terça-feira, 1 de novembro de 2011

Vilma e o câncer de Lula




Hoje é dia de faxina. Nesta hora que escrevo a Vilma, minha faxineira, já está com o serviço avançado. Ela chega cedo. Ao contrário da ex-faxineira do Planalto que acorda já tarde, pega seu cachorro e seus seguranças, vai fazer seu exercício físico, volta, junta a entourage que a veste, maquia e lhe dar café quase na boquinha e lá pelas 11:00 horas segue para o palácio num carro de luxo, puxa o terço e reza para não chegar lá e encontrar outro ministro para demitir. Alguns dizem que ela até está evitando ler os jornais e revistas semanais, que são os culpados pelas demissões de ministros. Dizem também ter se tornado um hábito, ela ligar para Bom Conselho, para a prefeitura, e se inteirar sobre quem foi o secretário demitido do dia. Atualmente, ela está rezando também, para que a Mamãe Juju ganhe a competição, pois igual a ela, não há mais pessoas que queiram assumir os postos vagos.

Porém, meu assunto mesmo é a Vilma, minha faxineira, que, por sinal é muito mais eficiente do que a do Planalto, e, como diz meu filho, cada um em seu quadrado. Hoje cedo tivemos uma conversa interessante, e, como não podia deixar de ser envolveu a doença de Lula, que Deus o proteja. Ainda bem, não havia colocado seus pertences no quarta de empregada, esta herança que a escravidão nos deixou, e que ainda nos persegue, apesar de eu o ter transformado em quarto de estudo com cama. Ela foi logo perguntando:

- D. Lucinha, a senhora viu o que aconteceu com o pobre do Lula? Dizem que ele está com “cansu”.

É assim que ela fala “daquela doença” (ótimo texto Zé Carlos), e tanto ainda preocupa a todos, e aos mais pobres principalmente. Respondi:

- Ouvi sim, Vilma. Embora que hoje o câncer é uma doença, que pelo menos para os mais ricos e que podem ser tratados pelos bons médicos, quase sempre tem cura. Na classe rica hoje, não exagero, ele é agora um símbolo de status, embora ninguém queira, mas quando ele aparece, pelo menos entre os homens, eles vão logo fazendo a barba e raspando a cabeça, pois já sabem que o tratamento é por aí. As mulheres compram perucas de grife e saem por aí exibindo sua doença. Vaidades das vaidades, tudo é vaidade!

- O que, D. Lucinha!?

- Deixa prá lá Vilma, apenas pensei alto e usei meu espírito jocoso.

- O que,  D. Lucinha!?

- Ah! É verdade Vilma o Lula tá com câncer, e tem cura.

- Tem cura mesmo?! Eu soube que um tio da Iracema, minha vizinha sabe, teve uma coisa dessa, levaram ele prá Restauração e quando abriram a barriga dele, já era. Fecharam e mandaram de volta. Não durou 3 meses.

- Isto depende Vilma. Depende do estágio, ou, de como a doença já progrediu. Quando a pessoa não tem como saber que está com a doença e só vai ao médico na fase final, o caso fica mais sério. No caso de Lula dizem que estava numa fase média. Pode ter cura ou pode não ter. Mas, não espere que saibamos disso, até a cura ou até a morte. Político é como artista, vive do seu público e doença séria só é anunciada para encher teatro. Vamos ver o que ocorrerá.

- Mas, ele é um homem tão bom, paga em dia minha bolsa família, e agora posso até comprar lençóis novos, pois aqueles americanos contaminados eu não uso mais.

- Vilma, quem paga o seu bolsa família não é o Lula. Ele nem é mais presidente da república, agora é a Dilma.

- Mas não é tudo a mesma coisa D. Lucinha?!

- Talvez seja Vilma. Mas, mesmo assim quem paga seu bolsa família somos todos nós, que pagamos impostos.

- Pois o seu Gerson, que é do orçamento participativo, diz que é o Lula que paga, e que quem repassa o dinheiro é o João da Costa.

Meu Deus, e o pior é que é verdade. Não há nada mais pernicioso para o regime democrático representativo do que este tal de orçamento participativo. Dizem que é o povo participando das decisões do governo, mostrando o caminha do dinheiro, etc. etc. E tudo não passa de propaganda do prefeito de plantão. Este é mais um serviço do PT para a corrupção das prioridades, de que tanto fala o conterrâneo Cristóvão Buarque. Ao invés de investir na saúde, na infraestrutura e na educação, se calçam ruas sem nenhum saneamento básico. E quando vem o câncer, os pobres vão para o SUS.

Até vi também, que há uma campanha nas redes sociais para que Lula vá se tratar no SUS. Meu espírito cristão não permite que eu abrace tal causa, pois simplesmente, estaria querendo matar o “véio”. E, pelo que já vi o Lula fazer em termos de política e politicagem, quem sabe ele não vai mesmo?!  Mas, se for, podem ter certeza de que ele levará todo o equipamento e médico do hospital Sírio Libanês ou de outro melhor para os hospitais conveniados ao SUS, e não faltará ONGs para dar o respaldo. Aí sim ele teria chance de sair com vida e curado.

Mas a campanha que deveria começar era outra. Já que eu vi nos jornais que a saúde em Pernambuco está tão boa, o governador deveria chamar o Lula para se tratar no Hospital da Restauração. Deus livre o apedeuta de aceitar um convite como este. Seria morte certa.

Um comentário:

  1. O LULA DEVERIA ESTAR SE TRATANDO NUM HOSPITAL PÚBLICO, ELE NÃO É O FILHO DO BRASIL!?!?!?! AQUELE(?) QUE “REVOLUCIONOU, MUDOU E TRANSFORMOU O PAÍS”, ENTÃO!!! SERIA UMA ÓTIMA OPORTUNIDADE PARA ELE AGORA SIM, (RE)CONHECER A REALIDADE QUE OS BRASILEIROS PASSAM NAS FILAS DO SUS, PESSOAS QUE MORREM NESSAS FILAS SEM ATENDIMENTOS, FEITO AS VILMAS COM “V e não com M” DA VIDA. DAÍ, PERCEBE-SE QUE, O PALCO ESTÁ MONTADO E O ESPETÁCULO QUE NÃO É DO CRESCIMENTO E SIM DA FARSA, JÁ COMEÇOU. NESSE CASO ESPECÍFICO, O FILHO DO BRASIL NÃO QUER SE JUNTAR AO POVÃO NOS CORREDORES SEM MACAS E NAS ENFERMARIAS ENTUPIDAS DE MAL TRAPILHOS E FARRAPOS DE GENTE. NA VERDADE, ESSA JUNÇÃO (POVO + LULA), FICA PARA A ÉPOCA DA ELEIÇÃO!!! POIS É, NÉ!!! SE LULA FOSSE REI DA SUÉCIA PODERIA UTILIZAR OS HOSPITAIS PÚBLICOS COMO FAZ A RAINHA BRASILEIRA SÍLVIA. MAS, DE BESTA ELE NÃO TEM NADA. AFINAL DE CONTA, SEGUNDO O HOSPITAL “DAZELITES” , O EX-PRESIDENTE TEM 100% DE CHANCES DE FICAR CURADO. JÁ OS QUE DEPENDEM DO SUS, TIPO RESTAURAÇÃO, TEM QUASE O MESMO PERCENTUAL DE CHANCES DE MORREREM... E ASSSIM CAMINHA A SEBOSISSE... DE CAETÉS, CLARO!!!

    ResponderExcluir