quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Os ratos do PT e o filósofo




Em minha nova fase de anti-prolixidade já começo a dar sinais de cansaço. Mas, vou perseverar, tentando convencer a mim mesma de que, quando cito os outros eu não sou prolixa. Meu problema foi ter colocado o Blog do Hadriel entre os meus favoritos (aqui), porque o professor já está me instigando mais a escrever do que o Blog do Roberto Almeida, que anda muito “dourado” para o meu gosto.

E aí eu não posso escapar. Ele posta logo o programa do PSDB de ontem, e como eu gosto mais de bicho do bico grande do que de bicho corrupto, eu já havia pensado em escrever sobre ele. Daquele bando de ratos que passearam muito tempo atrás nas telas de minha TV, escaparam muitos, inclusive um que hoje está doente e que eu estou rezando todo dia para sua recuperação, para que ele seja pego na ratoeira armada há mais de anos pelo povo brasileiro.

E por falar em ratos, o jornalista, professor e filósofo Olavo de Carvalho, citado pelo o Hadriel, nos remete com muita competência à necessidade de mantermos nossa ratoeira de prontidão ainda por muito tempo. Do texto, a frase que o epigrafa é bastante sugestiva: “Em todo o território nacional, só três coisas funcionam: a coleta de impostos, o narcotráfico e o agronegócio, que tapa o rombo aberto pelos outros dois e é, por isso mesmo, o mais odiado, o mais xingado dos três.” Nesta minha nova fase de não prolixidade apenas digo que, ele está certíssimo sem muita ênfase no agronegócio, que certas vezes exagera no desmatamento, principalmente, para os lados de onde mora o professor Hadriel. Quanto ao mais leiam e tirem suas próprias conclusões.

O Foro de São Paulo, aquela entidadezinha que segundo os eminentes bambambãs do jornalismo brasileiro não tinha importância nem força nenhuma, aquela organização fantasmal na qual só os paranóicos enxergavam alguma periculosidade, domina agora metade da América Latina e não dá o menor sinal de cansaço na sua marcha para a conquista do continente inteiro.

No Brasil, os partidos de direita agonizam. Seus líderes se afobam e se atropelam na pressa obscena de mostrar subserviência ao vencedor. O homem que entre sorrisos de autossatisfação elevou a dívida nacional à casa dos trilhões, desgraçando as gerações futuras para ganhar os votos da presente, continua sendo aplaudido como o salvador da nossa economia e prepara seu reingresso triunfal no Palácio do Planalto. Denunciado à Justiça como corrupto e corruptor, ri e aposta, como um ladrãozinho qualquer, na lentidão dos tribunais, que não o pegarão em vida.

Os bandos criminosos, treinados e armados pelas Farc – por sua vez amparadas pela benevolência oficial -, matam 40 mil brasileiros por ano e, pela força desse exemplo, mantêm inerme e cabisbaixa uma população à qual o governo sonega tanto a proteção policial quanto os meios de autodefesa. Nas escolas, as crianças aprendem a cultuar a sodomia e a desprezar a gramática, só fazendo jus aos últimos lugares nos testes internacionais pela razão singela de que não há um lugar abaixo do último.

As indústrias chamam técnicos do exterior, porque das universidades brasileiras não vem ninguém alfabetizado. Em todo o território nacional, só três coisas funcionam: a coleta de impostos, o narcotráfico e o agronegócio, que tapa o rombo aberto pelos outros dois e é, por isso mesmo, o mais odiado, o mais xingado dos três.

Os juízes usam a Constituição como papel higiênico e a única ordem jurídica que resta é a prepotência dos grupos de pressão subsidiados por fundações estrangeiras. As Forças Armadas se aviltam, respondendo a cusparadas com muxoxos e rastejando ante os que as desprezam.
A alta cultura desapareceu, há trinta anos não surge um escritor digno desse nome; as poucas mentes criadoras que restam fogem para o exterior ou definham no isolamento, o simulacro de pesquisa científica com que as universidades sugam bilhões de reais do contribuinte nada produz que valha a pena ler.

Uma ortografia de loucos acabou se impondo como lei, assinada, e não por acaso, por um presidente analfabeto. Um palhaço iletrado que se elegeu por gozação é nomeado, na Câmara, para a Comissão de Cultura, um cargo para o qual, com toda a evidência, não se requer cultura nenhuma.

Nas discussões públicas, as mentes iluminadas de comentaristas e acadêmicos se dispersam em mil e um detalhes fúteis, ostentando falsa esperteza sem jamais atinar com a forma geral do processo histórico que toda semana as desmente e as ridiculariza. E quanto mais erram, mais inteligentes parecem a um público que elas próprias emburreceram precisamente para isso.

Em suma, está tudo exatamente como há décadas venho anunciando que ia estar, e só me resta o consolo amargo de ter tido razão onde o erro teria sido mil vezes preferível. O povo mostrou-se incapaz de controlar seus governantes, os governantes incapazes de controlar seus mais baixos instintos, a elite nominalmente pensante incapaz até mesmo de acompanhar o que está acontecendo, quanto mais de prever o que vai acontecer em seguida.

O Brasil está dando um espetáculo de inconsciência, de insensibilidade, de sonsice irresponsável como jamais se viu no mundo. É um país que vive de mentiras autolisonjeiras enquanto naufraga em caos, sangue, dívidas e abominações de toda sorte.”

2 comentários:

  1. Lucinha, obrigado por visitar esse humilde espaço. O Prof. Olavo é muito coerente e lúcido quando fala da política que é praticada no Brasil. Ele transmite da Virgínia, toda quarta-feira, num outspeak que você pode acompanhar através desse endereço: /www.blogtalkradio.com/olavo

    Gosto do seu blog. É cativante!
    Boa noite!

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  2. Prezado Hadriel,

    Eu que lhe agradeço pelo seu espaço, que é uma boa fonte de inspiração para aqueles ainda não decaídos no conto do lulo/petismo.

    Obrigada por gostar do blog.

    Lucinha Peixoto

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