quinta-feira, 30 de agosto de 2012

A invasão dos helicópteros e os processos do Dandan




Quem viveu no interior, como eu, pode ter uma ideia do que eu estou passando, se em sua casa tivesse um fogão a carvão e alguém dissesse: “Acabou o carvão; o homem que passa vendendo não vem esta semana.” Minha mãe se descabelava toda nesta situação pois sabia que teria que apelar para o fogareiro a álcool ao aprontar um péssima comida para a família. E meu pai ficaria uma fera.

Imaginem vocês, que eu, neste lugar ermo e sombrio, ainda estou sem internet (dizem que acabou o carvão) e eu apelo para que minha filha publique meus textos em meu blog (meu fogareiro). E não estou reclamando pois, pelo menos, ela me traz de viva voz alguma coisa que lê em casa, talvez, para não me deixar tão deprimida.

Ela me contou que a grande notícia do momento em Bom Conselho, foi uma invasão aérea na feira de sábado por um helicóptero, que, ao invés de balas e doces, lançava folhetos vituperiosos contra o Dandan. Eu nunca vi uma coisa destas. Gastar uma fábula de dinheiro, assustar a população, causar indignação do Poeta (soube que o Poeta, vendo que sua fonte poderia secar, fez uma entrevista em plena manifestação “espontânea”, onde motoqueiros, aos milhares se debatiam para lavar a honra ferida do Dandan), somente informar que o candidato andara se metendo em coisas lá pelas Alagoas que lhe renderam novos processos. Que horror! Cruzes!

Do meu ponto de vista, ser processado não é crime. Dentro do linguajar que vejo na TV sobre o mensalão, é apenas um indício potencial. Por exemplo, é sabido que o Dandan foi processado pelo assassinato do Morceguinho e diz que é inocente. Ora, gente, o Zé Dirceu diz isto todo o tempo. O problema é se os eleitores acreditam. Eu, se fosse processada por alguma coisa cabeluda (falar mal da vida alheia e algumas fofoquinhas bobas, não considero cabeludas) eu não me candidataria a nada, mesmo que me achasse inocente, pois faria meu eleitorado de jurado e não tenho este direito, mas cada um com sua cabeça. Por isto é que tento viver uma vida de retidão, que quase se resume de casa para missa e da missa para casa. E hoje, até esta rotina não posso ter mais.

Minha filha, e hoje minha contadora de histórias da mídia, me disse que nos folhetos que foram jogados em Bom Conselho havia números de processos e tudo mais, e ela foi olhar o que estava lá no tribunal. Quando sair daqui vou colocá-la na equipe do blog. O Júlio e o César, meus netos, tem a quem puxar em inteligência e vivacidade. Ela copiou e colou no Word que estou lendo agora aqui no meu laptop informações sobre um dos processos que pesam sobre o Dandan. Infelizmente, é um juridiquês danado e só entendo por alto, mas, ela foi além e copiou o endereço do tal processo. É esperta igual a mãe, e o processo pode ser visto aqui, por aqueles que estão hoje num paraíso, em comparação a mim, com internet.

Aqui eu me atenho a uma cópia do tal processo, e pelo que entendi, lá no foro de Maceió, há uma ação de execução fiscal por parte  de um tal de Exequente (que diabo é isto?) que é a Fazenda Pública Estadual e há três Executados (penso que ninguém perdeu a cabeça ainda, mas, este juridiquês é terrível) que são: João Paulo Gomes da Silva, Flor do Campo Produtos Alimentícios ltda e Danillo Cavalcante Vieira. Minha filha disse que viu na AGD que este é o nome de batismo do Dandan, e diante da invasão panfletária, cujo objetivo era ele e dava o número do processo, eu não tenho por que duvidar.

O que eu achei terrível foi o valor da causa (já me sinto quase no STF falando estas coisas e condenando o Zé Dirceu, mas, agora isto está mais longe porque a presidenta sancionou a lei de cotas raciais, e como mulata assumida eu não entro mais na universidade) de R$ 767.200,45. Eu nunca vi tanto dinheiro junto.

Porém, vamos ao ponto. Tudo começou, pelo que minha filha copiou e colou e eu estou lendo (e ela me disse que para isto basta acessar o link acima) em 28.07.2009, quando foi sorteado o processo (não sei o que isto significa e nem sabia que havia bingo nos tribunais), e como soe acontecer nestes caso ele rolou, rolou e rolou e quando foi no dia 22.04.2010 mandaram uma tal de Carta Precatória (eu fui ler pensando que fosse uma carta de amor, mas, como este nome eu já desconfiava que não era) que eu não entendi muito e a transcrevo aqui para que algum leitor menos burro do a burrinha jurídica que lhes escreve interprete. É coisa de bicho grande.

“Carta Precatória Expedida

Autos n° 001.09.009560-0 Ação: Execução Fiscal Exequente: Fazenda Pública Estadual Executado: João Paulo Gomes da Silva e outros Juizo de Direito da Unica Vara da Conarca de Bom Conselho-PE Pça. D. Pedro II, 34, Centro Bom Conselho-PE CEP 55330-000 OBJETO: CITAÇÃO DO EXECUTADO para que, no prazo de 5 (cinco) dias, pague o principal, acessórios, verba advocatícia e despesas processuais, ou efetue a garantia do juízo, através de: a) depósito em dinheiro; b) fiança bancária; ou, c) nomeação de bens à penhora, observada a gradação estabelecida no art. 11, da Lei nº 6.830/80, provando-os de sua propriedade, livres e desembaraçados. Inocorrendo o pagamento, ou a garantia do juízo, EFETUE A PENHORA, DEPÓSITO E AVALIAÇÃO de bens pertencentes ao Executado, com posterior intimação da constrição realizada. Em seqüência, deverá ser efetivado o registro do gravame junto ao Cartório do Registro de Imóveis, no caso de imóveis, como às demais repartições competentes, em se tratando de coisas móveis. Não sendo encontrado o Executado, EFETUE O ARRESTO de tantos bens quantos bastem para a garantia da execução, procedendo-se, então, na forma do estabelecido no art. 653, parágrafo único, do CPC. EXECUTADO: DANNILO CAVALCANTE VIEIRA, CPF 054.239.854-04, RUA DR. MANOEL BORBA, 232, CENTRO, BOM CONSELHO, CEP 55330-970. VALOR DO DÉBITO: R$ 767.200,45 indicado na CDA nº 536-1/2009. DATA DO CÁLCULO: 26/03/2009. PRAZO: O prazo para apresentação de Embargos à Execução, querendo, é de 30 (trinta) dias, contados: a) do depósito; b) da juntada da prova da fiança bancária; ou, c) da intimação da penhora (art. 16, da Lei nº 6.830/80). O Dr. Manoel Cavalcante de Lima Neto, Juiz de Direito da 19ª Vara Cível da Capital/Execução Fiscal, da Maceió, na forma da lei, etc. FAZ SABER A(o) Exmo(a). Sr(a). Dr(a). Juiz(a) de Direito da Comarca de Bom Conselho, que dos autos acima indicados foi extraída a presente, deprecando o seu cumprimento e devolução como de direito. Eu, Felipe Goes da Fonseca, o digitei, e eu, ________, Kirley Meira L. N. Paz Escrivã Judicial, o conferi e subscrevi. Maceió (AL), 22 de abril de 2010. Manoel Cavalcante de Lima Neto Juiz de Direito”

A ênfase no nome de batismo de Dandan é minha, o resto, inclusive os erros de grafia, eu apenas copiei e colei do que minha filha me trouxe. Este processo continuou rolando e sua última movimentação foi em 26.07.2012, e o texto indica uma coisa que não entendi: Autos conclusos. Para mim isto é um mistério. O que quer dizer? Que o Dandan e os outros executados morreram naquela grana preta ou ainda vão morrer? Ou foram perdoados? Não sei.

O fato importante para mim, como jornalista (embora, sem querer tomar o lugar do nosso jornalista-mor o Luis Clério, mas, me sentindo uma melhor do que o Poeta) é apenas informar aos eleitores, da mesma forma que fiz em relação aos gastos de nossos vereadores para se aprimorarem ou mesmo com os outros processos do Dandan, sempre partindo de documentos que são públicos e que o distinto público de Bom Conselho deveria saber para votar conscientemente nas próximas eleições. Um político ou um candidato a tal é um homem público e com tal, merece que  sua vida seja pública grande parte do tempo.

E pelo jeito, não sou só eu que tenho vontade de divulgar estes fatos. Aqueles que gastaram para invadir a feira de Bom Conselho, usando a tecnologia aérea, também tinham interesse em que o público tivesse conhecimento de coisas como esta. Penso que a forma não é a mais correta por ser bastante cara e assustadora para povo de Bom Conselho. O que o Dandan tem que fazer é apenas explicar o que está acontecendo com sua vida passada, presente e até futura. Se para isto isto ele tiver que usar um helicóptero, eu aprovarei a ideia, desde que o fato fique esclarecido e que Bom Conselho possa escolher com consciência.

O que minha filha falou sobre o envolvimento da Mamãe Juju no episódio, se houve algum precisa também ser esclarecido. Se só foi a leitura dos panfletos, nada demais. Quem sabe ela não contrata um helicóptero para panfletar dando explicações sobre sua renúncia!? Eu aprovaria também a ideia desde que o dinheiro público não entre em nada. E isto se aplica à varrição das ruas depois, o que seria em excelente trabalho para o Dr. Filhinho que, ouviu o clamor de mainha e não fala mais nada.

Só para findar, pois já vi um dos meus algozes acenando que por hoje basta, e volto a minha vida de tristeza sem a rede mundial de computadores e tornando à minha TV e à minha leitura (depois de Gabriela viciei em Jorge Amado e já estou em Capitães da Areia). Depois eu volto, espero... 

domingo, 26 de agosto de 2012

Com uma vontade danada de voltar...





Onde eu estou não tem internet. Minha filha me trouxe meu laptop hoje (até que enfim deixaram) e eu já estou teclando e pedindo, quase implorando para que ela publique isto quando chegar em casa.

Eu poderia até dizer onde estou, porém, quando vi a tristeza do ex-apedeuta-mor, o Lula usando seu câncer para tentar eleger o Humberto, eu não digo onde estou nem morta. Fiquei até com vergonha daquela cena que vi na TV. Agora ele está usando um cabelo estilo Neymar, e com aquele queixo duplo (que eu só posso falar agora porque perdi uns quilinhos pois antes seria a suja falando do mal lavado) não sabemos mais em qual acreditar. Eu não acredito em nenhum.

Nada contra o cabelo de Neymar, que minha filha teve a insensatez de cortar o do meu neto mais velho, o Júlio, igual. Eu para não chorar disse que era igual a do David Beckmam. Aliás, minha filha trouxe hoje duas coisas que me alegraram demais. Este laptop em que lhes escrevo e meus dois netos. Oh, que saudade!

Além disto ela me informou sobre algumas coisas que viu na internet, da qual estou privada, não sei até quando. Por exemplo, disse que o Dandan vai depor na Paraíba sobre aquele crime do Morceguinho. Espero que ele se saia bem nos depoimentos. Já pensaram que vergonha seria para seus correligionários se ele ficasse por lá. Cruzes!

Ela também me falou da nova enquete na AGD, dizendo que estão votando muito em Mamãe Juju e no Dandan. Eu não tenho candidato lá, como vocês sabem. Tenho apenas simpatia intuitiva, que não é a mesma que o Levandowhisky tem pelo Marcos Valério. Esta é leviandade completa. Eu vi nos telejornais a presepada em que se está tornando este julgamento do mensalão. Pelo olhar do William Bonner vão terminar descobrindo que o culpado de tudo é o Joaquim Barbosa. Ou a Rita da novela Avenida Brasil.

Aliás, minha filha me falou que o Mural da AGD está “bombando” e que já até pediram minha volta. E eu estou doidinha para ir lá, mas, não posso ainda. Eu recebi alguns e-mails, alguns jocosos, outros sérios e até aqueles comemorando minha ausência. Por alguns motivos, entre os quais já falei um no início deste texto, não posso dizer porque não estou escrevendo como vinha antes.

O que posso dizer, para dar uma satisfação aos meus poucos mas assíduos leitores,  são os motivos que não impedem a minha volta.

Não me ameaçaram por ter falado e noticiado certas coisas sobre alguns candidatos de minha terra. Muito pelo contrário, até elogiaram minha sinceridade jornalista. E eu considero que, se o eleitorado de Bom Conselho for às urnas sem saber determinados fatos, este povo, que não será escravo de ninguém (lembrei da morte do aniversário de Getúlio), vai ser chamado, depois das eleições, de Tufão, de tão traído. E eu não quero me sentir a Carminha.

Não foi pela falta de vontade de escrever e comentar como o fazia, alegre e pimpona, todos os dias. Hoje, pela minha impossibilidade de escrever é que me sinto triste e macambúzia. E cada dia mais triste por está ainda vendo a TV, sem poder dizer nada. Quase chorei quando vi a Dilma ser considerada uma das mulheres mais fortes do mundo, quando sei, sua força vem do apedeuta que, sabendo que vai perder em Recife, apela para os nove meses de câncer. É demais!

Não foi por ter entrado na universidade pelo sistema de cotas, o que tenho direito, pois tenho um pé na cozinha, e tenha ficado sem nenhum tempo. Pelas cotas eu não entrarei, jamais. Ser epitetada de “moleca cotista”, nunca.

Enfim, já há alguns algozes aqui me aperreando, dizendo que por hoje já foi demais, para que haja outros dias. Aí eu obedeço, mas, mesmo que aconteça o pior e eu vá para o céu, eu até cometerei um sacrilégio e farei igual ao O Andarilho, que arranjou um “cavalo” lá num terreiro baiano, que escrevia no Mural do SBC. Para ser justa com o meu gênero, eu tentarei arranjar um “égua”.

No entanto, o importante é que eu consiga logo voltar à minha vida de alegria. E, se Deus quiser o farei logo. Só não posso dizer quando, embora gostasse. O futuro a Deus pertence.

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Rastros de crime





Por Mary Zaidan (*)

Vinte e cinco defesas depois, todas apoiadas em pontos quase idênticos, os advogados dos réus do mensalão conseguiram algo inusitado: produzir mais dúvidas. Isso mesmo. No afã de tentar inocentar seus clientes, alguns deles se enrolaram e foram imprimindo novos rastros.

Caso típico foi o da defesa do ex-diretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolato, que se embananou na resposta ao ministro relator Joaquim Barbosa quanto ao dinheiro que trafegou entre o BB, a Visanet, o publicitário Marcos Valério e o esquema de compra de apoio político. Isso sem falar no pacote com R$ 326,6 mil em dinheiro vivo que Pizzolato recebeu de Valério e repassou a um emissário do PT sem saber, segundo o advogado, que o recheio do embrulho era bufunfa graúda.

Possivelmente para não tripudiar, Barbosa não incluiu nas perguntas ao defensor coisas singelas como o motivo que leva um diretor do BB, um servidor público, a se portar como pombo correio do PT. Ou como um pacote tão farto entra e sai da sede do BB sem que ninguém se dê conta do conteúdo, nem mesmo a segurança.

É carimbar a tarja de otário na testa de cada ministro da Suprema Corte do país - e de cada um de nós.

Nas falas dos defensores os mortos brilham. Ninguém do Banco Rural fez nada. Todos os empréstimos são da lavra de José Augusto Dumont, ex-vice-presidente do banco, morto em 2004. Mas se os empréstimos eram lícitos, como quer fazer crer a defesa, porque jogá-los sobre o morto?

Coube a outro morto, o deputado José Janene, ex-tesoureiro do PP, toda a culpa pelos acordos financeiros com o PT, pelos quais o deputado Pedro Henry é acusado. Observe-se que o advogado não negou a transação, só a autoria.

Já a alegação unânime dos defensores de que a fase de instrução criminal, com garantia ao contraditório, tem mais valor do que a do inquérito ou a de depoimentos em CPIs, ainda que fundamentada na Constituição, fica quase cômica. Esses mesmos advogados orientam seus clientes a se calarem em CPIs. Vide o conselho dado pelo ex-ministro Marcio Thomaz Bastos ao seu ex-cliente Carlinhos Cachoeira. Se não vale nada ou quase nada, porque a mudez em CPIs?

Na defesa reina a tese de Thomaz Bastos de que o mensalão não existiu e que tudo não passou de caixa 2. Como se crime eleitoral, e ainda por cima com dinheiro público, não fosse crime.

De quebra, na semana que passou o procurador-geral da República Roberto Gurgel foi apontado como irresponsável; incompetente para exercer a tarefa para qual foi indicado por duas vezes, primeiro por Lula e depois por Dilma Rousseff.

Por mais que o PT e os seus esperneiem, Gurgel já deu provas do acerto das escolhas.

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(*) Publicado no Blog do Noblat em 12.08.2012. A análise da Mary para o julgamento do mensalão está perfeita. Eu não tenho tempo de ficar vendo o julgamento pela TV e Blogs, mas estou por dentro, lendo os resumos abalizados. Aliás, para quem gosta de política e fica alheio a este julgamento, “bom sujeito não é, ou e ruim da cabeça ou doente do pé”. E Lula declarou que não tem tempo para ver, o que comprova minha tese.

E já esta semana vi até no Jornal Nacional, além dos blogs sites e quejandos, que o advogado do Roberto Jefferson espinafrou o Procurador Geral da República. Só não o chamou de “mestre de açúcar”, como dizia meu pai quando alguém xingava fortemente alguém. Segundo ele, o verdadeiro mentor e ordenador do mensalão foi o Lula. E, venhamos e convenhamos, é muito difícil que não seja. Enquanto o PGR botou o rabo entre as pernas e não incluiu o apedeuta no processo.

Ainda não me convenceu aquele Lula choroso, gozando das delícias parisienses, dizendo que Caixa 2 todos faziam e que foi isto o que aconteceu. Num país sério, ele nem voltaria ao país se não quisesse ser preso. Mas, ainda não nos livramos do que o De Gaulle falou sobre nós. E nem mesmo a condenação dos réus neste julgamento, nos fará esquecer, se um dia, na futura história deste país, elegermos o Lula para alguma coisa. E alguém duvida que isto aconteça?

Estou fazendo “das tripas coração” para acompanhar e comentar todos estes lances deste julgamento e suas consequências, embora num ritmo muito menor aqui no blog, do que eu gostaria, por motivos pessoais e intransferíveis. Espero que eles não atrapalhem minha missão em ajudar para que um dia possamos dizer que o De Gaulle estava errado. (LP)

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Criar o Ministério da Corrupção



Mensalão direto do Ministério da Corrupção (Projeto)


Por Luis Fernando Veríssimo (*)

Acho que o problema é que a corrupção é mal explorada no Brasil. São recursos imensos que passam de mão em mão sem que o país lucre com isto. Muitas vezes os recursos vão para o exterior, quando podiam ficar aqui, movimentando nossa economia. Pode-se fazer um paralelo entre o mau aproveitamento do nosso talento para a corrupção e a exploração do ouro do nosso solo. Que, como a corrupção, também é feita a céu aberto, com métodos pouco sofisticados e com grandes perdas para os cofres da nação.

A corrupção é outra riqueza natural do Brasil que está se perdendo, não por falta de verbas – no caso, há um excesso de verba – mas por falta de racionalização. Temos alguns dos maiores corruptos do mundo agindo por conta própria, na inspiração do momento, sem método e sem orientação. O próprio governo dá mau exemplo. Há corruptos em diversos ministérios, cada um agindo em faixa própria. Um hipotético corruptor que precise de favores ilícitos de mais de um departamento governamental perde tempo e dinheiro indo de um lado para o outro – sem contar, claro, o tempo que gasta na sala de espera, entre outros corruptores, esperando a sua vez, muitas vezes para descobrir que procurou o corrupto errado. Tudo isto seria evitado com a racionalização da corrupção no país. As pessoas se espantam com as cifras de um caso Coroa-Brastel, por exemplo. Mas é inimaginável o que poderia ter sido atingido se houvesse uma legislação específica para o setor. Os corruptos se ressentem da falta de normas. Muitos não realizam todo o seu potencial porque não sabem até onde podem ir. Como raramente são denunciados e nunca são punidos, os corruptos brasileiros não têm parâmetros para julgar o seu trabalho. Não há incentivo. Não há reconhecimento para o efeito multiplicador da corrupção na economia. Os corruptos formam um dos segmentos mais empreendedores e imaginativos da sociedade brasileira. O descaso das autoridades com eles equivale a um desperdício que a nação não pode tolerar, ainda mais numa época de crise. A solução talvez fosse a criação de um Ministério da Corrupção que centralizasse esta importante atividade e a regulamentasse. Existem vários corruptos eminentes que se prontificariam a assumir o Ministério, até sem receber nada, só para ter o ponto. O Ministério estabeleceria metas e cotas para a corrupção e, dependendo da disponibilidade, subvencionaria o pequeno e o médio corrupto, em troca de comissão. A verba para o Ministério da Corrupção não seria alocada, como para os outros Ministérios. Seria desviada. O Ministério participaria das reuniões do gabinete, mas embaixo da mesa.
Etc., etc.

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(*) Escrito em 12/12/83 e publicado no Livro “Comédias da Vida Pública” (Ed. L&PM – 1995). Certamente, se o Veríssimo fosse reescrever esta crônica, ele levaria em conta o PT com a perseguição da “eficiência” que lhe é peculiar, tentou, a partir de 2002, criar esta ministério que traria tanto progresso ao país. Basta acompanhar os noticiários da época para ver o esforço que foi feito pelo Zé Dirceu, José Genoíno, Delúbio, Silvinho Land Rover, et caterva, para que o Ministério da Corrupção fosse criado. Embora ainda não comprovado, o advogado do Roberto Jefferson, só para aumentar a popularidade do ex-apedeuta-mor, Lula, disse este semana que quem ordenou tudo foi ele. Seria a glória total, mas...

É uma pena que, como acontece com o PT, as brigas vêm em primeiro lugar. E apareceu o Roberto Jefferson, que melou toda a ideia, enganando todo mundo, ao dizer que este esforço para criar esta repartição tão bem descrita pelo Veríssimo, seria um mero “mensalão” formado por homens que só queriam o bem do Brasil, como tentam demonstrar os advogados de defesa de homens do jaez dos citados e de outros, no julgamento, pelo Supremo, de suas ações que enganosamente, o Procurador Geral da República chama de uma “organização criminosa”.

Quanto injustiça que vemos neste julgamento. E a maior delas é não está citado entre os injustamente réus aquele que seria o responsável direto pela criação do Ministério da Corrupção, que, caso tivesse se concretizado, mesmo que o Brasil não tivesse melhor, o PT já teria condições de empregar todos os seus membros apenas com suas receitas: o ex-presidente Lula, que também foi enganado e disse que não sabia de nada, apenas para mostrar sua virtude maior: a modéstia.

Quanta injustiça, meu Deus! (LP)

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

As meias pretas de Dona Sinhazinha



Dona Sinhazinha e Coronel Jesuíno


Semana passada eu vi o capítulo de Gabriela no qual o Coronel Jesuíno matou a mulher porque ela o estava corneando. Desde que li o romance (e o reli recentemente pela influência da novela, como prova de que este gênero artístico vem da literatura e o faz voltar a ela) fiquei com uma cena sem rosto na cabeça, até que a Rede Globo me colocou gente nos personagens, tão bem criados pelo Jorge Amado.

Quando li o romance a primeira vez, sem os rostos, a cena não fica tão forte quanto aquela que a novela nos permite sentir, pela atuação de grandes atores. No entanto, o fato social em si ficou em minha cabeça, porque no fundo, no fundo, todas nós mulheres de certa época, temos um pouco de Dona Sinhazinha, em teoria, ou mesmo por não ter encontrado um bom dentista; assim como temos um pouco de Dona Flor, outro romance do escritor baiano que também li na onda da novela.

Não irei resumir a novela para as do nosso gênero, pois não temos preconceitos contra sermos fãs delas. O farei em honra dos homens, preconceituosos empedernidos ao dizer que novela é coisa de mulher, mas, odeiam a Carminha porque se sentem como o Tufão. Entre estes, assim de pensar rápido, não incluo o meu marido, o Roberto Almeida e o Roberto Lira, que são noveleiros de primeira hora.

A Ilhéus de 1925 onde se passa a história de Gabriela é muito parecida com a Bom Conselho das décadas de 50/60, quando lá vivi. Meu pai não era um coronel, em riqueza, mas, socialmente adoraria ser o Coronel Melck, pois me tratava como este tratava a Malvina.  E conheci, de longe, alguém parecido com o Coronel Ramiro Bastos, talvez até com mais força, e que hoje muitos querem se sentar em sua cadeira na prefeitura. Porém, deixa nossa cidade para lá, por uns momentos.

O Coronel Jesuíno é casado com Dona Sinhazinha, mulher religiosa e virtuosa por demais, até encontrar um dentista que vai além de suas cáries, quando trai o Coronel. A trama da novela é muito mais popular do que a trama do romance, pois envolve mais gente na descoberta do adultério. São gêneros diferentes mas que dão à historia o que o leitor e telespectador merecem, que é a reação de uma cidade em torno de um crime.

O Coronel, ao pegar o dentista nas vias de fato com a esposa, a mata impiedosamente. Nem o romance nem a novela nos deixam claro se ele haveria cometido o delito se ela não estivesse nua e usando meias pretas, o que escandalizou a cidade, todavia, levando a que o estoque de meias pretas dos armarinhos  fossem esgotados para uso das esposas não muito castas, e pelas mulheres do prostíbulo da cidade, uma exigência dos coronéis. Eu penso que esta é a grande dúvida que sobra do ponto de vista penal e criminal. Porque, quantos aos outros aspectos do crime, a sociedade não levou um átimo de segundo em dar razão ao coronel premido pela tradição de que “traição é um crime contra a honra e honra se lava com sangue.”

Não me lembro mais da cena do romance mas, pela novela, é face concluir pela quase unanimidade na cidade, de que o Coronel Jesuíno era um herói por ter lavado sua honra com sangue matando sua mulher. Os cumprimentos são gerais e generosos, e se ele quisesse entrar para a política, a prática deste crime seria motivo de obtenção de muitos votos. Não esqueço do delegado escorraçado da casa do Coronel Ramiro Bastos por ter a petulância de tentar abrir um inquérito policial para, pelo menos, ter o que dizer ao juiz.

No entanto, a cena que mais me emocionou foi o velório de Dona Sinhazinha, no qual compareceram 4 gatos pingadas e do sexo masculino, com uma única exceção, a Malvina filha do Coronel Melck e de Dona Marialva. E minha emoção, se eu passasse do genérico para o específico se chamaria “inveja” por não ter sido sempre uma Malvina, embora hoje não seja uma Marialva, mas, cheguei perto.

Quantas Malvinas eu conheci em minha época de Bom Conselho e agia como todas da minha época, mesmo, já com um certo espírito crítico. Só depois que vim estudar e morar em Recife é que descobri porque meu pai não queria de jeito nenhum que eu viesse, sendo seu intento me casar com qualquer Berto (este é um cachorro, bandido, sem vergonha...)  que aparecesse. Ainda bem que o destino me sorriu, e eu hoje posso estar escrevendo aqui.

Para minha vida de hoje, com a família criada e já lidando com os meus filhos que nem sabem e até não entendem o que se passa num ambiente como o de Gabriela, Cravao e Canela (hoje quase todas as mulheres são Malvinas), eu passo à política e vejo a cena em que se lê no “Correio de Ilhéus” a notícia do assassinato de Dona Sinhazinha e a reação do assassino, Coronel Jesuíno, com a concordância de toda a cidade, ao dizer:

- Eu vou matar este jornalista de merda!

Bom Conselho hoje não é mais a mesma do meu tempo, como também, a honra não se lava mais com sangue (é difícil imaginar o Tufão matando a Carminha, a não ser a chifradas), no entanto, nestes tempos bicudos de eleição, mesmo não sendo o meu blog  “A GAZETA” eu não sei se há alguém dizendo por lá:

- Eu vou matar esta jornalista de merda!

Mesmo que meu blog não seja financiado pelo Mundinho Falcão, eu continuarei noticiando o que for importante para o povo de nossa cidade, até mesmo, sobre as meias azuis, digo, pretas, de Dona Sinhazinha, mesmo que minha pressão não esteja em 12 x 8.

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Sua Excelência





Por Merval Pereira (*)

O deputado Ulysses Guimarães ensina que o que predomina na política é “sua excelência, o fato”. Se voltarmos à época em que foram revelados os fatos que hoje sustentam o processo do mensalão, que os petistas gostariam que fosse identificado burocraticamente como Ação Penal 470, veremos que praticamente todos os que hoje estão sendo discutidos no julgamento foram relatados já naquela ocasião, tendo sido confirmados pelas investigações.

Uma das novidades surgidas no depoimento do então ainda deputado federal José Dirceu no Conselho de Ética da Câmara foi a acusação de Roberto Jefferson de que, quando chefe da Casa Civil, Dirceu negociara com a Portugal Telecom uma contribuição para o PT e o PTB acertarem suas contas.

Mais adiante, houve a confirmação de que Marcos Valério viajara a Portugal com o ex-tesoureiro do PTB Emerson Palmieri, tendo sido recebido por um ministro de Estado a pedido do presidente da Portugal Telecom, com um agravante: tanto o ministro português quanto o presidente da Portugal Telecom eram ex-executivos do braço financeiro do grupo Espírito Santo, para cujo banco em Lisboa Marcos Valério tentara transferir as reservas cambiais no exterior do Instituto de Resseguros do Brasil, cuja presidência era da cota do PTB.

A existência da figura de Marcos Valério no centro da trama fora anunciada pelo próprio Jefferson em uma de suas declarações bombásticas à CPI.

Ele disse certa vez que havia “um carequinha” que era o mandachuva dentro do PT. Todos os detalhes contados pela sua secretária Karina Somaggio estavam sendo confirmados, até mesmo as malas recheadas de dinheiro.

O deputado Valdemar Costa Neto renunciou atingido duplamente: pelas acusações de Jefferson e pela sinceridade maliciosamente ingênua de sua ex-mulher Maria Christina Mendes Caldeira, que via malas de dinheiro passando de mão em mão.

Era ressaltado naquela época que todos os deputados petistas que apareciam nas listas de saque do Banco Rural, ou seus assessores, começavam alegando que se tratava de um homônimo, ou motivos triviais como pagar a conta da TV a cabo, para, no fim, quando já não havia mais como mentir, assumirem os saques, sob a alegação geral de que o dinheiro representa o caixa dois de campanha eleitoral.

Os jornais da época registravam a circulação permanente no Palácio do Planalto do tesoureiro do PT Delúbio Soares e do secretário do partido, Silvio Pereira —o homem que andava com uma lista de nomes para indicações para os diversos escalões da República e ganhou um Land Rover da empresa GDK, que operava com a Petrobras.

O ex-secretário-geral do partido fez um acordo na Justiça para não entrar no julgamento e está prestando serviços à comunidade.

Foi ele quem apresentou uma ex-mulher do então ministro todo poderoso José Dirceu a Marcos Valério, confidenciando-lhe que o sonho dela era morar num apartamento maior.

Como para arranjar um empréstimo que viabilizasse a mudança Maria Ângela Saragoça precisava também de um emprego melhor, Valério conseguiu não apenas um emprego no BMG como um financiamento no Banco Rural.

O lobista Marcos Valério e o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares só anunciaram os tais “empréstimos” dos bancos Rural e BMG para justificar o dinheiro do valerioduto depois que o esquema começou a ser denunciado.

Documentos do contador, alguns encontrados no lixo, e o Imposto de Renda da agência SMP&B, que teve que ser retificado diversas vezes, desmentem a versão de que os empréstimos eram reais.

Todas as alterações nas declarações de renda foram feitas depois que a CPI dos Correios foi instalada. E Valério foi preso certa ocasião tentando queimar documentos.

O cruzamento entre os recebedores do dinheiro, as datas sucessivas de pagamento, votações importantes e trocas de partido mostram uma correlação entre esses fatos. A alegação de que quanto mais dinheiro entrava menos apoio o governo recebia dos aliados só faz confirmar a tese de que era preciso financiar esses partidos para ter suas lealdades.

Como dizia Nelson Rodrigues, “Deus está nas coincidências”.
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(*) Publicado no O Globo em 08.08.2012, como me informa o Zezinho de Caetés que me enviou o texto, com o intuito de me ajudar na explicação de  quanto diferente é o juridiquês do fato político. Eu venho batendo nisto há muito tempo, quando me vêm com aquela coisa de “presunção de inocência” que alguns, que são contra divulgar o que se passou com o Dandan na Paraíba, tentam me colocar goela abaixo.

O texto acima é um exemplo belíssimo da história que os brasileiros acompanharam (embora eu não o tenha feito com tanto entusiasmo, pois minha paixão pela política foi um crescendo que na época ainda era menor) pela imprensa. Imaginem o que seria hoje o Brasil se estes fatos não tivessem vindo à tona. Teria isto influenciado nas eleições que se seguiram. Tenho certeza que sim, apesar do Lula ter continuado no poder, vencer em 2006 e ter colocado a Dilma no poder. A Dilma seria o Zé Dirceu, com certeza. Pelo menos deste, nos livramos.

Hoje, pelo juridiquês dos advogados, está sendo difícil provar tudo que se passou, mas, politicamente os fatos vão falar mais alto um dia. A verdade sempre nos libertará. Para mim, seria muita coincidência que, depois de tantas notícias e fatos oficiais e não oficiais, o Dandan não tenha nenhuma participação no que aconteceu na Paraíba. E, é através da informação que, politicamente, serão eliminadas as coincidências. E se é verdade, como diz o Nelson Rodrigues , citado acima, que Deus está nas coincidências, vamos em busca de Deus. (LP)

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

O contraditório, o mensalão e o Dandan





No último dia 05.08.2012 eu li no O Estado de S. Paulo, um texto da Dora Kramer sobre o “O bom embate” entre o Joaquim Barbosa e o Ricardo Lewandowski (a quem epitetei de Lewandowhisky outro dia aqui), respectivamente, o relator e o revisor da Ação Penal 470, também chamada pelos pobres mortais de “mensalão”. Normalmente, devido a minhas agruras pessoais estou citando antes e comentando depois, mas, como apenas um trecho do do artigo me interessa aqui, eu fiz este “nariz de cera” , deixo-os com a Dora e volto lá embaixo.

Houve quem se assustasse com o atrito entre o ministro relator, Joaquim Barbosa, e o revisor, Ricardo Lewandowski, logo no início do julgamento a respeito de uma questão de ordem apresentada pelo advogado Marcio Thomaz Bastos.

Por que o susto se o assunto foi resolvido no voto mediante embate de ideias?

Provavelmente porque haja entre nós grande resistência em aceitar com naturalidade o exercício contraditório, habitualmente visto como algo condenável. Preferimos sempre a composição à contraposição.

Não por outro motivo, o ofício da oposição visto com reservas. Tido não como algo indispensável à dinâmica democrática, mas como fruto de intenções menores, rebeldia à deriva sustentada em objetivos golpistas de irresponsáveis interessados exclusivamente em inviabilizar o governo em curso.

A divergência inicial do julgamento foi recebida e interpretada como um sinal de que os procedimentos seriam tumultuados pela disposição do ministro revisor de se conduzir como contraponto ao revisor.

Nada autoriza conclusão tão definitiva, mas, se for essa a opção feita pelo ministro Lewandowski é de se perguntar: que mal há?

Os ministros do Supremo não funcionam em sistema de colegiado a não ser na contabilização do resultado em que vence a maioria. De resto, cada qual forma seu voto de acordo com suas convicções e diferentes interpretações dos textos legais.

É justamente no antagonismo que reside a riqueza de uma discussão que, por ser transmitida pela televisão, permite ao cidadão acesso a um conhecimento que normalmente não teria.

Todos os aspectos do processo são explicados à sociedade, esmiuçados à exaustão como ocorreu na primeira sessão.

Quem se interessa mais por conhecer que por simplesmente torcer, teve acesso a informações sobre o significado do instrumento do foro especial de Justiça, o que resultaria em prejuízos ou benefícios do desmembramento do processo e também sobre qual a razão de a maioria ter optado por afirmar a competência do STF para julgar os réus em conjunto.

Momentos como aquele são proveitosos e devem se repetir ao longo do julgamento em que o menos relevante é o atraso de dias e até semanas.

Essencial é que o Supremo destrinche o caso à sociedade, que fale ao cidadão e demonstre o valor do bom embate de ideias que tanto faz falta à cidadania no Brasil.

Nada é tão importante para o regime democrático e para uma justiça dentro de um Estado de Direito, do que o contraditório, o embate, a discussão, os prós e os contras, e às vezes, até os quiproquós gerados por estes. Sem eles só haveria uma única voz, normalmente, a do ditador de plantão, ou, a do Partido Único.

O tema a que quero chegar foi escolhido a partir de uma observação lida no Mural da AGD sobre as denúncias que foram feitas ao candidato a prefeito de Bom Conselho, a quem chamo carinhosamente, de Dandan, de que ele teria participado do assassinato de homem lá na Paraíba. O recado lá nos dava a entender de que informar isto seria um crime e que o administrador do Mural poderia ser enquadrado se continuasse com a atitude informativa. Eu até penso que a AGD publicou menos coisas sobre o crime do que eu, e também que, se crime houve, de injúria, calúnia ou difamação (não sei bem discernir entre eles) foi das autoridades (delegado, promotor e juiz) paraibanas.

Querer que a população de Bom Conselho, que gosto de chamar o povo de Bom Conselho, ficasse alheio a esta denúncia é que é um verdadeiro crime eleitoral, pois esconde dele certas facetas de um candidato, que não deveriam serem escondidas. Como candidato e homem público o Dandan hoje torna-se alvo de análise por parte do eleitorado, e não pode permitir que dele se esconda nada. Se amanhã, eu souber que o Dandan, quando bebezinho, costumava produzir em suas fraldas matéria mais fedorentas ou mais cheirosas do que outros bebezinhos, o povo deve saber. Se a informação é ou não importante quem deve decidir é o povo. Por que? Porque, se amanhã ele souber que este produto excremental do bebe Dandan era assim ou assado e que continuou, quem vai sentir seu cheiro e sofrer ou lucrar com ele é o povo de Bom Conselho, e não só, algum ente privado.

E isto tem muito a ver com a questão do mensalão e os contraditórios abordados pela Dora no texto acima. Se o Lula quer dizer que o Zé Dirceu é um anjo que diga e a gente deve informar. O que não podemos é acreditar nisto sem ouvir o Roberto Jefferson. Da mesma forma, ninguém pode negar o direito de defesa ao Dandan, nem tampouco direito do contraditório da família do Morceguinho, o morto nesta história toda.

O que as pessoas tem que entender é que num sistema democrático de direito e republicano as pessoas públicas (e quando alguém se transforma em candidato a um cargo público se transforma em pessoa pública), toda sua vida deve-se tornar um livro aberto para seus eleitores potenciais, pois tudo que fizerem, a partir de então afetará suas vidas de uma maneira ou de outra. Suas vidas passam a pertencer ao domínio público, principalmente, em épocas de campanhas eleitorais, onde está em jogo a escolha das pessoas.

Eu mesma, se fosse votar em Bom Conselho jamais esqueceria a suspeição de assassinato que paira sobre o Dandan e nem a renúncia atabalhoada da Mamãe Juju tempos atrás. Eu não gostaria de ser uma eleitora inconsciente. Ambas as coisas teriam seu peso na minha decisão de voto. Mas, cada um deve dar o peso que sua consciência fornece a eles e para isto temos que informar e sermos informados.

Há até quem se jacte de ter o Dandan escolhido os seus próprios fundos para sua campanha. Isto foi dito pelo Afonso Didier que é o maior megalomaníaco, digo, danilomaníaco de Bom Conselho, como se isto fosse um sinal de sua honra e decência para com o erário municipal e de sua independência na prefeitura. Eu às vezes penso que o Didier está torcendo contra o Dandan em suas declarações. Depois de dizer que o Dandan não é um assassino, mas, apenas o foi o motorista dos assassinos, agora ele diz que Danilo só vai governar com sua família, pois só a ela deve seus fundos de campanha. Espero que o seu irmão não vá ser seu motorista nem secretário de governo.

Enfim, o contraditório é um bem para a democracia e deve ser exercido com responsabilidade e consciência para que este sistema funcione, mesmo dentro de suas falhas. E para que isto ocorra, a informação é fundamental.

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

40.000 detonações





Hoje amanheci lembrando que havia olhado as estatísticas do meu blog e no final de semana observei que estavam beirando os 40.000 acessos a minhas humildes páginas. Hoje voltei lá, a beira havia acabado e haviam-se completados estes acessos todos, que muito me honram. Eu gosto muito do blog do Guerrilheiro da Sete Colinas, o Altamir, quando ele diz que tantos e tantos internautas já detonaram o Chumbo, que é o seu blog. Seguindo, um pouco constrangida, seu linguajar irreverente, mas, contundente, eu diria que fui “detonada” 40.000 mil vezes pelos meus leitores. Se isto fosse literal meus pedaços já eram menores do que um “bóson de Higgs”. Se fosse interpretado num linguajar de pior espécie eu estaria rivalizando com a Maria Machadão. Cruzes!

Depois da diáspora do Blog da CIT, pelo qual o Zetinho, meu conterrâneo anda chorando pelos cantos, junto com um bando de bom-conselhenses, que até já inventaram um fã clube para ele, eu vivi, por bastante tempo, triste e desiludida, sem saber como me comunicar com Bom Conselho outra vez. A A Gazeta Digital estava nos seus primórdios, e seu Mural quase inabitado, o Mural do SBC já era uma conversa entre amigos do Rio de Janeiro, com algumas incursões da Ana Diva e do filho do Andarilho, os outros blogs da cidade praticamente não existiam. Então resolvi partir para carreira solo de blogueira.

Inicialmente, temi pela minha sobrevivência no ramo, pois já vinha de várias tentativas de homicídio pelo Dr. Filhinho que dizia e tentava provar que eu não era eu. Cheguei até a ficar um pouco como a Carminha (sem comparações outras, gente) da Avenida Brasil, com acessos de loucuras provocados pela injúria, calúnia e difamação. E hoje me alegro de ainda está por aqui sendo detonada todos os dias por quase 300 leitores.

Para aqueles que se iludem com as estatísticas do Poeta, infladas pelo seu ego maior do que elas, estes números são irrisórios. Para mim são de uma grandeza ímpar, pois eles não são construídas pelos movimentos eróticos de jumentinhas, vacas ou cabras. Elas foram construídas pelo falar de nossa terra com humor e seriedade. Eu ia acrescentar com prolixidade também, mas, estou tentando me curar, e o tratamento vem dando muito certo. Certamente, não é um blog popular, embora eu adoraria que o fosse, porém, isto não depende de mim. Ainda temos um povo cujo acesso a internet é pequeno, tanto pelas suas condições sociais e culturais, quanto pela própria estrutura de difusão deste meio de comunicação. Por isso, eu digo, estou muito bem servida de leitores.

Devido a condições estritamente pessoais e intransferíveis e portanto não declaráveis, muitas vezes, principalmente, nos últimos tempos, minha regularidade tem falhado um pouco, mas, graças a Deus tenho conseguido superar tudo e continuar escrevendo e sendo lida, tentando mexer com minha cidade para um caminho melhor. Não nego que fiquei viciada em política faz algum tempo e neste anos eleitorais eu me excedo um pouco, pelo meu entusiasmo e pela decepção em não estar competindo nas urnas de minha cidade. No meio do caminho havia um Xico Pitomba e outras pedras. Embora nada me abateu até agora tanto quanto a incerteza. Mas, deixa isto para lá.

Em suma e evitando a prolixidade, estou feliz pelos números obtidos, não por eles só, mas, por serem a evidência de que Bom Conselho está lendo mais, e sem falsa modéstia, está lendo melhor. Obrigada pela audiência.

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Qual verdade?





Por Ateneia Feijó (*)

Nestes tempos de bóson de Higgs ou “partícula de Deus”, os bate-papos cabeça sobre ciência versus religião parecem ter retornado às rodas de leigos apaixonados pela matéria. Na verdade, sempre existiu quem gostasse de imaginar partículas subatômicas a dançar na dimensão (ou dimensões?) deste mundo.

Seria para entender a “mente de Deus”? Misticamente ou como metáfora... Não importa. A curiosidade metafísica identifica o ser humano há milênios. Mesmo em épocas tenebrosas, como a vivida por Galileu no século XVII, quando a Igreja impunha o dogma de que o arquiteto divino colocara a Terra no centro do Universo.

Ainda hoje, dogmas são perigosos: religiosos, filosóficos ou políticos.

Em contrapartida, é possível encontrar gente inteligente trocando ideias sobre transcendência. Melhor ainda: de uma forma acessível a cidadãos comuns. Exemplo? O papo entre Frei Betto e o físico astrônomo Marcelo Gleiser, no livro “Conversa sobre a fé e a ciência” (lançado ano passado).

O religioso e o cientista agnóstico falam de tudo; de iniciação sexual a astroteologia. Sem deixar de reconhecer que, muito antes das ciências, as religiões já se propunham a contar a história da origem do cosmos e das pessoas.

Isso costuma confundir quem não percebe a convergência entre ciência e religião: as grandes perguntas! Mesmo que sejam cada qual com suas funções, essas perguntas são muito parecidas. Por quê? Porque todas acabam girando em torno do sentido da vida.

Além disso, bons cientistas e bons religiosos têm como objetivo eliminar o sofrimento humano. E a morte?

No livro, frei Betto confidencia que graças à fé tem esperança de sua morte não ser definitiva. Em cerimônias fúnebres, ele não usa a palavra morte e sim a palavra “transvivenciar”. Já Gleiser cita uma corrente de pensamento para a qual o envelhecimento é uma doença que pode ser curada. (Imortalidade?)

Cá com meus botões, o que somos? Um bando de moléculas, que são um bando de átomos, que são um bando de quarks e elétrons... E aí descobrem o bóson de Higgs, uma partícula fundamental para agregar matéria. O que virá daqui em diante?

Cientistas tentam desvendar os mistérios do Universo tentando desvendar o que somos e nunca se satisfazem. E os religiosos? É nas respostas que ciência e fé não se cruzam (são paralelas).

Em tempo. Andre Sznajder é o único físico brasileiro a participar da experiência do bóson de Higgs. Ah, “partícula de Deus” é apenas um apelido. Até porque o mundo não aguenta mais guerras santas.

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(*) Publicado no Blog do Noblat em 31/07/2012. Hoje o “bóson de Higgs” é o ministro Joaquim Barbosa, o relator do mensalão ou Ação 470, como é chamado no STF. Foi ele também que colocou um pouco de freio na MEGALOMANIA,  digo, DANILOMANIA em Bom Conselho ao dizer que não acreditava muito que a prisão dos acusados do morte do Morceguinho não fosse necessária, dando apenas razão parcial ao pedido de habeas corpus. O processo segue.

 O texto acima da Ateneia é uma fonte de meditação sobre muitos casos de dúvida que ainda pairam na cabeça humana, principalmente na do eleitor em época de eleição. Pois, mesmo descobrindo que devemos eleger partículas para nos governar, devemos estar bens informados para que, ao invés de um “partícula de Deus”, não escolhermos uma “partícula do capeta” (LP)

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

2 de agosto, Dia do Mensalão






O Brasil acorda hoje de olho no Supremo Tribunal Federal (STF). É o julgamento do mensalão, de triste e alegre memória. Triste porque houve e alegre porque não esquecemos dele, e nem a justiça esqueceu. É difícil acreditar que alguém de boa fé venha dizer que esta lambança não existiu, e é até difícil de acreditar que alguém possa ter o desplante de vir a público e dizer que as maracutaias no governo petista do Lula e companheiros não existiram.

Mas, o Brasil é o país dos limites. Nossa população começou comendo um Bispo, o Sardinha, e agora digere o PT e suas peripécias e ainda arrota de felicidade. Mesmo em nossa terra, Bom Conselho, querem esconder um fato pelo esquecimento, colocando-o para baixo do tapete, quando o correto seria divulgá-lo, como deve ocorrer em todo regime democrático. Talvez, os correligionários do Zé Dirceu (chefe da quadrilha segundo o Procurador Geral da República) digam que ele apenas levou os companheiros de carro para tirarem o dinheiro do banco, apenas mostrando sua coragem peculiar.

E assim vão os mensalões da vida brasileira em todos os lugares. O STF, e seu time com 11 (deveriam ser 10, pois um, o Toffoli, dizem, jogou muito tempo para o adversário e não é confiável) começará hoje um grande jogo para o Brasil. Se o Jameson ainda estivesse por aqui poderia fazer uma paráfrase maravilhosa com o futebol. Eu tentarei, mesmo sem entender muito do traçado.

Como só assisto mesmo jogos da Copa do Mundo e, às vezes jogos do Náutico, eu poderia dizer que esta é um partida da final. O país se mobiliza para a grande vitória da democracia, que é a condenação dos réus, todos eles, já que o treinador, o ex-apedeuta-mor, conseguiu escapar correndo pelo túnel afora. Se, como em 1950, vier uma derrota, será um comoção nacional, mesmo que o time adversário seja brasileiro e jogue de vermelho com o número 13 em todas as camisas.

Então, a partir de hoje, às duas da tarde, um olho no julgamento e outro na vida que não para. E não para mesmo. Ontem vi na TV um soldado de uma UPP do Rio de Janeiro dar um tiro no pé de um cidadão e contar uma história mirabolante para o fato. O fato em si é muito grotesco e tenebroso, porém, o mais alarmante é imaginar se não houvesse aquele filme mostrando o meliante (o soldado) alvejando o cidadão. E, na maioria das vezes, a ação da polícia não está sendo filmada e isto me mete medo.

Nossos cidadãos hão de convir que hoje quase todos nós andamos com um ideia na cabeça e uma câmera na mão (o celular) e não há possibilidade de esconder mais nada do distinto público. Isto é bom e mau ao mesmo tempo. Nossa vida se torna devassável, é o mau, e ao mesmo tempo os crimes também se tornam menos secretos e isto pode ser um bem. O que é ruim mesmo é a falta de religião (ou mesmo de ética mundana) que nos faz cada dia mais temer uma ao outro, como nos tempos dos canibais que comeram o bispo.

Mas, que venha e julgamento para o bem do Brasil dos nossos filhos e netos. Nós já merecemos isto.

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Uma nova versão para o que fez o Dandan. É a correta?





Transcrevi ontem, aqui neste blog, um texto da Mary Zaidan sobre o mensalão. Pelo minha situação pessoal, estou aproveitando, para manter meus leitores ocupados, os artigos que me tocam e apenas os comento ao pé da página. Não posso me dá ao luxo do Poeta de tratar do Dandan todos os dias.

No meu comentário ao texto da Mary eu escrevi:

Atualmente, vivemos um fato parecido em nossa cidade, onde um candidato é acusado de um crime e alguns querem que isto seja dado como um fato que nem aconteceu, como propalam os petistas para o mensalão. Não seria justo nem num caso e nem no outro, se tudo se passasse como se não tivesse existido nada.”

Num comentário ao meu texto o Afonso Didier, que não conheço pessoalmente, mas isto não importa muito, pois vale pelo dito e não pela beleza ou feiura de quem diz, disse o seguinte:

Neste precioso artigo muito bem escrito, ironicamente, sem ter nem pra que e totalmente fora do contexto, Dona Lucinha, alfineta sorrateiramente que o nosso DANILO é um assassino(se a DANILOMANIA souber ela estar ferrada e o que dizer, também, do Xico Pitomba). A verdade é uma só: é preciso que a senhora saiba que o então valentão do MORCEGUNHO era professor de lutas marciais e era acostumado dar cacete em neguinho de tirar o coro do espinhaço. Com ele não tinha boquinha não. Por ser um exímio lutador de JIU-JI-TSU, Batia, prendia e arrebentava. Só que dessa vez, ele topou com dois jovens bonconselhenses que tinha sangue no olho. Mesmo assim deu uma surra nos dois por causa de uma discussão banal. Os dois apanhados, voltaram pra casa e pediram ao nosso DANILO que dessem uma carona aos irmãos que eles iriam lavar a honra com um professor valentão. O nosso DANILO deu a carona levou os amigos ao local do crime e os dois irmãos meteram bala no valentão que foi pra casa da gota serena que é o lugar de canalhas. Com isso não quero dizer que o nosso DANILO não tenha culpa no crime, em absoluto! Afinal ele tinha pleno conhecimento do que os seus dois conterrâneos iriam cometer naquele exato momento. Entendo, Dona Lucinha, por a Senhora estar embriagada pelo saber jurídico que possui esse bundão do Zé Fernandes e a senhora tá se deixando levar pelo devaneio das apaixonites agudas da política mesquinha interiorana. Finalmente, imploro que para discutir determinados tipos de assuntos é preciso vim com o freio de mão puxado e não soltar os cachorros sem olhar além nem a quem. Tenho dito.”

Embora, como tenho dito, que “quem tem cotovelo tem medo”, e por isso mesmo não estou em minha terra concorrendo ao pleito deste ano, temendo o Xico Pitomba, eu não posso deixar de tentar informar os meus leitores, e mais o faria se tivesse próximo da cidade, mesmo correndo o risco de “estar ferrada”, como diz o Didier, apesar de não vislumbrar nada no meu texto que afirme ser o Dandan um assassino.

No fundo, no fundo tenho que agradecer a ele a informação aos leitores (pelo menos em sua versão, pois todos esperamos a versão do Dandan) sobre a participação do Dandan no crime do Morceguinho. É a primeira versão, fora aquela da justiça, que aparece para mim em blogs de que não são de Bom Conselho. Eu não sei da veracidade dela, mas não é contraditória com aquelas que correm dentro do nosso poder judiciário, da Paraíba até Brasília. Como já disse, eu não conheço o Didier, e o tomarei como um porta voz popular, pelo menos da MEGALOMANIA, digo, DANILOMANIA, que ele diz grassar em Bom Conselho.

Ora, se com esta versão os eleitores de Bom Conselho ainda votarem no Dandan, tenhamos paciência e rezemos pela nossa cidade. Se eu já não votaria nele pela usa inexperiência e pela sua submissão (dita por ele no discurso da convensão) a outras pessoas, com esta nova versão é que não votaria mesmo. Se por esta posição eu for acusada de estar pisando no acelerador e não vir, como insinua o Didier, com o freio de mão puxado, é porque minhas obrigações de jornalista (me desculpe o Roberto Almeida e outros bons jornalistas pela comparação) não permitem. E que venham os Xicos Pitomba (meu Deus, meus filhos não vão mais nem me deixar sair de casa).

Por falar em Xico Pitomba, hoje eu ouvi uma entrevista do Dandan na página Deu nos Blogs da AGD, que repercutiu o Blog do Poeta. Eu nunca vi, na história deste país (não percam, amanhã, o julgamento do mensalão no link da AGD para TV Justiça, pois o Lula verá também), algo tão patético. Apenas comprovei que o Poeta jamais foi um jornalista ou entrevistador e sim um levantador de bola para o candidato que o paga. Sinceramente, mesmo se eu não estivesse sabendo de nada mais sobre o Dandan, depois de ouvir esta entrevista eu votaria no Poeta.

Eu tive o trabalho de ouvir várias vezes o vídeo para descrever este trecho:

Poeta: A gente percebe que ultimamente, inclusive, andaram propagando notícias falsas de que você não era mais candidato e o presidente nacional do PSDB iria cassar sua candidatura, e pelo que nós percebemos e acompanhamos você teve em Recife, conversou com Sérgio Guerra, nada disso é verdade do que estão falando?!

Dandan: Justo. Diante das especulações, diante das inverdades em relação à nossa candidatura aqui eu estou tranquilo [não entendi] ... nosso grupo o povo de Bom Conselho, está firme e tranquila minha candidatura, eu estou com o aval do presidente do nosso município, do presidente do nosso estado, inclusive com o presidente nacional do PSDB, então a medida que a campanha está aumentando, a medida que as pessoas, a medida que as pessoas estão me escutando, as pessoas que estão nos olhando neste momento, a medida que isto está aumentando os nossos adversário estão retribuindo com críticas, enquanto isto Cláudio, as críticas as quais estou recebendo, eu quero retribuir com projetos pra minha cidade, este é meu objetivo maior, desenvolver Bom Conselho.

Eu, depois deste trecho, onde o Dandan perdeu a grande oportunidade de pelo menos mostrar sua versão para morte do Morceguinho aos eleitores da cidade, para um voto mais consciente e informado, esperei apenas que o Poeta dissesse: “E é gooooooool, meus amigos, no nosso candidato

Mas, neste nosso mundo conturbado, onde até dizem que o mensalão não existiu, quem sabe se descubra, antes de 7 de outubro, que o Morceguinho está vivo, e que tudo não passou de intriga da oposição!? Diante disto, estou aqui procurando onde estão os freios e os cachorros que não os tenho.