Por Maria Helena RR de Sousa (*)
Vocês já repararam como o governo Lula/Dilma está que é um
pastel de vento? Às vezes como recheio só um pouquinho de açúcar e canela. Essa
especialidade ilude a fome e pode ser encontrada em todas as feiras populares,
de norte a sul do Brasil.
O governo-pastel usa e abusa da sugestão de enorme variedade
de recheios para agradar a clientela. Não sei se o truque funcionará durante
muito tempo, mas até hoje tem sido um sucesso, não há como negar. Vende bem, os
feirantes não se queixam nem as mães de família: uma travessa de pastel de
vento esvazia em segundos.
O PT é um mestre-cuca formidável. Criou receitas magníficas;
adaptou muito bem receitas de outros chefs; usa e abusa da fartura dos
excelentes ingredientes nacionais. Só se dá mal quando copia receitas
estrangeiras, não tem os mesmos ingredientes, nem conta com o mesmo empenho de
artistas do forno e fogão de outros países.
Mas lá vem o porém, tudo tem um porém. Gosto muito de
provérbios e os franceses, com sua lógica e racionalidade, têm um que vale a
pena lembrar: tudo passa, tudo quebra, tudo cansa e... tudo pode ser
substituído. Imagino que os petistas, super bem viajados, conheçam de sobra
essas palavras, mas como acontece com quase todo mundo, lá no alto da colina é
comum esquecer o fundo do vale.
Penso que foi isso o que aconteceu. O PT esqueceu do ditado
e o que tem oferecido em suas barracas é pastel de vento, sem nada, nem um
pingo de açúcar...
Vou listar aqui certas receitas que nos foram prometidas mas
que não chegaram nem perto da massa do pastel:
* o trem-bala. Nem o bala, nem o simples trem que faria um
bem enorme ao país;
* cadê as creches que tanta falta fazem para todos os
brasileirinhos e brasileirinhas?;
* a transposição do São Francisco que era para 2006, de
repente foi adiada para 2010 e agora é prometida para 2015;
* transparência com os gastos do Governo e corte no luxo e
gastos excessivos e inúteis;
* ministros de estado que queiram resolver nossos problemas
(e não animados que usem o cargo como palanque e holofotes para a próxima
eleição).
O último pastel de vento que recebemos foi uma inauguração
que nos envergonha: o Hospital das Clínicas em São Bernardo do Campo. Num país
indigente em matéria de hospitais, onde as pessoas morrem como moscas por falta
de cuidados, inaugurar um hospital com apenas 30% de sua capacidade e prometer
à plateia do comício que no dia seguinte ia poder excursionar para conhecer o
interior do hospital, francamente, fiquei com vergonha de ser brasileira e não
foi por causa de mais um pastel de vento, não. Foi pela mansidão excessiva de
nosso povo.
O que faz do pastel de vento um favorito é justamente o fato
de sua massa aceitar tudo. Mas é nessa qualidade que também mora o risco de um
fracasso: dependendo do recheio, o pastel de vento pode encalhar.
----------
(*) Publicado no Blog do Noblat em 16.12.2013. Como a Maria Helena,
sou uma boa cozinheira, e já sei de cor e salteado a receita de pastel de vento
do PT. Vivemos há dez anos a comê-lo, e já estamos de bucho quebrado de tanto
vento. É certo que o Lula, aproveitou o queijo dos governos anteriores para dar
um gostinho ao pastel, mas, neste momento atual só restou o vento, e eu ainda
não fiquei com vergonha de ser brasileira, como a Maria Helena, porque confio,
que, nas próximas eleições, o povo vai, antes de comer o pastel, verificar o que
tem dentro e rejeitá-lo. É o que eu espero.
Como meus leitores já notaram, não tenho escrito textos
independentes e minha regularidade blogueira não está das mais firmes. Quem me
lê sabe o porquê, mas, não sabe ainda que a partir desta semana, até o próximo
ano, estarei recebendo neste meu exílio, a visita de minha família e,
principalmente, dos meus netos. Não posso perder a oportunidade de a eles
mostrar esta praia linda, talvez, na ilusão de que já no próximo ano terei
internet em casa e iremos, se Deus quiser, nos encontrar com mais regularidade.
Então até o próximo ano (ou a qualquer momento em edição
extraordinária), e que curtam o Natal e tenham
um feliz ano novo, mas, sempre pensando nos pastéis de vento. Que tenham todos
melhores pastéis. (LP)