quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Os ratos do PT e o filósofo




Em minha nova fase de anti-prolixidade já começo a dar sinais de cansaço. Mas, vou perseverar, tentando convencer a mim mesma de que, quando cito os outros eu não sou prolixa. Meu problema foi ter colocado o Blog do Hadriel entre os meus favoritos (aqui), porque o professor já está me instigando mais a escrever do que o Blog do Roberto Almeida, que anda muito “dourado” para o meu gosto.

E aí eu não posso escapar. Ele posta logo o programa do PSDB de ontem, e como eu gosto mais de bicho do bico grande do que de bicho corrupto, eu já havia pensado em escrever sobre ele. Daquele bando de ratos que passearam muito tempo atrás nas telas de minha TV, escaparam muitos, inclusive um que hoje está doente e que eu estou rezando todo dia para sua recuperação, para que ele seja pego na ratoeira armada há mais de anos pelo povo brasileiro.

E por falar em ratos, o jornalista, professor e filósofo Olavo de Carvalho, citado pelo o Hadriel, nos remete com muita competência à necessidade de mantermos nossa ratoeira de prontidão ainda por muito tempo. Do texto, a frase que o epigrafa é bastante sugestiva: “Em todo o território nacional, só três coisas funcionam: a coleta de impostos, o narcotráfico e o agronegócio, que tapa o rombo aberto pelos outros dois e é, por isso mesmo, o mais odiado, o mais xingado dos três.” Nesta minha nova fase de não prolixidade apenas digo que, ele está certíssimo sem muita ênfase no agronegócio, que certas vezes exagera no desmatamento, principalmente, para os lados de onde mora o professor Hadriel. Quanto ao mais leiam e tirem suas próprias conclusões.

O Foro de São Paulo, aquela entidadezinha que segundo os eminentes bambambãs do jornalismo brasileiro não tinha importância nem força nenhuma, aquela organização fantasmal na qual só os paranóicos enxergavam alguma periculosidade, domina agora metade da América Latina e não dá o menor sinal de cansaço na sua marcha para a conquista do continente inteiro.

No Brasil, os partidos de direita agonizam. Seus líderes se afobam e se atropelam na pressa obscena de mostrar subserviência ao vencedor. O homem que entre sorrisos de autossatisfação elevou a dívida nacional à casa dos trilhões, desgraçando as gerações futuras para ganhar os votos da presente, continua sendo aplaudido como o salvador da nossa economia e prepara seu reingresso triunfal no Palácio do Planalto. Denunciado à Justiça como corrupto e corruptor, ri e aposta, como um ladrãozinho qualquer, na lentidão dos tribunais, que não o pegarão em vida.

Os bandos criminosos, treinados e armados pelas Farc – por sua vez amparadas pela benevolência oficial -, matam 40 mil brasileiros por ano e, pela força desse exemplo, mantêm inerme e cabisbaixa uma população à qual o governo sonega tanto a proteção policial quanto os meios de autodefesa. Nas escolas, as crianças aprendem a cultuar a sodomia e a desprezar a gramática, só fazendo jus aos últimos lugares nos testes internacionais pela razão singela de que não há um lugar abaixo do último.

As indústrias chamam técnicos do exterior, porque das universidades brasileiras não vem ninguém alfabetizado. Em todo o território nacional, só três coisas funcionam: a coleta de impostos, o narcotráfico e o agronegócio, que tapa o rombo aberto pelos outros dois e é, por isso mesmo, o mais odiado, o mais xingado dos três.

Os juízes usam a Constituição como papel higiênico e a única ordem jurídica que resta é a prepotência dos grupos de pressão subsidiados por fundações estrangeiras. As Forças Armadas se aviltam, respondendo a cusparadas com muxoxos e rastejando ante os que as desprezam.
A alta cultura desapareceu, há trinta anos não surge um escritor digno desse nome; as poucas mentes criadoras que restam fogem para o exterior ou definham no isolamento, o simulacro de pesquisa científica com que as universidades sugam bilhões de reais do contribuinte nada produz que valha a pena ler.

Uma ortografia de loucos acabou se impondo como lei, assinada, e não por acaso, por um presidente analfabeto. Um palhaço iletrado que se elegeu por gozação é nomeado, na Câmara, para a Comissão de Cultura, um cargo para o qual, com toda a evidência, não se requer cultura nenhuma.

Nas discussões públicas, as mentes iluminadas de comentaristas e acadêmicos se dispersam em mil e um detalhes fúteis, ostentando falsa esperteza sem jamais atinar com a forma geral do processo histórico que toda semana as desmente e as ridiculariza. E quanto mais erram, mais inteligentes parecem a um público que elas próprias emburreceram precisamente para isso.

Em suma, está tudo exatamente como há décadas venho anunciando que ia estar, e só me resta o consolo amargo de ter tido razão onde o erro teria sido mil vezes preferível. O povo mostrou-se incapaz de controlar seus governantes, os governantes incapazes de controlar seus mais baixos instintos, a elite nominalmente pensante incapaz até mesmo de acompanhar o que está acontecendo, quanto mais de prever o que vai acontecer em seguida.

O Brasil está dando um espetáculo de inconsciência, de insensibilidade, de sonsice irresponsável como jamais se viu no mundo. É um país que vive de mentiras autolisonjeiras enquanto naufraga em caos, sangue, dívidas e abominações de toda sorte.”

"Ripa" na prefeita e a rua 7 de Setembro


Rua 7 de Setembro (Blog do Poeta)


Hoje, estou eu em meu laptop, já tendo me livrado do Júlio (meu neto), enviado em estado de birra para a escola, e com o César (outro neto) montado no caminhão de leite, a mamar feito um bezerrinho, minha filha volta-se para mim e diz: “Mamãe, ontem estive vendo seu blog. A senhora ainda continua muito prolixa!”.

Eu fiquei olhando-a assim, com aquele olhar decepcionado de quem está fazendo um tratamento rigoroso contra a prolixidade literária, usando o Twitter, e pensei com meus botões?: “É mesmo. Preciso me adequar ao estilo blogueiro, ainda mais. Não estou mais no Blog da CIT onde escrevia tratados e tratados para defender a Mamãe Juju como no episódio da renúncia Porcina, por exemplo.”

Sei que ando prometendo demais neste blog, como ontem já o fiz dizendo que iria escrever sobre nosso grande escritor Jorge Amado e suas opções políticas da juventude. Mas, agora prometo escrever menos. Farei como o Poeta, que escreve postagens de 5 linhas no máxima e ainda as esconde sob um link que diz: “Continue lendo...”. A vantagem disto é quando ele coloca uma postagem apelativa, eu nem vou por lá.

E é começando esta nova fase, sem deixar a antiga, pois a crise de abstinência das tecladas é um caso muito sério. Dizem que o nosso querido Diretor Presidente, mesmo não escrevendo mais para os blogs que, com tanto amor, manteve por tanto tempo, agora tecla apenas escrevendo suas memórias, onde ele afirma que já sabia que Lampião era gay, e contará o porquê. E como  disse, começando esta fase, já comento uma postagem de 5 linhas do Poeta, de preferência não usando mais do que 5 linhas.

Ele disse em seu Blog ontem que a rua 7 de Setembro já está transitável. O bicho da prolixidade já está me fazendo coçar toda. Basta eu tentar responder à pergunta: “Por que só depois de 3 anos a Mamãe Juju, agora vai cuidar disto?” Já sei, o que o Poeta responderia, mas não o faz porque em Blog da Diana, os partidos são iguais, que  foi mais uma ação do supersecretário. Aí eu rebateria: “Já temos um novo prefeito?”

Mas, ainda não é isto que me chamou atenção na postagem poeteira, e sim sua observação final que diz: “Uma coisa que nos chamou [atenção?], nenhum comerciante que antes reclamava, descia a "ripa" na prefeitura, chegou a agradecer a prefeitura por resolver o problema, ou nesta terra dizer obrigado é coisa do outro mundo?” Vejam bem senhores, o raciocínio político do Poeta, toda vez que um prefeito cumprir sua obrigação, aqueles que são por esta ação beneficiados, deveriam ir, de preferência “em procissão”, agradecer pelo sua bondade. Menos Poeta, menos! Ainda tem muita “ripa” para descer na prefeita, e no próximo ano, a “ripa” vai ser nas urnas.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

O Machado de Assis, um agente da censura




Hoje eu fui lá no Facebook onde aproveito para fazer alguma propaganda do meu blog que anda, graças a Deus, conquistando corações e mentes dos bom-conselhenses de fora e de dentro, e  mesmo de outros do nosso querido agreste meridional e até mesmo do Estado.

Lá, já havia encontrado uma postagem do meu conterrâneo Marlos Duarte, que como sempre é uma propaganda do regime cubano. Encontrei até um imbecil lá (e o trato assim porque ele o fez primeiro), um tal de Clóvis Salgado, criticando os “reaças” que  são contra aquela coisa que existe lá, que ele chama de Socialismo Cubano, como se lá existisse alguma coisa de socialismo como defendido por algumas utopias que beneficiariam a humanidade.

Mas, não é sobre isto que quero escrever, e sim sobre o assunto a que nos remete o Marlos num link de um artigo que tenta mostrar o “imostrável” (pois já li outras versões sobre o  encontro da Fliporto em Olinda): Que o Fernando Morais (que como o próprio Marlos não diz que Socialismo é um bogagem porque não teriam mais o que  fazer), “arrasava” o Leandro Narloch (jornalista e autor de um livro sobre a História do Brasil que já li e comentei e abaixo comentarei o outro que, igual ao Fernando Morais, ainda não li mas vou ler, que versa sobre a história da America Latina).

Vejam que a ideia de arrasar o Narloch veio expresso no seguinte trecho do artigo citado pelo Marlos (tudo isto foi na última Fliporto):

Morais se juntou ao debate quando Narloch disse que “vários” cubanos desertaram durante os Jogos Pan-Americanos do Rio, em 2007. “Foram dois”, respondeu. Em outro momento, Narloch afirmou que as conquistas nas áreas econômica e de saúde não valeram a pena para Cuba, o que mereceu o deboche de Morais. “Essa fala me lembrou Nelson Rodrigues, que era um grande dramaturgo e um péssimo político, e que disse que preferia a liberdade ao pão. Pergunte a uma mãe que está enterrando o filho de cinco anos por desnutrição o que ela pensa disso”, disse Morais, que tinha acabado de citar dados da Unesco que mostram que Cuba tem o menor índice de mortalidade infantil entre os países concentrados do sul dos Estados Unidos à Patagônia.”

O cara diz algo assim e dizem que foi muito aplaudido. Chegamos realmente ao fundo poço. O Fernando Morais acha pouco dois atletas desertarem, diz que “dois” não é “vários”. E é aplaudido. Ou seja o deboche é aplaudido quando se trata de não ser contraditado pelas esquerdas brasileiras. É o fim. Breve escreverei algum coisa como o título de “Porque me orgulho de ser da direita”, mesmo que não saiba bem o que isto seja, mas serve apenas para não me associarem a esta esquerda corrupta e carcomida que está hoje no poder.

Eu prefiro outra frase do Nelson Rodrigues que diz: “Quem não é socialista com 20 anos não tem coração. Quem é com 40 não tem cérebro.” Pois só não tendo cérebro, principalmente, no mundo de hoje para acreditar no conto do IDH Cubano (veja um meu texto e o do Professor Hadriel aqui).

Meu Deus, é por isso que não posso evitar certa prolixidade. É muita besteira escrita e que tenho obrigação política de rebater. Porém tenho que ir ao ponto. E como promessa é dívida, embora, da última vez eu segui o esperto como se dissesse “devo não nego, pago quando puder” agora vou falar de um grande escritor brasileiro, seguindo o Leandro Nardoch, em seu livro (um dos mais vendidos do Brasil): “Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil”, que foi o Machado de Assis.

“Intelectuais famosos nem sempre são geniais. Cometem besteiras em troca de dinheiro, adotam ideologias da moda que se revelam loucura e escrevem coisas de que depois se arrependem. Erram principalmente quando jovens, o que é de esperar. Mas alguns insistem no erro até a velhice, sustentando toda a sua obra de equívocos fundamentais.” Assim começa um dos capítulos do livro de Nardoch, e poderíamos sair citando aqui desde Gilberto Freyre, passando pelo D. Hélder Câmara, e chegando em Lula, para exemplificar a frase do historiador, mesmo que, considerar o Lula um intelectual é forçar muito a barra e a até um mau conselho para as gerações de jovens que hoje já despertam para as besteiras que a esquerda está fazendo com este país.

Pasmem, senhores como eu fiquei pasma quando li pela primeira vez que o Machado de Assis, sem dúvida o maior escritor brasileiro teve o que hoje é talvez um cargo inexistente e odiado, que é o de agente de censura. “Machado foi censor do Conservatório Dramático, o órgão da corte do imperador dom Pedro II encarregado de julgar as peças que poderiam ser levadas ao público.

Neste cargo que foi tão importante em todas as ditaduras, já na república, no império, sua função básica era garantir que, quando a família imperial fosse a uma peça de teatro, não houvesse expressões que ferissem o decoro ou outros assuntos que pudessem não entrarem bem nos ouvidos reais. Tudo igual hoje em reuniões onde vai a presidenta ou até mesmo o Lula, só que não há mais o cargo como na época do Machado nem da ditadura militar, ficando a missão da censura com a militância petista, para não haver melindres.

A novidade machadiana é que ele achava que esta censura era pouca. Segundo o Narloch, numa crônica de 1860, ele, o Machado, defende que os censores deveriam ter o poder de ser “uma muralha de inteligências às irrupções intempestivas que o capricho quisesse fazer no mundo da arte, às bacanais indecentes e parvas que ofendessem a dignidade do tablado.”. Ele reclamava de sua falta de poder para tal, indo além em sua sanha censuratória com mais crueldade ainda já que defendia que os autores fossem submetidos aos julgamentos particulares do censor.

E aí podemos ver a quantas pode chegar a inteligência sem uma formação democrática de respeitos aos direitos de todos e das minorias principalmente, como hoje ainda ensaiamos aplicar no Brasil. O autor do livro chega a afirmar, em tom de blague que hoje em dia, com tanta peça ruim que existe, até que um censor como Machado de Assis não seria nada mal. Pelo resto do livro deduzimos que o tom é de blague, por parte do dele. Eu também, em tom de blague talvez colocasse o Machado para censurar algumas novelas de TV. Mas, pensemos bem, pois ainda tem muito gente, inclusive eu que gosta e iria xingar o mulato escritor, e de certa forma metido a besta.

Vejam que este mesmo pensamento do Machado de Assis hoje permeia a mente dos petistas com a vontade de criar algo para controlar a mídia. O líder da ideia stalinista é o chefe de quadrilha (segundo um procurador da república) Zé Dirceu. Talvez ele se inspire no pensamento machadiano, embora, pela leitura dos seus textos, tenho certeza, ele jamais será perdoado, levando em conta seus dotes literários. Mas, por sua riqueza obtida dando consultorias de araque a quem precisa de favores dos governantes de plantão, talvez sim.

Nesta mesma linha, você sabia que o Jorge Amado conseguiu ser fiel a dois senhores,  considerados os dois maiores tiranos do século XX: Adolf Hitler e Joseph Stalin? Devo não nego, pago quando puder.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

A poluição socialista




Todos sabem que fui filiada ao PV tempos atrás. Com a subida do partido ao poder eu apeei da carruagem verde. Não aguentava mais tanto embuste em nome do verde e de uma tal de sustentabilidade que pode ser de qualquer cor, menos verde, principalmente aqui em Pernambuco.

Ainda continuo militando por um desenvolvimento mais condizente com o meio ambiente, e sem os exageros de alguns que querem preservar o verde e matar de fome os “amarelos raquíticos do litoral”. O discurso radical verde musgo não é o mais adequado, nem para o Brasil e nem para o mundo, pois nele temos que viver, e desde que o homem vive, depreda o meio ambiente. Nós somos os pedradores da natureza desde que fomos expulsos do paraíso. E enquanto Jesus não volta a terra, no juízo final, para que sejamos julgados, temos que comer, pelo menos.

Mesmo assim, não podemos só pensar em comer, mas, em como devemos comer. E isto se aplica mais a nós, os que já depredamos o mundo o suficiente, para termos mais do que muitos que não tem o que comer, e isto se aplica também a países. E para comermos bem ou para termos um “comilança sustentável”, não podemos ser mais irresponsáveis com a natureza que nos resta.

Não podemos, com eu fazia em Bom Conselho em minha criancice deixar horas e horas uma bica correndo sem necessidade. Não podemos mais desmatar sem pensar em “rematar”. Não podemos gastar a natureza sem restaurá-la para que ela dure um pouquinho mais. Isto do ponto de vista pessoal. Do ponto de vista dos governos e das autoridades que lidam coletivamente conosco, só aumenta a responsabilidade.

Tudo que se faz hoje deve pesar os prós e os contras em relação ao meio ambiente, pois estamos num barco onde, se não fizermos isto, a tendência é naufragar. E dentro disto está uma coisa muito séria, e tão séria que não sei como o Lula foi entregar, no caso brasileiro, a questão, durante anos, a nossa atual presidenta, que é a questão da energia.

Eu não sou uma especialista no assunto, mas sei que a presidenta também não o é, da mesma forma como ainda não acredito que ela seja capaz de desempenhar a contento o cargo que hoje ocupa, mas, Deus queira que eu minta. Todavia, determinadas ações de governos, são flagrantemente voltadas para um desenvolvimento tipo meados do século passado, quando ainda se pensava que o petróleo era nosso e nunca teria fim.

Hoje já sabemos que ele tem fim e além disso pode ser algo totalmente pernicioso, e se continuarmos a usá-lo sem freios, talvez, acabemos o mundo antes dele se acabar. E isto já inclui a ilusão do pré-sal. Uma tal coisa, pela qual eu rezo agora diuturnamente para que o Lula fiquei curado para ver as besteiras que ele falou em relação a esta ilusão.

Mesmo antes de chegarmos ao pré-sal, já estamos diante de notícias de vazamentos, e o que é pior, da informação de que não tínhamos nenhuma plano para cuidarmos de nosso mar e de nossas praias caso eles aconteçam. Pois somos o único país do mundo que usa, ao invés de seguro e planejamento, Deus para nos proteger dos “malfeitos”, já que nossa faxineira-mor está dando sinais de que aposentou a vassoura.

Aqui em Pernambuco, no governo do Coronel Eduardo, a questão do meio-ambiente é tratada apenas com fins eleitoreiros, como prova até hoje nosso ex-colega de partido que hoje é secretário de uma pasta inoperante. E como desgraça pouca é bobagem, temos agora uma tal de refinaria interminável e a promessa de construção de uma termelétrica, que vai poluir mais nossos ares e mares do que tudo que se viu até hoje neste Estado poluído.

Cascavilhando os jornais encontrei um texto de um professor, o Heitor Scalambrini Costa, que tem como título: “O governo da poluição”. Não pensem que ele esteja  falando do governo americano. É do nosso governo socialista, do Coronel Eduardo, que quer desenvolver o capitalismo em Pernambuco, a base da poluição, talvez, para chegar a sua fase posterior, o comunismo, já que as classes trabalhadores locais, nem com a ajuda do conterrâneo Marlos Duarte, conseguiram alcançar. É a poluição socialista.

Eu transcrevo todo o artigo do professor in totum pois devido a alguns aspectos técnicos fica difícil resumir ou mesmo comentar. Fiquem então com a poluição socialista.

No mês de setembro houve o anúncio em Pernambuco da construção da maior termelétrica a óleo combustível do mundo, no município do Cabo de Santo Agostinho. Com uma potência instalada de 1.452 MW e um sistema de armazenamento para suprir à termelétrica, com capacidade para armazenar 200.000 toneladas de óleo combustível, foi prometido assim, produzir energia suficiente para atender as necessidades da cidade do Recife, caso necessário. A cada dia de funcionamento esta usina emitirá 24.000 toneladas de CO2 para o meio ambiente e quantidades expressivas de outros gases altamente prejudiciais à saúde humana. Além de ser perigosa, esta fonte energética é cara e aumentará a tarifa para todos os consumidores.

O anúncio de mais uma termelétrica não é fato isolado, pois está se construindo deliberadamente em Pernambuco um polo de produção de energia elétrica com termelétricas sujas, funcionando a base de combustíveis fósseis, concentradas em Suape (Termope com 520 MW a gás natural, Suape II de 380 MW e Suape III de 1.452 MWh, ambas com óleo combustível). Sem contar com a termelétrica a ser construída pela Petrobras que servirá a Refinaria Abreu e Lima.

A instalação da Refinaria da Petrobras para produzir 200.000 barris/dia de óleo diesel e a construção de estaleiros, também são atividades típicas de empreendimentos que poluem em todas as suas formas, porém a mão de obra necessária não é na sua grande maioria, oriunda da comunidade e de seu entorno.

Experiências passadas em outras partes do Brasil e do mundo mostraram como é perigosa para a saúde das pessoas a concentração de indústrias que utilizam combustíveis fósseis. Além de gases que contribuem para o efeito estufa produz óxidos à base de enxofre e de nitrogênio, que são lançados a atmosfera e assim se transformam em ácido sulfúrico e nitrosos, que se precipitam como chuva ácida. Elementos químicos pesados, cancerígenos são produzidos nestas termelétricas, que mesmo com sistemas de filtros ainda causam enormes danos e riscos aos habitantes próximos da usina.

Existem caminhos diferentes para o tão desejado e pretendido progresso, com a criação de empregos e geração de renda, beneficiando mais e mais famílias. Em Pernambuco, patrocinado pelo governo estadual acontece uma deliberada atração de instalações industriais de alto risco, que podem provocar acidentes graves, assim como agressões severas ao meio ambiente e produzir emissões poluentes extremamente venenosas para a saúde pública. O que se espera de qualquer governo municipal, estadual e federal é a preservação do meio ambiente e da saúde daqueles moradores próximos a estes empreendimentos de alto risco. Todavia, o que se verifica é uma irresponsabilidade com o futuro. O modelo de desenvolvimento adotado em Pernambuco tem conceitos e paradigmas do século passado, ultrapassados em relação à realidade e as exigências do século 21. O desenvolvimento tem que ser parceiro da preservação ambiental e trazer consequências positivas na geração de empregos e renda, saúde, habitação, saneamento, educação, lazer, cultura.
Não basta somente o discurso do desenvolvimento sustentável, é preciso agir como tal.

A poluição causa danos reais e mensuráveis à saúde humana. As autoridades precisam levar esses danos em conta. Não podem esquecer que existem empregos que causam mortes e devem ser evitados. Existem estudos atuais que possibilitam estimar monetariamente os danos ambientais infligidos por diversos setores da economia. Recente estudo conduzido por pesquisadores da Universidade de Yale e do Middlebury College mostram que há diversos setores que infligem danos ambientais maiores que a soma dos salários que pagam e dos lucros que realizam. Portanto, não criam valor econômico e sim, destroem. Também neste estudo verificou-se que indústrias do setor de energia são as que mais destroem valor. Poluir mais como propõe o governo de Pernambuco, não vai resolver as questões de emprego, só torna a população mais pobre e doente.”

sábado, 26 de novembro de 2011

Mentiras são mentiras, nada mais que mentiras...




Outro dia contei, parece que aqui mesmo, a origem do meu blog ou como entrei na carreira solo de blogueira. Tudo deveu-se a um mentira, aparentemente, bem urdida pelo Dr. Filhinho, com assessoria especializada do Sr. Ccsta, em que diziam que eu não existia. Que eu era apenas uma criação do Zé Carlos, elevando este último à condição, segundo a Maria Caliel (que saudade, por anda a Maria Caliel?) de Deus.

Houve, no entanto uma coisa boa vinda desta mentira: O Blog da Lucinha Peixoto, esta que lhes escreve no momento. Eles não sabem o bem que me fizeram com a sensação de liberdade que tenho hoje. Escrevo a hora que quero, sobre o que eu quero e ainda já sei programar as matérias, e durmo quando quero na cama que escolherei, por que aqui sou amiga do rei. E já aprendi uns mentirinhas de blogueiros ao programar as matérias de forma que os leitores nunca saibam a que horas estamos escrevendo de verdade. Mesmo com estas mentirinhas, quando acontecem em minha vida, corro para o meu confessor, que já me absolve de longe, e eu de longe também, prometo não pecar, pelo menos até a próxima confissão.

No entanto, se vocês pensam que sentei hoje aqui só para falar de mentiras, acertaram em cheio. Hoje o Brasil é um país de mentiras e diante das quais, as minhas e as do Dr. Filhinho são apenas pecados veniais. Vejam a grande mentira nacional: o governo da presidenta Dilma. Quem poderá dizer que, até agora, realmente existiu algo que pelo menos perto do que possamos chamar de governo? Quando ela pousou de governante foi para oferecer a ajuda do Brasil aos países desenvolvidos, pois aqui nossos problemas acabaram. Que mentira que lorota boa!

Neste final de semana, mesmo antes de sair a nova edição da Veja, o terror dos ministros, já outro órgão de imprensa descobriu outra falcatrua. O ministro das cidades o Mario Negromonte já é responsabilizado por tornar a Copa do Mundo mais cara, ao avalizar um parecer apócrifo do seu staff. Mais uma mentira no governo, além daquela que o Lupi a ama, o que é uma mentira, pois depois vi uma declaração de sua mulher falando bem dele. O bom jornalista Sandra Vaia resume a mentira da vez:

O truque foi relativamente simples: havia no ministério um processo para a construção de uma linha rápida de ônibus em Cuiabá, ao custo de 500 milhões de reais.

O governo de Mato Grosso alterou o projeto para a construção de um VLT ( Veículo Leve Sobre Trilhos) que custaria 1,2 bi , 700 milhões a mais do que o projeto original.

Um parecer de 16 páginas produzido pela assessoria técnica do próprio ministério foi contra a construção do VLT não só por causa do custo, mas também por causa dos prazos e da falta de estudos comparativos entre as duas modalidades de transporte.

Com autorização do chefe de gabinete do ministro das Cidades, Cassio Peixoto, e com o aval do próprio ministro, o parecer contrário da área técnica foi substituído por um parecer favorável, que foi inserido no processo com o mesmo número de páginas do parecer original e com o mesmo número de nota técnica: 123/2011.”

Se é verdade que mentira tem perna curta, esta não chegou nem a sair do lugar por falta de eficiência ao mentir. Faltou a expertise do apedeuta, que nesta área dava nó em pingo d’água, ao ponto de querer nos convencer, antes de ficar doente é óbvio, que o SUS era melhor do que o Sírio-Libanês. Pelo menos deveriam ter mudado o número da nota técnica no Ministério das Cidades.

Mas, como odeio mentir, tanto por convicção religiosa quanto por achar que, mesmo sendo um mal necessário certas vezes, no final sempre algo sai errado, é que resolvi me aprofundar nos aspectos antropológicos da mentira neste artigo. E uma mentira cabeluda é se eu dissesse que o que vem a seguir é de minha lavra. Não senhores, não é. Como eu adoraria que fosse, e pudesse escrever com tanta erudição, mesmo sobre um assunto tão pecaminoso quanto a mentira. O texto que segue é do Roberto DaMatta, e que foi publicado no O Globo de quarta-feira passada, com título de “Mentira & politicagem”.  

Seria mentira uma realidade da política brasileira? Sobretudo neste momento em que o governo de dona Dilma constitui uma Comissão da Verdade, mas um dos seus ministros – justamente o do Trabalho que é o apanágio do seu partido (o dos trabalhadores) – mente de modo claro, aberto, insofismável e – mais que isso – com uma verve e um nervo dignos de um astro de novela das 8?

Fiquei deveras assombrado por sua ousadia e desenvoltura de ator, quando – perante o Congresso – ele diz não conhecer o empresário com quem jantou, andou de avião e contemplou – com um olhar digno de um Anthony Hopkins – um pedaço de papel com o nome da questionada figura, numa simulação dramática que era a maior prova de que mentia descaradamente.

Ou seja, para o governo é mais fácil resgatar o passado fabricado pelo autoritarismo do regime militar – um momento no qual opiniões conflitantes eram proibidas e que engendrou oposições à sua altura e igualmente fechadas; passando por alto pela Lei da Anistia – do que demitir um ministro mentiroso. Continuamos a refazer o que não deveria ter sido feito, e a não fazer o que o bom senso exige que se faça.

* * * *

Viver em sociedade demanda mentir. Como exige comer, confiar e beber – mas dentro de certos limites. Os americanos distinguem as “white lies” (mentiras brancas ou brandas) – falsidades sem maiores consequências – das mentiras sujeitas a sanções penais e éticas.

Pois como todo mundo sabe, a América não mente. Ela está convencida – apesar de todas as bolhas e Bushes – de que até hoje segue o exemplo de George Washington, seu primeiro presidente; um menino obviamente neurótico que nunca mentiu. Na América há todo um sistema jurídico que dá prêmios à verdade muito embora, num lugar chamado Estados Unidos, minta-se à americana. Ou seja, com a certeza de que se diz a verdade, somente a verdade, nada mais do que a verdade. E que Deus me ajude! Foi o que fez, entre outros, Bill Clinton, quando negou ter tido sexo com a dragonarde Monica Lewinsky, porque o que eles fizeram no Salão Oval não estava na Bíblia.

* * * *

No Brasil não acreditamos ser possível existir sem mentir. Basta pensar no modo como fomos criados para entendermos a mentira como “boa educação” ou gentileza, pois como cumprir a norma de não discutir com os mais velhos sem enganar? Como não mentir quando a mulher amada chega do salão de beleza com o cabelo pintado de burro quando foge e pergunta: querido, o que é que você acha do meu novo penteado? Ou quando você confessa ao padre aquele pecado que você comete diariamente e dele se arrepende também cotidianamente, só para a ele voltar com uma volúpia apenas compreendida pelo velho e bom catolicismo romano? Como não mentir diante do seu professor, um Burro Doutor, que diz que sabe tudo, mas não conhece coisa nenhuma? Ou do amigo que escreve um livro de merda, mas acha que obrou coisa jamais lida? Ou para o netinho que questiona, intuindo Descartes: se existe presente, onde está Papai Noel?

Como não mentir se o governo mente todo o tempo, seja não realizando o que prometeu nas eleições, seja “blindando” os malfeitos inocentes dos seus aliados, seja dizendo que nada sabe ou tem a ver com o que ocorre debaixo dos seu nariz de Pinóquio?

* * * *

Numa sociedade que teve escravos, entende-se a malandragem de um Pedro Malasartes como um modo legítimo de burlar senhores cruéis. Mas não se pode viver democraticamente aceitando, como tem ocorrido no lulo-petismo, pessoas com o direito de mentir e roubar publicamente. Mentir para vender um tolete de merda como um passarinho raro ao coronelão que se pensa dono do mundo é coisa de “vingança social” à Pedro Malasartes.

No velho marxismo no qual eu fui formado, tratava-se de uma forma de “resistência” ao poder. Mas será que podemos chamar de “malfeitos” o terrorismo e o tráfico? Seria razoável aceitar a mentira como rotina da vida política nacional porque, afinal de contas, o “Estado (e a tal governabilidade com suas alianças) tem razões que a sociedade não conhece” ou, pior que isso, que o nosso partido tem planos que tanto o Estado quanto a sociedade podem ser dispensados de conhecer?

* * * *

No Brasil das éticas múltiplas (uma mentira e uma verdade para cada pessoa, situação, tempo e lugar), temos a cultura do segredo competindo ferozmente com a das inúmeras versões que, normalmente, só quem sabe a mais “verdadeira” é quem conhece alguém mais próximo do poder. Entre nós, a verdade tem gradações e lembranças. No antigo Brasil do “você sabe com quem está falando?”, dizia-se: aos amigos, tudo; aos inimigos, a lei! Hoje, nos vem à mente uma velha trova mineira: “Tu fingiste que me enganaste, eu fingi que te acreditei; foste tu que me enganaste ou fui eu quem te enganei?

Com a palavra, os eleitos e os nomeados.”

Eu adorei cada passo deste escrito, desde a citação das novelas passando pelo Pedro Malasartes, de quem ouvi história fabulosas contadas pela minha mãe, até a trova mineira, que mereceria ser dita por mim àqueles que acreditaram nas mentiras ditas sobre mim:

Tu fingiste que me enganaste,
Eu fingi que te acreditei;
Foste tu que me enganaste ou
Fui eu quem te enganei?

E curtam o fim de semana,  pois agora vou para o supermercado. Olha a mentirinha! Escrevi isto ontem. Não quero fingir que enganei vocês.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

O supersecretário: As pequenas grandes obras em Bom Conselho


Imagem do Blog do Dr. Filhinho (uma grande obra)


Ontem e hoje, por culpa exclusiva da AGD (só pode ser a Eliúde querendo me provocar), na coluna deles “Deu nos Blogs” vi que o Blog do Dr. Filhinho voltou a se mexer. Ontem até deixei um recado na Mural da AGD que falava a respeito. Hoje já volta com mais coisas do Dr. Filhinho.

Eu senti cheiro de coisa ruim no ar. Pois isto é mau por vários motivos. Primeiro, quando escrevo sobre o Blog do Dr. Filhinho, aumenta sua audiência, e ele já descobriu isto. Fingindo que não lê o meu Blog ele não pode respondê-lo. Esta mania ele pegou com o Sr. Ccsta, que agora se resume a comentarista do Blog do Roberto Almeida. Penso que nem o menino mimado publica mais o senil senhor. No entanto, eles já estão descobrindo que os únicos que não lêem meu Blog em Bom Conselho são eles dois. E ficam me respondendo, pensando que eu não estou sabendo que eles são meus principais leitores.

Em segundo lugar, o blog do Dr. Filinho se mexer é um mau sintoma, para falar a linguagem médica que ele ainda está aprendendo, porque mostra que ele está desobedecendo mainha e não está estudando para se formar como prometeu, pois depois de suas análises políticas, sua alternativa era de joelho no milho. E o pobre já está com os joelhos esfolados.

Em terceiro lugar, porque, quando ele escreve, fala sempre como se fosse um grande entendedor de política, e eu digo, se ele entender tanto de medicina quanto entende de política, pelo amor de Deus, não chegue nem perto de algum paciente de Bom Conselho.

Vejam meus senhores e minha senhoras, que ontem ele falou sobre pequenas ações que fazem a diferença, subestimando a obra do supersecretário, que ele chamou de Mané, sem nem ao menos pensar que estava com isto atingindo a mainha e o seu tio (desculpem-me se errar no parentesco, mas o secretário de infraestrutura anteriro era um Alapenha), pois em 3 anos de governo não fizeram nem estas pequenas  obras. Ainda mais faz uma crítica, no mínimo cruel, ao ex-secretário Washington Azevedo e aos outros que já saíram do governo, dizendo que o supersecretário “veio com gosto de gás”. Querendo dizer, talvez que os outros estavam com “outro gosto”. Eu pergunto com gosto de que? E, onde estava a mainha, nestes 3 anos, e que só agora conseguiu arranjar alguém que “bebe gás”? Vejam que, na competição dela com a Dilma para ver que ganha a competição de demissão de “ajudantes”, se o supersecretário estiver dando certo, ela deve telefonar para a presidenta para aconselhá-la a descobrir porque seus ministros vieram quase todos com gosto de outra “coisa na boca”.

Hoje, guiada pela AGD, fui lá outra vez no blog do menino. Aí ele cita o Blog do Poeta, sobre o qual ele acerta quando diz que é um blog suprapartidário, pois sempre deu uma no cravo e outra na ferradura, dependendo do som que cada batida produz (quanto mais alto for o dim-dim melhor), e que já está sendo conhecido (estas minhas fontes são cruéis) como o Blog da Diana Com Bolso, onde ele, o Poeta, mostra as ações do supersecretário.

Imaginem meus senhores e minhas senhoras que, depois de 3 anos com a cidade paralisada pelo trânsito, foi preciso chegar um supersecretário para, ao tentar andar pelas ruas, verificar que seria impossível chegar à Caixa D’água onde eu soube que ele tem uma fazenda. A pergunta que não pode calar é a seguinte, onde estava o titio secretário, este tempo todo? E a Mamãe Juju?

A resposta óbvia que o Dr. Filhinho, se não ficasse fingindo que não ler o meu blog poderia dar, era que ela estava muito mais preocupada em trabalhar para o povo em forma de festas, carnavais e são joões, em que dançaram todo este tempo. A verdade é que a cidade de Bom Conselho, segundo eu pude comprovar 2 anos atrás quando passei por lá, quando havia aquele discurso recente de posse da primeira prefeita, de mudança, etc. etc. eu até acreditei. Depois vi que quem estava certo naquela época, quando se alardeava mudanças, era um vereador que não me lembro o nome, ao dizer que o único sinal de mudança na cidade era um caminhão da Granero (firma de mudança).

E assim continuou até agora, com o agravante da renúncia Porcina e com a minha decepção por sermos de gêneros iguais (Hoje já li também o artigo da Socorro Godoy, na AGD, de quem acompanho mais de perto o trabalho pelas mulheres da terra, e quem sabe, até o fim do ano, se não for forçada a sair, conseguirá dar um documento de prefeita a Mamãe Juju, pois até agora ela não se registrou como tal).

Para terminar a história, hoje o Blog do Poeta anuncia revitalização das praças da cidade. Vejam bem meus senhores e minhas senhoras. Revitalização das praças. Ainda mais, vai permitir que os bom-conselhenses consigam andar por algumas ruas. E termina sua postagem dizendo: “Para quem duvidou, o secretário não está dando moleza não! É Tra-ba-lho amigo velho!” Eu não duvidei não Poeta! Estou apenas à espera do milagre: Ele recuperar Bom Conselho, depois de 3 anos de abandono. Se conseguir vai merecer ir para o trono. De preferência sem a Mamãe Juju e o Dr. Filhinho por perto.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

A magistratura e a nossa história. Do Brasil a Bom Conselho


Matriz de Bom Conselho


Eu, de vez em quando estou usando os textos do jornalista Ricardo Kotscho para ilustrar minhas postagens. Para quem me acompanha nesta briga blogueira não é novidade que há uma história de amor e ódio entre nós. Nos amamos quando o Kotscho escreve sobre qualquer assunto, que não se refira ao Lula. Quando ele escreve sobre o primeiro operário presidente, e o primeiro operário a se tratar no Sírio Libanês, longe do SUS, então nos odiamos. No texto abaixo, a relação é de amor, quando ele fala de um dos nossos poderes da república, o Judiciário.

Como vocês verão, nossa magistratura anda pisando na bola, e cada vez mais, tem pequena possibilidade de participar da Copa do Mundo em 2014, pelo menos com um time razoável. Isto o Kotscho, diz como ninguém, em seu artigo completo que pode ser lido aqui. Leiam estes pequenos trechos e eu voltarei depois, para falar de outros feitos da magistratura lá em Bom Conselho.

O Judiciário brasileiro vive um péssimo momento, e não é de hoje. A novidade é que agora os seus malfeitos, práticas pouco republicanas, corporativismo e defesa de privilégios estão sendo revelados à sociedade, da mesma forma como ocorre com os demais poderes e instituições.  Os meritíssimos precisam entender que não estão acima do bem e do mal.

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Aos poucos vamos conhecendo outras mazelas do Judiciário em espaços antes reservados a ministros e parlamentares. Na mesma edição do jornal, o competente colega Frederico Vasconcelos informa que "Peluzo protege identidade de juízes sob investigação".  Atendendo a pedido da Associação dos Magistrados Brasileiros, o presidente do STF, Cézar Peluso, mandou tirar do site do Conselho Nacional de Justiça as iniciais dos juízes que respondem a processos disciplinares em tribunais estaduais.

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O que impressiona é o número de magistrados investigados. Na semana passada, havia 1.353 processos em tribunais estaduais. A corregedoria nacional, presidida pela ministra Eliana Calmon, a primeira levantar os véus que protegiam o Judiciário, tem em seu cadastro 2.300 processos envolvendo magistrados.

......

Meus parabéns à ministra Eliana Calmon pela coragem de revelar o que outros querem esconder. A sociedade brasileira agradece.”

Pronto. Meus parabéns também à ministra Eliana Calmon, no presente, mas, voltemos ao nosso passado, lá em Bom Conselho, lá pela década de 1920. Antes que vocês pensem que estou ficando maluca, eu devo explicar qual o motivo de um salto tão grande no tempo.

Dias atrás recebi um e-mail do Zé Carlos onde ele, além de me enviar um link para uma publicação, tentava explicar que o livro era do Luis Clério, e ele havia ficado com ele por engano, ou algo parecido, e que não vem muito ao caso. O que vem ao caso é o livro que ontem comecei a ler.

O título do livro é: “Os acontecimentos de Bom Conselho em 1926” e o autor é Manoel Cândido. Apesar do autor, já na capa, colocar sua posição pessoal de “Ex-advogado da Prefeitura”, eu fui ler o livro, pensando que, mesmo um ex-advogado poderia ser imparcial no que escreve, do ponto de vista histórico. Embora penso que  é muito difícil, principalmente, porque o livro foi publicado em 1927,  com os acontecimentos que narra ainda quentes.

Seria, mais ou menos como o Saulo Bezerra, já na condição de ex-advogado da prefeitura de Mamãe Juju, escrever um livro sobre seu governo, no ano de 2013, quando, como já é dado como certo, ela não estará mais lá. Mas, nada é impossível, e minha cultura histórica da terra de Papacaça está circunscrita à minha vivência e ao livro da Celina Ferro. E agora mais este.

A narrativa começa  e se passa no ano de 1926, e em seu primeiro capítulo o Manoel Cândido, já se esparrama em elogios ao José Abílio, prefeito da cidade. A aventura política contada por ele começa pelo desentendimento entre o governador do Estado, José Bezerra e o prefeito, em assuntos relacionados com a candidatura do Marechal Dantas Barreto a deputado. O que mais me impressiona nos livros de história ou em livros que são documentos históricos é aquela sensação de sempre encontrar nomes de ruas, de academias ou de casas, como aquela em que eu quero trabalhar um dia em Bom Conselho: A Casa de Dantas Barreto. O tom do livro é mais ou menos, seguinte:

De um lado, o espirito de independência de caracter
do político sertanejo e do outro o governador, o condu-
tor de homens, arguto, intelligente, medianeiro, de tal
modo se houveram que, ao espirito do governador, o chefe
sertanejo deixou uma forte impressão de homem decidi-
do e político leal.”

O resumo da ópera política sertaneja, ou hoje agrestina, é como segue. Depois da sucessão de 1922, o José Abílio, segundo o autor, passou a ter destaque, e obedecia a orientação de Manoel Borba. Eis que senão quando, através do deputado Souto Filho, recebia um recado do Sérgio Loreto, pedindo para que o prefeito de Bom Conselho aceitasse um candidato a governador saído das confabulações do palácio do governo.

Começa a escaramuça quando o José Abílio escreve uma carta para Manoel Borba, de quem era fiel seguidor político, que diz o seguinte:

"Amº." Senador Borba

Recife.

A convite do D r. Souto Filho, tive com o mesmo
um entendimento, o qual teve por fim aceitar eu a
candidatura a governador d'aquelle que o actual governador
indicar.
Pedi praso para responder e amigo leal e decidido
de V. Ex., venho lhe pedir que dite ao seu amigo a
conducta que devo tomar. Quero saber corresponder
á confiança do meu partido na boa e na má fortuna.

Amº.  Certo

José Abílio."

Recebendo uma resposta do Manoel Borba, o José Abílio, imediatamente, o que naquela época, com os meios de comunicação existentes, deveria ser depois de um mês, mandou ao deputado Souto Filho a seguinte mensagem:

"Deputado Souto Filho

Recife.

"Em face da successão governamental, como homem
livre e consciente, não conheço incondiccionalismo.
Não tomo compromisso algum sobre as candidaturas
á successão do governo, porque quero usar o meu
dire to de apoiar o que julgar mais capaz de fazer o
progresso, a felicidade do Estado.
Estou certo de que Pernambuco inteiro saberá
usar do seu civismo e do seu espirito de liberdade
para escolher livremente quem seja digno de gover-
nal-o.
Entendem, assim, também os amigos e correligionários
que me honram com a sua confiança".

Aí começou a quizumba, onde entra a magistratura na pessoa do juiz Dr. Baptista de Almeida, que foi enviado, junto com o tenente José Miranda e numerosa força “para Bom Conselho a tomar contas e castigar o chefe rebellado.”

Esta expedição chegou a Bom Conselho no dia 1º de abril de 1926, uma quinta-feira santa. Segundo o autor,  pela madrugada, a cidade foi despertada com toques de clarins, causando verdadeira revolta na população a falta de respeito ao grande dia da semana santa. Mais até do que revolta atualmente, as bandas milongueiras e barulhentas financiadas pelo poder público, e que tiram o sono de muita gente.

No dia seguinte, as entradas da cidade foram tomadas pelas tropas, que ficaram prontas para a ação. Para vocês verem, Bom Conselho já foi mais emocionante em termos de lutas e escaramuças, às claras e sem emboscadas. O autor, nos oferece uma descrição das terras de Papacaça que vale a pena transcrever, em seu português, ainda não reformado:

Bom Conselho está edificada na confluência dos
riachos  Lava-pés com o rio Papacacinha, affluente
do Parahyba, que corre a despejar no São Francisco, em
Alagoas.
Tem trez bairros distinctos, ligados por pontilhões,
o que torna a cidade de agradável aspecto, sendo uma
das mais importantes do sertão.
Edificada  a igual distancia de Garanhuns e Que-
Brangulolo, pontos terminaes de estrada de ferro, collocada
entre a zona da matta, cultivando café, canna, mandioca,
milho, feijão e outros cereaes e variadas fructas,
e zona sertaneja, gosa de optimo clima e tem admiráveis
poentes devidos á approximacão das serras do Bulandy,
 São Pedro, Prata e Atravessada.

Diz ainda que a cidade tinha feiras concorridas e um comércio regular, sendo estas atividades totalmente afetadas pela chegada da expedição e a população, amedrontada, fugia, e os que ficavam eram castigados quando eram do lado do José Abílio. Este pedia calma à população e fez publicar um boletim no O Clarão, um jornal da época, e que era dirigido pelos Drs. Severino Leite, Baptista de Almeida e pelo Vigário Alfredo Dâmaso. O autor ainda relata que a impressão foi feita na “machina impressora” pertencente ao Sr. Otávio Miranda, amigo de Zé Abílio, e o boletim foi distribuído na cidade, município e a todas as autoridades do Governo, e quando isto foi feito o Sr. Otávio Miranda sofreu ameaças no sentido de parar com estas publicações.

Eu reproduzo a nota do José Abílio, da forma como se encontra no livro, e que mostra que, se verdadeira, a nossa magistratura desde aquela época, já fazia das suas:

"Ao povo de Bom Conselho !

Bom Conselho foi surprehendida
com a presença de numerosa força, quando ia em completa
paz.
Era preciso buscar uma determinante para tal razão
do Estado.
E sentiu-se a necessidade de garantir os magistrados
que aqui exercem e sempre exerceram a sua profissão
livremente.
Estava tudo combinado e a attitude que assumi, recusando-
me a acceitar o candidato a Governador, de fonte
oficial, sendo o verdadeiro motivo da remessa da
força, é encoberta pela falada necessidade de taes
garantias.
Os Srs. Juizes agiram sempre livremente nos bons
e máos actos.
Entretanto, quando numerosa força estaciona em
Minha terra para garantir os magistrados e lhes fica á
ordem, e que cidadãos honrados e rezidentes neste Muni-
cipio, onde são proprietários, são arrastados alta hora
da noite á cadeia, por se manifestarem solidários ao partido
a que me honro de pertencer.
Garantida a magistratura, quando pobres homens do
povo são esbofeteados em plena feira e levados aos pontapés
para a cadeia !...
Garantida a magistratura, quando juizes, delegado
e tropa, obrigam eleitores a assignar listas de solidariedade,
affirmando nada significarem as mesmas !.
No incidente de hontem em que me vi frente á frente
com o Snr. Dr. Juiz de Direito, que se fazia acompanhar
de soldados, felizmente o Snr. Tenente Delegado
interveio pacificamente.
Aos responsáveis por taes desmandos venho declarar,
de publico, que, na, defesa dos meus amigos e do
povo bom de minha terra, me encontrarão a todo momento
prudentemente sciente e consciente dos direitos
e deveres que me vêem do cargo que occupo e da confiança
do eleitorado livre que me constituiu seu representante
junto ao grande partido político a que me honro
de pertencer.

Bom Conselho, 10 de Abril de 1926.
José Abílio Albuquerque Ávila -- Prefeito".

Conta ainda o autor que, neste ínterim, o vigário, os juízes, o promotor, o delegado, ou seja toda a magistratura, se empenhavam no trabalho de arranjar assinaturas para um manifesto de adesão ao Governador, e a eles se juntavam o Tenente Miranda e o Sr. Josino Villella, citando documento passado em cartório do Sr., primeiro tabelião público, Lysimacho Florisbello Villa-Nova".

Antes de continuar, apesar de toda importância que pode ter o documento, minha cultura histórica foi abatida pela citação do Seu Lísimaco, a quem conheci na janela de sua casa lá na praça do coreto. Mas, não vão pensar que já era viva em 1926, o Seu Lísimaco é que já era bastante velho quando o conheci.

Voltando à historia, pelo que o autor conta, a coisa era feia mesma. A turma era levada ao fórum da época e obrigada a assinar o documento com soldado de lados e que diziam: “é bom assignar logo, é ordes do governador”.

Mas, não ficou só nisto a reação do governador ao prefeito de Bom Conselho, como narra o Manoel Candido:

Não bastavam cem soldados para fazer curvar Bom
Conselho aos pés do governador.
A primeira expedição foi mandada para garantir
A magistratura.
Era preciso descobrir um segundo pretexto para a
remessa da segunda expedição, que, se foi inferior em
numero, foi em compensação mais aguerrida e aterradora
nos instrumentos de guerra e no copioso carregamento
de munição que conduziu.

Eu poderia intitular este artigo de “E a magistratura continua...”, mas, não o farei. São dois tempos e duas medidas, o que transcrevemos do Kotscho e do Manoel Candido. Ambos tem tudo para não serem imparciais, pois um é o jornalista do Lula e o outro foi o advogado do coronel Zé Abílio. Eu paro por aqui, mas tem mais a comentar do livro que me enviaram, e o farei oportunamente se agradar à tropa lá de Bom Conselho. Espero que agrade e os historiadores de nossa terra que nos ajudem a descobrir quem foi o José Abílio. Pelo jeito, o meu pai, pelo que ele me contava, deveria ser do lado do Josino Villella e do Padre Alfredo, embora não tenha participado dos acontecimentos. Pelo livro o coronel foi o nosso grande herói e os outros os vilões. Com a palavra nossos historiadores.Tudo isto servirá um pouco para esclarecer sobre a vida dos que estão hoje na Galeria dos Prefeitos.

Antes de partir devo dizer que continuarei a aventura quando tiver um tempo livre. Apesar da história ser interessante e bem documentada pelo Manoel Candido, minha capacidade com historiadora resume-se em vibrar com o que fizeram os hoje nomes de rua quando eram vivos. Não sei como avaliar bem a legitimidade das fontes. Isto é coisa para profissional da história. Mas, se eles não escrevem sobre, eu escrevo. Mesmo que a visão de meu pai, no fim prevaleça, pois não sou historiadora.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Um novo seguidor e o IDH cubano




Anteontem, quanto abri meu blog vi que o número de pessoas corajosas que o seguem havia aumentado de 1 (hum). Saltitei de alegria. Enquanto o Blog do Roberto Almeida agora o faz saltitar quando alguém (mesmo anônimo que se identifica com um nome qualquer) coloca seu nome e sobrenome nos comentários, eu saltito quando há mais um seguidor. O que é raro acontecer, e isto é explicável, pois são difíceis as pessoas se comprometerem politicamente, ou pensarem que assim o agem ao me seguir. Isto nem sempre é verdade. Eu sempre fui para as passeatas dos meus amigos gays, e sou "bainha".

Mas, voltando ao novo seguidor, eu o segui e fui parar num blog excelente a que ele deu o título de “Espaço Livre de Bobagens”, e é administrado pelo Hadriel Ferreira, que é da terra do Zezinho, de Caetés. Ele é professor de Geografia e mora em Rolim de Moura – RO. Vejam senhores, aonde está indo meu blog. Já posso até dizer como os políticos de minha terra diziam ao iniciar seu discursos: “Do Oiapoque ao Chuí... Da Ponta Seixas a Rondônia...”. Para mim, que comecei minha atividade solo há pouco tempo, é o máximo. Aviso que o blog do professor Hadriel já está entre os meus favoritos, e realmente o sentido do seu título é que não há bobagens escritas lá. Se desse o mesmo nome ao meu, talvez o sentido fosse o de que é um espaço livre para escrever minhas bogagens.

E para mostrar que lá não se publica bobagens, eu peço permissão para transcrever aqui uma de sua postagens. Não por acaso. O motivo é que algum tempo atrás, vi no facebook, onde sou amiga e adversária política do Marlos Duarte, uma de suas tentativas, como socialista cubano, de mostrar que Cuba é um bom país porque o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) é um dos maiores das Américas. Eu comentei lá que no IDH não estava incluída a liberdade de expressão, que considero ser um dos pontos essenciais para a felicidade humana. Comer numa prisão não é o melhor dos mundos, e mesmo assim, lá em Cuba nem se come tanto assim.

No entanto, quando fiz o comentário, o que eu estava precisando mesmo eram de informações mais exatas sobre o significado do IDH num país como Cuba, onde só quem come bem são os pertencentes a um partido único. E o professor Hadriel tinha estas informações em seu blog e eu tenho o prazer de apresentá-las, desde já agradecendo ao Hadriel (desculpe chamá-lo assim mas pela sua foto você é muito jovem) por seguir-me. Fiquem com o IDH Cubano, na postagem que teve como título: “O IDH cubano: falácias, mentiras!”


O IDH - Índice de Desenvolvimento Humano - foi criado como um padrão para medição dos níveis de  desenvolvimento humano das nações, tendo em vista  os indicadores de renda, alfabetização e expectativa de vida. Pois bem!

Sendo assim, o único regime totalitário da América Latrina - Cuba - aparece com frequência à frente do Brasil e de outros países no ranking anual feito pela ONU, tendo por base o IDH. Esse fato leva muitas pessoas a acreditarem que o socialismo cubano seria o responsável por tal desempenho. Nada mais falacioso, pura bobagem, como vou lhes mostrar:  o IDH tem a renda per capita como um dos componentes mais importantes. Ocorre, porém, que o valor de renda per capta utilizado para compor o IDH é a calculada pelo método PPP (Paridade do Poder de Compra). E aqui temos alguns graves problemas metodológicos que acabam por inflar o IDH cubano. Se o poder de compra dos cubanos é ridículo, já que passa fome grande parte do povo daquela ilha, como pode o PPP cubano ser tão alto? Em um país onde o governo distribui 5 ovos per capita por semana + três cebolas + uma calça usada contrabandeada de Miami por ano, como alguém pode medir poder de compra e renda per capita? Não é segredo para ninguém que o PIB cubano não é calculado com base nos padrões internacionais. Sabe-se que a ilha-prisão  de Fidel Castro utiliza metodologias específicas, introduzindo serviços de saúde e educação no PIB, produzindo então sua elevação. Ou seja: jogam sujo para inflar os índices, as estatísticas, igual o Brasil faz com a educação.

Outro aspecto é que a renda per capita de cuba entra no cálculo do IDH com sendo de mais de US$ 9.700. Um absurdo!

Para deixar isso claro, vamos observar que o salário de um médico cubano está na casa de US$ 20,00 mensais, o que dá US$ 240,00 / ano! Ora, então como é que podemos falar que o país tem renda per capita de US$ 6.000,00? Se os profissionais mais bem pagos em Cuba recebem anualmente um salário de US$ 240,00, como a renda per capita do país pode ser de US$ 6.000, ao dividir-se o PIB pela população? Não passa de maquiagem em estatísticas na pura cara de pau.

O fato é que  o IDH de Cuba está muito atrás do IDH da maioria dos países da América Latina, pois a renda per capita de Cuba é uma das mais baixas do subcontinente. Como pode Cuba estar na 51ª posição nesse índice se existem 3,5 linhas telefônicas para cada 100 pessoas. Em 1959, existiam 15 linhas. Em 1959, cada cidadão tinha à sua disposição uma potência elétrica de 450 kw. Agora, a revolução oferece apenas 75 kw. Existiam 38 automóveis para cada 1.000 cubanos, em 1959. Hoje existem apenas 10 automóveis para cada 1.000 cubanos. Os mais modernos são da década de 1960. Havia um ônibus para cada 300 pessoas, em 1959. Agora há tão somente um ônibus para cada 25.000 habitantes. Dizem que todos sabem ler em Cuba, mas leem somente aquilo que os Castro deixam. Cuba ainda vive um comunismo decadente, uma sobra mal digerida da Guerra Fria e sua população sofre com as escolhas do passado de seu governo. Uma prisão! Não, erro, há duas grandes prisões: Guantánamo + o resto da ilha. A diferença é que dentro da prisão americana, certamente há comida. Já do lado de fora da base...

Certamente os 16 milhões de brasileiros que são considerados miseráveis (sobrevivem com 2 dólares ou menos por dia) pelo nosso governo comem melhor do que os cubanos. Quando foi perguntado do porquê de haverem tantas prostitutas em Cuba, Fidel tentou ver o lado bom:
-''Certamente todas têm curso superior'', disse o Coma Andante.

Realmente faz toda a diferença: fazer sexo com uma bela latina enquanto ela recita Shakespeare ou declama os discursos de Nikita Kruchev deve ser bem original. Se o sonho de qualquer cubano é fugir para os EUA, por que Cuba apresenta uma posição tão boa no IDH? Seriam os cubanos burros por rejeitarem o ''paraíso de Fidel'' em detrimento do ''grande demônio do norte'', os EUA?

Até o Brasil, com os seus graves problemas, deve ser muito melhor do que a fazenda Castro. Duvido que algum tupiniquim queira emigrar para Havana.”

Só para não dizer que não voltei, ou que corri do que disse sem muita informação ao conterrâneo Marlos Duarte: “Marlos, vai prá Cuba, vai!” Tenta convencer o Raul que o socialismo capitalista do Coronel Eduardo é viável lá. A resposta será, atualmente: “Já estamos tentando, Marlos, aqui, até já até se pode ter hortas no quintal. Estamos evoluindo”. Me engana que eu gosto.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

O "Desinformativo" de Bom Conselho




Eu recebi alguns números atrasados da A GAZETA, e desde já agradeço ao Zé Carlos pela demora em recebê-los. Embora ele diga que não tem culpa pois não participou da greve dos Correios, bem que ele já poderia ter me enviado. Já sei que ele vai dar a desculpa de ter tomado cuidado para não ser seguido quando vem à minha casa ou manda um mensageiro me trazer os jornais, porque eu não quero que todos saibam o meu novo endereço. Depois de certos episódios que soube de Bom Conselho e minha oposição ao governo do povo dançante, eu digo sempre que seguro morreu de velho, e desconfiado ainda está vivo e dizem que mora lá pras bandas da Serra de Santa Terezinha.

Óbvio que irei, com vagar, ler e comentar todos os exemplares aqui, embora não o faça hoje. Há algo que veio junto com os jornais, e apesar de não ter perguntado, parece-me que veio junto com A GAZETA, pois a gráfica utilizada é a mesma, que me chamou a atenção. É uma publicação com o nome de “Informativo de Bom Conselho”, que já está no seu número 1, do ano I, e penso ser mensal, pois se refere a outubro de 2011. Não há notícia de quem seja o redator, embora tudo me leva a pensar que tem o dedo e o jaleco do Dr. Filhinho.

O que me faz pensar assim é aspecto de “oba oba” dado aos escritos. A publicação vai além da propaganda pura e simples, porque, atualmente, a publicidade tem limites éticos, que quando feridos, são motivos de protestos globais. Vejam por exemplo, uma campanha publicitária da Benetton, onde a empresa, com o intuito de provocar o amor nas pessoas, coloca fotos de pessoas inimigas se beijando na boca, tendo inclusive uma onde aparece o Papa se beijando com um chefe de outra religião, chegado às raias da blasfêmia e mofa dos nossos valores religiosos.

A foto do Obama beijando o Chaves eu achei engraçada, pelo que tem nela de insólito e paradoxal. Se realmente tivesse havido aquele momento eu acredito que foi o moreno que propôs o beijo e o Chaves só aceitou para mostrar para o público interno que estava vendendo saúde. Se fosse noutra época de menos hipocrisia com problemas de saúde eu talvez propusesse ao Jameson Pinheiro fazer uma imagem, com o mesmo intuito de incentivar o amor, de um beijo entre o Lula e o Fernando Henrique. Agora, se ele viesse com alguma brincadeira de fazer uma imagem do tipo, mostrando eu e a Mamãe Juju, eu seria a primeira a recusar.

Mas, voltando ao informativo, ou as minhas fontes são todas mentirosas, ou mentirosas são as poucas notícias que traz o Boletim Informativo. Se elas, minhas fontes, estão certas, este é um Boletim Desinformativo, e não passa de um início, um pouco tarde talvez, para a Mamãe Juju, mostrar que fez alguma coisa que tenha valido a pena pelo município, além é claro, e eu reconheço, o esforço hercúleo para que o povo dançasse e ficasse feliz ao dançar o tempo todo.

O redator anônimo diz que o Boletim foi lançado porque a mensagem escrita é insubstituível, e objetiva chegar à casa de todos os bonconselhenses (sic). As perguntas que não querem calar é: “Quem estará custeando este esforço propagandístico da Mamãe Juju? Será o IPTU, que além de dá prêmios todos os anos, também premia a prefeita com publicidade grátis?  Quanto custou a aventura?” Quanta coisa mais importante para fazer, inclusive educar a população para ler outras coisas que são escritas na cidade, e a que ela não tem acesso, pelo grau de analfabetismo absoluto e funcional, que hoje impera na outrora “cidade das escolas”.

Mas, o que me chamou mais a atenção foi a Galeria dos Prefeitos, que se propõe servir como uma “pedagogia visual da nossa formação política”. Com algumas exceções de não saudosa memória, os prefeitos passados podem até servir para uma boa pedagogia, mas no presente a pedagogia é capenga. Primeiro, porque a Mamãe Juju não terminou o mandato, e nem sabe se termina. Não estará de pé ainda a “perua” anunciada tempos atrás no Blog do André Bernardo, da candidatura do Dr. Filhinho a prefeito? Será que diante das mesmas pressões, a prefeita não finde o seu processo de renúncia, que foi suspenso pouco tempo atrás? Então não deveria ter data de término no retrato da Mamãe Juju, pois talvez ainda venha o retrato da vice-prefeita.

Pelo nível de propaganda incrustada no desinformativo, ele atingirá a população de Bom Conselho, da mesma forma que os jornais antigos a atingiam: nas mercearias para enrolar sabão.

Por hoje é só, depois comento os números da A GAZETA que apenas folheei. Está muito mais bonito o jornal. Mas, “beleza não é documento”,  apesar do Vinícius, que devia estar bêbado quando pronunciou uma famosa frase. Vamos verificar.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

O Dia da Consciência Negra - Mitos e verdades




Quando eu habitava, o que o fiz com muito prazer, o Blog da CIT, eu escrevi algumas crônicas, sobre um livro que li que me impressionou muito, chamado Guia Politicamente incorreto da História do Brasil, do Leandro Narloch. Prometi, naquela ocasião, um resumo de todas os capítulos mas não cumpri a promessa. Os outros afazeres foram maiores. Dias atrás, ouvi falar outra vez do Narloch, quando li os jornais, e ele aparecia na Fliporto, que deveria agora ser Fliolinda, pois não tem nada mais com Porto de Galinhas, quando dele falavam sobre um novo guia não politicamente correto, agora sobre a América Latina.

Revendo meus textos lá no Blog da CIT, descobri um, que explicitamente prometia continuar os resumos (aqui), dizendo: “Vocês sabiam que Zumbi teve muitos escravos? Aguardem. E repito, se a ansiedade for muita, comprem o livro, vale a pena.” Eu não sei se todos seguiram meu conselho e todos compraram o livro, mas, ontem, Dia da Consciência Negra, com direito ao gasto do meu dinheiro pela ministra de integração racial na TV, e ainda uma politicamente correta chamada no Mural do SBC, por minha amiga Socorro Godoy, eu resolvi desencavar aquele livro e tentar continuar cumprindo minha promessa.

Como ontem já foi posto e talvez visto por todos, em 2003 o dia 20 de novembro foi dedicado aos negros ou à raça negra. A maioria das homenagens aos negros deste país é justa embora nem sempre seja feita de maneira correta. Eu, pela parte negra que me toca e que é bem acentuada, me sinto agradecida e lisonjeada mas, certas vezes, um pouco desiludida com o rumo da prosa sobre o significado dos negros para nossa história.

O que se passa é que na maioria das vezes nos tratam (e eu me coloco, com minha cor morena, como pertencendo a muitas raças, embora hoje para o censo eu seja parda) como se fôssemos incapazes, oferecendo-nos benesses como se não tivéssemos capacidade para conquistá-las, e quando o fazemos dizem logo: “Também, pela política de cota, todo mundo consegue”. A raça negra, ou hoje, as pessoas de cor deste país, aceitaram agora como norma, o mesmo que os pobres nordestinos estão aceitando. Favores e mais favores que são direitos de todos, mas sempre aparece um pai ou uma mãe para ganhar os louros eleitorais pela oferta. Mas, eu já estou partindo para outro assunto que apesar de ser meu também, não é para agora.

O que quero fazer aqui, como justiça à nossa cor, é um pequeno resumo de  um capítulo do livro acima citado, cumprindo uma promessa que já tem mais de um ano. O capítulo onde ele trata dos negros já começa com um título que, em princípio, parece um deboche: “Agradeçam aos Ingleses”, mas ao lê-lo vemos que é a pura verdade, se restabelecermos sem pluridos ideológicos a verdade histórica. Veja este texto do livro:

Na verdade, o movimento abolicionista inglês teve uma origem muito mais ideológica do que econômica. Organizado em 1787 por 22 religiosos ingleses, foi um dos primeiros movimentos populares bem-sucedidos da história moderna, um molde para as lutas sociais do século 19.”

Foi este movimento que pressionou o Parlamento Inglês, ao ponto de conseguir em 1807 extinguir o tráfico de escravos, forçando todo o Atlântico a tomar a mesma posição. A ideia difundida em livros, que eu ainda li no ensino médio bem feito que tenho, de que os ingleses interromperam o tráfico para criar um mercado consumidor na América é uma história para estudante dormir. “Mesmo naquela época, era um pouco difícil para os empresários montar ações que trariam lucro apenas um século depois”. E esta ação dos ingleses foi decisiva como incentivo aos movimentos abolicionistas, e para a própria abolição da escravidão do Brasil.

Mas, deixemos os ingleses de lado e nos voltemos para nossa história, como vista pelo autor, que nos trás a ideia de que não fomos uma raça totalmente passiva, para o bem ou para o mal, como nos é quase imposto pela historiografia oficial ou por aquela historiografia que via em nós, os negros, os grandes precursores das lutas de classe em nosso país, tentando nos dá a primazia de algo até hoje inexistente, pois naquela época todos queriam ser senhores como hoje todos queremos ser capitalista, até mesmo o governador socialista. Leiam o Narloch:

Por volta de 1830, o escravo José Francisco do Santos conquistou a liberdade. Depois de anos de trabalho forçado na Bahia, viu-se livre da escravidão, provavelmente comprando sua própria carta de alforria ou ganhando-a de algum amigo rico. ... José tinha uma profissão – havia trabalhado cortando e costurando tecidos, o que lhe rendeu o apelido de “Zé Alfaiate”. ... Voltou à África e se tornou traficante de escravos. Casou-se com uma das filhas de Francisco Félix de Souza, o maior vendedor de gente da África atlântica, e passou a mandar ouro, negros e azeite de dendê para vários portos da América e Europa.
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Talvez Zé Alfaiate tenha entrado para o tráfico por um desejo de vingança, na tentativa de repetir com outras pessoas o que ele próprio sofreu. O mais provável, porém, é que visse no comércio de gente uma chance comum e aceitável de ganhar dinheiro, como costurar ou exportar azeite.

Na sociedade da época isto não era considerado um pecado mortal, mesmo porque nossa Santa Madre Igreja (perdão meu Jesus!) ainda discutia se negro tinha alma ou não pois já havia chegado a conclusão que índio não batizado não tinha. Vendo com os olhos de hoje não há porque ser contra ao “empreendedorismo” do Zé Alfaiate, quando vemos ainda o trabalho escravo em nossas fazendas ditas capitalistas. O que não podemos é tirar da história um assunto como este. Negro também é gente até para cometer “malfeitos”.

Voltarei agora para o líder e maior herói negro do Brasil, o homem cuja data de morte (20 de novembro de 1695) foi escolhida para se comemorar o Dia da Consciência Negra. Segundo o autor,  ele “mandava capturar escravos de fazendas vizinhas para que eles trabalhassem forçados no Quilombo dos Palmares”. E além disso, sequestrava mulheres, que eram valorizadas porque raras naquela época, e executava aqueles que quisessem fugir do quilombo.

Talvez, alguns se choquem hoje com uma informação como esta. No entanto, isto não quer dizer que o Zumbi, de quem se conhece muito pouco, e que foi muito mais motivo de lendas ou preceitos ideológicos do que de história, fosse um ser maligno. Desde a antiguidade havia escravos e até mesmo na Grécia, considerado como berço de nossa civilização ocidental a instituição era aceita. “O sistema escravocrata só começou a ruir quando o Iluminismo ganhou força na Europa e nos Estados Unidos. Com base na ideia de que todos as pessoas merecem direitos iguais, surgiu a Declaração dos Direitos da Virgínia, de 1776, e os primeiros protestos populares na Inglaterra.” Por que Zumbi ou Zé Alfaiate não teriam escravos? Eles, provavelmente, nem sabiam ler ou escrever.

O autor vai ainda mais além, e isto não me chocou nem um pouco, pois minha agregação de conhecimentos através da arte popular da novela, vendo Chica da Silva, já sabia, diz que o “sonho dos escravos era ter escravos”, e eu acrescento, igualzinho a hoje, onde o sonho dos empregados é serem patrões. O que nos dar vexame, a nós os negros, são os relatos de maus tratos contra nossos próprios irmãos de cor, por nossa própria raça. Da mesma forma que hoje criticamos os maus tratos dos patrões contra os empresários, e, até mesmo, as grossuras de nossa presidenta com os subordinados, igual a uma escrava alforriada do planalto.

Este texto já está ficando grande para os meus padrões atuais de prolixidade. Não vou nem comentar o que o autor afirma, além do já dito, como por exemplo de que os portugueses aprenderam com os africanos a comprar escravos, e que os próprios africanos lutaram “bravamente” contra o fim da escravidão. Isto não empana o brilho do Dia da Consciência Negra, mas, pelo menos, nos traz um pouco de realidade sobre o que se passou com a nossa negritude, sem os apelos fáceis de nos colocar como uma raça espezinhada e boazinha.

Quando hoje vejo este sistema de cota, não me dá nem vontade de entrar numa universidade, pois quando olharem para minha cor pensarão logo que passei pelo sistema. Os que defendem um sistema discriminatório assim têm que saber que os negros também são gente e podem chegar lá sozinhos, lutando pela igualdade de oportunidades, como escolas iguais para todos, e não criando-as artificialmente com base em história mal contada.

Eu não vou prometer mais resumir o livro citada (Editora Leya), mas, quem sabe um dia eu voltarei a fazê-lo. Vocês sabiam que o Machado de Assis, nosso colega de cor, foi um dos grandes defensores da censura em sua época? Comprem o livro ou aguardem outra postagem minha, embora eu ainda aconselho a comprar o livro.