Publicado no Estadão desta quinta-feira (*)
O governo petista resolveu socorrer o regime chavista da
Venezuela, que faz água por todos os lados. E, claro, essa generosidade correrá
por conta do contribuinte brasileiro.
Sob ameaça de sofrer um duro revés nas eleições municipais
de 8 de dezembro, vistas como uma espécie de referendo de seu desastroso
governo, o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, pediu ajuda ao Brasil para
contornar a crise de desabastecimento no país, o mais sério dos inúmeros
problemas de sua administração.
A intenção de Maduro é garantir o fornecimento de alimentos
e outros produtos do varejo até a eleição. Como tudo o que tem pautado o tal
“socialismo do século 21″, esta será mais uma medida paliativa e desesperada,
lançada apenas para mitigar por um breve período os efeitos permanentemente
deletérios da insanidade econômica chavista.
O modelo estatista feroz, com preços controlados e
hostilidade à produção privada, esvaziou as prateleiras dos supermercados
venezuelanos. As imensas filas para comprar os mais diversos produtos de
primeira necessidade – o papel higiênico é o símbolo desse calvário –
tornaram-se a marca do governo Maduro.
Em vez de admitir os erros de sua administração e procurar resolvê-los
de modo racional, o presidente venezuelano optou pelo caminho típico do
chavismo: atribuiu a escassez à “sabotagem” de capitalistas e disse que agora
trava uma “guerra econômica” contra esses “agentes do imperialismo”. A “guerra”
inclui impedir que a imprensa noticie o desabastecimento, porque, segundo sua
versão tresloucada, é isso que leva pânico à população e gera corrida aos
supermercados.
É em nome desse combate imaginário que Maduro pediu ao
Congresso “poderes especiais” para governar – poderes cujo escopo, obviamente,
deverá ir muito além da emergência econômica.
Para o governo petista, porém, Maduro e sua equipe sabem o
que estão fazendo. “Eles têm consciência dos problemas em curto, médio e longo
prazos no país e estão muito preocupados em enfrentar, de forma clara e
estratégica, as dificuldades históricas da economia venezuelana”, disse ao
jornal Valor o assessor especial da Presidência, Marco Aurélio Garcia.
Ao considerar que a crise da Venezuela faz parte de
“dificuldades históricas”, Garcia quer fazer crer que a situação atual resulta
de problemas antigos, estruturais, e não das evidentes lambanças chavistas. É
provável que Garcia considere também que a importação emergencial de alimentos
seja parte, conforme suas palavras, de um planejamento “claro e estratégico”
para enfrentar a crise.
Esse “planejamento” conta com a bondade brasileira. Como
faltam dólares na Venezuela para realizar a importação, graças ao controle do
câmbio, o Brasil pretende usar o Programa de Financiamento às Exportações
(Proex), do Banco do Brasil, num acordo com o Banco de Venezuela. Segundo essa
solução, ainda a ser detalhada, o Banco de Venezuela receberia o dinheiro do
financiamento e quitaria a importação diretamente aos fornecedores brasileiros,
sem ter de passar pela Cadivi, o órgão venezuelano que regula o câmbio. O Banco
de Venezuela pagaria o financiamento ao Banco do Brasil em suaves prestações.
Com tal garantia, a expectativa do governo é de que os
empresários brasileiros superem a crescente desconfiança em relação à Venezuela
– convidadas a incrementar as exportações àquele país nos últimos anos,
seguindo a orientação da agenda Sul-Sul do governo petista, muitas empresas
nacionais enfrentam agora grandes atrasos no pagamento. Como resultado, as
exportações para a Venezuela no primeiro semestre do ano foram quase 16%
inferiores às do mesmo período de 2012.
Em outras palavras, se as negociações prosperarem, o risco
de calote dos importadores venezuelanos seria assumido pelo Banco do Brasil –
em nome do compromisso ideológico do governo petista com o chavismo, com cujas
agruras o contribuinte brasileiro não tem rigorosamente nada a ver.
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(*) Eu copiei e colei o texto acima do Blog do Augusto Nunes
em 07.11.2013. Eu, no lugar onde estou jamais poderia ler o editorial do
Estadão. Estou reproduzindo-o aqui porque acabei de publicar uma série
postagens sobre os malefícios do socialismo real em geral, e em particular o
chamado pelo homem que virou passarinho, o Chávez, de “socialismo bolivariano”.
E, se vocês leram bem a matéria, somos nós, pobres brasileiros, que vamos tirar
do caos aquilo que está se passando naquele país.
Pobre do povo venezuelano que vai ter que aguentar mais um
tempo um presidente que fala com um passarinho e diz que é Chávez, e que
antecipa o Natal para dar mais felicidade a seu povo. Ele chegou mesmo a criar
um Ministério da Felicidade. Embora ele tenha chegado um pouco cedo, pois pelo
que vi o Lula falar do Bolsa Família ontem nas propagandas petistas, este
ministério já chegou aqui faz tempo. O alarde sobre o programas sociais, que só
funcionam nas propagandas, é apenas um arremedo do que se fez na Venuzuela com
o homem passarinho.
E, se este governo do PT for reeleito não esperem muita
coisa diferente nos próximos quatro anos. Como diria o Zezinho, nós ainda nos
tornaremos uma imensa Venezuela. Eu apenas digo cuidado com o socialismo
bolivariano. É o mesmo, piorado.(LP)
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