Por Mary Zaidan (*)
Chavão de candidatos de todos os partidos, de vereador a
presidente da República, a tal da melhoria da qualidade de ensino não consegue
descer do palanque e chegar às crianças e jovens do País. Ano a ano, o Brasil
continua condenando milhões à ignorância simplesmente porque não leva a sério,
não quer, de verdade, debruçar-se sobre a educação. Ou melhor, em como corrigir
a falta dela.
O tema volta à baila sempre que se anuncia o desempenho
medíocre do País em exames internos, como o Ideb, ou internacionais, como o Pisa,
aplicado pela OCDE aos jovens de 15 anos.
No Pisa, o Brasil amarga a 58ª posição entre 65 países. E,
embora tenha melhorado em matemática, saltando 57 pontos em 10 anos, os 391 que
alcançou na matéria está 103 pontos abaixo da média da OCDE e mais de 200
pontos aquém dos asiáticos, tops da lista.
Nada disso é novidade.
Os governantes estão carecas de saber que a educação básica
patina. Talvez por inapetência ou desprovimento de coragem de cutucar
sindicatos ricos em votos, quase nada fazem. Há ainda os que sobrevivem dos
pouco escolarizados. Esses temem que a mexida em uma única palha possa
incendiar os currais que lhes garantem o mandato seguinte. Investem na falta de
instrução.
Um quadro desanimador quando também se sabe que sem a
política, no seu real significado, há muito esquecido, não será possível
avançar.
Mas quem topa a parada?
Do governo Dilma Rousseff pouco se pode esperar. Basta ver a
reação animada do ministro Aloizio Mercadante ao Pisa. Ele quase desbancou a
imbatível cara de pau de Guido Mantega, que, no mesmo dia, anunciava com
otimismo o recuo de 0,5% no PIB do trimestre.
O PT fez a opção pela “Universidade para todos”, ainda que
milhares cheguem a elas sem compreender um texto simples. Jogou a educação
fundamental para as calendas, embora esbraveje que está garantindo a ela
recursos do pré-sal. Um dinheiro que pelo menos até 2020 continuará enterrado
no mar profundo.
E a oposição, o que diz? Quais são os planos do tucano Aécio
Neves e do governador do Pernambuco, Eduardo Campos (PSB)? Que tipo de debate
eles pretendem travar – se é que pretendem – para que a educação não seja
apenas um bordão de campanha? Dos candidatos recentes a Presidência, só
Cristovam Buarque (PDT-DF) se dedicou à causa. E ainda que não tenha chegado
lá, promoveu e contribuiu para um debate que o País precisa fazer com a
urgência de anteontem.
Governos podem gastar milhões, tocar obras, lançar programas
com siglas bonitinhas, como os PAC1 e 2. De nada adianta. Não há hipótese de se
acelerar desenvolvimento sem promover o conhecimento.
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(*) Publicado no Blog do Noblat em 08.12.2013. A Mary toca
hoje num ponto crucial para esta nossa terra que vem sofrendo há anos da
Síndrome de Lula. Depois do apedeuta assumir a presidência da república, nossos
adolescentes não se interessam mais pela escola. Ora, se o Lula, que não sabe
escrever uma carta nem escrever outro, pode, porque fazer tanto esforço
estudando?
E estamos literalmente na rabeira entre as nações quando se
trata de educação básica. E quando não se tem educação básica boa, para que
universidades? Para gerar analfabetos funcionais? Se gastamos com estádios para
exercitar o bom mocismo dos dirigentes da FIFA, por que não gastarmos em
Escolas Padrão FIFA?
Muito pelo contrário,
prometeram que as verbas vindas do pré-sal vão para a Educação e Saúde. Se dar
com um lado e se tira com o outro. Mais poluição em troca de mais saúde. E quem
sabe quanto valerá um barril de petróleo daqui a 10 anos? Sei não. A coisa está
feia. (LP)
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