Por Mary Zaidan (*)
O deputado José Genoíno (SP) ainda presidia o PT quando
lançou a pérola – “uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa” – para
tentar explicar as inexplicáveis tramoias do mensalão.
Anos mais tarde o STF condenou petistas ilustres, incluindo
o próprio Genoíno, demonstrando que, ao contrário do que o parlamentar dizia,
aquela coisa era a mesma coisa. Ou coisa pior. Ainda assim, a frase continua
fazendo sucesso.
Na sexta-feira, foi usada pelo ministro Alexandre Padilha
para reduzir o impacto da reprovação de estrangeiros do Mais Médicos no
Revalida. "Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa”, repetiu.
E oficializou o médico de segunda classe, que, como a jabuticaba
e a tomada elétrica da ABNT, só existe no Brasil. “Os médicos do Mais Médicos
estão aqui para cuidar da atenção básica; o Revalida é para quem quer operar,
quem quer fazer procedimentos de alta complexidade".
No mesmo dia, questionada sobre o imbróglio da disputa
estadual na Bahia, onde o aliado Geddel Lima (PMDB) tende a se unir aos
tucanos, a presidente Dilma Rousseff lançou mão de uma variante do dito,
aplicando sobre ele a sua linguagem, raciocínio e lógica ímpares: "O que
vale é a política nacional e a política de alianças nacional. Se houver
problemas que podem interferir na aliança nacional, ele vai ser tratado como
uma questão nacional. O que é regional tem de ser resolvido
regionalmente".
Diante da impossibilidade de a disputa regional ser uma
coisa e a nacional outra, a fala da presidente é uma farsa tão grotesca quanto
à que Genoíno quis fazer o País crer.
Ao contrário. Dilma e o PT estão diante de um jogo intrincadíssimo
na composição de palanques regionais. Só com o PMDB, principal aliado, o embate
se espraia por 11 estados onde estão nada menos do que 68% do eleitorado do
País (O Globo).
O tudo por Dilma não é consenso nem dentro do PT, que teme
reduzir de tamanho, ter poucos candidatos próprios aos governos estaduais,
perder senadores e deputados federais em nome da manutenção da aliança e de uma
presidente que não o anima.
A presença mais ativa de Lula, com agenda e palanques
independentes, é uma bênção para essa turma que quer manter o poder e os
cargos, mas torce o nariz para a quantidade de concessões que lhe é exigida,
para o estilo ou a ausência de estilo da candidata. Para eles, uma coisa é
pedir votos ao lado de Dilma, outra coisa é subir ao palanque com Lula.
Mas o que temem mesmo é a quebra do maniqueísmo que sempre
alimentaram. Sabem que uma coisa era o “nós x eles”; outra coisa será o “todos
x nós”.
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(*) Publicado no Blog do Noblat em 03.11.2012. Só neste
domingo consegui ir a uma lan house e ler alguns blogs, ao ponto de transcrever
este texto da Mary Zaydan. Vou ser curta e grossa nos comentários porque tenho
pouco tempo. É uma fortuna uma hora de internet. No caso só uso o dito dito
pela Mary está na boca dos políticos: “Uma
coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa”. Amanhã já está programado o
resto da historio do socialismo real e depois seja o que Deus quiser.
A frase acima, ela diz que foi dita pelo Alexandre Padilha,
sim, aquele mesmo que quer ser governador de São Paulo mostrando que o programa
Mais Médicos será a redenção da saúde do Brasil com a introdução dos médicos
cubanos, que vem aqui para se alimentarem e dar a “atenção básica” a nossa população pobre. Ele poderia dizer que um
programa sério é uma coisa e um programa que tenta tratar nossos pobres com
médicos incompletos é outra coisa.
Cada vez mais que leio e ouço notícias sobre este programa
eu me convenço que ele é Bolsa Família renovado e que veio para manter o PT no
poder por mais algum tempo. Graças a Deus eu já soube que a classe médica
brasileira está reagindo, como deveria ter reagido sempre e não vaiando cubanos
em aeroportos, e vem alertando a população para os perigos que ela corre ao
acreditar que alguém porque veste um jaleco branco é médico de verdade.
E aqui cabe o dito: “Uma
coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa”. Cuidado com a outra coisa
(LP).
P.S.: O que está ocorrendo com o Mural da AGD. Parada geral.
Zé Carlos, por que parou? Parou por que?
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