quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Agosto e o Suicídio Político




  
Grande parte da vezes, nossa inspiração para escrever vem de acontecimentos repetitivos, mas marcantes a cada hora que eles nos chegam. Aniversários, festas cívicas, notícias de corrupção no governo, enchentes no Recife, dias santos importantes, e também feriados importantes.

Por exemplo, está próximo o dia 7 de setembro, dia em que o Etiene, vai a Bom Conselho, e me desafiou para um duelo, e pelo seu nível de civilização eu penso que seria com palavras, sobre se ele teria sido contra ou a favor do Sr. Ccsta, quanto à questão do anonimato, da qual ele até agora só escreveu obviedades jurídicas, e agora, lendo o Dr. Renato Curvelo, eu diria que erradas. Este dia, poderia ser um motivo para inspiração, e talvez até seja, se quando ele chegar eu ficar me lembrando, quando cruzávamos Bom Conselho galhardamente, desde o pátio do Ginásio São Geraldo, até a frente da Prefeitura.

Infelizmente, hoje a minha inspiração é outra. Hoje é 31 de agosto, último dia dos mais aziagos dos meses na história. Nele tivemos, desde a matança de São Bartolomeu, até a morte de vários políticos brasileiros, que escolheram este dia, ou foram escolhidos por Deus, para partirem desta para uma melhor.

O que logo nos vem à mente é o suicídio do Getúlio Vargas. Muito se tem escrito sobre isto, e, ao contrário dos americanos, não desenvolvemos uma teoria conspiratória nos moldes de: “Quem matou Getúlio?”. Será que nos falta imaginação? O Jô Soares andou escrevendo sobre o episódio tempos atrás. Mas, como ele é humorista ninguém deu atenção, como se humor não fosse uma coisa séria.

Como estou alegre por agosto está acabando e não ter morrido nenhum “politicão” neste ano, eu posso abrir meu saco de jocosidades para dar asas à imaginação. Eu ainda penso que o Getúlio não se suicidou. Ele foi suicidado. Isto foi feito com tanto cuidado que até hoje ninguém suspeitou de nada. Basta ver o local do tiro e verificar a precisão dele. No centro do coração. Dizem que o Getúlio, em todas as revoluções de que participou, não disparou nenhum tiro, porque nos treinamentos de tiro ele matou um soldado quando tentava acertar o alvo. Como ele, naquele momento poderia ter um acerto daqueles?

Tem mais e muito. Como um homem, com seu tino político e amor pelo Brasil, poderia usar o expediente do suicídio para garantir que estava fazendo aquilo pelo bem do povo. Não pode ser. Eu acredito mais no Lula, que ao deixar o poder, forçado pelas circunstâncias democráticas, ao invés de se suicidar foi ficar rico dando palestras. Não concluam que não se fazem mais presidentes como antigamente, pois ele ainda está vivo e ainda tem muitos agostos pela frente. Nunca é tarde para ser um Getúlio.

De uma coisa podemos estar certos. Não se usa mais o suicídio como recurso político, tenha Getúlio se suicidado ou não. Hoje, as pessoas se suicidam politicamente, assaltando os cofres públicos e outros dizendo que não sabiam, ou os inocentando.

Vejam o que ocorreu ontem na Câmara dos Deputados. Uma jovem senhora recebeu uma propina, um jabá, um por fora, tempos atrás e alega que, por não ser uma deputada, na época, isto seria normal. Depois de passar numa catedral de Brasília e se confessar, acreditou, com o cumprimento da penitência, que foi de quatro pai-nossos e dez ave-marias, que não havia mais culpa nenhuma em cima dela. Candidatou-se a deputada e venceu. Que crime há nisso? Roubou, o padre e o povo perdoaram. Como poderia ela ser condenada, por um crime que fez muito antes de ser eleita?

Criou-se então a moral datada. Erros do passado, como os crimes nos Códigos, prescrevem. Ou seja, alguém pode sempre se arrepender ou pagar por eles e ficarem quites com a sociedade. O problema disto tudo é fixar a data. Eu quando era menina lá em Bom Conselho, vivia suspirando quando o Leninho passava, sabendo que ele tinha namorada. Será que hoje ainda devo ser punida por isso? Os deputados que absolveram a Jaqueline Roriz, diriam que não, pois hoje eu só suspiro por meu velho.

Quando se trata de política, a grande questão que se coloca, além da data, é quem deve perdoar, e como representantes do povo, que foi o mais atingido, jamais eles poderiam ter absolvido a moça.

Ainda bem que este gesto de boa vontade foi cometido por suas excelências em agosto, o mês do suicídio, político. Se dependesse de mim, nas próximas eleições todos eles seriam enterrados, e com pouca semelhança com o Getúlio, que saiu da vida, para entrar na História. Suas excelências devem sair para lata do lixo.

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Estaria nossa Sociedade condenada?





Agorinha fui á minha nova Caixa Postal (lucinhapeixoto2012@gmail.com) e estava lá uma mensagem do Zé Carlos. Hoje já nos comunicamos e ele deve ter notado minha aflição com a corrupção que assola nosso país. Talvez por isso tenha me encaminhado um e-mail do Valfrido Curvelo, que não conheço pessoalmente, como já falei, mas sempre me mandava suas inteligentes mensagens diretamente. Agora Zé Carlos é o intermediário.

Nesta mensagem ele reproduz uma frase atribuída a Ayn Rand, um filósofa russo-americana, dita lá pela década de 1920, que é a seguinte:

 “Quando você perceber que, para produzir, precisa obter a autorização de quem não produz nada; quando comprovar que o dinheiro flui para quem negocia não com bens, mas com favores; quando perceber que muitos ficam ricos pelo suborno e por influência, mais que pelo trabalho, e que as leis não nos protegem deles, mas, pelo contrário, são eles que estão protegidos de você; quando perceber que a corrupção é recompensada e a honestidade se converte em auto-sacrifício; então poderá afirmar, sem temor de errar, que sua sociedade está condenada”.

Eu fui lendo, e a cada frase, eu ficava mais triste e preocupada. Este dois sentimentos, por notar que parecia a filósofa está dizendo isto nas páginas amarelas da Revista Veja da última semana, ou pelo menos numa dos últimos anos. Sigam a mensagem e meditem.

Hoje, para se produzir qualquer coisa, devemos satisfação a um bando de servidores públicos, que nada produzem a não ser o cálculo do valor da propina que devem receber, ou nós devemos pagar para que possamos produzir. É o dinheiro fluindo não para nosso negócio mas para pagar aos burocratas infernais, que cismam ainda em dizer que estamos lhes devendo favor, e os devemos agradecer por ainda existirmos como produtores.

Vejam os casos do enriquecimento ilícito de muitos que nos comandam e até dos que nos comandaram recentemente, e que fingem trabalhar honestamente, quando estão apenas se aproveitando dos poderes passados e futuros. Vejam o Zé Dirceu acusando um repórter de tentativa de invasão de domicílio, domicílio no qual ele recebia ministros de Estado, alto funcionários públicos e nobres políticos para conspirar contra o governo constituído e colocar a culpa nos outros.

Enquanto trabalhamos de sol a sol para cuidar de nossas famílias, o apedeuta usa de sua influência obtida nos dias de mando para ficar rico, e a lei ainda o protege com carros e seguranças, e seus apaniguados oferecem aviões para suas idas e vindas, que ele diz ser em benefício do povo.

E o pior de tudo, sentimos que a corrupção é recompensada e nos chamamos de burros e nos descabelamos por sermos honestos, quando vemos os que foram demitidos pousarem em suas mansões de milhões e milhões de reais, enquanto aguardamos nossa vez no programa Minha Casa Minha Vida, que chegou a eleger um poste para presidência.

Mas, não fica por aí. Quando vimos este mesmo poste se travestir de faxineira, por não aguentar mais o mau cheiro de tanta picaretagem junta, há uma greve no Congresso, e ameaçam com uma crise de governabilidade. Diante disto, a Dilma, a quem eu começava ver com outros olhos, abandona a vassoura e cai dentro da sujeira que envergonha todos nós.

Reflitam minhas senhoras e meu senhores e vejam se é verdade ou mentira que nossa sociedade está condenada. Eu, que sou uma otimista contumaz, pois vejo sempre o copo com metade da água, como quase cheio ao invés de quase vazio, estou cedendo ao pessimismo, principalmente, diante de nossa acomodação diante de tantos descalabros.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Bom Conselho em apuros




O blog do Dr. Filhinho não aparece muito na página “Deu nos Blogs” lá na A Gazeta Digital. Até já perguntei a Eliúde o motivo disto, pois odeio discriminações. Ela me falou que não há discriminação nenhuma. Apenas segue o princípio de que só postagens originais são referidas, evitando-se as de segunda e terceira mãos. Por exemplo, a página não citaria ela próprio porque não há nenhuma notícia nela que seja de primeira mão.

Pelo que presumi, se havia uma postagem do Timotinho lá, era porque ele, o que raramente acontece, havia escrito alguma coisa ao invés de copiar e colar. Havia na AGD apenas um trecho do artigo, o que acontece com os meus, quando são citados. Neste caso particular o título da postagem do Dr. Filhinho era: “Vereadores em apuros em Bom Conselho”.

Quem sabe minhas pretensões políticas lá em nossa terrinha, sabe também que não poderia deixar de ler o conjunto da obra no referido blog. Fui lá, e conclui apenas o que eu já sabia. Como o Timotinho já sabe que a Mamãe Juju não entrará no páreo para disputar o cargo a que ela renunciou há quase dois anos, ele resolveu, como diz um filho meu, “chutar o pau da barraca” e dizer, “bem, se minha mãe não vai, então deixa a oposição ir”.

Ele já havia demonstrado isto quando tentou me assassinar. A morte como recurso político já houve, e ontem foi um bom dia para se lembrar. Getúlio Vargas, um grande político brasileiro, fez uma jogada política com sua própria morte, e saiu da vida para entrar na história. E entrou mesmo. Atualmente, os políticos fazem o contrário, entram na vida para sair da história. E saem mesmo. E a Mamãe Juju vai sair mesmo da história, mais rápido pelas mãos do próprio filho.

O Timotinho, dentro de suas eternas boas intenções faz uma análise das possibilidades de cada vereador atual, nas próximas eleições. Começa com o Arlan da Barra dizendo:

O presidente da Câmara de Vereadores, Arlan da Barra, encontra-se filiado ao PTB. Integrante do bloco da situação, o edil, caso tente a reeleição, ou mesmo se quiser alçar vôos mais altos, como a disputa na vaga de vice prefeito, terá que buscar novo partido, uma vez que a maioria do PTB, presidido pelo ex prefeito Daniel Brasieliro(sic), integra o bloco de oposição à administração de Judith Alapenha.”

Eu não sei porque o vereador tem que mudar de partido, a não ser que o PTB não o queira, porque ele hoje é da situação. Uma outra solução é ele passar para a oposição, que além de sensata, ele poderá até mostrar que seu vôo mais alto não será ser vice-prefeito. Por que não prefeito? Será o Arlan incapaz de aspirar tal posto? Sei lá, se fosse eu, iria tentar provar que o Timotinho está errado.

O mesmo ocorre com o Francisco Bento. Para que mudar se ele também pode ir para oposição e não ter que carregar nas costas o peso de  defender alguém, que ele não sabe quem, pois até agora não se sabe se a Mamãe Juju vai ou não vai?

Em relação ao Vereador Carlos Alberto (em que ficou a investigação sobre a surra que ele levou? Até agora minhas informações são as do Cícero Ranzi na A Gazeta do Luis Clério), o Dr. Filhinho agora envolve o pai, o Dr. José Alípio, mostrando como ameaça ao vereador, sua caneta (do pai), possivelmente, dourada. Se fosse eu, eu tentaria ser candidato a qualquer custo pelo PDT, deixando o partido, e o pai, com o ônus da decisão. Tenho certeza ele teria mais votos do que se mudasse de partido. Neste sistema partidário brasileiro, todos os gatos são pardos.

Quanto à vereadora Léa Ramos, o Dr. Filhinho a acha numa situação tão complicada que precisa de uma sua explicação ou diagnóstico, já ensaiando para quando se formar. Segundo ele a vereadora tem tantas opções que acabará sobrando. Eu estava me inteirando do quadro político em Bom Conselho, com a perspectiva de continuar no PV, o que não aconteceu. Portanto fica difícil fazer uma análise da vida política da Léa, além daquela que é opção bizarra aventado pelo Terrível, que é dela migrar para as hostes governistas. Prezada colega de gênero, mesmo que lhe dêem a merecida chance de se canditar a prefeita, nem considere a possibilidade. Pois com este tipo de análise política onde se põe força em presidentes de partidos, que eles não tem, em 2012 só chegarão o pai, a mãe e o filho, sem o divino espírito santo. Siga no seu partido e faça política com o Petrúcio Borges. Mas, política de princípios, não de ocasião. Vocês podem até nem ganhar as eleições mas ficarão bem com a história de nossa terra.

Existe um infame e imoral ditado que brada: “Em política, feio é perder”. Isto é o que dá base à análise desenvolvida pelo Dr. Filhinho para dizer que os vereadores estão em apuros. Se o ditado fosse transformado para: “Em política, feio é não cumprir com seu dever”, ninguém estaria em apuros e o povo de Bom Conselho agradeceria.

Quanto ao Arnaldo Pintado, coitado borboleta, amigo do Timotinho. Vai depender de uma união entre o PMDB e o PDT. Eu não sei a qual PMDB, o PMDB de Bom  Conselho pertence, nem vai pertencer. O que acho difícil é que no nível estadual, estando contra o Conde Eduardo, e Jarbas ainda emitindo algum som, ele vá perder as eleições junto de Mamãe Juju, quando tem bons quadros no  próprio município. Para mim, o que está havendo errado na análise do Dr. Filhinho é ele pensar que o Conde Eduardo vai prestigiar a Mamãe Juju mesmo que ela não esteja bem das pernas. Devagar com o andor por que a santa pode ser de porcelana, e mesmo se for de corda, já demonstrou que não está com ela toda.

Ele termina sua análise com os três vereadores que ele acha sem problemas em termos de eleição, que são o Luizinho da Malharia, a Ivete da Silva e o Gilmar Aleixo. Então já temos menos três vagas para vereador. Então existirão, segundo ele, seis vagas para a disputa sanguinária dos que estão agora entrando na política. Isto ocorrendo, se não houver uma debandada geral por parte destes seis em apuros, para os braços de Mamãe Juju.

Uma coisa é certa. Faltou avisar aos “russos”. Sendo estes, os novos partidos, novos candidatos (inclusive a prefeito) e tantas outras coisas mais, que apenas mostram que as análises políticas cometidas pelo Timotinho, são na realidade falta do que fazer ou falta da vontade de fazer na faculdade, para publicar no blog. É uma pena que a mocidade política da terra comece assim. Não são os vereadores que estão em apuros, é  a sociedade de Bom Conselho. Que continuará, na mesma tradição do “o que foi bem feito foi a mamãe que fez”. Hoje a única diferença é que antes era o “papai”. Infelizmente, vamos voltar a isto.


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P.S.: Eu já havia terminado este texto quando vi outra chamada para uma nova análise da política em Bom Conselho, feita pelo Dr. Filhinho. Agora sobre os acordos políticos, que ele diz serem todos precários. E acrescenta, em seu sincero desejo de ver sua mãe fora da política a partir de 2012:


"Quer dizer que a oposição está fadada à derrota em 2012? Não. Existe um caminho, mas como vocês bem sabem, eu sou a pessoa menos indicada para falar sobre esse assunto. Posso escrever sobre isso a partir do dia 08 de outubro de 2012."


Caros correligionários da oposição, só o Dr. Filhinho tem o mapa da mina para ganhar as eleições. Corram atrás dele. Retirem dele, não deixem que ele permaneça sozinho com o tesouro de Brogodó. 


Não dá para ter credibilidade em alguém que leva tão a sério o lema que eu falei "o que foi bem feito foi a mamãe que fez", e ainda mais quando fala no bem de Bom Conselho. Quem estava mesmo certo era o Afonso Didier, quando o chamou de "pivete treloso". Realmente, se a oposição perder estas eleições, Bom Conselho estará realmente em apuros. Ninguém aguenta mais  a empáfia do Dr. Filhinho.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

O EGO, DO GILDO






A pequena palavra “ego” vem do latim e quer dizer o “eu” de qualquer indivíduo. No sistema de Freud, o ego é o aspecto consciente da psique que escolhe entre os instintos básicos do “id’ e a moralidade do superego. Uma pessoa com “problemas do ego” é tida como centrada no EU. Vale salientar que não podemos confundir ego com auto-estima. O problema maior do ego é que ele não deixa a pessoa ver quem realmente ela é. Ele está sempre se projetando naquilo de como gostaria de ser. E quando a pessoa está no ego passa a ver os valores de um modo invertido, uma forma distorcida de avaliar e viver a vida. Ninguém conseguiu ver o rosto do ego. Ele é como um fantasma que nós admitimos como influência controladora em nossas vidas. E o Motivo pelo qual ninguém viu o ego é que o ego é uma idéia mental, invisível, disforme e sem contornos.
Quando a pessoa deixa que a idéia do ego prevaleça em sua vida, a sua individualidade é tomada de uma forma assustadora da separação. Assim nada fora do ego passa a ter valor. A pessoa passa a substituir a ligação interior pela exterior e é justamente o que a leva a tentar fazer da necessidade de provar que é melhor que outros. A grande necessidade do ego é de parecer melhor, alcançar mais, acumular mais, julgar os outros e achar defeitos; são os sintomas da crença errônea.

Esta passagem é de um texto do Gildo, publicado na APL. Desculpem-me meus irmãos em Cristo, mas quando cheguei a este ponto eu disse com os meus botões: “Este texto deve ter sido escrito para a Ana Luna”. Continuei e vi que não era, pelo menos o Gildo não diz, mas eu digo. Êta “ego” enorme!

Eu me lembrei logo de umas aulas que tive no curso médio sobre Freud nas aulas de Filosofia. Isto mesmo, não se surpreendam, naquela época estudávamos isto no curso médio e muito mais coisas. Por isso é que ainda hoje me viro sem o curso superior, e muitas vezes, melhor do que os doutores de hoje. Olhe o ego, Lucinha!

No curso de Filosofia estudávamos coisas relacionadas à psicologia, artes, ciências e outras coisas mais. Isto não evitou, no entanto, eu, de primeira pronunciar “freude” e não “froide”, como é comum com nomes alemães. Mas, aprendi logo e adorei sua ideia de que muitas vezes agimos de acordo com o “id”, nos jactamos como o “ego” e pedimos perdão como o “superego

Voltando ao artigo, eu penso que deveria haver um diálogo maior entre o Gildo e o Roberto Lira, já que o Cleómenes Oliveira foi embora. O Blog Ilha de Pala, do Roberto, tem cada coisa que é prá gente arrepiar. Eu penso até que o Gildo poderia escrever lá também, como fazia no Blog da CIT (que Deus o tenha, pois foi um blog que só fez o bem e foi barbaramente assassinado, talvez, por isso mesmo). Eu, quando tenho tempo até que gosto de discutir estes assuntos.

Minha grande vantagem é minha fé inabalável em Jesus Cristo, dentro da Igreja que ele criou, dando o seu filho unigênito para aquele que nele crê seja salvo. Temos uma alma imortal, com livre arbítrio, o que nos leva tratá-la como o Ego unificado. As teorias psicológicas sejam freudianas, jungianas, lancanianas ou quaisquer delas, apenas tentam decifrar algo que já foi decifrado há muito tempo. Basta ler nossa Bíblia Sagrada e ter fé. Tudo está explicado lá.

Conta-se até que o Ego de Moisés estava maior do que o do Lula, na época em que ele andava com as tábuas da lei debaixo do braço. Deus o castigou fazendo ele vagar pelo deserto por muitos anos. Ele morreu já com a humildade que deve ter tantos os profetas quanto os artistas. Seu divã foi a meditação e sua fé.

De qualquer forma o texto do Gildo é instigante e faz pensar, a quanto anda nosso Ego e o mal que ele pode nos fazer quando está exacerbado. Por isso eu pensei que ele fosse uma homenagem a Ana Luna. Espero que ela não pense que é um “cyberbulling” do Gildo.

Termino este pequeno escrito citando novamente o Gildo: “O ego infla e distorce e se a pessoa não percebe um sentido profundo e rico de si mesmo e de seu propósito no aqui - agora, provavelmente acredita está vivendo o seu ego. E você como lida com o seu ego?” Podem responder na seção de comentários ou por e-mail. Aqui, não rastreamos IP.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Jesus Cristo e o Anonimato




Atualmente, o grande “hit” do momento é o anonimato. O assunto será debatido no II Encontro de Blogueiros de Bom Conselho, ao qual adoraria ir, mas não posso. Não é hora agora de ficar discutindo minhas razões ao tomar esta decisão. Adorei quando li ontem o Blog do Poeta que o Zé Carlos vai representando a AGD. Gostaria muito mais que ele levasse junto a Eliúde Villela, para ela sarocotear entre os blogueiros. Ali gosta! Quem sabe, no próximo encontro já vá representando o meu blog?

Eu, como o Zé Carlos, sou a favor do anonimato, apesar de não usá-lo. Embora, tecnicamente eu também seja um pseudônimo, pois, como Seu Clívio sabe, meu nome de Batismo é Maria Lúcia, e fui muito tempo chamada de Malu por alguns. Tudo é pseudônimo, como tenho certeza que o Sr. Ccsta também é um, embora enrustido. 


Em minhas lidas diárias do evangelho já havia visto que a Bíblia em si, está cheia de anônimos e pseudônimos. “A voz do que clama no deserto”, foi um dos primeiros pseudônimos de João Batista. Foi dado pelo profeta Isaías. João pregava no deserto às margens do rio Jordão e atraia multidões até lá para ouvir sua mensagem de arrependimento e confissão de pecados e muitos eram batizados por ele. Ninguém perguntava o seu nome, era um anônimo falando para uma multidão de anônimos.

João Batista não tinha espaço publicitário para divulgar seus encontros, mas ainda assim muitos se achegavam. Isso porque ao ouvir aquelas palavras e se arrepender de coração e declarar isso através do batismo nas águas do Jordão, aquelas pessoas abriram um espaço em seus corações para Deus agir. Ele agiu e aquelas pessoas tiveram uma vida diferente daquela vida que elas levavam. Vidas confortáveis viraram vidas abundantes, vidas destruídas viravam vidas abundantes também. E os testemunhos dessas pessoas levavam mais e mais pessoas para o rio e para um encontro com Deus através das palavras de João Batista. Lembrando que João não tem e não tinha poder para nada ele apenas cumpria seu chamado de “preparar o caminho do Senhor”.” (ver aqui).

Isto deve ter ocorrido até que alguma autoridade, ou filho de autoridade, da época tenha dito que o anonimato era uma covardia. Quem seria aquele cara que falava na vinda de um candidato forte da oposição, digo, um messias que viria salvar a humanidade do pecado? Cadê seu RG e seu CPF? Ele não era um profeta de verdade, sem estes documentos. E a partir desta constatação surgiram as mentiras, dizendo que ele não era quem era, surgiu a inveja e outros sentimentos baixos vindos dos próximos amigos que antes até se batizaram com ele.

Mas, eu vou em frente citando partes da mais bonita peça de oratória produzida pelos humanos, pela sua influência no mundo ocidental e agora nele todo. É o Sermão da Montanha. Proferido por Jesus, o mais célebre anônimo que existiu. Está no Evangelho de Mateus entre os capítulos 5 e 7:

Mateus, um pseudônimo do evangelista, descreve Jesus, vendo aquelas multidões,  e subindo à montanha sentando-se, enquanto seus discípulos aproximavam-se dele. E é aí que Ele começou a pregar o seu famoso sermão ao ar livre (Mt 5, 1-2).

Um trecho dos mais bonitos é o das  Bem-aventuranças que são o anúncio da verdadeira felicidade, porque proclamam a verdadeira e plena libertação, e não o conformismo ou a alienação. Elas anunciam a vinda do Reino de Deus através da palavra e ação de Jesus, que tornam a justiça divina presente no mundo. A verdadeira justiça para aqueles que são inúteis, pobres ou incômodos, como são os anônimos, para uma estrutura de sociedade baseada na riqueza que explora e no poder que oprime. Isto já está no catecismo católico. Vejam e relembrem estas sábias palavras:

Bem-aventurados os humildes de espírito, porque deles é o Reino dos Céus! Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados! Bem-aventurados os mansos, porque possuirão a terra! Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados! Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia! Bem-aventurados os puros de coração, porque verão Deus! Bem-aventurados os pacíficos, porque serão chamados filhos de Deus! Bem-aventurados os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o Reino dos Céus! Bem-aventurados sereis quando vos caluniarem, quando vos perseguirem e disserem falsamente todo o mal contra vós por causa de Mim. Alegrai-vos e exultai, porque será grande a vossa recompensa nos céus, pois assim perseguiram os profetas que vieram antes de vós.”           

Tudo isto, todo este discurso, que influenciou (para o bem) nosso mundo e talvez tenha feita a humanidade sobreviver até hoje, foi dito e escrito por anônimos. Nem Jesus nem o evangelista têm existência histórica assegurada. Só a nossa fé nas suas palavras fazem com que eles sobrevivam. Eu não me lembro de nenhum passagem de Jesus dizendo que era filho de um carpiteiro, dizendo nome e sobrenome, ou apresentando documentos na entrada do templo. Ele entrava com sua sabedoria e coragem, mesmo que fosse para dar uns corretivos em alguns comerciantes de templos. Os sepulcros caiados, que atualmente usam Lucscolor ou Coralite.

Sua sede de justiça calava mais fundo nas almas do que seu nome verdadeiro. E ele, sabendo disto, continuava sua pregação também condenando a ostentação na prática de 3 obras fundamentais do Judaísmo, que são a esmola, o jejum e a oração. Se fosse hoje ele talvez incluísse a prática de aparecer nos blogs ostentando os documentos, só para parecer melhor do que os outros e aparecer mais do que eles. Ele não pretendia condenar a observância fiel e honesta destas obras boas e o bom exemplo que estas ações produzem, mas somente o vão desejo de ostentar em frente de outras pessoas, que se pode dar esmolas e escrever em blogs sendo anônimos e fazendo o bem. Ele alertava para o fato de, se a finalidade das pessoas que praticam estas obras, principalmente, escrever em murais bradando seus nomes de batismo,  é ostentar, eles já foram recompensados na Terra por outros homens que as elogiaram, os áulicos de sempre. Ouçamos Jesus:

“Guardai-vos de fazer vossas boas obras diante dos homens, para serdes vistos por eles. Do contrário, não tereis recompensa junto de vosso Pai que está no céu.  

Quando, pois, dás esmola, não toques a trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem louvados pelos homens. Em verdade eu vos digo: já receberam sua recompensa. Quando deres esmola, que tua mão esquerda não saiba o que fez a direita. Assim, a tua esmola se fará em segredo; e teu Pai, que vê o escondido, recompensar-te-á. [ênfase nossa]    

Quando jejuardes, não tomeis um ar triste como os hipócritas, que mostram um semblante abatido para manifestar aos homens que jejuam. Em verdade eu vos digo: já receberam sua recompensa. Quando jejuares, perfuma a tua cabeça e lava o teu rosto. Assim, não parecerá aos homens que jejuas, mas somente a teu Pai que está presente ao oculto; e teu Pai, que vê num lugar oculto, recompensar-te-á.           

Quando orardes, não façais como os hipócritas, que gostam de orar de pé nas sinagogas e nas esquinas das ruas, para serem vistos pelos homens. Em verdade eu vos digo: já receberam sua recompensa. Quando orares, entra no teu quarto, fecha a porta e ora ao teu Pai em segredo; e teu Pai, que vê num lugar oculto, recompensar-te-á. Nas vossas orações, não multipliqueis as palavras, como fazem os pagãos que julgam que serão ouvidos à força de palavras. Não os imiteis, porque vosso Pai sabe o que vos é necessário, antes que vós lho peçais.”        

Um homem, anônimo, com uma mensagem destas deixou em polvorosa as autoridades e o filhos das autoridades romanas e judaicas. “Se o cara continuar dizendo isto, vai terminar querendo o trono do César”, diziam em alto e bom tom. “Vamos ter que reagir a ele de alguma forma” continuavam na falação. “Vamos perguntar de quem ele é filho, quem o batizou, e como é seu nome verdadeiro”, replicava outro. “Não é melhor dizer que ele é o Zé Carlos?” comentou um garoto mimado lá do fundo da sala.

Não preciso contar o final da história. Ao pegarem Zé Carlos para Cristo, terminaram crucificando Jesus, e assim acabando com a grave ameaça do anônimo ao Império. E o Zé Carlos vai para o encontro de blogueiros. Será que o crucificarão também?

Vá e não tenha medo amigo, e os corajosos anônimos lhe agradecerão pelo que eles podem fazer por Bom Conselho.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Venceu o Horácio Cortez mas, viva a Natalie Lamour





Estou devendo e agora começo a pagar minha postagem sobre o final de Insensato Coração, que nos prendeu por mais de meio ano, e também prendeu àqueles que curtem a arte popular da novela.

Deu o que tinha de dar: os maus são condenados e os bons acabam felizes até o próximo papel. Isto é novela gente! Não fiquem esperando que seus autores criem personagens com uma densa pscologia “a la Jorge Amado” ou “a la Machado de Assis”, pois TV vive de audiência, menos a TV Brasil é claro.

Eu fiz um enquete, minha primeira, e o número de pessoas votantes me surpreendeu. Foram 46 pessoas que foram votando e mudando de opinião ao longo do desenrolar do último capítulo. Eu fiz isso, com o meu voto. Comecei com o Léo, por ser o mais sujo da novela, até mesmo doente, migrei para o Cortez e terminei na Natalie Lamour.

Perdi a eleição, pelo resultado da enquete, onde ganhou o Horácio Cortez com 12 votos (26%), contra 11 votos (23%) do Léo e da Natalie. Quer dizer, chegaram bem juntinho e pelo desenrolar das coisas políticas no Brasil, eu continuarei votando em Natalie Lamour em 2014. Assim como o Tiririca, ela pelo menos tem vontade de estudar, o que o eterno apedeuta nunca teve.

No final da novela, todos viram, surgiu um partido político que cooptou a Natalie Lamour, o Partido da Moralidade Pública (PMP). Óbvio que, qualquer semelhança com partidos atuais, é mera coincidência. Talvez não seja coincidência, assim em termos de semelhança, é com o PT antes do poder. Hoje o partido só ficou com as Natalies que merecem.

O Zezinho de Caetés, que vive me azucrinando para escrever também em meu blog, e eu não deixo, pois ele é muito "liberal" prá meu gosto, me mandou um texto dizendo que não precisaria nem intróito para comentar o final da novela. Mesmo assim ele diz que não vê novelas. É um texto de um noveleiro chamado Flecha Ribeiro, que segundo o Zezinho foi publicado no Blog do Noblat, cujo título foi: “Viva Natalie Lamour!”. Eu achei ótimo e deixo vocês com ele, e vou tratar de outras coisas menos sérias.


A caricatura não é nem tem a pretensão de ser uma representação da realidade que se vê.

Exagerar os traços de uma figura ou de um caráter, de um aspecto de personalidade, ou mesmo de um episódio, sempre foi recurso para aprendermos mais sobre nós mesmos e sobre o que nos cerca.

A galeria que a humanidade criou para isso é enorme: vai de Édipo a Fausto, de Pantagruel a Don Juan. Artistas como Chico Caruso vêm de longe.

De outro lado, sempre houve quem manipulasse uma caricatura de si mesmo para criar um tipo, e se fazer notar. Quando é bem sucedido vira ícone: como Madona, por exemplo. E outros, bem à nossa volta...

Mas a caricatura é sempre o mesmo estupendo instrumento, didático, que nos ajuda a compreender melhor o que se passa em torno de nós. Mais eloquente até que a própria realidade.

O novelista Gilberto Braga sempre foi um agudo observador de usos e costumes.

Nessa sua última obra, “Insensato Coração”, Gilberto coroou a carreira da esfuziante figura de Natalie Lamour com uma situação caricata: convidada por uma figura robusta, de ar respeitável e cabelos brancos, que se apresenta como membro de um partido político, Natalie aceita ser candidata e se elege deputada federal! Sua campanha, sua “plataforma”, sua performance são inesquecíveis!

Está bem: já aconteceu com o Tiririca. Mas esse episódio é longínquo, aconteceu no mundo lá longe, o verdadeiro.

Natalie é real. Foi personagem do nosso cotidiano. Toda noite ela estava na nossa casa: em solteira tentando cavar a vida, depois casada com o Cortês, e se virando com a grana em que botou a mão depois da prisão dele.

Conhecemos a trabalhadora senhora sua mãe, e o trapalhão do irmão dela. Era, por assim dizer, íntima.

A cena dramática do insólito convite é a perfeita caricatura do nosso sistema político. É muito, muito mais eloquente do que a eleição do Tiririca. Esta apenas aconteceu.

A caricata Natalie de Gilberto Braga não aconteceu, mas é de assustadora realidade.

De imediato, confirma a avalanche de descrédito e desconfiança sobre o que seria - sobre o que deveria ser - a representação da vontade popular.

Se faltava cair essa ficha, a eleição de Natalie Lamour resolve as dúvidas que ainda poderiam estar pairando: os interesses que os deputados representam nem remotamente têm a ver com os nossos.

E mais: se depender dessa gente nunca haverá reforma política que conserte essa situação. Jamais se viu quem serrasse o galho em que está sentado.

As e os “Natalie” jamais farão isso.”

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

OS AMIGÕES DE "O ANDARILHO"





Ainda estou desarrumando a bolsa que levei para Gravatá e acabei de comer uns morangos que comprei na BR-232. Escrevi muito lentamente lá, nos meus murais favoritos sobre os textos que o Sr. Ccsta anda cometendo sobre o anonimato. Prometi voltar ao assuntos, e para meu leitores, promessa é dívida.

Eu não sou como o Sr. Ccsta e outros que fingem não ler determinadas coisas quando lhes convém, pois não tem argumentos para combater. A melhor saída para eles é dizer que não leram, ou só leram aquilo que desejaram, quando encontram alguma coisa em que se apegar. Lembram do Dr. Filhinho, que perdeu um tempo enorme, que poderia dedicar a sua futura profissão de médico, para encontrar uma foto que o Zezinho (adepto do anonimato) usou para ilustrar seu Facebook? Pois é. Ele também só lê o que lhe convêm. Me engana que eu gosto!

O Etiene e o Pedro Ramos, como sempre, leram o texto do Sr. Ccsta, não entenderam nada e se derramam em elogios. O Etiene chega a dizer que ninguém pode ser contra um texto de tão alga envergadura. Se eu usasse o termo “cavalgadura” aqui, seria uma rima, mas não a solução para um dilema moral que, para todos eles, tem deveria ter algum importância.

Desde o início de minha militância já havia visto o Sr. Ccsta, defender O Andarilho e atacar várias vezes. Mas, como sou justa e certa, pois estou no bando de Jesuíno Araújo, e sou caçadora incansável dos Tibungos da vida, ele nunca apoiou abertamente o anonimato do “bom” velhinho, muito íntimo da Colônia Papacaceira Baiana. Nisto, pelo menos ele foi coerente, como defender o governo do povo e o Dr. Filhinho, independentemente do que eles façam. Noutras coisas ele foi e é totalmente incoerente, mas não vem ao caso agora.

Com sua cruzada contra o anonimato, o Sr. Ccsta, empenhado em encobrir uma mentira do Dr. Filhinho, vem cada dia atacando os anônimos chegando, até agora, ao ápice dos ataques, concordando com a Márcia Cabrita (que nome em?) quando ela chama de lixo e estúpido os anônimos.

Eu já disse que esta questão do anonimato me interessa pois já convivi com pessoas que preferiam escrever de forma anônima e que eram e são excelentes pessoas. Eu tenho RG e CPF mas não ando me gabando disso. O que digo independe deles para ser a verdade, e por isso ela dói. Eu não considero os anônimos lixo nem estúpidos, como nunca considerei o anônimo O Andarilho assim. Discordei muito dele, mas nunca critiquei seu anonimato. É uma pena que ele tenha morrido pela causa, pois nesta estaríamos juntos. Pelo menos ele escrevia bem e se posicionava adequadamente, sem ofensas, mesmo quando discordava.

Ele gerou vários amigos e “amigões”. Dois deles, bastante conhecidos foram o Pedro Ramos e o Etiene. Agora, estes amigões se voltam contra ele, concordando com as bobagens mal educadas que o Sr. Ccsta diz sobre os anônimos. Isto é uma questão de princípios morais e éticos, quando se tratam as pessoas dependendo da situação em que se está. Ontem o Andarilho, anônimo, era um amigão, hoje o Andarilho, anônimo, e morto, é lixo e estúpido. O que será O Andarilho amanhã, quando o Dr. Filhinho, com a mãe fora do poder, começar a aprender a andar fora da saia da mãe, quando for visto pelo Sr. Ccsta e pelos amigões?

Senhores, não tenho nada contra o Pedro Ramos nem contra o Etiene, a não ser algumas discordâncias pontuais, como eu achar que o Trio Papacaceiro deveria ser um Quarteto, incluindo um trombone, mas, não dá para sustentar tantas contradições no julgamento das pessoas em benefício próprio.

Eu entrei numa luta feroz com o Zé Quirino e sua prole para que ele ouvisse mais as pessoas sobre o Encontro de Papacaceiros. Eu vou sentir saudades dele se este Encontro se transformar no Encontro da Colônia Papacaceira do Rio de Janeiro.  Pelo que vejo o há uma movimentação em relação a isto, e agora eu já tirei meu travessão do olho e estou vendo mais claramente a situação. Tem gente que para aparecer aceita até um trombone. Mas, agora eu tenho meu blog e estou de olho.

Talvez ainda hoje escreva sobre o final de Insensato Coração e o sobre o resultado da enquete. Nunca esperei tanta gente votando. Obrigada!

sábado, 20 de agosto de 2011

Novela também é Ciência (Final)



  
Em 2006, as mudanças sociais e concorrência entre as diversas emissoras levam a uma nova mudança no que o brasileiro assiste no horário nobre. A trama Vidas opostas leva a favela à telinha e os dramas da segurança pública e poder paralelo das quadrilhas nos morros cariocas. A questão da violência, posta em segundo plano na dramaturgia da tevê, mas amplamente difundida nos filmes, como o premiado Cidade de Deus (2002), são a nova tendência televisiva. Isso se repete em outras novelas e séries, como Cidade dos homens (2005) e Duas caras (2008), mostrando um Brasil bem próximo, mas que permanecia não representado na tevê”. A partir de conflitos de gênero, geração, classe e região, a novela fez crônicas do cotidiano, que a levaram a se transformar em palco privilegiado para a problematização de interpretações do Brasil”, completa a pesquisadora paulista.”

Eu lembro de Duas Caras, e só pelo nome me lembro do atual dilema da presidenta, quando é forçada a decidir entre governabilidade e honestidade no trato da coisa pública. Este dilema não existe num país sério, nem para pessoas sérias. Sem honestidade não há governabilidade nenhuma, a não ser para os áulicos. Escolha a “cara”, presidenta, e espero, que escolha certo. Vamos lá:

A doutoranda em sociologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Daniela Stocco conta que as primeiras novelas de grande sucesso no país surgiram na virada dos anos 1960 para os anos 1970. “As primeiras a ter índices de audiência mais destacados e a gerar mais lucro foram Beto Rockfeller (1968), exibida na extinta Rede Tupi, e Irmãos Coragem (1970), na Rede Globo”, explica a especialista. “Mas é entre as décadas de 1970 e 1980 que se dá o ápice da audiência das novelas, quando se pode dizer que elas se firmam como gênero popular no Brasil”, completa.

Se, em seu auge, a audiência chegou próxima dos 100% dos televisores ligados, na década seguinte as telenovelas começaram a apresenta sua primeira crise. “A partir da década de 1990, esses índices (de audiência) vão caindo, o que se acentua na década de 2000. Mesmo assim, a novela Paraíso tropical, que não apresentou os mesmos índices de novelas anteriores, tinha ao menos 40 milhões de telespectadores por dia”, conta a pesquisadora, que, em seu mestrado, analisou a novela exibida no horário nobre em 2007.

Apesar de a audiência não ser a mesma de anos atrás, a ciência decidiu ocupar-se das telenovelas exatamente por seu importante papel na formação da sociedade atual. “Elas muitas vezes são vistas apenas como uma produção cultural menor, por fazer parte da cultura de massa e da indústria cultural”, conta Daniela.”

Não há como esquecer este período e lamentar que a novela ainda seja tão maltratada pelos “intelectuais”. Só falam em governo do povo, mas quando o povo gosta de algo, este algo é sempre taxado de baixo nível. Oh, meu Deus quanta hipocrisia.

Continuemos lendo o interessante texto do Max Miliano:

As novelas, a partir de 1969, passam a registrar os dramas da urbanização, das diferenças sociais, da fragmentação da família, da liberalização das relações conjugais e dos padrões de consumo. Atingem seu ápice quando abordam as consequências não planejadas da modernização. As novelas se tornam assunto por sua capacidade inusitada de incorporar, a uma forma industrial, elementos da cultura popular - como a literatura de cordel - e comentários críticos sobre os rumos da política. Novelas são organizadas em torno do movimento de relações amorosas frágeis e cada vez mais volúveis. Em obras como Irmãos Coragem (1970) ou Selva de pedra (1972), sexo antes do casamento resultava em gravidez e matrimônio obrigatório. Ao longo dos anos, o divórcio foi legitimado, antes mesmo de ser legalizado; o prazer e a independência femininos também. Em geral, houve uma expansão despolitizada do universo feminino e a valorização de uma ideia de “mulher forte”, que, deve trabalhar e pode almejar satisfação amorosa.”

É nesta fase onde a mulher começa a despontar como diferente de uma coisa que só servia para dizer “Xô Galinha”, “Sai prá fora menino” e “O jantar tá na mesa”. Eu nunca reclamei desta minha fase, mas depois descobri que não se pode parar no tempo. E dizer que as novelas não me influenciaram nisto, seria mentira pior do que a inventada pelo Timotinho de Bom Conselho de que eu não existia. Havia até os homens que tentavam impedir as mulheres de ver novelas, pois diziam que eram uma aula de “botar chifre” em homem. Quem já teve esta mentalidade, merecia também o enfeite na testa, Deus me perdoe. Voltemos a história da saga novelística:

Na década de 1990, a Rede Manchete se afirma com séries e novelas que aludiam ao universo rural, em chave ecológica ilustrada pela exibição de corpos nus e com o bordão “O Brasil que o próprio Brasil desconhece”. A emissora se torna competitiva, apresentando títulos como Dona Beja (1986), de Wilson Aguiar Filho, novela de época, bucólica e regada a nudez, e A história de Ana Raio e Zé Trovão (1990), de Marcos Caruso e Rita Buzzar, que explorava o universo country. Pantanal (1990), de Benedito Ruy Barbosa, se destaca ao propor explicitamente uma nova versão de identidade nacional: a fauna, a flora e a família no lugar do consumismo moderno e liberado das novelas da época. Pantanal foi gravada longe do eixo Rio-São Paulo, com planos longos e gerais de paisagens bucólicas cortadas por rios de águas límpidas e enfeitadas pela nudez feminina. Ela oferece alternativa ao ceticismo com que as outras novelas abordavam a modernização.”

Foi a fase que eu chamaria de Globo Rural das novelas mesmo que não foi a Globo que começou o movimento. Só dava bicho correndo pelo campo e rios calmos e serenos em contraponto com as tramas de crimes e traições.

Modernamente, com a sofisticação dos meios televisivos e a interpenetração entre TV e Cinema, as novelas ainda continuam influenciando nosso povo e sendo influenciadas por ele. Apesar de ser uma indústria com todas suas mazela de comércio e “toma lá dá cá” a televisão aberta e as novelas ainda são a principal diversão do povo brasileiro e, pasmem senhores, isto se espalha pelo mundo.

Eu não sei se estaria exagerando em comparar o cinema mudo que projetou os americanos no mundo, com a telenovela que pode nos projetar ainda mais. Eu já viajei um pouco, e onde cheguei sempre encontrei alguma novela brasileira. No dia em que ela se firmar na China, ninguém segura mais Jesuíno Araújo, que, como eu, está no cangaço para lutar pelo justo e pelo certo.
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P.S.: Depois do texto é que vi o final de Insensato Coração. Depois eu escrevo sobre ele. Mas, já desejo agradecer aos autores da novela por terem sido influenciados pela minha enquete, colocando a Natalie Lamour já como deputada. Ainda tem um tempinho prá votar e vou aproveitar para mudar meu voto. Em vez de Horácio Cortez, vou de Globo, voto com a Natalie.


LP

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Não joguem pérolas aos porcos...





Eu adoro a coluna “Deu nos Blogs” da AGD. É um resumo diário do que vai pela blogosfera de Bom Conselho e adjacências. Mas, ela, às vezes, me dá um trabalho danado.

Última vez que vi uma chamada para o Blog do Timotinho, que não é mais meu menino, mas o Terrível, foi um dia prá ler um texto sobre Anonimato da Internet, cometido pelo Sr. Ccsta, que eu comentei (aqui) e nunca vi algo tão óbvio em minha vida. Eu diria que seria o “Óbvio Ululante”, se a qualidade literária chegasse ao solado das botas do Nelson Rodrigues, que diz em suas Confissões, numa de sua crônicas:

“Beijarei o punhal que matar Pinheiro Machado” — soluçou o orador. E, realmente, enfiou a mão no colete, ou cinto, e de lá arrancou, com ágil ferocidade, o punhal homicida. Logo, à vista de todos, beijou, chorando, o punhal. As lágrimas deslizavam pela face cava. E o orador, prolongando o efeito cênico, ainda ficou, por algum tempo, com o punhal erguido e profético. Um uivo unânime subiu das entranhas do silêncio. O comício veio abaixo. Sujeitos atiravam para o ar os chapéus de palha.

Agora o gesto é repetido e fui lá outra vez para ler o número 2 da série escrita pelo Sr. Ccsta, que foi contratado pelo Timotinho para defendê-lo. Meu Deus, além do fato de a dupla dinâmica não entender bulhufas do que seja internet, eles não procuram alguém que saiba a respeito, para terem melhor informação. A frase do texto acima do Nelson Rodrigues, poderia ser escrita pelo Sr. Ccsta ou pelo Timotinho assim: “Eu beijarei o punhal com que matamos o Blog da CIT”.

Deixando um pouco o que é literatura de bom nível, do Nelson, de lado voltemos a este arremedo de "literatice" que escreve o Sr. Ccsta. Ele começa dizendo:

“Não costumo ler os textos que saem na Gazeta Digital, porque são muito longos e cheios de transcrições de artigos de jornalistas etc. Pelo mesmo motivo, não lia quase nada do que era publicado no blog da finada CIT. Posto que, para ver o que os jornalistas escrevem, costumo ler alguns periódicos onde uns poucos deles costumam escrever. E desde que as matérias me interessem.”

Meu Deus, quanta desfaçatez. Ele diz que não lia o blog da finada CIT. Eu bem que disse ao Diretor Presidente que não deveria abrir as portas do Blog para pessoas que tais. Para quem cuspir no prato em que comeu sempre foi a tônica dos atos. Bastava não ter argumentos para rebater, partia para a agressão e depois pousava de bom moço. O que ele esquece é que a internet hoje não é um júri onde o que se diz não é ouvido no próximo. Temos agora uma memória. Basta ler ou reler o Blog da CIT,  os Murais do SBC, os Blogs de Garanhuns onde o Sr. Ccsta era comentarista contumaz até que encontrou pessoas de bem que lhe fizeram frente. Ele começou a agredir e fugiu todas as vezes por falta de argumentos.

Caiu no conto do vigário do rastreamento de IP do Timotinho Cabral e agora está enredado até o último fio de cabelo porque não pode admitir que seu pupilo cometeu uma invasão de privacidade para encontrar algo que não havia e ficou tentando manter a palavra. Como o pupilo não sabe se defender sozinho chama o Sr. Ccsta, pelo simples fato de ser advogado, com tantos advogados excelentes que Bom Conselho tem e que conhecem o que é a Internet.

Eu não sei o que ele e Zé Carlos conversaram por e-mail, e nem quero saber, pois isto deveria ser um conversa privada entre os dois, mas, um homem que quer debater com outro de forma séria e não ler o que o outro escreve, não quer debate de forma nenhuma. É por isso que o Zé Carlos diz que sou pavio curto, porque se fosse comigo eu diria, então vá ler os meus textos e apareça.

Como alguém de boa fé pode começar pinçando trechos de um artigo para contestar afirmações sobre um tema tão complicado como é o anonimato? Ainda diz que o que Zé Carlos diz não lhe atinge, mas vai vestir a carapuça. Prá que? Para tentar defender o indefensável? Nunca o conseguirá. E ainda diz que quem o conhece sabe que ele não usa de má fé com ninguém. Ainda bem que não o conheço.

E lá vêem as obviedades outra vez. Agora eu estou um pouco mais por dentro, pois estou acompanhando o que o Zé Carlos escreveu. Quem negou que a Constituição veda o anonimato? O que as pessoas colocam, é que ao mesmo tempo que veda o anonimato por um lado, a própria Constituição se contradiz quando garante mais especificamente o direito à liberdade de expressão inclusive o anonimato das fontes, e dos profissionais, que precisam de sigilo em suas funções para cumprirem bem suas tarefas. Isto leva à necessidade de interpretação hermenêutica ( que nome!) da coisa, o que o Zé Carlos, didaticamente, chama da função do Hermes, o leva e trás.

Aí ele cai no ridículo. Começa a oferecer emprego para o Zé Carlos, e se escora como sempre no que ele pensa do mundo do seu tempo, citando exemplos de pessoas que foram vítimas de anônimos, como se o Zé Carlos, pelo menos eu não vi no que ele escreveu e quando conversamos sobre o assunto, se regojizasse de anônimos que ofendem. É aquela ânsia enorme de orador de palanque para conquistar o devido público para o seu lado. Sem objetividade e sem argumentos sérios, o homem se perde em sua própria falácia, pois não sabe o que é a internet nem sabe o potencial de se aprender com ela, fazendo uma busca digital.

Imaginem , senhores e senhoras, que ele diz que só há uma Constituição. Que descoberta gloriosa e fantástica. Eu gostaria que ele encontrasse na internet esta constituição de hoje, e fosse procurá-la outra vez daqui a alguns dias. Ele veria que ela seria outra, pois ontem vi na TV (que o Sr. Ccsta é tão arcaico que não vê), que foi aprovada uma sua modificação no Senado. Sem ter má fé ou ignorância o que se deduz da frase do Zé Carlos é que são muitas versões existentes na rede.  Mas, quem disse que o Sr. Ccsta sabe fazer uma busca na internet? Também ele não precisa, o Código Penal de 1940 ele deve ter em casa.

E para fechar com chave de ouro a sucessão de disparates do Sr. Ccsta ele diz:

“E NÃO vejo NENHUM conflito de leis em face da configuração de anonimato na CF. Até porque, quando alguma lei ordinária se choca com a Constituição, tal lei é declarada inconstitucional. Todavia, se o professor Zé Carlos encontrou alguns artigos de leis que vão de encontro à CF, pode ele pedir ao Supremo Tribunal Federal (STF) que os declare inconstitucionais. Mas, para tanto, precisa de bons argumentos. – É ISSO./.”

Se ele, ao invés de querer só bater boca, como lhe é peculiar, e tivesse tido a sensatez de ler, pelo menos os textos que foram publicados na AGD, e outros que pululam na internet, ele poderia ler as pessoas que são informadas e dizem haver conflitos dentro da própria constituição. Se não fosse assim, porque ele acha que é tão difícil elaborar leis que regulamentem a prática do anonimato? Como ele explica que o Blog de maior sucesso em Bom Conselho, enquanto durou, foi um blog anônimo (Blog do Mister M) e um dos melhores do Brasil ainda é anônimo (Blog do Coronel)? Mas, o Sr. Ccsta não lê a AGD, pois ela acusa o Blog porque os textos são cheios de transcrições. Talvez, seja por isso que ele e nem eu leiamos mais o Blog do Timotinho Cabral. O Timotinho, das mais de 390 postagens, deve ter escrito umas 8 ou 10, e o resto é “copia e cola”.

Ele não está sendo injusto só com o Zé Carlos, mas com os outros que lá escrevem, como, por exemplo, o Carlos Sena, que eu reputo como o melhor escritor bom-conselhense e um dos melhores do Estado. O Zetinho, nosso acadêmico maior. Agora vocês já sabem, se quiserem serem lidos pelo Sr. Ccsta, não citem ninguém. Mas, pelo amor de Deus, não façam como ele, que só diz asneiras de sua própria lavra.

Eu não sou conselheira do Zé Carlos, nem ele me pediu para defendê-lo, mas, vou lhe dizer, caro amigo. O que o Sr. Ccsta quer é bater boca. Ele já fez isto com muitos bom-conselhenses ilustres e não perde a oportunidade de aparecer. Siga seu caminho e leve suas ideias à frente e não atire pérolas aos porcos. Deixe que eu atiro o que eles merecem receber.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

O poste e o apedeuta





Estava escrevendo sobre minhas novelas, terminando o texto que comecei, numa folguinha de avó, e fui aos blogs e li o texto abaixo do Reinaldo Azevedo em seu Blog. Lá ele o chama de “Dilma e a recandidatura: base aliada sente falta da amoralidade e da imoralidade do governo Lula” que é quase um artigo de tão explicativo. Eu poderia até só citar este título e pronto, todo mundo entenderia. Mas eu teria que escrever mais um pouco explicando o óbvio, o que o jornalista faz com sua reconhecida capacidade.

Uma das coisas que estou achando vantajoso em ter um blog é transcrever textos assim, sem as cutucadas do Diretor Presidente no sentido de escrevemos para mostrar que escrevíamos. O Zezinho sempre foi contra esta prática e eu certas horas, pois gosto mesmo é de teclar. Então vai aí o texto do Reinaldo e eu amanhã vejo se termino meu texto sobre as novelas. Elas podem esperar.

“Leitores me perguntam se considero sincera a disposição da presidente Dilma Rousseff, anunciada a Lula na Semana passada, de não disputar a reeleição. O que é “sinceridade” num discurso político? Dilma percebeu que, no modelo herdado de Lula, o poder é mesmo descentralizado: cada partido cuida do seu feudo, desde que dê o necessário apoio político ao governo, e deve preservar, tanto quanto possível, a aparência de moralidade. Mas também não é uma exigência sine qua non...

A crítica de patriotas do PR e do PMDB a Dilma é compartilhada pelo núcleo duro do PT, Lula inclusive: para eles, um presidente da República não governa a nação, mas a federação de partidos que chegou ao poder; seu papel é administrar as ambições e, vamos dizer, a distribuição de benefícios aos aliados. Qual era, para essa gente, o traço mais encantador do Apedeuta? Não dar bola para as evidências de corrupção, o que lhe era facultado por sua popularidade e pela inimputabilidade que lhe foi conferida pela maioria da população. Em muitos aspectos, o eleitorado foi conivente com a sem-vergonhice, sim, não adianta negar.

A tal base aliada, em suma, se ressente é daquela amoralidade propositiva, boquirrota e, às vezes, agressiva de Lula. Os exemplos de Renan Calheiros e José Sarney são evocados aqui e ali. Lula nunca lhes tirou a escada. Ao contrário até: submeteu, em 2009, o então líder do PT no Senado, Aloizio Mercadante (agora ministro e membro do Instituto Lula…), ao ridículo, levando-o a provocar uma pequena revolução semântica. Mercadante defendeu que se investigassem os tais atos secretos e pôs o cargo à disposição: ou bem o Planalto concordava, ou ele entregaria a liderança. Lula lhe disse um sonoro “não”, ele renunciou ao posto “em caráter irrevogável” e… continuou líder. A voz petista mais estridente em defesa de Renan (aquele que chamava a mulher grávida de um filho seu de “a gestante”…) e de Sarney era Ideli Salvatti, agora ministra das Relações Institucionais.

E cadê Ideli? É uma boa pergunta. A realidade é um pouquinho mais complicada do que parece. Dilma não tem a mesma destreza para articular o discurso amoralista — e imoralista — de Lula. Dado que o Babalorixá o fazia contra a decência, admitamos que esse é um traço positivo da presidente na comparação com seu antecessor. Mas Dilma é também incompetente na gestão da crise política. A escolha de Ideli para a função, por exemplo, é de uma infelicidade óbvia. À época da nomeação, houve unanimidade a respeito: nem os petistas entenderam. Ela funcionava bem como membro de tropa de choque. Argumentar é diferente de ofender… a inteligência, no que ela é perita! Gleisi continua ser a face mais bonitinha da irrelevância política.

Dilma estava sendo sincera ao dizer que não quer se candidatar em 2014? A questão é outra. Com oito meses de governo, há um quase consenso entre os seus aliados de que só Lula pode lhes satisfazer os apetites. Precisam de sua imunidade à moral e aos bons costumes para que possam ser o que são. A presidente se sente vigiada por esse gigante do amoralismo e do imoralismo. A saída seria ter um norte, um objetivo, um alvo a perseguir. Ocorre que nem Dilma sabe por que é presidente da República.”