sexta-feira, 31 de maio de 2013

Fatos sem fotos de Forróbons de outrora - A última do menino




Estava eu nesta minha saída desta crise de abstinência de publicações, por falta de conexão e fui ver o Blog da CIT, onde o Alexandre, se quiser ser um historiador de verdade, e não um contador de causos, deve pesquisar, encontrei o texto abaixo (original aqui, publicado em 13.06.2011) de minha autoria, quase dois anos atrás.

Transcrevo-o para que meus leitores, enquanto esperam a programação do Forróbom, vejam que a história, quando se repete, vem como farsa. A esta postagem no Blog da CIT, temos um comentário do Afonso Didier, que anda meio sumido, mas, que deve também ser transcrito só que o fazemos antes do texto principal:

Afonso Didier disse...
Lucinha Peixoto?

A judite que está mais perdida do que cega em tiroteio e não sabe conversar, entregou ou liberou a senha para que o inexperiente e menino mimado do Felipe falasse em seu nome, o que é um desastre! o boato que corre por aqui é que, quando o Felipe é chamado atenção por não saber de nada de prefeitura e querer ajudar ele afirma "NÃO DIGA QUE EU NÃO SIRVO PARA NADA, PELO MENOS SIRVO PARA ATRAPALHAR". Quanta a Bia Ferro é gente de primeira qualidade se fosse candidata a prefeita tinha mais voto do que a Judite. Só a família ferro que é numerosa, elegia ela. Eu dou 10 por 1 e sou Bia, quem topa apostar???????”

Mas fiquem com o corpo do meu texto, esperem a programação do Forróbom do Dandan.


A penúltima do Felipe, meu menino...

Eu estou com muita pena de minha colega de gênero, a Judith. O Felipe, meu menino, cometeu mais uma traquinada na política de Bom Conselho, que afetará mainha por muito tempo.

Vocês lembram o que ele aprontou fazendo anúncios da possível candidatura de mainha com quase dois anos de antecedência, tentando dar um recado ao povo de Bom Conselho: olha, mainha tá viva, ela vai voltar, como se ela já tivesse ido ou nunca tivesse chegado?

Depois, mais recentemente, ralhou com o Poeta, sim, aquele mesmo que não larga de uma cabritinha e é “lambadeiro” profissional, por ele ter cumprido seu papel de jornalista e divulgado uma programação do Forróbom? E, ao mesmo tempo, disse que o Blog do Poeta, era uma fonte abalizada de informações da prefeita?

Agora, vem com esta de explicar e justificar o inexplicável e injustificável. Quando o Diretor Presidente, sai do seu casulo “fim de semanal” para escrever algo a respeito de alguma coisa é porque a coisa é séria. Ele é um cara educado e tem maciez de pluma, mesmo que já tenha descoberto que este não é o estilo que certas pessoas de Bom Conselho gostam. Eu diria como o finado Dunga: Agora ele está tendo mais atitude.

A postagem que o Felipe, meu menino, perpetrou neste final de semana é terrível em todos os aspectos. Em resumo, o Diretor Presidente está certo, quando insinua que a mensagem apenas diz: “A coisa vai ser ruim, mas não culpem a mainha por isto”. Ela lutou quase até a morte mas não conseguiu nada. Eu não digo que o Felipe, meu menino, esteja errado por defender sua mainha. O amor filial é um dos mais belos que conheço, mas, em política, ele costuma atrapalhar bastante, pois, chega a um ponto que ninguém sabe quem está falando se o filho ou a mãe. É preciso um certo comedimento para que os dois não façam tanta confusão na cabeça dos eleitores, que termine ferindo a credibilidade de ambos.

Uma nota como esta, que diz ser a verdade, toda a verdade e somente a verdade sobre as agruras do Forróbom, deveria ter sido veiculada pelo Blog da Prefeita, o mesmo que antecipou a programação. Mesmo que alguém não acreditasse, lá no fundo diria, mas ela falou. Quando vem no Blog do Felipe Alapenha, todos pensam logo: lá vem o filhinho da mainha outra vez, e foi isto que eu senti.

E o que é pior é que ela não chamando a atenção do filho, colocando-o no milho, ele continua a dar as cartas como se fosse (hoje procuro um ministro de Dilma para comparar e só encontro ministras) um ministro das relações institucionais de Brogodó. Então, ficamos tomando tudo como a verdade oficial. E vamos às críticas (que alguns dizem devem ser construtivas, sem perguntar primeiro: construtiva para quem cara pálida?).

Diz o Felipe, meu menino que desde março se começou a pensar no Forróbom, (que ele diz na Forróbom e não sei porque no feminino) e o projeto foi apresentado aos órgão competentes “saindo na frente de muita gente, e sendo muito elogiada por mostrar essa organização e planejamentos antecipados (sic)”. A intenção era fazer algo maior em 50% do que o Forróbom do ano passado, “devido ao crescimento natural do evento, e a principal meta era fazer o terceiro maior São João do estado.” Eu não entendi muito bem o que seria o crescimento natural do evento. Seria porque agora ele atrairia mais 50% dos votos obtidos pelo outro na eleição de 2010? Ou seria apenas um sonho na cabeça da equipe, querendo transformar a cidade no terceiro pólo do São João no Estado? Eu não sei.

O que o Felipe, meu menino sabe, é que quando chegou na Empetur, disseram: Parem de sonhar, caiam na real, o Conde Eduardo já sinalizou que não passa de 2010, e que o crescimento natural está garantido, embora no primeiro sentido e não no segundo. E o projeto e a programação foram se modificando. Deve ter sido esta primeira programação, que a fonte do Cláudio André, e que agora o Felipe, meu menino, conhece, que gerou o tal milhão e meio.

Com base na promessa dos órgãos competentes, chamados doravante de “órgãos incompetentes”, a programação foi se modificando. E chegou ao ponto, depois de baldes de águas fria, gelada como as águas do nosso estourado ainda Açude da Nação, jogados em cima da equipe, cogitações de desistência etc. Quase chegando a hora, já em junho vejam o que Felipe, meu menino, diz que aconteceu:

“No dia 01 de junho, o Presidente da Fundarpe, Severino Pessoa, convidou a nossa Secretária de Cultura, Bia Ferro, a comparecer na sede da Fundação, levando a programação já traçada pela prefeitura, a fim de que se pudesse aproveitar o máximo possível da programação já planejada. Severino Pessoa, com mais esta atitude, ganhou um pouco mais da nossa admiração, em ter esse respeito e consideração por Bom Conselho, chamando a organização para planejar, juntos, a festa.”

Meu Deus do céu, e até esta hora onde estava a prefeita, para dizer, olha Severino, pegue o seu dinheirinho e.... Não meu Deus, perdoe-me por ter pecado por pensamento e não me deixeis pecar por palavras nem por obras. Mas a prefeita não fez nada disto. Mandou sua Secretária de Cultura, que dizem ser até competente, para brigar com as feras, e agora o Felipe, meu menino, ainda agradece a este rapaz, o Severino presidente de um dos “órgãos incompetentes”.

O Diretor Presidente já insinuou e eu concordo que a força política de Bom Conselho é quase inexistente. Mas, a fraqueza deveria ter um limite. A obrigação da prefeita, já que julgava a festa tão importante, era usar sua linha direta com o Conde Eduardo (será que ela tem?) e dizer:

- Vossa alteza reverendíssima, excelência, majestático Conde. Se você não autorizar as verbas que estamos pleiteando, depois da votação que lhe dei aqui na cidade, e sendo ainda detentora, segundo o Poeta, de 4.000 votos de lambuja para as próximas eleições, vou agora mesmo me filiar a um partido de oposição. Meu governo é o governo do povo, e povo que não se diverte não vota bem. Portanto, fale com o Severino agora mesmo.
  
Não que eu concorde com a ideia de que é  dando o circo que se faz um governo do povo, mas já que é assim, vamos ter atitude e agir assim. Eu sei também, que o Conde Eduardo, já tendo feito barba, cabelo e bigode nas eleições passadas, com a ajuda do governo do povo, iria dar de ombros, como quem diz: deixa ela procurar um partido de oposição em Bom Conselho, nem o com a lanterna do Diógenes ela vai encontrar. Ou seja está tudo dominado, e isto é o que se deduz da nota do Felipe, meu menino. Notem, que na nota o nome Judith só é citado duas vezes, uma para louvar sua prudência, que eu descrevo aqui como fraqueza política e a outra no trecho a seguir:

“Por tudo que foi feito, eu posso afirmar que a Secretária de Cultura, Bia Ferro, juntamente com a Prefeita Judith e o produtor da festa, Eduardo Helânio, fizeram não só o possível, mas até o impossível para que o São João de Bom Conselho fosse realizado mais uma vez, e com a qualidade que nós estamos vendo.”


Vejam que a mainha vem em segundo lugar. Quem é mesmo, como diz o Diretor Presidente, o Santo Expedito, é a Bia Ferro. Se isto não for já uma estratégia política da Judith, combinada com o Felipe, meu menino, para lançar a Bia Ferro como sua candidata, para manter pelo menos nosso gênero no poder, o que é louvável, então a nota do Felipe é a mais anti-mainha que eu já vi. Agora se for realmente uma estratégia para manter nosso gênero no poder, quem sabe ainda conversaremos até 2012, embora, se for o caso, eu prefira minha amiga Socorro Godoy.

A verdadeira história do boato sobre o Bolsa Família




Esta semana já poderá ficar conhecida na História do Brasil, como a semana das Bolsas, ou como a semana da revolução dos setenta reais, como a chamou meu colega Zezinho.

Eu nunca, vi na história deste país, uma lambança tão grande feita por uma entidade pública como a Caixa. Foi um grande espetáculo de incompetência patrocinado pela Dilma, que não tinha a menor noção do que estava dizendo, quando disse que o boato havia sido uma atitude criminosa, quando na realidade, hoje já se sabe que nem boato houve, pelo menos de caso pensado.

O ex-apedeuta-mor também veio a público, não para contar sobre seus amores por Rosemary, mas sim dizer que o boato também havia sido um ato de vandalismo e uma brincadeira estúpida. Quando boato não houve.

E a ministra das bolsas foi além disto. Declarou que tudo não passava de uma brincadeira da oposição. Logo quis se retratar, mas, neste mundo de redes sociais, o estrago já estava feito.

Mas, o pior espetáculo da terra em termos de lambança foi dado pela Caixa, cujos dirigentes, vendo a cocô que tinham obrado, ficaram naquela de: Vai tu! E o primeiro disse que sua instituição resolveu liberar mais recursos para o Bolsa Família quando se soube do maldito boato. Que este não existiu. Vai tu! E vieram outras explicações e pedidos de desculpas.

O fato verdadeiro é que a Caixa havia decidido liberar o dinheiro antes dos boatos, que não houve, e foi a partir desta ação, por parte de um subordinado lá do segundo escalão, e pela descoberta por alguém que tentou sacar o benefício e descobriu que poderia sacar duas vezes o valor normal.

Ora, qual é a Dona de Casa que tem uma notícia destas e não conta para vizinha, amiga do peito? E daí começou a corrida que a CEF tentou contornar com a injeção de mais dinheiro para evitar tumulto.

O tamanho do movimento mostra apenas a importância para o Brasil de hoje, do Programa Bolsa Família. Eu estou esperando um candidato que diga que vai acabar com o programa, pelo menos, nos moldes em que ele se encontra. Mas, a pergunta é: Ainda teremos um estadista na presidência, que ao invés de pensar nas próximas eleições, pense nas próximas gerações?

Porém, ainda não cheguei ao fulcro deste texto que é colocar os pingos nos iis e mostrar realmente o que aconteceu. E para fazer isto, basta reproduzir uma conversa que tive com a Vilma, minha faxineira, sobre caso.

E fui logo direta:

- Vilma, como tu soubesses que o Bolsa Família iria se acabar?

- Ah! Dona Lucinha, primeiro a Janete minha amiga e vizinha lá no morro me disse que estavam pagando dois meses de bolsa, ao invés de um. Eu achei a notícia muito boa, pois minha filha estava precisando de um celular novo. Sabe D. Lucinha agora ela só quer um smarthfone.

- Tá Vilma, eu ainda não sei bem o que é um smarthfone, mas, você não me respondeu.

- Eu gostei da notícia, mas, meu cartão  era para saque noutro dia, e não me preocupei muito até que a Arlene chegou com uma conversa que me deixou arrepiada. Disse que se não se fosse sacar logo poderíamos não sacar mais, pois o governo estava antecipando dois meses porque o programa iria se acabar.  D. Lucinha, quando ela terminou de dizer isto, e já estava calçando o sapato para ir à Caixa.

- E daí?

- A senhora sabe que não posso mais viver sem o bolsa que é um dinheirinho pouco mas, a senhora sabe que o pouco com Deus é muito. É o que uso para comprar CDs e DVDs para ver lá em casa os vídeos piratas que aparecem lá no morro.

- Aí tu correstes para Caixa, e daí?

- Claro, quando cheguei lá, tinha tanta gente que eu pensei que era comício, de frente da Caixa. E já tinha até TV. E a senhora sabe que pobre vende até a mãe para aparecer na TV, e se for na Globo, vende o pai também. E eu, D. Lucinha, também sou filha de Deus.

- E tinha mesmo dinheiro lá?

- Claro que tinha. Saquei dois meses e já comprei o smarthfone da Grazzielle.


Eu não precisei ouvir mais nada, e agora já sei o que aconteceu. A incompetência gerou um boato. O boato gerou um fato. O fato gerou mais incompetência. Pior será se qualquer dia desses alguém do Congresso disser que vai pagar dobrado aos nossos parlamentares. A fila para o saque começará no Lago Paranoá. Cruzes!

quarta-feira, 29 de maio de 2013

Os médicos cubanos. Um "copia e cola" do Facebook




Os textos abaixo foram publicados no Facebook no último dia 25 de maio. Hoje estava vendo o Blog do Dr. Filhinho, que, se não mentisse a respeito de IPs, seria um bom escritor, e ele tocava no assunto dos médicos cubanos.

Não tenho agora muita vontade de fazer uma análise do seu texto, mas, parece que quanto aos médicos concordamos. Então, nesta fase de Corpus Christi, para que os meus leitores não tenham crise de abstinência eu fiz um "copia e cola". Com boa vontade, meditando sobre os textos, eles podem até servir para passar um feriado melhor.

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Coluna de Frei Betto ( Eu conheço Frei Beto de perto, pois já cheguei a compor um debate em Brasilia com ele)

Médicos cubanos no Brasil?

Se não chegam médicos cubanos, o que dizer à população desassistida de nossas periferias e do interior? Que suporte as dores? Que morra de enfermidades facilmente tratáveis? Que peça a Deus o milagre da cura?

O Conselho Federal de Medicina (CFM) está indignado frente ao anúncio da presidente Dilma de que o governo trará 6.000 médicos de Cuba, e outros tantos de Portugal e Espanha, para atuarem em municípios carentes de profissionais da saúde. Por que aqui a grita se restringe aos médicos cubanos? Detalhe: 40% dos médicos do Reino Unido são estrangeiros.

Também em Portugal e Espanha há, como em qualquer país, médicos de nível técnico sofrível. A Espanha dispõe do 7º melhor sistema de saúde do mundo, e Portugal, o 12º. Em terras lusitanas, 10% dos médicos são estrangeiros, inclusive cubanos, importados desde 2009. Submetidos a exames, a maioria obteve aprovação, o que levou o governo português a renovar a parceria em 2012.

Ninguém é contra o CFM submeter médicos cubanos a exames (Revalida), como deve ocorrer com os brasileiros, muitos formados por faculdades particulares que funcionam como verdadeiras máquinas de caça-níqueis.

O CFM reclama da suposta validação automática dos diplomas dos médicos cubanos. Em nenhum momento isso foi defendido pelo governo. O ministro Padilha, da Saúde, deixou claro que pretende seguir critérios de qualidade e responsabilidade profissionais.

A opinião do CFM importa menos que a dos habitantes do interior e das periferias de nosso país que tanto necessitam de cuidados médicos. Estudos do próprio CFM, em parceria com o Conselho Regional de Medicina de São Paulo, sobre a “demografia médica no Brasil”, demonstram que, em 2011, o Brasil dispunha de 1,8 médico para cada 1.000 habitantes.

Temos de esperar até 2021 para que o índice chegue a 2,5/1.000. Segundo projeções, só em 2050 teremos 4,3/1.000. Hoje, Cuba dispõe de 6,4 médicos por cada 1.000 habitantes. Em 2005, a Argentina contava com mais de 3/1.000, índice que o Brasil só alcançará em 2031.

Dos 372 mil médicos registrados no Brasil em 2011, 209 mil se concentravam nas regiões Sul e Sudeste, e pouco mais de 15 mil na região Norte.

O governo federal se empenha em melhorar essa distribuição de profissionais da saúde através do Provab (Programa de Valorização do Profissional de Atenção Básica), oferecendo salário inicial de R$ 8 mil e pontos de progressão na carreira, para incentivá-los a prestar serviços de atenção primária à população de 1.407 municípios brasileiros. Mais de 4 mil médicos já aderiram.

O senador Cristovam Buarque propõe que médicos formados em universidades públicas, pagas com o seu, o meu, o nosso dinheiro, trabalhem dois anos em áreas carentes para que seus registros profissionais sejam reconhecidos.

Se a medicina cubana é de má qualidade, como se explica a saúde daquela população apresentar, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), índices bem melhores que os do Brasil e comparáveis aos dos EUA?

O Brasil, antes de reclamar de medidas que beneficiam a população mais pobre, deveria se olhar no espelho. No ranking da OMS (dados de 2011), o melhor sistema de saúde do mundo é o da França. Os EUA ocupam o 37º lugar. Cuba, o 39º. O Brasil, o 125º lugar!

Se não chegam médicos cubanos, o que dizer à população desassistida de nossas periferias e do interior? Que suporte as dores? Que morra de enfermidades facilmente tratáveis? Que peça a Deus o milagre da cura?

Cuba, especialista em medicina preventiva, exporta médicos para 70 países. Graças a essa solidariedade, a população do Haiti teve amenizado o sofrimento causado pelo terremoto de 2010. Enquanto o Brasil enviou tropas, Cuba remeteu médicos treinados para atuar em condições precárias e situações de emergência.

Médico cubano não virá para o Brasil para emitir laudos de ressonância magnética ou atuar em medicina nuclear. Virá tratar de verminose e malária, diarreia e desidratação, reduzindo as mortalidades infantil e materna, aplicando vacinas, ensinando medidas preventivas, como cuidados de higiene.

O prestigioso New England Journal of Medicine, na edição de 24 de janeiro deste ano, elogiou a medicina cubana, que alcança as maiores taxas de vacinação do mundo, “porque o sistema não foi projetado para a escolha do consumidor ou iniciativas individuais”. Em outras palavras, não é o mercado que manda, é o direito do cidadão.

Por que o CFM nunca reclamou do excelente serviço prestado no Brasil pela Pastoral da Criança, embora ela disponha de poucos recursos e improvise a formação de mães que atendem à infância? A resposta é simples: é bom para uma medicina cada vez mais mercantilizada, voltada mais ao lucro que à saúde, contar com o trabalho altruísta da Pastoral da Criança. O temor é encarar a competência de médicos estrangeiros.

Quem dera que, um dia, o Brasil possa expor em suas cidades este outdoor que vi nas ruas de Havana: “A cada ano, 80 mil crianças do mundo morrem de doenças facilmente tratáveis. Nenhuma delas é cubana”.

Frei Betto é escritor, autor de “O que a vida me ensinou”, que a editora Saraiva faz chegar esta semana às livrarias.

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Lucinha Peixoto: Carlos, tudo que escrever aqui é mais para o Frei Beto do que para você, pois graças a Deus você não tem dados precisos. Nem eu. Esta história de elogiar a saúde em Cuba é história para boi dormir. E saúde não depende só de médicos. Aqui no Brasil pode colocar um médico em cada casa que não fará muita coisa, sem alimento, sem remédio e até sem água como no Nordeste. Esta coisa, é de gente que pensa que a miséria acabou no Brasil, e isto, como você sabe, amigo, só quem acredita é o Lula e a Dilma, por absoluta conveniência. Eu sei que é mais fácil trazer 6000 médicos cubanos porque eles estão lá, coitados, morrendo de fome e virão trabalhar aqui (junto com os espiões do governo cubano diga-se) por pouco mais ou nada e na expectativa de fugir. Mas, venhamos e convenhamos, você é da saúde e seu chefe sabe que apenas 5% do médicos cubanos que fazem o REVALIDA conseguem passar no teste. Como neste Brasil por problemas ideológicos até o ENEM é roubado, quem irá sofrer com isto será a população. O problema da falta de médicos em determinadas regiões passa pelas nossas desigualdades regionais que o PT esqueceu, pois conseguiu tornar o Bolsa Família hegemônico para fins eleitorais. E se os médicos cubanos são tão bons, pergunte por que o Lula (que está vivo) não quis se tratar lá com honras de estado e o Chavez (que está morto) tentou e deu no que deu. O médico do Fidel é espanhol, os outros da camarilha no poder devem ter seus médicos estrangeiros. Para receitar contra verminoses, treinem-se nossos enfermeiros e farmacêuticos. Eu nasci nas mão de uma parteira e quase sessenta anos passaram e o processo funcionou. E você pergunta (ou foi o Frei Betto, que por ser inteligente já se afastou da corja que está no poder?) por que só o alarido contra os cubanos. Ora, meus caros, Cuba foi a pior experiência de socialismo que jamais existiu, por um único motivo: ainda existe. E isto seria apenas dar mais uma sobrevida àquele regime que deveria já ter acabado. E você sabe por que o médico de Fidel é espanhol. Porque se fosse cubano ele já estaria morto. E eu lhe digo, não é pela qualidade da medicina cubana, e sim porque é difícil acreditar que exista um cubano (não do partido) que queira o Fidel vivo. Seria uma eutanásia necessária. Desculpe, a prolixidade. Um abraço.

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Carlos Sena: A todos os queridos amigos: a questão é polêmica porque até ela ser vista como tal foi por conta da ação do governo. certamente há muita merda feita pelos governos, inclusive licenciar faculdades só para as capitais e estimular os especialista. O Ministério da Saúde está fazendo tudo de caso estudado, até porque o pior médico é o que não se tem lá nas nossas brenhas. Acho que todos temos nossas razões, mas o médico de família na modalidade como tem hoje é iniciativa do Ministério da Saúde. Repito: há erros históricos que todos estamos conscientes disso e todos os depoimentos acima focam isso. Portanto, é importante que se esperem as atitudes práticas do próprio Ministério da Saúde que de forma organizada está vendo isso. Porque a pior atitude é aquela que espera que um médico se forme com no mínimo seis anos e até então o povo morre. Não o povo das capitais, pois dos males o menos. Quanto a estrutura, o médico de família só precisa mesmo de pouca coisa além do estetoscópio, pois ele é quem irá encaminhar os casos graves para a médica complexidade. Medicina de família é medicina importante e não precisa de tomógrafo nem de hospitais equipados. Isso só depois de identificar problemas graves, pois até nisso o médico da família que encaminha o fará com condições e a unidade não poderá dizer que não recebe o paciente. Essa é a lógica prática. Por outro lado, foi na ditadura militar em que se elitizou o ensino no Brasil principalmente o de medicina. Essa discussão é boa e cabe para todos nós sem paixões, mas com um dizendo para o outro o que compreende melhor. Porque no fundo nós todos queremos que o médico seja valorizado e o povo melhore sua saúde.

terça-feira, 28 de maio de 2013

Onde estará a retroescavadeira?




Ontem eu estava vendo os blogs com minha limitada conexão e vi uma chamada no Blog do Ronaldo César, o Poeta de Garanhuns, que tinha como título: “Confira a relação dos municípios que receberam retroescavadeiras e motoniveladoras do Governo Federal”. Então, minha mente, de forma imediata, se reporta ao Blog da CIT, onde, certa feita, houve uma grande discussão, ainda no governo de Judith, sobre a vinda ou não de uma retroescavadeira, para Bom Conselho.

Fui ao texto e vi as relações, tanto para retroescavadeiras quanto para motoniveladoras, e Bom Conselho não havia sido contemplado em nenhuma das duas. Eu fiquei logo pensando coisas a respeito das atitudes do Dandan, sobre a existência de tudo que é tipo de máquinas na cidade. E me pergunto: Será que Bom Conselho não foi contemplado na lista porque já tinha as máquinas, ou porque o Dandan não teve força para trazer?

Respondam-me os que vivem na terra. Eu aproveitei para rever o debate, e  bom debate no Blog da CIT quando ainda havia blogs que discutiam de igual para igual, e levantavam debates políticos de grande importância. Hoje o que temos são poetadas de baixa qualidade, com algumas exceções é claro.

Não é por falta de assunto recente, pois este país, é o país do assunto pronto, que transcrevo abaixo um dos grandes expoentes do debate, que foi o Diretor Presidente (hoje amargando seu exílio forçado pela mentira), e sim porque o debate era bom mesmo.

Então fiquem com o Diretor Presidente, igualzinho ele está no Blog da CIT em 24.11.2010 (aqui).


“Anonimato, Pseudonimato e a Retroescavadeira

Hoje li, como sempre faço todos os dias, as notícias que cabem no meu tempo e começo pelos Blogs de minha região. Primeiro o Blog da CIT, por obrigação, depois os outros de nossa terra, e os da região, nesta ordem, e com prazer. Nem sempre encontramos o que o gostaríamos de encontrar, em termos de notícias ou opiniões. Mas, é como dizem os cultos: “C’est la vie”.

Hoje, quando li o Blog da Prefeita, me surpreendi. Já havia lido muito sobre a questão da retroescavadeira, mas agora descobri que ela será o mote da campanha de 2012. E esta já começou pesada, envolvendo uma máquina que já vi em tantas postagens de blog que vou exigir do Jameson que a coloque para ilustrar este meu texto.

Virou uma novela global, daquelas que a Lucinha adora, e que, de quando em vez eu acompanho, para me informar um pouco sobre a baixaria televisiva. Tem uma especialmente que gostei, e que a vantagem de minha solteirice aparece, pois não há quem me condene por isso, foi a Araguaia. Um dia estava olhando aquelas paisagens lindas que a novela mostra, do nosso interior, e vi a Cléo Pires quase em pelo. Caros solteiros conterrâneos, em especial Zé Nunes, não comprem mais a Playboy, vejam a novela das 6:00.

Voltando à escavadeira, as questões são: De onde vem a retroescavadeira? Qual a história desta peça, que irá constar em nossos livros de História da eleição 2012? Foi uma doação ou uma conquista suada da nossa prefeita? São muitas as respostas para estas perguntas, que hoje, são apenas versões. Hoje até li um comentário engraçado que diz que não foi nem conquistada nem doada, mas sim encontrado no fundo do Açude da Nação, quando ele estourou. Ela estava perdida desde o governo do Gervásio Matos. Eu ri, mas meu pai dizia que não devemos ri de coisa séria. Ele estava errado.

A versão do Mister M é a de doação do governo Lula. Ele até lista numa postagem os municípios contemplados. Não sei se é a versão correta, porque o argumento usado no Blog da Prefeita para negá-la é muito fraco. Ela diz: “Se ela tivesse sido simplesmente doada, sem nenhum critério, todos os 185 municípios pernambucanos teriam sido contemplados, e não apenas 43, como VOCÊ mesmo noticiou em seu blog. Aliás, todos os 5565 municípios brasileiros teriam sido contemplados, o que põe no chão a sua teoria e, mais uma vez, a sua credibilidade e suposta imparcialidade.” Senhora Prefeita, o problema é que Lula poderia ter apenas 43 escavadeiras para doação e escolheu, graças a Deus, o município de Bom Conselho. Pelo número de votos que sua candidata teve na eleição de Bom Conselho, com o apoio tanto da Senhora como do Mister M, ele deveria ter doado duas. Alugaríamos uma a Garanhuns, que de acordo com alguns Blogs de lá, está precisando.

A prefeita diz que foi uma luta árdua e constante para conseguir a tal máquina, através do PAC 2, e isto só foi conseguido pela situação de adimplência do município, além de idas e vindas aos gabinetes de autoridades, e aquela burocracia infernal de quem já lidou com estas coisas. Assim o argumento da doação pura e simples também cai por terra. A prefeita fez por onde conseguir a retroescavadeira. E aí, o argumento de que várias cidades tenham sido contempladas, por parte de Mister M, também é fraco. Ou seja, o Lula poderia não ter doado, e só o fez por causa do sangue, suor e lágrimas (e possivelmente votos) vertidos pelos prefeitos destes 43 municípios.

Então quem será que está com a razão. Eu não sei, mas esta retroescavadeira, pelo jeito, ainda vai escavar muito, e talvez valha um reino.

Entretanto, eu não tenho tanto interesse na máquina quanto tenho no que a prefeita diz que vai fazer se o Mister M não parar de mentir. Ela vai revelar publicamente o segredo de suas mágicas. Eu como escrevo com pseudônimo, e se descobrirem o meu segredo eu estou frito, acharei uma crueldade se ela assim o fizer. Não é porque eu tenha medo de ir para cadeia, ou ser chicoteado em praça pública, eu já me preparei para isto. O meu medo é que eu tenha que revelar o meu nome, que é horrível, e serei motivo de riso para todos. Mas a culpa é dos meus pais, que me registraram com tal aberração identificativa. Pelo menos este é o segredo da minha mágica. Eu digo, Shazam!!! E me transformo no Diretor Presidente. Se ele for descoberta nem saberei mais escrever.

Ora, senhora prefeita, se, como a senhora diz que muita gente já conhece a mágica do Mister M, se ela ferir alguém, processe-o, justiça existe para isto. Eu digo isto de mim mesmo, se ferir alguém de morte, bem dolorida, hoje, qualquer menino com um computador na mão saberá de onde partiram minhas letras. Eu sempre digo a Lucinha que esta história de está falando mal do Coronel Zezé, e ás vezes eu também o faço é um perigo. Pois ele diria imediatamente: “A verdade, meu caro é que eu não tenho medo de VOCÊ, nem muito menos das suas críticas. Oh, menino dá um jeito aqui neste cabra safado.” E no outro dia eu, a Lucinha, a prefeita ou Mister M, poderíamos ser encontrados lá na Serra das Pias, igual a Cleo Pires em Araguaia. Se o coronel voltasse, eu só ficaria com meu pseudônimo se fosse para falar bem de sua administração, e o Mister M, não teria o seu Blog. Espero que o coronel não tenha voltado.

Só para terminar, tendo sido doada ou conquistada, tem uma pergunta que não quer calar: “Onde estará essa retroescavadeira?”


segunda-feira, 27 de maio de 2013

O Concurso do Rotary e as críticas




Só hoje, numa fuga maluca de Gravatá, e tendo conexão, eu vi que ontem houve o Concurso do Rotary sobre a Seca. Eu, apesar de algumas discordâncias, que nem sei se foram levadas em conta pela comissão organizadora, achei o concurso uma boa ideia.

De início me senti discriminada pelos organizadores de darem ao Blog do Emmanuel a exclusividade na cobertura do concurso. Mas, depois ele esclareceu dizendo que estaria á disposição para informar sobre o referido concurso, tornando a informação mais democrática.

Há certo tipo de informação que quando se torna exclusividade de alguém afronta os princípios mais comezinhos de publicidade que constitucionalmente devem reger os órgãos públicos. Por exemplo, o Dandan não pode ter jornais, blogs, ou outros meios que detenham exclusividade das notícias da prefeitura, porque as notícias não lhes pertence.

Então quando o Dandinho fez do Blog do Poeta o Blog Oficial da Casa de Dantas Barreto em aqui me insurgi contra o fato. Por que só o Blog do Poeta tem link no site da câmara? E voltando ao Rotary, eu sei que não é uma instituição pública, mas, seus princípios de atuação não permitem que se discrimine entre meios de divulgação. E por isto eu fui crítica, como deve ser qualquer cidadão ou cidadã que se preze, em relação a instituições ou pessoas, por que não?

Alguns até me criticam por eu ser crítica, e até dizem que também são críticos, mas, acrescentam logo, críticos construtivos. Quanta desfaçatez. Crítica é crítica. Se é destrutiva ou não depende do lado em que se está. Eu não tenho culpa se, ao dizer que uma pessoa toca piston pessimamente, e alguém ver como crítica destrutiva. Eu, e mais alguns, que apesar de ficarem calados pensam o mesmo, acho que é muito construtiva, pois pode até ajudar o pistonista a melhorar, ou pelo menos poupar nossos ouvidos.

E, no caso do concurso, para ser justa, eu acho que foi bom apesar de tudo que falei dele (aqui), pois segundo vi nas fotos (reproduzo uma acima do Blog do Emmanuel) parece que os estudantes compareceram em bom número.

O que espero é que minhas críticas e sugestões de redações tenham sido úteis para que os jovens possam adentrar com pé direito na carreira literária.

Aqui, em meu blog, podem ficar certos que serão publicadas todas as redações, se me forem enviadas ou se algum blog da cidade o fizer eu as reproduzirei. Se fizer alguma crítica, ela não será nem destrutiva nem construtiva, apenas será um crítica.


Teria milhões de letras para escrever sobre o tema, mas, estou em fase de contenção devido minhas constantes viagens e quedas de conexão. Mas, como desejo para este Brasil, que teve Renan na presidência, dias melhores virão.

sexta-feira, 24 de maio de 2013

Dilma, a neoliberal





Por Mary Zaidan (*)

Há tempos Dilma Rousseff não tinha uma semana de tantas boas novas. Colheu o sucesso da 11ª rodada de licitação de petróleo e gás, a primeira realizada em cinco anos, e aprovou a MP dos portos, ainda que a penas duríssimas, impondo ao Congresso humilhação e vexame.

Duas vitórias de peso. Duas questões que viraram urgentes, emergenciais, mas que até pouco tempo eram neoliberalismo puro, abominado pela presidente e seu partido.

Em artigo no dia 15, a jornalista Míriam Leitão chamou atenção para o fato de a licitação de petróleo e gás ter sido feita no modelo antigo que o governo considerava impróprio “por razões de interesse nacional”, conforme disse o ministro da Energia Edison Lobão, no calor da comemoração. “Como este leilão foi feito no modelo antigo, ele fere o interesse nacional? Ou o interesse nacional foi prejudicado antes, quando o governo decidiu suspender os leilões?”, questiona a colunista de O Globo.

Perderam-se cinco anos.

Nos portos viu-se algo semelhante. A lei dos portos do presidente Itamar Franco, regulamentada durante o primeiro mandato de Fernando Henrique Cardoso, foi rechaçada pelo PT à época. No governo Lula, o único feito no setor foi criar e conferir status de ministério à Secretaria Especial dos Portos, pasta de necessidade duvidosa, a não ser para matar a fome de aliados vorazes. Nada, nem uma emenda à lei existente, para conferir maior agilidade aos portos.

Perdeu-se mais de uma década.

E as novas regras não têm o poder mágico de modernizá-los.

Aprovada a toque de caixa como se não houvesse amanhã, em meio a acusações que levantaram suspeitas sobre os reais interesses que sustentam a matéria, a MP ainda deve enfrentar batalhas judiciais. Uma delas já anunciada: garantir a isonomia entre empresas privadas que hoje estão instaladas em áreas portuárias públicas e que só podem movimentar cargas próprias, e os novos investidores, autorizados a embarcar também cargas de terceiros. Muito pano para manga.

Nada que não pudesse ser corrigido - ou pelo menos escarafunchado, no caso das denúncias - com o aprofundamento do debate.

Mas o que salta aos olhos é o autoritarismo da presidente. A ela só os resultados interessam, ainda que para obtê-los tenha de negar aquilo em que dizia crer, como no caso dos leilões do petróleo e gás.

Pior: por soberba, o resultado tem de reproduzir o seu desejo, a sua ordem.

Um modelo em estágio de saturação até na sua própria base, que, como se viu, deu-lhe a vitória, mas de pirro. Dilma poderia tirar boas lições do episódio, mas, como diz o ditado “é impossível uma pessoa aprender aquilo que ela acha que já sabe”.

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(*) Publicado no Blog do Nobla em 19.05.2013. Eu faço apenas um simples comentário a este texto da Mary (mesmo sem entender de tudo sobre o que ele versa), sobre o autoritarismo da presidente. E começo dizendo que o Lula é um milagreiro na política. Se houvesse um céu para os políticos, o que não creio, ele já estaria lá como o manda-chuva. Eu não sei como se consegue fazer de um poste uma presidente, e com o autoritarismo que lhe é peculiar.

Pensando bem, este autoritarismo a salvou no início do governo quando quis mostrar independência do Lula, mandando para casa um monte de ministros indicados por ele. E depois, passou a exercer seu autoritarismo internamente. Se diz que para entrar numa sala onde ela esteja, os ministros se benzem com medo dos rosnados.

E agora ela aprendeu a rosnar para o Congresso e os parlamentares se borram de medo. Nesta Medida Provisória sobre os Portos, o barulho gutural foi tão grande que chegou a assustar até Renan, que já vive de rabo entre às pernas, para evitar as investidas presidenciais.

Ainda bem que temos dois presidentes de poderes, o judiciário e o executivo com tendências autoritárias, pois o Joaquim Barbosa não fica atrás da presidenta, quando abre a boca. O que está faltando é apenas um chefe do poder legislativo que também rosne. Aí teríamos um verdadeiro equilíbrio de poderes. Se o povo seria mordido, eu não sei. Mas.... (LP)

quinta-feira, 23 de maio de 2013

O Bolsa Família e a calça Lee americana




Comecei ontem a escrever um texto sobre outro texto do Reinaldo Azevedo que falava sobre um concurso do Ministério da Cultura que só permite a entrada de negros. E hoje parei de fazê-lo, porque ao ir à AGD, vi em sua coluna Deu nos Blogs, um texto do mesmo Reinaldo, que não resisti, e agora o comento. Vejam a reprodução dele, e como gosta de dizer o autor, volto em seguida:

Será que o Bolsa Família, ele sim, está virando uma cultura? Ou: O que querem os pobres? Ou: Pai, mãe, faxina, hora extra e uma máquina de escrever

Vamos lá. Uma confusão a mais, uma a menos, que diferença faz? Adiante. Mandam-me um vídeo que já foi bastante visto no YouTube. Eu não o conhecia. Vejam. Volto em seguida.


Voltei
Quando eu era moleque, uns 8, 9 anos, começou o negócio da “calça liamericâna”. Era preciso ter uma calça “liamericâna”. Vim a saber algum tempo depois que se tratava, na verdade, de uma calça da marca Lee, americana.

Depois de algum tempo, fui contemplado com uma. Aquele brim me incomodou de tal maneira que só voltei a usar jeans aos, deixem-me ver, 47 anos. Como não tinha Bolsa Família, minha mãe decidiu fazer umas faxinas a mais e aumentar o ritmo da costura para oficinas de roupa. Tudo para satisfazer a vontade do filho. Depois minha mãe fez mais faxina, e meu pai, mais horas extras para comprar uma máquina de escrever Olivetti Studio 45. Eu os convenci de que só seria feliz se tivesse uma Olivetti Studio 45. Foi em 1974. Acho que cheguei a simular uma febre, não sei bem… Nem me orgulho nem me arrependo da pequena trapaça.

Ah, como é tediosa a vida dos pobres esforçados para os ricos “progressistas” que hoje pululam na política e até nas redações. Fico pensando naquele banqueiro de esquerda, cheio de desdém, e nos seus estafetas: “Por isso esse Reinaldo ficou assim reacionário…”. Marilena Chaui me odeia. Este pronome oblíquo não sou eu, Reinaldo Azevedo. Este “me” é uma legião de gente que nunca aceitou pedir.

“Ah, o Reinaldo gosta de pobre esforçado. Quer usar o próprio exemplo ou de seus pais…” É isso mesmo! Eu me orgulho deles! Como escrevi aqui dia desses, citando um poema de Drummond, sou contra o “vício de esperar tudo da oração” e o vício de esperar tudo do estado, uma droga pesada, que cria a pior de todas as dependências. Uma hora estudo isto, mas creio que vira uma espécie de dependência química também. Certamente produz efeitos neuroniais devastadores.

No primeiro ano de seu governo, quando insistia no Fome Zero, Lula dizia que o bolsismo deixava o povo preguiçoso; que, em vez de plantar macaxeira, ficava à espera de benefícios. Em parte ao menos, ele estava certo. Mas depois, como de hábito, preferiu o erro que era mais útil à sua carreira política.

É claro que existem pessoas que precisam efetivamente do Bolsa Família. Na forma como se dá o programa, no entanto, a questão é saber que Brasil se está construindo. Num país em que a política seguisse o molde da tradição democrática, isso estaria sendo debatido. Entre nós, no entanto, os partidos competem para saber quem quer tornar o povo ainda mais dependente da droga pesada do estado.

No dia 7 de janeiro, fez 13 anos que meu pai morreu. Não me deixou um só bem além dessa máquina de escrever. Mas sei o quanto lhe custou. Quando eu me for, além do afeto dos que amo, quero a Studio 45 perto de mim. Melodrama barato? Pode ser. Cada um tem o seu. Mas a única servidão que vale a pena é a que dedicamos a nossos amores.
........”

Eu não concordo sempre com o Reinaldo, principalmente, porque ele é muito mais carola do que eu, e mantém a posição, que não adoto, de que em questões da Igreja Católica, os incomodados que se mudem. Eu me incomodo com certas coisas, acho que elas não afetam a essência de nossa religião, mas, não me mudo, às vezes incomodo (que o Padre Marcelo não me ouça).

Mas, voltemos ao texto. Ele tem muito a ver com o texto que escrevi ontem sobre a Bolsa Prostituição, mas de uma forma que me remete também ao vício que causa o Bolsa Família e que ainda vai levar este Brasil ao Bolsa Preguiça (esta eu vi de alguém no Facebook).

Mas ele me remete ainda, igual ao Reinaldo, à minha infância em Bom Conselho. Eu não posso dizer que fui uma criança paupérrima. Minha família era de classe média (com viés para baixo) e não me lembro de ter tido frustações com roupas e vestuários em geral. Tive um pouco com minha cor, mas, isto era do outro texto. Mas, conheci pessoas que se enquadrariam muito bem nos critérios do Bolsa Família, hoje adotados.

Destas, tínhamos aquelas que trabalhavam duro, como faxineiras, lavadeiras, empregadas domésticas, as mulheres e para os homens sobravam o carregamento de malas, fazer feira dos outros com umas carroças, carregar e descarregar veículos e até engraxar sapatos. Conheci até um rapaz muito simpático que toda semana a feira para minha mãe, e eu nem tinha preconceito com sua pobreza. Dava-lhes minhas olhadelas.

E ainda havia aqueles que, por motivos de deficiência física iam mesmo pedir esmola nas portas ou na porta da Igreja. No entanto, mesmo assim lembro de alguns que resistiram a sua condição, trabalharam e até deixaram suas condições de pobres.

E havia os idosos, que iam para casa da caridade mesmo, porém, lutando contra tudo para não ir, pois esta não era um vício.

Ou seja, sempre tivemos pobres e sempre teremos, seja o que for que se pense do que seja ser pobre. E pensando nisto, se raciocinarmos com o que pensávamos ser um pobre na minha época e o que é um pobre no dia de hoje, eu aceito que o pobre hoje tem condições de vidas materiais melhores do que os pobres de antigamente. Mas, ainda temos pobres, como disse Jesus: “Pois sempre tereis convosco os pobres, mas a mim nem sempre me tereis.” (João 12:8).

Uma diferença fundamental é o comportamento dos pobres de uma e de outra época. Tanto antes como agora, ninguém quer ser pobre, porém, o pobre daquela época, para deixar de sê-lo, jogava no bicho, roubava, rezava, ou trabalhava. E alguns conseguiram deixar a condição de pobres por um ou alguns destes caminhos. Hoje, o pobre quer deixar de ser pobre jogando na mega sena, roubando, obtendo auxílio do governo, ou, em alguns casos raros, trabalhando.

Sei que isto é simplista e exagerado, mas, é uma caricatura que faço do que pode se tornar este país, quando a mulher do vídeo, exigir do governo que ele dê a ela uma calça de R$ 300,00 para sua filha, porque isto é necessário para exercer sua cidadania. Não é a ajuda que é ruim, e sim sua tentativa de generalização, às custas de outras pessoas, que por sorte, destino ou mesmo “karma” (meu Deus me perdoe), estão em situação melhor.

É o mito insano da igualdade que não se coaduna com a diversidade das pessoas e de suas atitudes. Uma coisa é a igualdade das pessoas perante a lei, pela impossibilidade de convivermos em uma sociedade sem ela, pois voltaríamos à barbárie da lei do mais forte; outra é querer dizer que as pessoas são iguais em tudo, e forçar até faquir a comer para diminuir os índices de desigualdade. Isto no Brasil, está se tornando moda, nos últimos 10 anos, quando o Lula subiu ao poder, enganando os pobres e colocando os banqueiros no colo, e descobriu, que este era o caminho para se manter no poder.

E aí estão as consequências. E, se continuar na mesma pisada, não se enganem, ainda precisaremos de alguma bolsa para viver. Dizem que em Cuba todos tem uma. E a pobreza vai ser vista pelo tamanho da bolsa. E começa tudo de novo, como na União Soviética, na China, em quase já em Cuba, também, quando os pobres de lá descobrirem que estão sendo apenas massa de manobra para manter uma camarilha ociosa no poder.  

É o socialismo real. E todos continuam querendo uma calça Lee americana.

quarta-feira, 22 de maio de 2013

A Bolsa Prostituição





Como todos já sabem, agora estou indo ao Facebook quase todos os dias. Confesso não ser muito, como diz um filho meu, a minha praia, pois, apesar de podermos escrever quanto queremos, temos que fazê-lo num só parágrafo, e isto é enervante para textos longos.

Eu sinto isto quando leio lá o Carlos Sena que é dos melhores escritores de Bom Conselho, mas, seus textos agora parecem retângulos de letras, embora como sempre bem escritos. Foi numa de suas mensagens naquela rede social que vi uma menção a uma tal de Bolsa Prostituição.

Sendo o Carlos Sena uma pessoa culta, mesmo tendo alma de petista, ele duvidou que o que estivesse mostrando ali fosse verdade. Eu fui ao blog que deu origem a notícia e era sim verdade verdadeira e pode ser vista aqui no original, mas, para não cansar vocês eu reproduzo o conteúdo aqui. (Peço apenas que continuem lendo depois, para não tomarem nenhuma atitude precipitada).

“Senado aprova pagamento de bolsa mensal de R$ 2.000,00 para garotas de programa

Uma proposta polêmica, de autoria da senadora Maria Rita, do Partido dos Trabalhadores, foi aprovada na tarde de hoje por maioria de votos. Trata-se do pagamento de uma bolsa mensal no valor de R$ 2.000,00 (dois mil reais) para garotas de programa em todo país.

“O objetivo da bolsa é dar a essas mulheres a possibilidade de terem uma vida mais digna, pois o dinheiro deve ser prioritariamente utilizado com prevenção de doenças”, explicou a senadora.

Segundo ela, o projeto tem interesse público, pois também tem o objetivo de “disponibilizar pra clientela um serviço de melhor qualidade, já que as meninas poderão se cuidar melhor, pagar tratamentos estéticos, frequentar academias etc.”
O projeto de lei vai ser submetido à sanção da presidente Dilma e deve entrar em vigor até o início da copa de 2014.”

Vejam bem, meus amigos, se uma notícia como esta seria capaz de ser levada a sério há mais de 10 anos atrás. Pois, pasmem, grande parte do país se não a tomou totalmente a sério, pelo menos, ficou em dúvida sobre sua veracidade.

Por que, pergunto eu? Hoje vivemos no país das bolsas. Alguém aqui saberia contar quantos auxílios do governo levam este epíteto hoje, e funcionam nos mesmos moldes do Bolsa Família? É um sinal dos tempos. Vivemos a desfaçatez de querer resolver todos os problemas do país, através de auxílios estatais, que ao invés de resolver os problemas, os eternizam.

E isto envolve as mais variadas atividades, desde bancos e empresas até construção de casas populares e alimentos. Por todos os lados viciamos nossos cidadãos, e por que não viciarmos nossas cidadãs que exercem a profissão mais velha do mundo? Então, para acreditar na Bolsa Prostituição é um passo.

Esta semana, muito relacionado a isto, aconteceu o que meu colega Zezinho chamou de a Revolta dos 70 Reais. Um boato de que o Bolsa Família iria se acabar levou as agências bancárias pagadoras do benefício ao caos. Por um acaso eu vi, na TV, minha faxineira a Vilma, na fila de recebimento. Ninguém sabe que ela ganha muito mais do que o limite que o programa permite para ser um beneficiário. Mas, isto não é um problema para ela. A ética da sobrevivência fala mais alto. E lá estava ela querendo pegar seus trocados e já xingando os outros nordestinos pobres.

Quando chegou aqui em casa, ontem, eu disse que a tinha visto na TV, e ela:

- Dona Lucinha, disseram que meu “bolsa” iria ser doado aos nordestinos vítimas da seca. Mas, o que eles sofrem que eu não sofro?

Eu nem respondi, porque não tinha muito o que responder. E tendo visto a notícia acima, fina ironia do blogueiro,  causando um rebuliço danado na mídia, eu, perguntei, fingindo inocência:

- Vilma, você sabia que vão criar uma bolsa, igual ao Bolsa Família, de R$ 2.000,00, durante a Copa, para as prostitutas?

Sem pestanejar, e arregalando os olhos ela me respondeu com outra pergunta:

- Onde é que eu me inscrevo, D. Lucinha?

Meus Deus, viciaram mesmo nossos cidadãos e cidadãs. E parei a conversa, porque, comecei a pensar o que seria possível fazer com R$ 2.000,00. E fiquei enfurecida talvez, porque, com o meu corpo, seria difícil eu convencer, no processo de inscrição, que poderia exercer a profissão com eficiência. Cruzes!

O blogueiro que produziu a notícia acima, depois de toda a pressão da mídia progressista para detoná-lo, pela constatação que viramos realmente o país da piada pronta, onde o humor e a ironia, chegam tão próximos dos fatos que parecem verdadeiros, disse, como Corisco: não me entrego não. E produziu outra postagem, que, depois do que aconteceu com a chamada MP dos Portos, muitos tomarão como verdade. Reproduzo abaixo a postagem que pode ser vista aqui (se não a tirarem do ar em algum ato facistoide do governo de plantão):

“Presidente Dilma baixa Medida Provisória proibindo blogueiros de mentirem e serem irônicos

A presidente Dilma Rousseff assinou na manhã de hoje uma Medida Provisória proibindo o uso de “mentiras, bem como qualquer tipo de astúcia que possa levar o leitor a confundir os sentidos denotativos e conotativos de postagens na internet”.
Segundo informou o site do Planalto, o que motivou a presidente a tomar tal medida, foi a má repercussão do texto do blogueiro Joselito Müller no qual afirmava que o Senado havia aprovado pagamento de bolsa mensal de R$ 2.000,00 para garotas de programa.
Na referida postagem, o blogueiro atribuiu a autoria do projeto à senadora Ana Rita, do PT do Espírito Santo, mas depois modificou o nome da suposta autora para “Maria Rita”, que não existe.
Para a presidente, “esse tipo de conteúdo é muito perigoso, pois grande parte da população não sabe diferenciar a ironia da verdade, e pode levar uma camada considerável de brasileiros a repercutirem inverdades”.
A Medida Provisória, que ainda não tem data para entrar em vigor, ressalva que somente os grandes meios de comunicação tem o direito de veicular mentiras nos jornais escritos, televisionados ou por meio de rádio-difusão.”

Alguém, pela profusão de Medidas Provisórias que deixam ao nosso Congresso apenas atitude de dormir nas cadeiras pela madrugada, para fazer a vontade presidencial, acha que esta MP vai ser rejeitada? Eu não. E a partir de hoje tentarei ser menos irônica. Só não sei se conseguirei.


P. S.: Já havia terminado de redigir o texto acima quando li na Folha de São Paulo o seguinte:

"Ontem [20] nós iniciamos um serviço também de mensagem para os beneficiários do Bolsa Família que têm telefone. Estamos avaliando a possibilidade de termos esse serviço para que a gente chegue rapidamente, com informações precisas, ao beneficiário do Bolsa Família. Hoje muita gente tem celular", explicou a ministra. "A família tem telefone [celular]? Nos passe essa informação. Ontem nós mandamos informação para as famílias, dando a informação sobre o calendário [de pagamento], tranquilizando as famílias."

Esta declaração é da Ministra Tereza Campello (Desenvolvimento Social). Será que eu devo acreditar ou não no Jornal? Se continuarem os tumultos, brevemente, teremos o Bolsa Celular? Tenho certeza a Vilma se candidatará a ela, mesmo já tendo dois em casa.

Realmente, o macaco tá certo!

terça-feira, 21 de maio de 2013

O histórico de Sônia Maria



Sônia Maria de vestido de bolinhas no Carnabeco
(Foto do Blog da Niedja Camboim)


Este último final de semana foi, além de produtivo, cheio de emoções. Entre uma notícia e outra sobre o lançamento do livro do Alexandre, do qual ele diz que foi tão bom que concorreu muito bem com o final de Salve Jorge, e outra referente ao aniversário do Padre Marcelo, eu me diverti e produzi muito.

Não posso nem ameaçar, nem de longe, os pais dos meus netos em não ir para Gravatá nos finais de semana, pois eles me ameaçam de volta, mais furiosos dos que a Dilma com o PMDB. E eu não quero recorrer ao CDA (Código de Defesa dos Avós) para ver o meu neto.

Neste período, agora quase viciada, fui ao Facebook, e lá encontrei uma mensagem da Sônia Maria (se me lembro bem numa postagem do Saul onde ele “jazia” garboso com o Alexandre no lançamento do livro) onde ela dizia ter bons escritos sobre seu pai, o Maestro Zé de Puluca, e que esperava por um patrocínio.

Eu me lembrava de textos da Sônia Maria na A GAZETA e achei por bem, pela qualidade do que escreveu (embora não me lembre os detalhes) meter o bedelho onde não fui chamada e apelar para o Dandinho, que gasta nosso dinheirinho para contratar o Poeta e para patrocinar o Alexandre, por que não patrocinar também o projeto literário da Sônia?

Ela até me respondeu dizendo que me havia lido, embora me confundindo com o Diretor Presidente (que comungava comigo a admiração pelo seu pai o Maestro Zé de Puluca). Mas, o importante é que me interessei de verdade pelo que a Sônia produzia e, depois que ela me mandou o endereço do seu blog, e ao ver alguns dos seus vídeos, só fez crescer minha admiração por ela.

Além de colocar seu blog entre os meus sites nobres, eu fui ver os seus filmes. Escolhi dois deles e os apresento no final desta postagem.

O que mais me encantaram neles foi a sensibilidade artística e seu desprendimento quanto às suas criações dentro de sua casa, que poderia ser chamada de Casa de Bonecas. Além disso, surge a força de seu amor filial, ao divulgar e interpretar, com sua aparelhagem não muito avançada, a obra do seu pai.

Neste período onde escasseiam as homenagens aos grandes homens de Bom Conselho, que já nos deixaram, e deixaram marcas na cultura da cidade, temos em Seu Zé uma proposta de sempre homenageado. E já que, erroneamente penso eu, prefere-se homenagear os vivos, que se homenageie Sônia, com suas bonecas, e principalmente com seus escritos, que não os conheço, mas se puxou ao pai, devem ser de primeira qualidade.

segunda-feira, 20 de maio de 2013

A GAZETA 334 - "DEUS É CULPADO"





Eu já recebi os dois últimos exemplares da A GAZETA, li-os, anotei, mas não comentei aqui nenhum deles. É a falta de tempo com assuntos menores, como a prisão do Poeta. Aliás, até hoje por falta de informação dos blogs, ainda não sei se ele está preso ou se está solto. Seria tão simples informar isto. Bastaria que alguém o visse nos últimos dias, tirando a foto do enforcado, sem nenhum policial por perto. Então estaria solto, mesmo que não soubéssemos a situação do processo, que, segundo o Emmanuel, corre em segredo de justiça.

E agora, neste dia de chuva terrível aqui no Recife, e na esperança de que os meus familiares não estejam loucos de subir a serra, eu começo a comentar os exemplares do nosso jornal maior. Gostaria de comentar logo o número 335, pois saiu um artigo meu, o que muito me honra. Mas, refreio minha vaidade e começo pela edição de número 334.

E nela, sempre encontro e sempre leio o meu professor de datilografia, o Diácono Di, dizendo que alguém de Bom Conselho blasfemou. Eu, como sempre ouço os depoimentos do Dandan, pensei logo, eita!, o Diácono pegou o jovem prefeito culpando N. S. da Aparecida pelos percalços de sua administração. Porque nunca vi um governante culpar tanto Deus e todos os Santos por uma administração. Talvez o Walmir Soares, certa época, que ganhou uma eleição usando o nome de Deus em vão. Ainda lembro de sua voz tonitruante a dizer, nos finais dos comícios: “Glória a Deus nas alturas, e paz na terra aos homens de boa vontade”, entre os quais ele se incluía, é claro, e não o opositor. Mas, isto é assunto do Alexandre.

Então, depois de ler o texto vi que não era sobre o Dandan que o Diácono falava. Cito-o para esclarecimento:

“É o caso do nosso estimado conterrâneo (por questão de ética, omito seu nome), quando desesperado com a seca violenta, assolando o nosso Nordeste, afirmou angustiado ao seu amigo: “Deus é o culpado”! São palavras que nem por pensamento devemos dizer que Deus é o culpado. A culpa, como diz você, estimado papacaceiro, é nossa.”

E, num arrazoado simples e bem escrito, ele mostra por A mais B de que a culpa é realmente nossa. Continuando, por uma questão de ética, sem citar o nome do blasfemador, tenho que defendê-lo aqui, mostrando a possibilidade de o Diácono ter se enganado com as simples palavras que ouviu.

Quem me acompanha neste humilde espaço, que visa apenas servir ao povo de Bom Conselho, deve ter lido um texto que escrevi (aqui) sobre um texto anterior do Diácono, escrito no mesmo jornal, onde ele colocava o Lula, quase como uma entidade divina.

O que pode ter acontecido é que o “blasfemador” tenha lido o texto anterior do Diácono Di, acreditado que Lula seria um Deus e proclamou a tão criticada frase: “Deus é o culpado”. Ele nãos estava se referindo ao Deus em que tanto eu quanto o Di acreditamos, mas, apenas àquele que o próprio Di, quis transformar em entidade divina.

Assim sendo, eu diria que o “blasfemador” foi apenas induzido ao erro, e que ele, no fundo, no fundo, está parcialmente certo. Talvez ele devesse ter pronunciado a frase de forma correta: “Lula é culpado”, mas, deve-se levar em conta o respeito e admiração que todos temos pelo nosso conterrâneo, o Di, tendo nele acreditado, literalmente.

E pelo que Lula fez pelo Nordeste, como todos sabem, começou tudo e não terminou nada, e só promessas não cumpridas, em relação a mitigação do fenômeno da seca, eu só posso dizer que o “blasfemador” está muito certo.

Vejam o que ele fez e o que sua herdeira continuou a fazer com o Rio São Francisco. Vocês já imaginaram se a obra tivesse sido concluída como seria de valia para esta seca? E sabem que o que foi feito está sendo destruído pelo tempo, multiplicando o custo a obra?

Então chega o momento de desespero das pessoas, inclusive do Diácono, que pensavam ser Lula um Deus, e dizem: “Deus é culpado”. Isto não é blasfêmia é uma constatação. E, digo mais, a continuar esta seca e a continuarem a adorar a Dilma como sendo a Nossa Senhora (espero que o Diácono não escreva um artigo para comprovar isto), brevemente, surgirão muito mais blasfemadores a dizer: “A culpa é de N. S. Senhora”. Depois não reclamem.

sexta-feira, 17 de maio de 2013

"Mais Lobão e menos Chico Buarque" - Um pastoril





Vi um texto do Rodrigo Constantino num blog, e que parecia ser uma resenha de livro lançado pelo Lobão, sim, aquele mesmo que meus filhos tinham medo quando eu nele falava há alguns anos atrás, porque pensavam me referir ao Lobo Mau, e que li por o livro se chamar: “Manifesto do Nada na Terra do Nunca”. Gostei tanto do título, que mesmo sem conhecer o livro, e apenas sabendo que o Rodrigo Constantino é um jovem economista liberal, que eu fui ler. O nome do artigo é “Mais Lobão e menos Chico Buarque”, e foi publicado orinigalmente no O Globo.

Achei o texto tão bom que resolvi comentá-lo, e colocá-lo em forma de Pastoril, talvez em homenagem ao nosso liberal maior, o Zezinho de Caetés. Então, o que vem abaixo é de autoria minha e do Rodrigo Constantino. O que vem em azul é dele e o que vem em vermelho é meu. Escolhi as cores porque, em termos ideológicos, ele parece, em relação a mim, está alguns centímetro a mais para a direita. Neste caso não há disputa e espero que tudo termine cor de rosa.

A bundamolice comportamental, a flacidez filosófica e a mediocridade nacionalista se espraiam hegemônicas. Todo mundo aqui almeja ser funcionário público, militante de partido, intelectual subvencionado pelo governo ou celebridade de televisão, amigo. É o músico Lobão com livro novo na área. Trata-se de Manifesto do Nada na Terra do Nunca, e sua metralhadora giratória não poupa quase ninguém.

Eu considero o Lobão um Loucão. Nunca o achei um bom músico e nem um excelente em nada no que faz. Mas, isto não o impede de publicar um livro que seja excelente, embora ainda nem o conheça, mas, confio plenamente nas palavras do Rodrigo Constantino. Estou apenas sendo um pouco enxerida em fazer este pastoril com ele, mas, não resisti, apesar de me considerar uns 10 centímetros mais a esquerda do que ele.

A verdade comprovada de que todos querem ser funcionários públicos ou viver às custas do estado é quase incontestada. Apesar de termos casos, como o de Lula que hoje vive da empresa privada, cobrando palestras até dos sindicatos, ele apenas se espalda no que o Estado já lhe deu e pode dará para convencer seus clientes.

Polêmico, sim. Irreverente, sem dúvida. Mas necessário. As críticas de Lobão merecem ser debatidas com atenção e, de preferência, isenção. O próprio cantor sabia que a patrulha de esquerda viria com tudo. Não deu outra: fizeram o que sabem fazer, que é desqualificar o mensageiro com ataques pessoais chulos, com rótulos como reacionário ou roqueiro decadente. Fogem do debate.

A história de desqualificar o mensageiro é típica das esquerdas. Eu, pelas minhas ideias de oposição em minha terra, fui ameaçada e vítima das maiores calúnias. Isto parece não ser só um defeito das esquerdas no Brasil, e sim, daqueles que evitam o contraditório, a qualquer custo, porque geralmente tem o que esconder. Não há debate, quando um lado se considera divino. E em muitos cantos do Brasil estão divinizando políticos. Nunca vi tanta desfaçatez.

Lobão tem coragem de remar contra a maré vermelha, ao contrário da esquerda caviar, a turma radical chic descrita por Tom Wolfe, que vive em coberturas caríssimas, enxerga-se como moralmente superior, e defende o que há de pior na humanidade. No tempo de Wolfe eram os criminosos racistas dos Panteras Negras os alvos de elogios; hoje são os invasores do MST, os corruptos do PT ou ditadores sanguinários comunistas.

Chega-se ao ponto de, depois do julgamento mais importante de nossa história, de tentar defender outro julgamento para certos casos, que se aceitos, serão um começo de funeral para a Justiça brasileira. Se eu pudesse influenciar o STF eu até diria que se julgasse outra vez o Zé Dirceu, e o absolvesse de todas as acusações em pleno período eleitoral em 2014. Este seria, então, o candidato do PT, como foi sempre a intenção do Lula antes da descoberta do mensalão, que ele negou até pouco tempo atrás. E quem seria o tesoureiro da campanha? O anjo recuperado Delúbio Soares, assessorado pelo João Paulo Cunha, nesta época, já outra vez presidente da Câmara. O Genoino como vice seria a chapa perfeita.

O roqueiro rejeita essa típica visão brasileira de vitimização das minorias, de culpar o sistema por crimes individuais, de olhar para o governo como um messias salvador para todos os males. A ideia romântica do Bom Selvagem de Rousseau, tão encantadora para uma elite culpada, é totalmente rechaçada por Lobão.

Eu preciso comprar o livro para ver como o Lobão desenvolve este raciocínio. Eu o venho aplicando à política de cotas raciais, já faz algum tempo. E ele se aplica também às políticas públicas referentes a outras minorias, como índios, e até homossexuais. Eu sempre pensei e ninguém me provou o contrário que as políticas de cotas raciais, beneficiam alguns negros e prejudicam a ração negra, e aqueles que a ela pertencem de forma mais evidente, trazendo o estigma da cor da pele gerado historicamente, para uma luta aberta entre raças (que para mim nem existem de fato) e que apenas nos prejudicam.

A ideia de que o governo é uma solução para tudo e que leis podem mudar os valores sociais e culturais do dia para noite é uma verdadeira enrolada. Se eu quisesse hoje entraria numa universidade, que alguns me cobram (eu não), da forma mais fácil. Bastaria me apresentar, e quanto vista a minha tez, o guarda racial diria logo: Esta não precisa nem fazer vestibular. Nem o cabelo dela nega, é realmente, mulata na cor. Daqui a alguns anos, eu ficarei com receio de colocar minha foto nos documentos por que serei taxada como proveniente da “política de cotas”. E isto ocorrerá para todos de cor um pouco mais escura, independentemente, da competência ou não. Será o mercado dando o seu troco à afoiteza em querer mudar a sociedade de afogadilho.

Compare isso às letras de Chico Buarque, ícone dessa esquerda festiva, sempre enaltecendo os humildes: o pivete, a prostituta, os sem-terra. A retórica sensacionalista, a preocupação com a imagem perante o grande público, a sensação de pertencer ao seleto grupo da Beautiful People são mais importantes, para essas pessoas, do que os resultados concretos de suas ideias.

Não vou dizer que nunca gostei das músicas do Chico Buarque. Eu gosto sim. O que não gosto mesmo é de suas posições políticas. Os temas que ele aborda nelas podem ser assimilados pela beleza de suas melodias. Mas, depois de um incursão no meio artístico como escritor, foi mostrado que sua genialidade na música não fazia jus à sua mediocridade com escritor.

Certa feita, no Blog do Roberto Almeida, que agora fica bradando estatísticas de acessos (e isto quem faz está em queda), vi que o Chico Buarque viria para um festival em Garanhuns. Naquela época eu comentava ainda em seu blog e fiz uma crítica tremenda sobre a escolha. As esquerdas “tavares correia” de Garanhuns fizeram pior comigo do que as esquerdas “palestra do Lula” fizeram com o Lobão. Mas, parece que graças a Deus e a mim, o Chico não veio. Menos mal.

Vide Cuba. Como alguém ainda pode elogiar a mais longa e assassina ditadura do continente, que espalhou apenas miséria, sangue e escravidão pela ilha caribenha? Lobão, sem medo de ofender os intelectuais influentes, coloca os pingos nos is e chama Che Guevara pelos nomes adequados: facínora, racista, homofóbico e psicopata. Quem pode negar? Ninguém. Por isso preferem desqualificar quem diz a verdade.

Quando toco no tema de Cuba, que traz Che Guevara de contra peso, eu fico triste porque vou discordar do Guerrilheiro das Sete Colinas, o Altamir Pinheiro, que quer salvar a reputação do Porco Fedorento, o Che, retirando a ligação dele com a ditadura cubana. Não há mais como fazer isto. Eu gostaria de encontrá-lo pessoalmente para pedir-lhe que retirasse a boina para ver o que aconteceria quanto a estas suas ideias. Penso que o problema está nela, ou pelo menos na estrela.

E o inusitado disto é que eu também brigo com o meu conterrâneo Marlos Duarte, pelo seu amor a Cuba e ao Fidel. Eu até penso, que depois de certo tempo, quando a luta pela sobrevivência endurece os corações, até mudar de ideias, mesmo com todas evidências se torna difícil. Mas, na época de hoje, dizer que Cuba ainda é um país que nos possa ensinar alguma coisa é um anacronismo cavalar.

Lobão, que já foi cabo eleitoral do PT, não esconde seu passado negro, não opta pelo silêncio constrangedor após o mensalão e tantos outros escândalos. Prefere assumir sua imbecilidade, como ele mesmo diz, e mudar. A fraude que é o PT, outrora visto como bastião da ética por muitos ingênuos, já ficou evidente demais para ser ignorada ou negada. Compare essa postura com a cumplicidade dos intelectuais e artistas, cuja indignação sempre foi bastante seletiva.

Neste ponto eu nunca fui imbecil. Nunca morri de amores pelo PT e desde sua criação, quando ainda não pensava nem em entrar para política, eu nunca fui muito chegada ao Lula e aos seus companheiros. Achava-o, como ainda o acho um apedeuta convicto, daqueles que, se subissem poderia prejudicar muito a juventude brasileira. E não deu outra. Quantas crianças deixaram de estudar, porque isto não é necessário para ser presidente? Eu já vi muitas. E hoje, mesmo que se estude, só chegando ao curso médio está bem. Lula, não chegou nem lá e virou Deus. E o pior de tudo é que ele, o apedeuta, se orgulha de sua preguiça para estudar, a não ser quando está inaugurando uma nova universidade, que normalmente, não tem recursos humanos para funcionar.

Outra área sensível ao autor é a Lei Rouanet, totalmente deturpada. Se a intenção era ajudar gente no começo da carreira, hoje ela se transformou em bolsa artista para músicos já famosos e estabelecidos, muitos engajados na política. Lobão relata que recusou um projeto aprovado para uma turnê sua, pois ele já é conhecido e não precisava da ajuda do governo. Compare isso aos ícones da MPB que recebem polpudas verbas estatais, ou que colocam parentes em ministérios, em uma nefasta simbiose prejudicial à independência artística.

Sem comentários sobre esta Lei Rouanet. Virou cabide de emprego de artista ruim.

O nacionalismo, o ufanismo boboca, que une gente da direita e da esquerda no Brasil, também é duramente condenado pelo escritor. Quem pode esquecer a patética passeata contra a guitarra elétrica que os dinossauros da MPB realizaram no passado? Complexo de vira-latas, que baba de inveja do império estadunidense. Dessa patologia antiamericana, tão comum na classe artística nacional, Lobão não sofre. O rock, tal como o conhecimento, é universal. Multiculturalismo é coisa de segregacionista arrogante.

Eu sempre adorei Michel Jackson, mesmo que ele quisesse se tornar branco. Nesta área ele virou um símbolo daquele país maluco que são os Estados Unidos. O nosso complexo de vira-latas, nos levou a nos afastar dos sistemas democráticos de governo, porque os americanos eram seu maior exemplo. E foram surgindo os ditadores latino americanos, cujo exemplo mais recente é o Hugo Chávez. No fundo, no fundo o principal sintoma do complexo do cachorrão é a inveja. Todo mundo quer ser comportar como americanos, mas, antes tem que falar mal dele. A China está aí, que não me deixa mentir. E quem duvida que os cassinos de Cuba, de antes da revolução, abrirão brevemente por lá, para eles não morrerem de fome com na Coreia do Norte? E tem partido no Brasil, da linha coreana. Pode?

No país do carnaval, futebol e novelas, onde reina a paralisia cerebral, a mesmice, o conformismo com a mediocridade, a voz rebelde de Lobão é uma rajada de ar fresco que respiramos na asfixia do politicamente correto, sob a patrulha de esquerdistas que idolatram Chico Buarque e companhia não só pela música.

Eu não seria tão cruel ao ponto de desejar que o Brasil perdesse a Copa do Mundo, porque a copa no Brasil foi uma ideia do Lula, e surgida numa época na qual ele precisava de apoio eleitoral. Mas, vendo o Brasil jogar nos últimos jogos, a empáfia do Felipão em convocar jogadores totalmente descomprometidos com nossa seleção (vivem torrando o dinheiro que sobra dos seus gordos salários no exterior), eu cada dia tenho mais saudade do João Saldanha de 1970. Deus queira que eu minta, mas, não tenho segurança nenhum na Copa de 2014 e nessas das confederações está tudo dominado.

Em um país de sonâmbulos, anestesiados com uma prosperidade ilusória e insustentável; em um país repleto de gente em busca de esmolas e privilégios estatais; em um país sem oposição, onde até mesmo Guilherme Afif Domingos, que já foi ícone da alternativa liberal, rendeu-se aos encantos do poder; o protesto de Lobão é mais do que bem-vindo: ele é necessário. Precisamos de mais Lobão, e menos Chico Buarque.

Já dissemos tudos.