sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Pastel de Vento




Por Maria Helena RR de Sousa (*)

Vocês já repararam como o governo Lula/Dilma está que é um pastel de vento? Às vezes como recheio só um pouquinho de açúcar e canela. Essa especialidade ilude a fome e pode ser encontrada em todas as feiras populares, de norte a sul do Brasil.

O governo-pastel usa e abusa da sugestão de enorme variedade de recheios para agradar a clientela. Não sei se o truque funcionará durante muito tempo, mas até hoje tem sido um sucesso, não há como negar. Vende bem, os feirantes não se queixam nem as mães de família: uma travessa de pastel de vento esvazia em segundos.

O PT é um mestre-cuca formidável. Criou receitas magníficas; adaptou muito bem receitas de outros chefs; usa e abusa da fartura dos excelentes ingredientes nacionais. Só se dá mal quando copia receitas estrangeiras, não tem os mesmos ingredientes, nem conta com o mesmo empenho de artistas do forno e fogão de outros países.

Mas lá vem o porém, tudo tem um porém. Gosto muito de provérbios e os franceses, com sua lógica e racionalidade, têm um que vale a pena lembrar: tudo passa, tudo quebra, tudo cansa e... tudo pode ser substituído. Imagino que os petistas, super bem viajados, conheçam de sobra essas palavras, mas como acontece com quase todo mundo, lá no alto da colina é comum esquecer o fundo do vale.

Penso que foi isso o que aconteceu. O PT esqueceu do ditado e o que tem oferecido em suas barracas é pastel de vento, sem nada, nem um pingo de açúcar...

Vou listar aqui certas receitas que nos foram prometidas mas que não chegaram nem perto da massa do pastel:

* o trem-bala. Nem o bala, nem o simples trem que faria um bem enorme ao país;

* cadê as creches que tanta falta fazem para todos os brasileirinhos e brasileirinhas?;

* a transposição do São Francisco que era para 2006, de repente foi adiada para 2010 e agora é prometida para 2015;

* transparência com os gastos do Governo e corte no luxo e gastos excessivos e inúteis;

* ministros de estado que queiram resolver nossos problemas (e não animados que usem o cargo como palanque e holofotes para a próxima eleição).

O último pastel de vento que recebemos foi uma inauguração que nos envergonha: o Hospital das Clínicas em São Bernardo do Campo. Num país indigente em matéria de hospitais, onde as pessoas morrem como moscas por falta de cuidados, inaugurar um hospital com apenas 30% de sua capacidade e prometer à plateia do comício que no dia seguinte ia poder excursionar para conhecer o interior do hospital, francamente, fiquei com vergonha de ser brasileira e não foi por causa de mais um pastel de vento, não. Foi pela mansidão excessiva de nosso povo.

O que faz do pastel de vento um favorito é justamente o fato de sua massa aceitar tudo. Mas é nessa qualidade que também mora o risco de um fracasso: dependendo do recheio, o pastel de vento pode encalhar.

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(*) Publicado no Blog do Noblat em 16.12.2013. Como a Maria Helena, sou uma boa cozinheira, e já sei de cor e salteado a receita de pastel de vento do PT. Vivemos há dez anos a comê-lo, e já estamos de bucho quebrado de tanto vento. É certo que o Lula, aproveitou o queijo dos governos anteriores para dar um gostinho ao pastel, mas, neste momento atual só restou o vento, e eu ainda não fiquei com vergonha de ser brasileira, como a Maria Helena, porque confio, que, nas próximas eleições, o povo vai, antes de comer o pastel, verificar o que tem dentro e rejeitá-lo. É o que eu espero.

Como meus leitores já notaram, não tenho escrito textos independentes e minha regularidade blogueira não está das mais firmes. Quem me lê sabe o porquê, mas, não sabe ainda que a partir desta semana, até o próximo ano, estarei recebendo neste meu exílio, a visita de minha família e, principalmente, dos meus netos. Não posso perder a oportunidade de a eles mostrar esta praia linda, talvez, na ilusão de que já no próximo ano terei internet em casa e iremos, se Deus quiser, nos encontrar com mais regularidade.


Então até o próximo ano (ou a qualquer momento em edição extraordinária), e que curtam o Natal  e tenham um feliz ano novo, mas, sempre pensando nos pastéis de vento. Que tenham todos melhores pastéis. (LP)

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Embrutecimento




Por Luis Fernando Veríssimo (*)

Sabe qual foi a primeira coisa que eu pensei vendo aqueles animais trocando socos e pontapés no estádio, chutando a cabeça de “inimigos” caídos e só não se matando por falta de armas, salvo pedaços de pau? As lutas de “ultimate fighting” na TV. Nada a ver, eu sei.

Uma coisa é um espasmo coletivo de irracionalidade, a outra o enfrentamento de dois lutadores preparados, com força equivalente e regras estabelecidas. O que aproxima as duas coisas é a estupidez.

A mesma estupidez que parece dominar essa assustadora arena de insultos e ameaças que é a internet e que, cada vez mais, no Brasil, também domina o debate político e jornalístico, em que termos como “idiota” são muitas vezes os mais suaves que se ouve ou que se lê. O clima é de embrutecimento generalizado. Chutes na cabeça, reais ou figurados, são legitimados pelo clima.

Falemos, pois, das amenidades restantes. Da Fernanda Lima no sorteio das chaves para a Copa, por exemplo. Da sua simpatia, da sua competência, do seu inglês perfeito, do seu decote.

Não sei se já nasceu o movimento “Fernanda Lima 2014”, com vistas à próxima eleição presidencial, mas me parece uma iniciativa natural. Já elegemos uma mulher para a Presidência da Republica, o próximo passo lógico seria eleger um mulherão. Onde é que eu assino?

Formidável, também, foi o cara que se apresentou para interpretar para surdos os discursos em homenagem ao Mandela e, literalmente, não sabia o que estava dizendo. Inventou uma linguagem de sinais própria, uma espécie de paródia da linguagem verdadeira, e teve seus minutos de glória internacional ao lado dos oradores.

Dizem que ele só foi descoberto porque alguns surdos protestaram, não tinham entendido nada dos discursos. Um chegou a dizer que não podia afirmar com certeza, mas achava que o falso intérprete tinha, sem querer, insultado a sua mãe.

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(*) Publicado no Blog do Noblat em 15.12.2013. Eu gosto dos escritos do Veríssimos (ideologia política à parte) porque ele é simples e direto, e na grande maioria das vezes nos faz rir de um modo inusitado. Vejam em quantos pontos importantes ele toca num pequeno texto. Sucessão presidencial, lançando a Fernanda Lima para 2014, e querendo logo assinar um manifesto. Eu sou mais eu.

Embora neste período de desterro de minha própria casa eu já não sei qual será mais meu futuro político. Mas, quando vejo algum candidato novo, fico alegre. Até agora, não me dei bem com nenhum.


O que adorei foi que ele tocou no caso do intérprete da linguagem de sinais que deturpou o que os oradores falavam, durante o enterro do Nelson Mandela. Quem sabe ele não seria o ideal para ser intérprete da presidenta, e faria, pelo menos, os surdos entenderem o que ela diz? (LP)

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

REACIONÁRIOS




Por RAFAEL BRASIL (*)

Segundo Nelson Rodrigues, ele era mesmo reacionário. Reagia mesmo a tudo o que não prestava. Lobão agora é inimigo dos esquerdistas de todas as matrizes. Desde os ideológicos até os contumazes oportunistas, que aliás não são poucos. No Brasil o socialismo ainda é considerado uma coisa chique. São os idiotas da objetividade engrossando o coro da velha e sempre atrasada América Latina. Há mais de uma década atrás eu já dizia em alguns artigos que depois da derrocada do socialismo com a queda do muro de Berlim, o mesmo ainda faria sucesso por essas bandas.  Na Polônia, assim como os símbolos do nazismo, os do comunismo estão democraticamente proibidos por lei. Os poloneses sofreram o diabo como satélites da extinta e cruel União Soviética. Assim como todos os países do Leste Europeu. Diante da ocupação soviética, nossa ditadura pareceria brincadeira de criancinhas. Os ignorantes simpatizantes do petismo e outros ismos, deveriam ler um pouco mais de história para conhecer mais um pouquinho. Mas são, além de burros, oportunistas, pois milhares ganham dinheiro nas tetas do estado.

Lobão nunca foi um político. Sempre foi um roqueiro meio porra louca como muitos outros. Seguindo a moda dos nossos socialistas do meio artístico, apoiou Lula no início. Depois viu as besteiras que fez, e começou a denunciar os músicos chapas-brancas, quando da chegada do petismo ao poder.  Todos se esbaldando no dinheiro do povo, ganhando cachês milionários. Muitos,  como a vaca sagrada Chico Buarque, dublê de escritor, são defensores e ardorosos simpatizantes da ditadura cubana, que foi e é seguramente a pior ditadura das américas em todos os tempos. Lá são recebidos com todas as mordomias, que são reservadas para a nomenclatura do partido comunista, que é a verdadeira máfia de lá. Não passam de cacarecos políticos e ideológicos. Mas muita gente defende esta gente, sobretudo na mídia, geralmente há muito tempo dominada por esquerdistas de todos as colorações possíveis. Hoje Lobão dificilmente tem espaço seja na mídia falada ou televisada, digamos assim.  Mas isso passa. Como a hegemonia  esquerdopata também passará graças a Deus.  Mas é preciso muito trabalho. Denunciar a hipocrisia dessa gente que diz defender os pobres, mamando nas tetas do estado. Muito bem, Lobão. Devemos reagir mesmo ao que não presta.  A coisas que já deveriam desde há muito tempo serem jogadas na lata de lixo da história. Todo socialista caviar, deveria passar pelo menos uma semana em Cuba como cidadão cubano. Mas não, quando chegam lá são tratados como membros da opressora elite comunista. De bolsos e barrigas cheias, no meio da miséria popular.  Depois chegam por aqui mentindo para os inúmeros idiotas da objetividade.  É isso aí. Estamos no Brasil. Estamos na América Latina, que, como diria o velho e bom Ferreira Gullar, a história fede a merda. Mas o grande Ferreira se redimiu, mesmo na sombra de seus oitenta anos. Ou seja, viu que o que defendeu durante quase toda sua vida não passa de, como diria um velho tio meu, já falecido, um grande bolo fecal. Bota merda nisso!

GOVERNO MEDÍOCRE

Como bem disse o historiador Marco Antonio Villa, nunca antes neste país tivemos governantes tão medíocres quanto na era petista.  A começar por  Lula, e agora Dilma, que repito, não tinha condições nem de ser chefe de repartição pública em Capoeiras, ou mesmo em Brejão. Sem querer depreciar estas duas simpáticas pequenas cidades do nosso lindo e paupérrimo agreste.

Enquanto a economia patina, e o Brasil vai sumindo ainda mais em importância no contexto mundial, o governo empurra com a barriga. Tenta levar esta situação até as eleições, pois o que importa é a manutenção desta corja no poder indefinidamente.

Boa parte da cúpula do partido, desde sua fundação está presa por corrupção. E ainda posam de perseguidos políticos, quando tiveram TODAS as chances de defesa no STF. É sempre bom lembrar que Dirceu seria o presidente, se não fosse o caso do mensalão. Um bandido comprovado. Lula sabia de tudo e está sendo investigado no caso do escândalo da oi telecom, grandes maracutaias em Portugal. Aliás, onde seu filho misteriosamente enricou. Toda a nação sabe que ele sabia, a não ser os idiotas da objetividade, sobretudo os que recebem de alguma forma dinheiro do governo, sobretudo muitos jornalistas de todos os naipes.  Nunca uma quadrilha de tal magnitude se encastelou no poder mentindo descaradamente como essa turma. E olha que de quadrilhas nossa história está cheia. E as oposições também colaboram com sua fraqueza e covardia, com raras exceções.

Este governo é ruim em tudo. Educação, saúde, transportes e infra-estrutura. E ainda flerta com o autoritarismo chamado de bolivariano, que está quebrando de vez a Venezuela e a Argentina, que há mais de cinquenta anos anda para trás, nas sombras de populismo e regimes autoritários, e dos mais sangrentos e retrógados. Pobre povo argentino. Eram riquíssimos durante e até o final da primeira metade do sangrento século XX. Tinha uma expressão muito usada na Europa de que o sujeito poderia ser rico como um argentino. Agora as favelas pululam nos arredores de Buenos Aires. Uma vergonha. Logo voltaremos a este assunto.

GENOÍNO DEMOCRATA

Chega a me dar dor de barriga quando muitos colunistas classificam Genoíno de defensor da democracia. Ele era do PC do B que nunca teve nada de democrata. O PC do B foi uma dissidência do velho partidão, o PCB.  Na época, houve as denúncias dos crimes de Stálin por Kruchév, então manda chuva na extinta União Soviética. Claro, as denúncias ficaram pela metade, pois o próprio Kruchév não passava também de um assassino, desde os tempos de Stálin. Suas denúncias eram mais para encobrir seus próprios crimes do que propriamente denunciar o stalinismo.  O PCB ficou com Moscou, mas a turma dissidente que fundou o PC do B não acreditou na história e ainda ficou cultuando Stálin. Ô gente boa!  Depois viraram maoístas.  Mao Tsé Tung foi seguramente o maior genocida da história da humanidade. Calcula-se que matou ou de fome ou de tortura ou os mais diversos tipos de assassinatos, mais de setenta milhões de almas, nos anos cinquenta e sessenta. Quem quiser ver tem muito material à disposição, é só não ter preguiça.  O próprio Deng  Chiao Ping, que fez as reformas capitalistas, sofreu o diabo nas mãos de Mao, assim também como milhões de comunistas chineses. Depois o PC do B se tornaria adepto de Hever Hodja, o tirano albanês que dispensa comentários. Na época da chamada guerrilha do Araguaia, Genoíno e seu PC do B eram maoístas. Estes cidadãos eram democratas?  Se eles ganhassem a “guerra” ai de nós. Vade retro satanás!

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(*) Publicado do Blog do Rafael Brasil em 05.12.2013. O Rafael Brasil tem um blog que informa. Mas, quando ele escreve, o faz com conhecimento e maestria. Ele publica meus textos, certas vezes, e eu agora me vingo, publicando um deles que acho que meus leitores, além dos deles, devem ler.


Eu só sinto que minha carreira política esteja em risco pelas andanças do meu marido e não poder terminar os estatutos do PLP, que até agora só tem dois membros: Eu e o Rafael. Seria um partido de “reacionários” para o bem do Brasil.  (LP).

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Cadê o bê-á-bá?




Por Mary Zaidan (*)

Chavão de candidatos de todos os partidos, de vereador a presidente da República, a tal da melhoria da qualidade de ensino não consegue descer do palanque e chegar às crianças e jovens do País. Ano a ano, o Brasil continua condenando milhões à ignorância simplesmente porque não leva a sério, não quer, de verdade, debruçar-se sobre a educação. Ou melhor, em como corrigir a falta dela.

O tema volta à baila sempre que se anuncia o desempenho medíocre do País em exames internos, como o Ideb, ou internacionais, como o Pisa, aplicado pela OCDE aos jovens de 15 anos.

No Pisa, o Brasil amarga a 58ª posição entre 65 países. E, embora tenha melhorado em matemática, saltando 57 pontos em 10 anos, os 391 que alcançou na matéria está 103 pontos abaixo da média da OCDE e mais de 200 pontos aquém dos asiáticos, tops da lista.

Nada disso é novidade.

Os governantes estão carecas de saber que a educação básica patina. Talvez por inapetência ou desprovimento de coragem de cutucar sindicatos ricos em votos, quase nada fazem. Há ainda os que sobrevivem dos pouco escolarizados. Esses temem que a mexida em uma única palha possa incendiar os currais que lhes garantem o mandato seguinte. Investem na falta de instrução.

Um quadro desanimador quando também se sabe que sem a política, no seu real significado, há muito esquecido, não será possível avançar.

Mas quem topa a parada?

Do governo Dilma Rousseff pouco se pode esperar. Basta ver a reação animada do ministro Aloizio Mercadante ao Pisa. Ele quase desbancou a imbatível cara de pau de Guido Mantega, que, no mesmo dia, anunciava com otimismo o recuo de 0,5% no PIB do trimestre.

O PT fez a opção pela “Universidade para todos”, ainda que milhares cheguem a elas sem compreender um texto simples. Jogou a educação fundamental para as calendas, embora esbraveje que está garantindo a ela recursos do pré-sal. Um dinheiro que pelo menos até 2020 continuará enterrado no mar profundo.

E a oposição, o que diz? Quais são os planos do tucano Aécio Neves e do governador do Pernambuco, Eduardo Campos (PSB)? Que tipo de debate eles pretendem travar – se é que pretendem – para que a educação não seja apenas um bordão de campanha? Dos candidatos recentes a Presidência, só Cristovam Buarque (PDT-DF) se dedicou à causa. E ainda que não tenha chegado lá, promoveu e contribuiu para um debate que o País precisa fazer com a urgência de anteontem.

Governos podem gastar milhões, tocar obras, lançar programas com siglas bonitinhas, como os PAC1 e 2. De nada adianta. Não há hipótese de se acelerar desenvolvimento sem promover o conhecimento.

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(*) Publicado no Blog do Noblat em 08.12.2013. A Mary toca hoje num ponto crucial para esta nossa terra que vem sofrendo há anos da Síndrome de Lula. Depois do apedeuta assumir a presidência da república, nossos adolescentes não se interessam mais pela escola. Ora, se o Lula, que não sabe escrever uma carta nem escrever outro, pode, porque fazer tanto esforço estudando?

E estamos literalmente na rabeira entre as nações quando se trata de educação básica. E quando não se tem educação básica boa, para que universidades? Para gerar analfabetos funcionais? Se gastamos com estádios para exercitar o bom mocismo dos dirigentes da FIFA, por que não gastarmos em Escolas Padrão FIFA?

Muito pelo contrário, prometeram que as verbas vindas do pré-sal vão para a Educação e Saúde. Se dar com um lado e se tira com o outro. Mais poluição em troca de mais saúde. E quem sabe quanto valerá um barril de petróleo daqui a 10 anos? Sei não. A coisa está feia. (LP)

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

A vitória do fascismo



Por Olavo de Carvalho (*)

Tom Jobim dizia que no Brasil o sucesso é um insulto pessoal. Sem querer, explicava assim a ampla aceitação da ideologia socialista entre nós. Para o cidadão normal de uma democracia, o êxito de quem quer que seja é resultado do talento e da sorte. Para frustrados e invejosos embriagados de mitologia socialista, é o efeito de uma planificação maligna das classes dominantes, o produto diabólico de uma máquina de exclusão social inventada e controlada por astutos engenheiros sociais burgueses.

Na imaginação socialista, os capitalistas não fazem outra coisa senão reunir-se na calada da noite para premeditar a ruína dos pobres. Para isso, criam todo um aparato ideológico de “reprodução” dos padrões sociais existentes, contratando intelectuais e técnicos para estudar meios de não deixar mais ninguém subir na vida.

O capitalismo, nesse sentido, é uma sociedade administrada, um mecanismo racional calculado nos seus mínimos detalhes para bloquear o progresso social.

Só que, após ter descrito e acusado essa máquina com requintes de análise corrosiva, no instante seguinte o socialista aparece condenando a “anarquia do mercado” e fazendo a apologia da economia planejada como solução para todos os males...

Já tenho me perguntado como é possível uma criatura mudar de discurso tão radicalmente, sem nem perceber que se contradiz. Cinismo ou inconsciência? Maquiavelismo ou burrice?

Observem a rigidez da disciplina no PT ou no MST, e obterão a resposta. O militante socialista ou comunista sacrifica tudo à hierarquia partidária, mesmo a moralidade, mesmo as exigências mais íntimas da consciência pessoal. É natural que projete essa conduta sobre a fisionomia do inimigo, concebendo-a à sua própria imagem e semelhança. Mas toda fantasia projetiva é necessariamente paradoxal, é ao mesmo tempo direta e inversa. De um lado, o capitalismo aparecerá aos olhos do socialista como uma hierarquia maquinal análoga à do seu partido, apenas com signo ideológico oposto. De outro, a atmosfera partidária, com aquele seu unanimismo que dá a cada um dos militantes um sentimento tão vivo de participação, de proteção mútua, de “comunidade solidária”, é vivenciada como o embrião de sociedade ideal, em contraste com a qual a realidade do capitalismo aparecerá como pura confusão e lei da selva.

Basta olhar o capitalismo diretamente, sem o viés projetivo da disciplina socialista, para ver que ele não é nem uma coisa nem a outra, mas apenas a integração de várias premeditações parciais -- os cálculos dos vários interesses privados -- num ambiente geral frouxamente atado pelas regras da convivência democrática.

Mas a idéia mesma de “regra” tem sentido diferente para socialistas e capitalistas. Numa democracia capitalista, as regras do jogo são fixas, ao passo que as finalidades gerais do esforço social vão mudando conforme as inclinações da opinião pública a cada momento. Numa sociedade socialista -- ou nos partidos que lutam por ela --, é o contrário: as finalidades são constantes, cristalizadas no símbolo utópico do “ideal”, e as regras do jogo é que mudam segundo as conveniências estratégicas e táticas vislumbradas pelos líderes em cada etapa da luta.

Por isso é tão difícil um socialista compreender o capitalismo quando um homem formado nas regras do capitalismo entender a mentalidade socialista. Esta último tentará explicar a conduta socialista pela racionalidade de interesses econômicos, acreditando que tais ou quais vantagens obtidas no caminho aplacarão os ódios e as ambições da militância enragée. O segundo enxergará o capitalismo por meio de uma grade de fantasias projetivas macabras, e acabará acusando a classe burguesa de ser ao mesmo tempo uma maçonaria racionalmente organizada para saquear o mundo e um aglomerado caótico de egoísmos incapazes de organizar-se.

Não espanta que toda tentativa de fusão entre capitalismo e socialismo resulte numa contradição ainda mais funda: quando os socialistas desistem da estatização integral dos meios de produção e os capitalistas aceitam o princípio do controle estatal, o resultado, hoje em dia, chama-se “terceira via”. Mas é, sem tirar nem pôr, economia fascista. De um lado, burgueses cada vez mais ricos, mas -- como dizia Hitler -- “de joelhos ante o Estado”. De outro, um povo cada vez mais garantido em matéria de alimentação, saúde, habitação, etc., mas rigidamente escravizado ao controle estatal da vida privada.

Também não espanta que os socialistas, não entendendo o capitalismo, procurem descrevê-lo com a fisionomia hedionda do fascismo, que, por afinidade, entendem perfeitamente bem. E muito menos espanta que, abominando então o capitalismo como uma espécie de fascismo, acabem sempre lutando em favor de reformas econômicas e políticas que o transformarão exatamente nisso. Como a economia socialista em sentido integral é inviável, como nunca se chega lá, e como por outro lado os burgueses raramente têm fibra para resistir à investida socialista contra o liberal-capitalismo, o resultado é sempre o mesmo: a vitória do fascismo.

A única diferença entre as economias fascistas dos anos 30 e a de agora é que aquelas eram de escala nacional e, para impor-se, recorreram muito logicamente a um discurso carregado de mitologia patrioteira e racista. A de hoje é mundial, devendo portanto usar de pretextos simbólicos que, ao contrário, sirvam para dissolver as identidades nacionais e os valores morais e religiosos a elas associados. Daí o pacifismo, o feminismo, o multiculturalismo, o desarmamentismo civil, o casamento gay, etc. Ideologia, já definia o velho Karl Marx, é um “vestido de idéias” em torno de objetivos que nada têm a ver com idéias. Hitler confessava, em privado, não acreditar nem um pouco na discurseira racista que usava para infundir nos alemães um sentimento de ódio travestido de amor à justiça. Os próceres do globalismo progressista também não acreditam no besteirol politicamente correto que injetam nas massas de militantes idiotizados. Tanto quanto o comunismo e o fascismo de velho estilo, o “socialismo democrático” ou “terceira via” de hoje é um compactado de maus sentimentos numa embalagem de belas palavras.

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(*) Publicado no livro “O mínimo que se precisa saber para não ser um idiota”, da Editora Record (originalmente) em 2001. E aqui termina (pelo menos neste tema)  este festival Olavo Carvalho, onde o transcrevemos, na certeza de que, se o lerem, pelo menos ficarão com uma pulga atrás da orelha, quando ao socialismo e com um elefante na cabeça quanto ao que significa o Socialismo de XXI, que é apenas um eufemismo para a cubanização da América Latina, agora em marcha batida pela manutenção do PT no poder. Se há alguma mensagem útil neste festival é: NÃO DEIXEMOS! Vamos divulgar e esperar que nas urnas e com toda liberdade e sem mentiras, possamos dar o troco. (LP)

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Confronto de ideologias?



Por Olavo de Carvalho (*)

Qualificar assim a luta entre capitalismo e socialismo é um vício de linguagem

Se você quer avaliar a extensão do domínio hipnótico que os cacoetes marxistas ainda exercem sobre o sistema neuronal de pessoas que se supõem imunes a qualquer contaminação de marxismo, basta ver que estas, quando argumentam em favor do capitalismo, admitem colar na própria testa o rótulo de defensores de uma determinada "ideologia".

Uma ideologia é, por definição, um simulacro de teoria científica. É, segundo a correta expressão do próprio Marx, um "vestido de idéias" que encobre interesses ou desejos. Ao aceitar definir-se na linguagem de seu adversário, o liberal moderno assume o papel que ele lhe impõe: confessa-se porta-voz dos interesses dos ricos. Que a confissão seja falsa não a torna menos eficaz. Transferida do confronto objetivo das doutrinas para o terreno da concorrência de interesses, a luta parece opor agora o explorado ao explorador. Por elegante que seja a argumentação deste último, ele estará condenado a personificar sempre o malvado da história.

Descrever o confronto entre capitalismo e socialismo como "luta de ideologias" é aceitar um jogo viciado, no qual um dos lados dita as regras, dá as cartas e predetermina o desenlace.

O capitalismo não é uma ideologia. É um sistema econômico que existiu e provou suas virtudes desde dois séculos antes que alguém se lembrasse de formulá-lo em palavras. E o primeiro que esboça essa formulação, Adam Smith, não é de maneira alguma um ideólogo, um inventor de símbolos retóricos para construir futuros no ar em favor de tais ou quais ambições de classe. É um homem de ciência em toda a extensão do termo, esboçando hipóteses para descrever e explicar uma realidade existente. O socialismo, em contrapartida, milênios antes de existir sequer como estratégia política concreta já tinha seus ideólogos, seus embelezadores de enganos, seus estilistas de interesses de grupos ressentidos e ambiciosos. Por isso, o confronto de socialistas e liberais não opõe ideologia a ideologia: a defesa do socialismo é sempre a auto-atribuição ideológica dos méritos imaginários de um futuro possível, a do capitalismo é sempre a análise científica de processos econômicos existentes e dos meios objetivos de aumentar sua eficiência. Malgrado tudo quanto se possa alegar contra ele sob outros aspectos (e eu mesmo não tenho deixado de alegá-lo), o capitalismo não somente gerou riquezas incalculáveis, mas pôs em ação os meios práticos de distribuí-las ao povo e criou instituições como a democracia parlamentar, a liberdade de imprensa, os direitos humanos, ao passo que o socialismo só o que fez até hoje foi prometer um futuro melhor ao mesmo tempo que reintroduzia o trabalho escravo banido pelo capitalismo, suprimia todos os direitos civis e políticos conhecidos, reduzia mais de 1 bilhão de pessoas a uma angustiante miséria e, para se sustentar no poder, recorria a meios de uma crueldade quase impensável, como por exemplo a empalação e o esfolamento de prisioneiros – um recurso muito usado durante o governo de Lênin.

O capitalismo não é uma ideologia – é uma realidade continuamente aperfeiçoada pela ciência. Ideologia é o socialismo – o vestido de idéias que encobre as ambições sociopáticas de semi-intelectuais ávidos de poder.

E uma prova a mais de que isso é assim poderá ser dada por eventuais reações socialistas a este artigo, as quais, como todas as contestações a meus artigos anteriores, não conseguirão e aliás nem tentarão impugnar a veracidade de nenhuma de suas afirmações, mas se limitarão a expressar descontentamento e revolta contra sua publicação.


(*) Publicado no livro “O mínimo que se precisa saber para não ser um idiota”, da Editora Record (originalmente) em 2001. E continuamos este festival Olavo Carvalho, esperando ser útil, ao tentar livrar o país de ideias errôneas. (LP)

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Ainda a canalhice



Por Olavo de Carvalho (*)

Quando se fala dos cem milhões de vítimas do socialismo, isto se refere a pessoas assassinadas de propósito, por ordem de governantes, em tempo de paz. São "inimigos de classe" liquidados mediante fuzilamentos, enforcamentos, espancamentos, torturas várias e inanição forçada. São vítimas de genocídio deliberado. Seu número não inclui nem soldados mortos em combate, nem vítimas civis da guerra ou de crimes comuns, nem muito menos taxas de mortalidade infantil ou cálculos de diminuição da expectativa de vida média por conta da ineficácia econômica do socialismo. Se incluísse, o total, na mais modesta das hipóteses, duplicaria. Mas, mesmo sem isso, cem milhões já bastam para tornar o socialismo, desde o simples ponto de vista quantitativo, um flagelo mais mortífero que duas guerras mundiais somadas, mais todas as epidemias e terremotos deste e de vários séculos.

Quando, nada tendo a opor à realidade brutal desses dados, o propagandista do socialismo quer aliviar a má impressão desviando os olhos do público para os "horrores do capitalismo", ele não encontra aí nada de parecido. Nem Gulag, nem fuzilamentos em massa, nem expurgos, nem guardas vermelhos a retirar professores de suas cátedras para espancá-los até à morte. Que artifício lhe resta, então, senão apelar à duplicidade de pesos e medidas para ajustar o resultado do cálculo ao efeito publicitário premeditado? Então ele atribuirá às democracias ocidentais a culpa pelas guerras iniciadas por governos totalitários, nivelará moralmente o genocídio premeditado com os efeitos imprevistos de políticas econômicas, fará do governo de Washington o autor intencional das mortes de famintos em países submetidos a regimes estatistas e socializantes da Ásia, da África e da América Latina onde o capitalismo mal chegou a entrar, e por fim debitará na conta dos governos capitalistas todos os feitos de assaltantes, estupradores, serial killers e delinqüentes em geral.

Ao perceber que tudo isso ainda não basta para completar a cifra desejada e que a manobra inteira já começa a soar inconvincente, ele apelará ao derradeiro subterfúgio: negar o valor dos números, abolindo, num golpe de caneta, a diferença entre o assassino de uma só vítima e o assassino de milhões, diferença que minutos antes, quando imaginava poder usá-la contra o capitalismo, ele mesmo enfatizava aos berros. Então, matar os 300 assassinos de 200 policiais e soldados, no Brasil, terá se tornado crime tão hediondo quanto fuzilar, em Cuba, dezessete mil dissidentes civis desarmados. Revidar o ataque de tropas armadas, numa guerra civil, será tão abominável quanto retirar de suas casas, na calada da noite, dezenas de milhões de cidadãos inermes, para os fuzilar e jogar na vala comum.

Depois de todos esses cortes, enxertos e suturas, não há realidade que resista. A imagem do capitalismo aí fica, sim, pelo menos tão má quanto a do socialismo. Talvez até um pouco pior.

Mas qualquer palavra mais doce do que canalhice, que eu empregasse para qualificar esse gênero de discurso, me tornaria indigno da condição de escritor; indigno, a rigor, da simples identidade funcional de jornalista. Pois, se há uma obrigação elementar do jornalista, é a de dar aos fenômenos que descreve a justa proporção que têm na realidade. E não há um só tratado sobre a arte da argumentação, de Aristóteles e Quintiliano até Schopenhauer e Chaim Perelman, que não exclua da arte retórica, mãe do jornalismo, o uso daquele tipo de expedientes maliciosos, relegando-os ao lixo da erística, a arte de ludibriar o público, a retórica prostituída dos intrujões e dos canalhas.

Chamá-los canalhas não é, nem de longe, a expressão de um sentimento pessoal. É a justa e exata aplicação de um juízo consagrado entre os mestres da arte da argumentação. É o reconhecimento objetivo da intromissão de um linguajar fraudulento que, se não pode ser eliminado das arengas de arruaceiros e demagogos, deve ser banido, sem complacência, de todo debate que se pretenda intelectualmente respeitável.

Isso é requisito preliminar, independente, mesmo, do mérito das questões em disputa.

Mas, no caso presente, se há algo comparável à vileza dos procedimentos argumentativos usados para igualar o inigualável, é a feiúra moral da causa a que sacrificam a sua honradez intelectual os que a tanto se prestam.

As dimensões do mal que eles pretendem ocultar são tão colossais, ultrapassam de tal modo as medidas do humanamente concebível, que a Igreja, em sentenças papais proferidas ex cathedra, definiu o fenômeno como intrinsecamente diabólico, condenando à excomunhão automática qualquer católico que, por palavras, atos ou omissões, colaborasse com o monstruoso empreendimento.

No entanto não falta quem se escandalize diante dessa sentença papal mais que diante da imensidão do próprio crime que ela condena. Onde já se viu, dirão, diabolizar assim as pessoas? Feio, no sentimento de quem assim fala, não é matar cem milhões de seres humanos. Feio é aliviar, por piedade, as culpas dos criminosos, atribuindo a autoria de seus feitos ao demônio. Feio não é Pol-Pot, não é Stalin, não é Mao, não é Fidel. Feio é o Papa que, vendo-os conduzidos pelo demônio como bonecos, joga as culpas deles sobre o tentador e implora a Deus que os perdoe porque não sabem o que fazem.

É assim que, na imaginação dos que se dizem bem intencionados, o crime se converte em mérito, e o perdão em crime.

Admito que a visão do mal, nas proporções com que ele surge no fenômeno socialista, é em si mesma estupefaciente -- o bastante para que a alma vacilante, diante dela, dificilmente resista à tentação de negar a realidade, como os olhos do poeta, diante da "sangre derramada" de seu amigo Ignacio Sanchez, gritavam desesperados: "No! Yo no quiero verla!"

Admito que a fraqueza humana, para se defender instintivamente da atração hipnótica do mal, prefira negá-lo.

Mas a ignorância voluntária é, já, a vitória do mal.

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(*) Publicado no livro “O mínimo que se precisa saber para não ser um idiota”, da Editora Record (originalmente) em 2001. O texto também é de 2001, e se estende a canhalhice, com mais força ainda na capanha presidendial, depois de 10 anos de tentativas de empurrar-nos goela abaixo o comunismo com outros nomes. No fundo no fundo tudo é mesma coisa que quer tirar dos indivíduos a liberdade em nome de uma igualdade irrealizável.

Por isso, todos no Brasil são de esquerda, talvez, menos os meus amigos Rafael Brasil e Zezinho de Caétes. Para mim, hoje quem não é de direita é ainda porque não sabe nem estudou a história do mundo. Quando alguém quer ser livre, e se opor à corrente hegemônica o chamam, pejorativamente, de direita. Até assumirem o poder e irem logo para a extrema direita como fez o PT, que nada mais é do que um fascismo de esquerda.


Não sou uma, e ninguém deve ser, ignorante voluntária, como o Lula, para evitar a vitória do mal. Ainda há tempo. (LP).

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Felipe Alapenha e o programa Mais Médicos




Só anteontem li com calma o artigo do Felipe Alapenha sobre o programa Mais Médicos, que agora no Hospital do Acúcar está se especializando, fazendo sua residência. Tenho que fazer justiça com ele, apesar de nossas diferenças quanto a outras coisas.  Cito trechos do seu artigo, que pode ser visto aqui, completo.

Eu nunca mais tive chance de ir ao Facebook, para ler o nosso escritor Carlos Sena, que é um fã do programa. Eu o leio com defasagem na AGD, e não posso saber se ele já mudou de ideia quanto ao programa Mais Médicos que é resumido assim pelo Felipe:

“Na verdade, o Programa Mais Médicos, o maior programa eleitoreiro já posto neste país, já enviou médicos a Bom Conselho há algumas semanas, mas foi somente nesta que ele revelou uma das suas facetas mais cruéis e desumanas: a falta de qualificação dos médicos que estão atendendo a nossa gente.

Desde o início da vinda dos médicos estrangeiros ao nosso país, surgem diariamente vários casos de condutas e procedimentos errados praticados por esses médicos ao povo brasileiro. Isso se deve, sumariamente, porque não houve um teste ou comprovação que esses profissionais estavam habilitados a exercer a medicina no nosso país. Quem paga o pato, mais uma vez, é o povo pobre do nosso Brasil.

Acompanhando o desenrolar da vinda desses médicos, notadamente os cubanos (que são maioria), eu me perguntava que tipo de formação esses profissionais tiveram pra cometer tais absurdos. Questionava ainda de que adiantou o fajuto curso de preparação ministrado pelo Ministério da Saúde, a fim de adequar esses médicos à realidade da saúde do Brasil. Absolutamente nada, pelo que podemos ver.”

Mas, o Felipe vai além e coloca os pingos nos is, mostrando os erros absurdos cometidos pelos médicos ligados ao programa: Exemplos:

“Eu podia citar vários exemplos que seguem. Como o da médica cubana que receitou Metocarbamol para uma paciente, medicamento que, no Brasil, só está liberado para uso veterinário.”

“Ou o caso de um médico cubano que receitou para uma criança uma dose de dipirona (dipirona, vejam só!) quatro vezes maior que o recomendado para o peso da criança.”

“Chegou a mim, através das redes sociais, uma imagem de uma receita prescrita pela médica cubana que ora atende naquele distrito [Rainha Isabel], na unidade básica de saúde. Nela, contém o que supostamente seria um tratamento para erisipela, um tipo de infecção da pele. Não há, no receituário, a hipótese diagnóstica do paciente, mas se esse for mesmo um tratamento prescrito para erisipela, eu só queria entender qual a diferença que há entre tratar erisipela em Cuba e no Brasil, se é que há.

No tratamento em questão, a médica prescreveu o antibiótico cefalexina numa dose que é metade do recomendado, e ainda furosemida, um diurético que não altera em nada o curso da doença. O que é que isso pode acarretar para o paciente? Antibióticos prescritos em doses mais baixas do que o recomendado favorecem o que a gente chama de seleção bacteriana, gerando resistência. Você mata apenas uma parte das bactérias, selecionando as mais resistentes àquele antibiótico. O resultado é que o médico terá que usar, gradativamente, antibióticos mais fortes para tratar uma infecção que seria simples, caso o primeiro antibiótico fosse prescrito na dose correta.”

E por aí vai o descalabro, e a notícia de que estão chegando mais 2000 cubanos para eleger a Dilma no próximo ano. E a nossa população que é crédula o bastante para crer que o dinheiro do Bolsa Família vem do bolso de Lula, vai morrendo aos poucos, mas, satisfeita ao encontrar alguém de jaleco branco num posto de saúde completamente sem infraestrutura, para receber seres humanos (talvez tenha sido por isto que o médico receitou remedia para cavalo).

E vai além o Felipe:

“Na chegada das duas primeiras médicas, eu lembro que um colega nosso falava com entusiasmo da medicina de Cuba, e como as médicas que estavam chegando iam ajudar nossa população, pela maneira humana que tratava seus pacientes. Confesso que fiquei entusiasmado pelo fato de populações isoladas, como Rainha Isabel, Logradouro, Caldeirões iam poder contar com atendimento médico regular. Mas para minha tristeza, e acredito também do colega, tratar pacientes não é só "apalpar", como já disse uma vez nossa célebre presidente. Tratar sem conhecimento do que se está fazendo, sem capacidade, vai gerar uma realidade cruel pra quem conta com o serviço desses profissionais: nosso povo vai morrer carinhosamente.”

E termina seu texto, como qualquer pessoa de bom senso, dizendo que não é contra a vinda de médicos estrangeiros para ajudar nosso povo, mas, e aqui eu que digo, não nestas condições puramente para eleger o Padilha governador de São Paulo e manter o PT no poder.

Estamos nos venezuelando cada vez mais. E para completar basta o Lula raspar o bigode e usar um boina para parecer o Chávez e sair por aí dizendo que este é o Socialismo do Século XXI. E, nosso povo, muito crédulo, vai continuar tomando dipirona em doses cavalares.


Parabéns ao Dr. Filhinho (não resisti, desculpe), pelo texto. Leiam-no.

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Lógica da canalhice



 Por Olavo de Carvalho (*)

Quando alguém me diz que o comunismo é coisa do passado, que advertir contra ele é açoitar um cavalo morto, tenho às vezes uma certa suspeita de estar conversando com um canalha. Não que o sujeito o seja necessariamente. Mas, a rigor, somente um canalha descontaria 1,2 bilhão de pessoas que ainda vivem sob a tirania comunista como uma quantidade negligenciável, um infinitesimal no infinito. Somente um canalha desprezaria como irrelevantes os 40 fuzilamentos mensais de mulheres chinesas (e seus respectivos médicos) que se recusam a praticar aborto. Somente um canalha se persuadiria de que, só porque meia dúzia de firmas americanas estão ganhando dinheiro em Pequim (como se já não tivessem faturado outro tanto na Rússia de Lenin), o comunismo se tornou inofensivo como um rinoceronte de pano. Somente um canalha fingiria ignorar que, após a dissolução da URSS, nenhum torcionário da KGB foi demitido, muito menos punido, e que a maior máquina de espionagem, polícia política, terror estatal e tortura institucionalizada que já existiu no universo, com um orçamento superior ao de todos os serviços secretos ocidentais somados, continua funcionando como se nada tivesse acontecido.

Somente um canalha induziria o povo a ignorar essas coisas, para que, quando a revolução que se prepara no Brasil com dinheiro do narcotráfico tomar o poder, ninguém perceba estar revivendo a tragédia da Rússia, da China e de Cuba.

Pois não é preciso ir para o exterior, basta olhar para o Brasil mesmo para ver a força monstruosa que o movimento comunista, seja lá com que nome for - pois ao longo da história ele mudou de nome muitas vezes, ao sabor de seus interesses do momento - vem adquirindo a cada dia que passa. Só para dar um exemplo, a difusão de idéias comunistas nas escolas, da qual muitos brasileiros ainda nem tomaram consciência, e que outros insistem em ignorar propositadamente (entre eles o ministro da Educação), já passou da fase de simples "doutrinação" para a do direto e franco estupro das consciências. Em milhares de escolas oficiais, professores pagos com dinheiro público usam de sua influência e de seu poder não apenas para instaurar o culto de líderes genocidas e o mito da democracia socialista, mas para intimidar e punir qualquer criança que não consinta em repetir seu discurso magistral. A mais leve divergência, às vezes a simples dúvida, sujeitam o aluno ao constrangimento diante dos colegas, incutindo nele o temor pelo futuro da sua carreira escolar e profissional. Meus próprios filhos passaram por isso, e recebo mensalmente dezenas de e-mails com relatos de situações similares. Chamar a isso "propaganda", "doutrinação", é brandura terminológica de quem não quer ver a gravidade do que se passa. E o que se passa é que o terrorismo psicológico já impôs seu domínio sobre os corações infantis, preparando-os para aceitar, como coisa normal, inevitável e até boa, um governo de assassinos e psicopatas como aquele que ainda vigora em Cuba e que já vigora nas regiões sob o domínio das Farc.

Em face disso, os brasileiros reagem... encobrindo fatos com palavras, amortecendo a consciência do perigo mediante chavões soporíferos, exibindo aquele ar de calma fingida que trai o medo, o pavor de encarar a realidade. Direi que isso é ingenuidade? Não. A ingenuidade não tem a astúcia verbal requerida para tamanho auto-engano.

Um leitor, todo empombado de falsa ciência, me escreve que o comunismo não foi mais violento do que as guerras de religião, o Santo Ofício, a queima de bruxas ou a Noite de S. Bartolomeu. Com aquele ar sabe-tudo de professorzinho de ginásio, cita o horror de Montaigne ante a crueldade das guerras civis de seu tempo e conclui que "a violência sempre esteve presente nas diferentes fases da história". Nada como uma frase-feita para um brasileiro brilhar falando do que não sabe. Nada como um belo chavão para igualar, numa pasta verbal uniforme, as mais prodigiosas diferenças. A Inquisição espanhola, o tribunal mais cruel de que se teve notícia antes do século XX, matou 20 mil pessoas ao longo de quatro séculos. O governo leninista completou cifra idêntica em poucas semanas. Ademais, quase todos os exemplos de crueldade em massa observados ao longo da história se deram por ocasião de guerras, seja entre estados, tribos ou grupos religiosos. A repressão soviética foi o primeiro caso de violência estatal permanente contra cidadãos desarmados, em tempo de paz. O exemplo proliferou. Quando os alemães começaram a enviar judeus a Auschwitz, 20 milhões de russos já tinham sido mortos pelo governo soviético. Mesmo ao término da sua obra macabra, em 1945, o nazismo, com toda a máquina genocida montada para esse fim, não tinha conseguido igualar a produtividade da indústria soviética da morte.

Sob qualquer aspecto que se examine, o socialismo não é de maneira alguma uma idéia decente, que se possa discutir tranqüilamente como alternativa viável para um país, ou que se possa, sem crime de pedofilia intelectual, incutir em crianças nas escolas. É uma doutrina hedionda, macabra, nem um pouco melhor que a ideologia nazista, e que, para cúmulo de cinismo, ainda ousa falar grosso, em nome da moral, quando condena os excessos e violências, incomparavelmente menores, que seus adversários cometeram no afã de deter sua marcha homicida de devoradora de povos e continentes.

Tão logo aceitamos a lógica infernal da sua propaganda, obscurecemos nossa inteligência, perdemos o senso da verdade e o senso das proporções. Perdemos até o senso do antes e do depois. Incutem-nos, por exemplo, a noção de que a guerrilha brasileira foi a única saída que lhes foi deixada pelo governo repressor que, em 31 de março de 1964, fechou todas as portas à oposição legal. Mas como pode ter sido isso, se a guerrilha começou em 1961, sempre dirigida e financiada desde Cuba? Dizem-nos que a "Operação Condor" foi uma conspiração internacional entre ditaduras, para sufocar movimentos pacíficos e democráticos. Mas como pode ter sido isso, se a tal operação só surgiu tardiamente, em resposta ao movimento armado tricontinental, dirigido desde Havana e financiado com dinheiro soviético? Mediante as lições dos mestres socialistas, desaprendemos até o senso instintivo da ordem temporal dos fatos.

Acreditar nessa gente, ainda que por breves instantes, é desmantelar o próprio cérebro, é destruir em nossas almas a capacidade para as distinções mais elementares e auto-evidentes. Por isso já não tenho mais paciência com pessoas que consentem que seus filhos sejam submetidos a esse tipo de estupidificação. Por um tempo, imaginei que fossem apenas idiotas, covardes ou preguiçosos. Mas a idiotice, a covardia e a preguiça têm limites: ultrapassado um certo ponto, transformam-se na modalidade mais requintada e sutil de canalhice.

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(*) Publicado no livro “O mínimo que você precisa saber para não ser um idiota”, da Editora Record (originalmente) em 2001. Sem comentários. (LP)

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

O pecado é publicar




Por Mary Zaidan (*)

Controlar a mídia ainda que tardia. Essa parece ser a missão que o ex-secretário de Comunicação de Lula, Franklin Martins, elegeu para si.

Pregador incansável da tese que viu derrotada por mais de uma vez durante o período em que esteve no governo, e que a presidente Dilma Rousseff preferiu esquecer na gaveta, Franklin ultrapassa todos os sinais quando o assunto é ter a mídia nas rédeas.

Nem Dilma ele poupa. Na quarta-feira, ao falar no seminário Perspectivas para o Brasil, no Rio, disse que os políticos nada fazem sobre esse tema porque “têm um medo monumental da imprensa”. E criticou a omissão da presidente por ela não ter empunhado a bandeira da regulamentação.

Não é pouco para quem pretende coordenar a campanha de reeleição de Dilma e que cada vez mais é chamado para palpitar nas crises que, por deficiências gerenciais e um tanto de esquizofrenia política, se abatem sobre o governo.

A influência de Franklin não pode ser desprezada. Ainda que vencido na tentativa do controle social da mídia, conseguiu aprovar os princípios da regulação em diferentes instâncias partidárias e no Congresso Nacional de Comunicação. Quando no governo, abriu as burras para a criação da TV Brasil, que, depois de cinco anos, continua gastando os tubos para alcançar audiência que varia entre zero e 0,6%, no pico.

Agora incita plateias de militantes e torcedores. No Rio, convocou a turma para “tocar fogo na internet” e “fazer barulho” em nome da regulamentação. E não teve qualquer pudor em ludibriar os ouvintes ao dizer algo que só ele viu, ou melhor, finge que viu: “as manifestações de junho mostraram uma insatisfação brutal com o oligopólio da mídia neste país". Difícil imaginar que se referia à meia dúzia de vândalos que colocou fogo em um carro de reportagem da TV Record.

A imprensa sempre incomodou e continuará a incomodar os poderosos. Existe para isso, diria o genial Millôr Fernandes. Por ela, governos alimentam amor e ódio, rendem loas e críticas ferozes. Tudo bem entendido dentro do tabuleiro democrático. Mas só totalitários querem e defendem de público controlá-la. Desejam, como dizia Stalin, transformá-la na “arma mais poderosa do partido”.

A favor do ex-ministro de Lula há de se dizer que, se ele erra na receita, acerta no diagnóstico. Políticos realmente temem a imprensa. Têm um medo danado de ver reveladas as malversações, falcatruas e roubalheiras que se tornaram tão usuais no cotidiano da política.

Mais de 100 anos depois, para os que insistem em controlar a mídia continua valendo a escrita de Machado de Assis em Quincas Borba: "O maior pecado, depois do pecado, é a publicação do pecado".

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(*) Publicado no Blog do Noblat em 01.12.2013. Eu nem iria programar este texto da Mary Zaidan para hoje, no meio do festival de Olavo de Carvalho. Mas, ele é tão pertinente, que o faço. Pelo menos meus leitores têm o que ler nesta terça-feira, onde deverei está cuidando do lar. As restrições a imprensa livre foi sempre um apanágio dos regimes socialistas. Vocês viram agora que o Maduro, por decreto, antecipou o Natal na Venezuela e a mídia que falar mal, vai cantar com o passarinho Cháves, lá no céu. Continuem lendo a série de Olavo de Carvalho que vocês verão.

Hoje, a raiva do Franklin Martins, que é um representante de tudo que é repressivo e contra sua “revolução” particular é que existe algum resquício de imprensa livre, que o PT ainda não conseguiu comprar e pode atrapalhar seus planos revolucionários. E esta, está realmente publicando os pecados deste governo, que pode levar este país à falência como o está fazendo com a Petrobrás, para evitar que a inflação se mostre com os índices reais, e não com os manipulados pelo controle de preços.


Mas, se vocês chegaram até aqui, é porque já leram a Mary e ele explica melhor do que eu o que é o grande pecado. (LP).

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Citações Elucidativas




Por Olavo de Carvalho (*)

Como todos os maiores jornais, revistas, canais de TV e universidades
deste país acham uma questão de honra não só tratar os comunistas
como pessoas de bem, mas insistem sempre em contratar algumas
dúzias deles, pagando-lhes altos salários para que adornem o
comunismo e sua história com as cores das mais altas virtudes morais e
teologais, julguei oportuno reproduzir aqui algumas declarações típicas
do pensamento comunista, para que os leitores que ainda o ignoram
saibam, afinal, do que se trata:

“Precisamos odiar. O ódio é a base do comunismo. As crianças devem
ser ensinadas a odiar seus pais se eles não são comunistas.” (V. I.
Lênin)

“Somos favoráveis ao terror organizado – isto deve ser admitido
francamente.” (V. I. Lênin)

“O comunismo não é amor. É o martelo com que esmagamos nossos
inimigos.” (Mao Dzedong)

“O ódio intransigente ao inimigo, que impulsiona o revolucionário para
além das limitações naturais do ser humano e o converte em uma
efetiva, seletiva e fria máquina de matar: nossos soldados têm de ser
assim.” (Che Guevara)

"Até agora os camponeses não foram mobilizados, mas, através do
terrorismo e da intimidação, nós os conquistaremos." (Che Guevara)

“Aos slogans sentimentalistas da fraternidade, opomos aquele ódio aos
russos, que é a principal paixão revolucionária dos alemães. Só
conseguiremos garantir a Revolução mediante a mais firme campanha
de terror contra os povos eslavos.” (Friedrich Engels)

“A principal missão dos outros povos (exceto os alemães, os húngaros e
os poloneses) é perecer no Holocausto revolucionário... Esse lixo étnico
continuará sendo, até o seu completo extermínio ou desnacionalização,
o mais fanático portador da contra-revolução.” (Karl Marx)

Diante dos feitos dessas criaturas, nem todos os observadores tiraram
conclusões simpáticas como aquelas que são diariamente repassadas ao
nosso público como verdades de Evangelho pelo establishment
jornalístico e educacional. Vejam aqui alguns exemplos:

“Se o que há de lixo moral e mental em todos os cérebros pudesse ser
varrido e reunido, e com ele se formar uma figura gigantesca, tal seria a
figura do comunismo, inimigo supremo da liberdade e da humanidade.”
(Fernando Pessoa)

“Um comunista é como um crocodilo: quando ele abre a boca, você não
sabe se ele está sorrindo ou preparando-se para devorar você.” (Winston
S. Churchill)

“Ninguém pode ser comunista e preservar um pingo de integridade
pessoal.” (Milovan Djilas)

“Comunismo é barbárie.” (James Russell Lowell)

“Eles (os comunistas) não precisavam refutar argumentos adversos:
preferiam métodos que terminavam antes em morte do que em
persuasão, que espalhavam antes o terror do que a convicção.” (Hannah
Arendt)

“A política gnóstica (nazismo e comunismo) é autodestrutiva na medida
em que seu desrespeito pela estrutura da realidade leva à guerra
contínua: o sistema de guerras em cadeia só pode terminar de duas
maneiras: ou resultará em horríveis destruições físicas e concomitantes
mudanças revolucionárias da ordem social, ou, com a natural sucessão
de gerações, levará ao abandono do sonho gnóstico antes que o pior
tenha acontecido.” (Eric Voegelin)

“No meu estudo das sociedades comunistas, cheguei à conclusão de
que o propósito da propaganda comunista não era persuadir, nem
convencer, nem informar, mas humilhar e, para isso, quanto menos ela
correspondesse à realidade, melhor. Quanto as pessoas são forçadas a
ficar em silêncio enquanto ouvem as mais óbvias mentiras, ou, pior
ainda, quando elas próprias são forçadas a repetir as mentiras, elas
perdem de uma vez para sempre todo o seu senso de probidade... Uma
sociedade de mentirosos castrados é fácil de controlar.” (Theodore
Dalrymple)

“Chegamos ao extremo limite dos horrores com o comunismo, o
socialismo, o niilismo, deformidades horríveis da sociedade civil e quase
a sua ruína.” (Leão XIII)

“O comunismo destitui o homem da sua liberdade, rouba sua
personalidade e dignidade e remove todas as travas morais que
impedem as irrupções do instinto cego.” (Pio XI)

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(*) Publicado no livro “O mínimo que você precisa saber para não ser um idiota” da Editora Record. Estou lendo este livro e é tão bom e tão aplicável ao socialismo do XXI que o Cháves tentou implantar na Venezuela e o PT tenta aplicar aqui, junto com outros partidecos, que resolvi transcrever alguns capítulos aqui quando tiver tempo. Ele foi escrito em 2009, mas parece tão atual que nem precisa de comentários. Nada de novo debaixo do sol. Aguardem aluguns outros.

Devido aos meus problemas de acesso a internet, resolvi fazer este mini-festival de Olavo Carvalho, e o programei para esta semana e a seguinte em dias alternados, se houver tempo preencherei os outros dias com outros assuntos. Obrigada por não me esquecerem e pela audiência.(LP)

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

100.000 acessos




São tantas coisas sobre o que escrever que me embaraço na escolha, e tanta dificuldade para publicar que quase entro em depressão. É Zé Dirceu maleiro de hotel. O Genoíno dizendo que teve um enfarte, sem ter. É um texto maravilhoso do Felipe Alapenha sobre o programa Mais Médicos. Agora eu nem chamo ele mais de Dr. Filhinho. Depois eu comento seu texto. Pois o que quero hoje é comemorar.

O meu reloginho, lá embaixo no blog, atingiu a marca dos 100.000 (cem mil) acessos. Isto o verdadeiro, porque o “fake” já passou dos 2 milhões, para entrar no concurso dos melhores blogs de Bom Conselho, organizado pelo Poeta.

Para mim é motivo de comemoração pelo evento e uma dificuldade para fazê-lo pela situação em que me encontro, na perspectiva de não mudar mais para o Recife e tendo que viajar para publicar meus textos.

De uma forma ou de outra estou fazendo o que posso. Como mulher, vinda de uma costela do homem (oh Deus, porque não nos fez de outra parte?) tenho que seguir o meu marido. Isto tem me custado muitos aperreios. Mas, como católica, e agora sabendo que o Papa Francisco é mais tradicional do que se mostrou aqui no Brasil, eu suporto tudo pela minha fé.

Então, minha alegria é interna, e hoje me vi brindando os cem mil acessos com um copo de água de coco que é o que temos mais para beber, por aqui. Deixo a sugestão aos amigos leitores: vamos brindar com água de coco, é melhor do que champanhe francês. Vejam o que aconteceu com o Lula que só brindava com pinga 51.

Já estou sentindo falta do Recife e dos netos, principalmente, então vem um pouco de tristeza. Minha incerteza quanto à minha campanha lá em Bom Conselho. Nunca mais vi uma sessão da Casa de Dantas Barreto, para ver se o Dandinho está fazendo outra coisa além de tolher a liberdade de expressão das pessoas.

Sinto saudades do Mural da AGD onde me comunicava de forma melhor, mas, a pedido, não falarei muito sobre isto. Continuarei até quando puder, servindo aos meus leitores daqui desta lan house, embora de forma precária. Depois de 100.000 acessos tudo é lucro.


Obrigada a todos!

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

A democracia de Dilma




Por Mary Zaidan (*)

Os aeroportos do Galeão, no Rio, e de Confins, região metropolitana de Belo Horizonte, leiloados na sexta-feira, alcançaram valores recordes superiores a R$ 20 bilhões. Mais: ambos foram arrematados por gente para lá de experiente.

Os alemães vão tocar o de Minas, e o da Ilha do Governador, hoje em frangalhos, será operado pelo mesmo grupo que gerencia o aeroporto de Cingapura, tido como o melhor do mundo.

Melhor, quase impossível.

Um contexto que não comporta o azedume da presidente Dilma Rousseff. Em vez de conectar o sucesso do leilão com serviços de primeiro mundo que os usuários poderão ter no futuro, a presidente preferiu a revanche: “todos aqueles pessimistas, aqueles incrédulos, hoje vão ter um dia de amargura, porque não deu errado".

Não que o dito de Dilma tenha surpreendido. Torcer contra está no DNA do petismo. Retorceram o nariz para a Constituição de 1988, espinafraram o Plano Real, demonizaram as privatizações, esconjuraram o ajuste fiscal.

 E medem todos pela mesma bitola. Creem, fielmente, que os críticos ao governo que ocupam há 11 anos querem que o Brasil naufrague. Assim como apostaram na derrocada do País antes de chegarem ao poder.

Têm dificuldade de imaginar que a maior parte das pessoas, mesmo aquelas que discordam dos métodos petistas para se perpetuar no poder, quer apenas ter serviços melhores, que compensem a fortuna paga em impostos e taxas – as da Infraero, caríssimas.

No caso dos aeroportos, torcem mesmo é para se livrar da ineficiência do governo. Dos apagões, de saguão sem ar condicionado, banheiros quebrados, sem papel ou descarga, cena cotidiana do Galeão; dos puxadinhos intermináveis de Confins.

E é didático lembrar. Depois de deixar de ser do contra – e hoje, sabe-se, de passar a fazer o diabo – o PT chegou lá. E foi incapaz de mudar o que diziam discordar na Constituição. Rezam pelo evangelho que acusavam ser neoliberal, e, para o bem do País, privatizam e concessionam bens e serviços públicos. Dizem-se pais da estabilidade econômica, a mesma que estão colocando em risco.

Aqui mora o perigo. O êxito do leilão dos aeroportos é muito bem-vindo, mas não conseguirá esconder a inflação que insiste em bater no teto na meta, muito menos o descalabro das contas públicas. Alertar para isso, ao contrário do que quer fazer crer a presidente, é torcer a favor e não contra.

Talvez por ser avessa a privatizações e ter sido obrigada a se render a elas, ou por não entender o mundo fora da dicotomia do “nós”, os bons, e “eles”, o resto que não nos apoia, Dilma perdeu a chance de pelo menos parecer que governa para todos e não apenas para aqueles que com ela concordam.

Na democracia de Dilma, quem não se alia a ela está contra o País.

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(*) Publicado em 24.11.2013 no Blog do Noblat. É quase impossível não transcrever a Mary Zaidan. O que ela fala do PT e da Dilma é música para os meus ouvidos. E nesta situação de carência de internet, seus textos são um achado para que eu publique alguma coisa.

Não há meio termo, igual à saúva, ou retiramos o PT do poder ou o PT acaba com o Brasil. Sempre fizeram tudo que o FHC fez de forma dissimulada, inventando aquela estória de que pagaram o FMI e que retiraram o país da miséria. Só não contam que jogaram o Brasil na miséria moral, hoje transitada em julgado no STF. Os líderes do PT estão no xilindró e até agora não foi mexida uma palha pelo partido para os expulsarem como mandam seus estatutos.

Ao invés disto, simplesmente, tentam solapar as instituições dizendo que houve um julgamento de exceção. Só se eles se referem à exceção histórica de mandar políticos corruptos para cadeia, o que não é bem o comum neste país, onde não se prenderam nem os índios que comeram o bispo Sardinha.

E, pasmem, o Zé Dirceu, vai trabalhar num hotel de Brasília. Como já todos podem desconfiar, já que ele de hotel talvez saiba apenas lavar as latrinas, ali ele montará seu escritório político para receber seus apaniguados.


Esta é a democracia da Dilma, que vem correndo a passos largos. Cuidado como votam em 2014. (LP)

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Mensaleiros presos e a piada de salão




Semana passada, última vez que fui à lan house, eu vi uma notícia que excita a maior parte do meu ser em particular, e do ser humano em geral: a imaginação. Li que, mal chegou na cadeia o Zé Dirceu já quer mandar nos outros, como o fez em toda sua vida política. Dizem que ele foi o escritor do bilhete que dizia serem eles, os mensaleiros, presos políticos em vez de políticos presos e que o STF teria agido como um tribunal de exceção. Aliás, eu nunca vi algo tão mal escrito. Penso até que foi o Genoíno numa de suas crises de hipertensão. É simplesmente desrespeitoso com as instituições democráticas.

Então, minha imaginação começou a funcionar e colocar em meu cérebro uma reunião de bandidos tipo Fernandinho Beira-Mar, Marcola, Zé Dirceu, Delúbio, Genoíno e outros menos conhecidos. Com os aparatos tecnológicos à disposição da bandidagem pode-se até imaginar uma vídeo conferência entre eles.

Zé Dirceu – Alô companheiros. Estamos chegando para melhorar a qualidade de vida desta gente deste estabelecimento prisional. Conto com vocês para melhorarmos a qualidade de vida dos detentos pobres, que são 99,999999% do total, com o qual contamos com o apoio e o voto deles.

Marcola – Qualé, meu irmão!? Tá me estranhando? Nem bem tudo chega e já está querendo movimentar o pedaço? Aqui, amigão, antiguidade é posto, depois do dinheiro, é claro.

Zé Dirceu – Calma companheiro Marcola. É porque o político aqui sou eu. Você é traficante.

Marcola – Peraí meu irmão. Aqui somos todos iguais perante o crime. Se tu tás trancafiado aqui é porque boa tu não fizesse. Aqui tu é criminoso igual a nós. E se tu é político mesmo porque perdeu, meu irmão?

Zé Dirceu – Marcolinha, você sabe que em nossa atividade não podemos dizer tudo pois sempre tem alguém acima de nós. Desta vez deram para trás, mas o que vou fazer. Temos que nos unir, companheiros.

Fernandinho Beira-Mar – Nesta eu tou com o Marcola. Vocês são novos aqui. E temos o controle da situação. (Alô, atendendo o telefone: Oi Jefferson, estamos te esperando)

Zé Dirceu – Tá certo Fernandinho. E o que devemos fazer? Jogar dama, dominó ou truco? Temos que movimentar a massa, e não só aqui de dentro, mas de fora também. Ontem recebi um telefonema de Pizzolato da Itália. Aquilo sim é que foi inteligente, se safou. Querem trocar ele pelo Battiste, mas os italianos não querem. Eu ainda pensei ir para Cuba, mas o comandante não aceitou e não me dou tão bem com o Raul. Agora que eles querem ser capitalistas, diz que eu lá só atrapalharia, porque iriam dizer que rico é socialista. Eu não posso reclamar.

Delúbio – Posso contar uma piada?

Zé Dirceu – Não Delúbio aquela coisa de que o mensalão era uma piada de salão o Quincas matou. Então fica quieto fazendo aí nosso Caixa 2.

Genoino – Eu concordo com o companheiro Dirceu. Mas, estou doente e não posso comandar nada, e nem correr, com o fiz na Guerrilha do Araguaia.

Marcola – Um jeito bom seria fazermos uma eleição em nível nacional para verificar quem fica no comando. Eu já tenho cabos eleitorais em todos os presídios e já digo que sou candidato. Quanto a vocês, se virem!

Zé Dirceu – E eu sou candidato também e acho justa a proposta de eleição. Delúbio, com que dinheiro poderíamos fornecer bolsa família às famílias dos presos?  Duvido que alguém ganhe de mim, se disserem que eu sou a pai dos pobres detentos.

Delúbio – Agora posso contar uma piada?

Todos – Não!

Fernandinho Beira-Mar – Mas temos que esperar que o Jefferson chegue. Na certa ele vai querer ser candidato também, e o homem é bom de papo. E ainda ficou com 4 milhões que não disse para onde foi. Se ele quiser negociar talvez até eu vote nele.

Zé Dirceu – Está bem assim, mas, vou fazer campanha antecipada, igual ao Lula está fazendo para Dilma. Só tem que pagar 5000 reais, e eu já estou preso mesmo!

Delúbio – Pelo amor de Deus, deixa eu contar uma piada.

Marcola – Tá bem, Delúbio, conta a piada!

Delúbio – O Lula não sabia de nada!

Todos – KKKKKKKK kkkkkkkkk KKKKKKKKK kkkkkkkkkkk ....


É realmente de morrer de rir, a piada de salão do Delúbio, mas minha imaginação cansou e não sei o que invente mais para comprar, e, indo a cidade, possa publicar meus textos. Não prometo regularidade mas estarei sempre aqui, para meus fiéis leitores.

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

"O mínimo que você precisa saber para não ser um idiota"




Dias atrás recebi a visita de um amigo, que me trouxe um livro chamado: “O mínino que você precisa saber para não ser um idiota”. É do Olavo de Carvalho, autor que já leio a alguma tempo, mesmo não entendendo algumas coisas que ele diz. O homem é um filósofo e com uma bagagem cultural que não sei como cabe aquilo tudo numa cabeça só.

Estou me deliciando com a leitura pois ele coloca os pontos nas letras sobre o socialismo e que tanto tem me preocupado, em vista do chamado Socialismo do Século XXI que Chávez, antes de virar passarinho queria que fosse implantado na América Latina e que os governantes atuais acham que o passarinho ainda pia, mas, já sei que ele caiu do galho porque estava maduro.

Nesta fase de indecisão da minha vida, onde existe mesmo a possibilidade de não voltar a morar em Recife, e ficar confinada em outra parte do litoral, e ainda de outro Estado, tenho escrito alguma coisa, mas o trabalho para publicá-lo em meu blog, numa lan house de quinta, tem sido insano. Então falei no livro do Carvalho, porque nele tem partes que merecem serem lidas, exatamente, pelo que o seu título expõe. Existem outras, que, apesar de, ao contrário do Lula gostar muito de ler, eu leio,mas, continuo idiota. Mas, isto é só um desafio para aprender mais.

Devo publicar esta postagem na sexta-feira, pois é quando for fazer a feira e me desloco de onde me escondo e tenho acesso aos bens como a internet. É uma espécie de enxerto para que meus leitores não me esqueçam. Tive tantos acessos na série sobre o socialismo que vi que o esquecimento está longe, por parte de meus leitores cativos. Como aqui onde estou, não há netos, e só um marido, cujo meu trabalho é alimentar, tentarei a partir de alguma dia na próxima semana, colocar alguns capítulos do livro a que me referi acima, aqui no blog, para tentar sanar a idiotice, que, atualmente, é quase geral no Brasil.

O mural da AGD continua suspenso e já sei o porquê. É uma pena, mas não posso, por promessa, dizer os motivos. Era onde Bom Conselho extravasa seus pruridos oposicionistas. Agora, quem o faz?

Estou fazendo tudo possível para que, se ficar por aqui mais tempo, arranjar uma internet decente. Dizem que é possível mas é caro, e como vocês sabem só somos classe média, depois do Lula, os que pagam o Bolsa Família.

O que mais me preocupa é minha candidatura a vereadora. Nunca mais tive a chance de ver as sessões da câmara, nem como o Dandinho e Dandan vêm se comportando. Quem sabe meu marido desiste desta loucura de se mudar. Já não aguento mais de saudade dos meus netos, embora com uma promessa que eles venham me visitar na próxima semana. Já estou ansiosa. E o pior é que eles vão adorar o lugar.


Bem, chega de tentar preencher a sexta-feira com meus problemas, desculpem. Até breve.