, principalmente, os políticos. Pelo menos aqueles relacionados à vereança em minha terra.

Prometeram-me que em breve terei internet onde estou socada. Isto me alegra pois poderei voltar ao batente como blogueira. Por enquanto, me esperem mais um pouco. Aqueles que nas redes sociais esperam ansiosamente por mim, não perderão por esperar.

Para não perder a viagem não posso deixar de comentar algumas coisas que se passam no Brasil, das quais me informo na TV, e de algumas coisas que se passam em Bom Conselho. Neste último caso não vejo muitas coisas, pois os blogs só trazem notícias de Arapiraca. O Mural da AGD está parado e nem mando mais recados para lá. No site de Saulo vi umas fotos do Encontro de Bom-conselhenses, que, pelo andar da carruagem, no próximo ano só vão 5 pessoas, Pedro Ramos e seu quarteto e Ana Diva. Corrijo, talvez sejam 6, pois o Carlos Sena estará lá talvez ainda para fazer propaganda do Mais Cubanos.

Quanto ao que se passa no Brasil foi o determinante para escrever um pouco. Desde o início do meu exílio involuntário não houve mudanças relevantes. Comento apenas a viagem da Dilma a Davos e Cuba, mas, detenho-me em sua passagem por Lisboa, que um dia conheci, mas, com o meu dinheiro. Já Dilma se hospeda e come também com o meu dinheiro. É muita desfaçatez.

Já o Lula, o ex-presidente em exercício, continua o mesmo. Mas sua barba.... Ainda não o comprei porque não tenho cartão corporativo do governo federal e luto pela minha sobrevivência, mas fiz uma incursão pelo livro do Romeu Tuma Jr. Li as orelhas e o primeiro capítulo numa dessas livrarias que me dá vontade de ficar morando lá, lendo livros de graça. Se aquilo tudo que ele diz for verdade o Lula é um forte candidato, não a presidente do Brasil, mas diretor do sindicato da Papuda, tomando o lugar de Zé Dirceu. Deixou até a barba crescer de novo para não perder a alcunha do “O Barba”, quando era, segundo o Tuma, informante do Golbery.

E agora mesmo estou ouvindo uma notícia que me interessou e eu a vi completa. Sabem que é o grande jogador de futebol brasileiro, hoje na imprensa inglesa? O Flávio Caça-Rato. Será que haverá influência sobre o Felipão, como houve sobre Médici para convocar o Dario em 70? No Brasil atual  tudo pode acontecer. Eu o colocaria no lugar do Fred. Teríamos mais chance. Tenho certeza que na próxima eleição municipal, tal qual Romário, o Flávio Caça-Rato será o vereador mais votado. Não estranhem se um dia chegar a presidente da república. Lula só foi torneiro mecânico e continua presidindo o Brasil. Por que não o Caça-Rato que deu o gol do título da série B ao Santa Cruz?


Bem, já escrevi muito nesta volta atabalhoada a meu blog. Espero que breve possa escrever mais. 

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Pastel de Vento




Por Maria Helena RR de Sousa (*)

Vocês já repararam como o governo Lula/Dilma está que é um pastel de vento? Às vezes como recheio só um pouquinho de açúcar e canela. Essa especialidade ilude a fome e pode ser encontrada em todas as feiras populares, de norte a sul do Brasil.

O governo-pastel usa e abusa da sugestão de enorme variedade de recheios para agradar a clientela. Não sei se o truque funcionará durante muito tempo, mas até hoje tem sido um sucesso, não há como negar. Vende bem, os feirantes não se queixam nem as mães de família: uma travessa de pastel de vento esvazia em segundos.

O PT é um mestre-cuca formidável. Criou receitas magníficas; adaptou muito bem receitas de outros chefs; usa e abusa da fartura dos excelentes ingredientes nacionais. Só se dá mal quando copia receitas estrangeiras, não tem os mesmos ingredientes, nem conta com o mesmo empenho de artistas do forno e fogão de outros países.

Mas lá vem o porém, tudo tem um porém. Gosto muito de provérbios e os franceses, com sua lógica e racionalidade, têm um que vale a pena lembrar: tudo passa, tudo quebra, tudo cansa e... tudo pode ser substituído. Imagino que os petistas, super bem viajados, conheçam de sobra essas palavras, mas como acontece com quase todo mundo, lá no alto da colina é comum esquecer o fundo do vale.

Penso que foi isso o que aconteceu. O PT esqueceu do ditado e o que tem oferecido em suas barracas é pastel de vento, sem nada, nem um pingo de açúcar...

Vou listar aqui certas receitas que nos foram prometidas mas que não chegaram nem perto da massa do pastel:

* o trem-bala. Nem o bala, nem o simples trem que faria um bem enorme ao país;

* cadê as creches que tanta falta fazem para todos os brasileirinhos e brasileirinhas?;

* a transposição do São Francisco que era para 2006, de repente foi adiada para 2010 e agora é prometida para 2015;

* transparência com os gastos do Governo e corte no luxo e gastos excessivos e inúteis;

* ministros de estado que queiram resolver nossos problemas (e não animados que usem o cargo como palanque e holofotes para a próxima eleição).

O último pastel de vento que recebemos foi uma inauguração que nos envergonha: o Hospital das Clínicas em São Bernardo do Campo. Num país indigente em matéria de hospitais, onde as pessoas morrem como moscas por falta de cuidados, inaugurar um hospital com apenas 30% de sua capacidade e prometer à plateia do comício que no dia seguinte ia poder excursionar para conhecer o interior do hospital, francamente, fiquei com vergonha de ser brasileira e não foi por causa de mais um pastel de vento, não. Foi pela mansidão excessiva de nosso povo.

O que faz do pastel de vento um favorito é justamente o fato de sua massa aceitar tudo. Mas é nessa qualidade que também mora o risco de um fracasso: dependendo do recheio, o pastel de vento pode encalhar.

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(*) Publicado no Blog do Noblat em 16.12.2013. Como a Maria Helena, sou uma boa cozinheira, e já sei de cor e salteado a receita de pastel de vento do PT. Vivemos há dez anos a comê-lo, e já estamos de bucho quebrado de tanto vento. É certo que o Lula, aproveitou o queijo dos governos anteriores para dar um gostinho ao pastel, mas, neste momento atual só restou o vento, e eu ainda não fiquei com vergonha de ser brasileira, como a Maria Helena, porque confio, que, nas próximas eleições, o povo vai, antes de comer o pastel, verificar o que tem dentro e rejeitá-lo. É o que eu espero.

Como meus leitores já notaram, não tenho escrito textos independentes e minha regularidade blogueira não está das mais firmes. Quem me lê sabe o porquê, mas, não sabe ainda que a partir desta semana, até o próximo ano, estarei recebendo neste meu exílio, a visita de minha família e, principalmente, dos meus netos. Não posso perder a oportunidade de a eles mostrar esta praia linda, talvez, na ilusão de que já no próximo ano terei internet em casa e iremos, se Deus quiser, nos encontrar com mais regularidade.


Então até o próximo ano (ou a qualquer momento em edição extraordinária), e que curtam o Natal  e tenham um feliz ano novo, mas, sempre pensando nos pastéis de vento. Que tenham todos melhores pastéis. (LP)