Semana passada, última vez que fui à lan house, eu vi uma notícia
que excita a maior parte do meu ser em particular, e do ser humano em geral: a
imaginação. Li que, mal chegou na cadeia o Zé Dirceu já quer mandar nos outros,
como o fez em toda sua vida política. Dizem que ele foi o escritor do bilhete
que dizia serem eles, os mensaleiros, presos políticos em vez de políticos
presos e que o STF teria agido como um tribunal de exceção. Aliás, eu nunca vi
algo tão mal escrito. Penso até que foi o Genoíno numa de suas crises de
hipertensão. É simplesmente desrespeitoso com as instituições democráticas.
Então, minha imaginação começou a funcionar e colocar em meu
cérebro uma reunião de bandidos tipo Fernandinho Beira-Mar, Marcola, Zé Dirceu,
Delúbio, Genoíno e outros menos conhecidos. Com os aparatos tecnológicos à
disposição da bandidagem pode-se até imaginar uma vídeo conferência entre eles.
Zé Dirceu – Alô companheiros.
Estamos chegando para melhorar a qualidade de vida desta gente deste
estabelecimento prisional. Conto com vocês para melhorarmos a qualidade de vida
dos detentos pobres, que são 99,999999% do total, com o qual contamos com o
apoio e o voto deles.
Marcola – Qualé, meu
irmão!? Tá me estranhando? Nem bem tudo chega e já está querendo movimentar o
pedaço? Aqui, amigão, antiguidade é posto, depois do dinheiro, é claro.
Zé Dirceu – Calma companheiro
Marcola. É porque o político aqui sou eu. Você é traficante.
Marcola – Peraí meu
irmão. Aqui somos todos iguais perante o crime. Se tu tás trancafiado aqui é
porque boa tu não fizesse. Aqui tu é criminoso igual a nós. E se tu é político
mesmo porque perdeu, meu irmão?
Zé Dirceu –
Marcolinha, você sabe que em nossa atividade não podemos dizer tudo pois sempre
tem alguém acima de nós. Desta vez deram para trás, mas o que vou fazer. Temos
que nos unir, companheiros.
Fernandinho Beira-Mar –
Nesta eu tou com o Marcola. Vocês são novos aqui. E temos o controle da
situação. (Alô, atendendo o telefone: Oi Jefferson, estamos te esperando)
Zé Dirceu – Tá certo
Fernandinho. E o que devemos fazer? Jogar dama, dominó ou truco? Temos que
movimentar a massa, e não só aqui de dentro, mas de fora também. Ontem recebi
um telefonema de Pizzolato da Itália. Aquilo sim é que foi inteligente, se
safou. Querem trocar ele pelo Battiste, mas os italianos não querem. Eu ainda
pensei ir para Cuba, mas o comandante não aceitou e não me dou tão bem com o
Raul. Agora que eles querem ser capitalistas, diz que eu lá só atrapalharia,
porque iriam dizer que rico é socialista. Eu não posso reclamar.
Delúbio – Posso contar
uma piada?
Zé Dirceu – Não Delúbio
aquela coisa de que o mensalão era uma piada de salão o Quincas matou. Então
fica quieto fazendo aí nosso Caixa 2.
Genoino – Eu concordo
com o companheiro Dirceu. Mas, estou doente e não posso comandar nada, e nem
correr, com o fiz na Guerrilha do Araguaia.
Marcola – Um jeito bom
seria fazermos uma eleição em nível nacional para verificar quem fica no comando.
Eu já tenho cabos eleitorais em todos os presídios e já digo que sou candidato.
Quanto a vocês, se virem!
Zé Dirceu – E eu sou
candidato também e acho justa a proposta de eleição. Delúbio, com que dinheiro
poderíamos fornecer bolsa família às famílias dos presos? Duvido que alguém ganhe de mim, se disserem
que eu sou a pai dos pobres detentos.
Delúbio – Agora posso
contar uma piada?
Todos – Não!
Fernandinho Beira-Mar –
Mas temos que esperar que o Jefferson chegue. Na certa ele vai querer ser
candidato também, e o homem é bom de papo. E ainda ficou com 4 milhões que não
disse para onde foi. Se ele quiser negociar talvez até eu vote nele.
Zé Dirceu – Está bem
assim, mas, vou fazer campanha antecipada, igual ao Lula está fazendo para
Dilma. Só tem que pagar 5000 reais, e eu já estou preso mesmo!
Delúbio – Pelo amor de
Deus, deixa eu contar uma piada.
Marcola – Tá bem,
Delúbio, conta a piada!
Delúbio – O Lula não
sabia de nada!
Todos – KKKKKKKK kkkkkkkkk
KKKKKKKKK kkkkkkkkkkk ....
É realmente de morrer de rir, a piada de salão do Delúbio,
mas minha imaginação cansou e não sei o que invente mais para comprar, e, indo
a cidade, possa publicar meus textos. Não prometo regularidade mas estarei
sempre aqui, para meus fiéis leitores.