sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Onde estão as escarradeiras?


Escarradeira


Lá pelos meados de agosto eu escrevi um texto (aqui ) onde citava o Nelson Rodrigues. Se em Pernambuco nasceu algum gênio, este foi o Nelson, no teatro e na literatura. Desde que me entendi de gente, quando leio e tenho vontade de escrever, eu tento chegar pelo menos a seus pés em termos de prosa. Quem disse que eu consigo?

Ontem voltei a reler o Nelson em suas primeiras confissões (O Óbvio Ululante) da Companhia de Letras. Chego a ficar humilhada e frustrada quando o leio. Sua precisão, sua concisão, sua eficiência e estética no uso da letra, ao mesmo tempo que me dão prazer, me dão inveja. Por este último sentimento, peço perdão a Deus e vou em frente.

Lendo ontem uma de suas confissões, que ele chama de PIRÂMIDES E BISCOITOS, eu me remeti ao Rio Antigo, dos mesmos tempos, quase dos romances machadianos, convivendo com Rui Barbosa e Guimarães Rosa, entre outros, eu me perguntei: “Ora bolas, prá que é que eu tenho um blog só meu, agora?  Não será só para eu escrever minhas tortas linhas. Ele deve servir também para mostrar outros Escritores (vejam o E maiúsculo). Então resolvi deixar vocês com o Nelson Rodrigues e as escarradeiras do Rio de Janeiro. Realmente, hoje não escarramos mais como antigamente. Fiquem com Nelson.

PIRÂMIDES E BISCOITOS 

Antes de falar de João Guimarães Rosa, quero dizer ainda duas palavras sobre o velho Rio. (Em nosso idioma, duas palavras são duzentas.) O brasileiro cospe menos, diria eu. Quanto às nossas mulheres, nem cospem. Mas, no tempo do fraque e do espartilho, a cidade expectorava muito mais. Lembro-me de antigas bronquites, de tosses longínquas, asmas nostálgicas. Nas salas da Belle Époque era obrigatória esta figura ornamental: — a escarradeira de louça, com flores desenhadas em relevo (e pétalas coloridas). 

O curioso é que a ficção brasileira da época não tenha notado o detalhe. Não há, em todo o Machado, uma vaga e escassa referência, e repito: — a escarradeira não existia para o autor, para os personagens, nem para o décor dos ambientes. Mas, em 1915, quando assassinaram Pinheiro Machado, ou em 1916, quando vim para o Rio, as famílias tinham pigarros, tosses, que as novas gerações não conhecem. Dos meus amigos atuais, o único que costuma tossir é o João Saldanha. 

Bem me lembro da primeira vez em que fui ao cinema. 1916. Eu era um garoto de seis anos, e tudo me espantava. Quando apagou a luz, nasceu na treva uma misteriosa e tristíssima fauna de tosses. Depois do filme, saímos, eu e meu irmão Milton. Olhei e vi: — lá estava ela, num canto da sala de espera. Era escarradeira e flor: — subia por um caule fino para se abrir em lírio. Larguei-me do irmão e fui lá cuspir. Passei a mão na boca e voltei. Vinha feliz, envaidecido, realizado. Ainda me voltei, da porta, para vê-la. Linda, linda, imitando um lírio ou um copo-de-leite. Também me vejo na calçada da rua Alegre. Os mesmos seis anos. Era pequenino e cabeçudo como um anão de Velásquez. E me fascinava ir de uma esquina a outra esquina, sempre pelo meio-fio. Eu me equilibrava, no meio-fio, como se este fosse fino e vibrante como um arame. Mas eis o que importa dizer: — fazia esse número acrobático, cuspindo sempre. Também me vejo numa sacada, cuspindo na cabeça dos que passavam. 

Bem. Preciso agora explicar que toda essa ternura antiga me veio, outro dia, num boteco. Entrei lá para comprar cigarros e fósforos. Um paud’água está resmungando: — “Não gosto de nortista”. Passou os olhos nos presentes e repetiu, num riso encharcado: — “Não gosto de nortista”. E súbito me viu. Vem para mim; disse, cara a cara comigo: — “Eu nasci em casa e com parteira”. Fala com uma vaidade feroz e jucunda. Mas é exatamente o meu caso. Também nasci em casa e com parteira. 

E assim o pau-d’água anônimo instalou em mim todo o apelo da Belle Époque. Parto em casa, velório em casa, escarradeira na sala, bronquite das tias — todo esse conjunto de relações era o Rio de Machado de Assis, de Pinheiro Machado, de Rui Barbosa. As famílias usavam as bacias em abundância. Hoje uma simples bacia deflagra em mim todo um movimento regressivo, todo um processo proustiano. 

E já me ocorre um incidente parlamentar que ouvi contar na minha infância. Era no velho Senado. Pinheiro Machado está na tribuna. Fala, fala com a nobre insolência gaúcha. Mais adiante está Rui Barbosa, “o maior dos brasileiros vivos”. De repente Pinheiro Machado diz: — “Se eu me manter”. Rui cortou, com triunfante crueldade: — “Decerto Vossa Excelência quer dizer ‘mantiver’”. A lambada doeu na carne e no brio do caudilho. Vacila ou nem isso; deu a resposta fulminante: — “Vossa Excelência pode me corrigir, e é bom que o faça. Pois, enquanto Vossa Excelência aprendia a falar certo e bonito, eu matava e morria na Guerra do Paraguai”. 

Chego finalmente a João Guimarães Rosa. O curioso é que o nome, por extenso, como num cartão de visitas, soa falso. Guimarães Rosa devia chamar-se apenas, e para sempre, Guimarães Rosa. O João lá não devia estar. Lembro-me de que no sábado, véspera da morte, fui à casa do Hélio Pellegrino. E tivemos uma conversa obsessiva sobre o Grande sertão e seu autor. O Hélio deu a idéia: — “Falo com o Callado para promover um almoço com o Guimarães Rosa. Você topa?”. Claro, claro. E assim combinamos o almoço com o morto do dia seguinte. 

Coisa curiosa. O Hélio Pellegrino é um admirador nato. Quando não há quem admirar, sente-se um frustrado e um vencido. Todavia, o seu juízo final sobre Guimarães Rosa não era um juízo final, mas um ponto de interrogação. O Hélio não sabia o que pensar, o que dizer. Admitia que o Grande sertão fosse um esmagador monumento estilístico. O próprio autor já dissera: — “Faça pirâmide, não faça biscoito”. Pois seu livro era uma pirâmide indubitável. Mas a linguagem rosiana fazia o Hélio sentir uma nostalgia cruel de Graciliano, sim, da seca transparência de Graciliano. Talvez todo o Guimarães Rosa fosse uma inútil obra imortal. Juntei as minhas dúvidas às do Hélio. Exagerei as minhas.

 No domingo, fiz, como sempre, a Grande Resenha Esportiva da TV Globo. Em seguida, a fome da madrugada levou-me ao Antonio’s. Comigo ia o dr. Hílton Gosling. O Guimarães Rosa já estava morto e eu não sabia. Assim como Paris tem seus cafés literários, temos os nossos cafés, bares, restaurantes ideológicos. O Antonio’s é um deles. Lá as nossas esquerdas vão dizer seus palavrões e babar seus pileques. Tomo uma sopa que, aliás, não foi uma sopa — foi um omelete com presunto de Parma. E ninguém me falou nada. Não houve um pau-d’água ideológico que me cochichasse: — “Olha. Morreu o Guimarães Rosa”. 

Saio do Antonio’s e venho na carona fraterna do dr. Hílton Gosling. Quando é o João Saldanha que me traz, depois da Grande Resenha, costumo dizer: — “Espera que eu entre. Senão me assaltam”. Também o dr. Hílton esperou, de faróis acesos, que eu abrisse o portão. Grito ao amigo: — “Deus te abençoe”. O que me pergunto é se, por coincidência, pensei no autor de Sagarana. Não, não pensei. Minha mulher, Lúcia, só dorme depois que eu chego. Veio abrir a porta dos fundos (aos domingos subo pelo elevador de serviço e entro pela cozinha). Beijo-a, de passagem. Ela já sabe, mas ainda não me diz nada. 

Naquele momento, uma coisa não me saía da cabeça — o omelete que comera no Antonio’s. Era um veneno para a úlcera. Já a caminho de casa, vim pensando: — “Chego e tomo um copo de leite”. O leite acalmaria as danações da úlcera. O antiácido tem sido a minha mais recente fé. Bebi o leite gelado, achei que o omelete estava derrotado e passei para a sala. Foi aí que Lúcia começou: — “Que coisa horrível aconteceu com o Guimarães Rosa!”. Eu desfazia o nó da gravata e parei: — “Que foi?”. E ela: — “Não sabia? Morreu”. Ainda perguntei: — “Desastre?”. Disse: — “Enfarte”. 

As más notícias agridem em primeiro lugar a minha úlcera. Sinto os seus arrancos. O copo de leite não ia adiantar nada. Fiz várias exclamações: — “Que coisa! Não é possível!”. E só faltei perguntar: — “Morreu como, se estava vivo?”. Lúcia foi dormir. Fiquei rodando pela sala. Eu tivera, com a notícia, duas reações: — primeiro, de pusilanimidade. O enfarte alheio é uma ameaça para qualquer um. A nossa saúde cardíaca é um eterno mistério, um eterno suspense. Depois do medo, veio algo pior e mais vil: — uma espécie de satisfação, de euforia. Ninguém me via, só eu me via. Vim para a janela olhar a noite. Cada um de nós tem seu momento de pulha. Naquele instante, eu me senti um límpido, translúcido canalha. [5/12/1967]   

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

A Vilma, o viado e o nosso governador




Ontem foi outra vez dia de faxina. A Vilma chegou na hora e começou o trabalho dela. Não deu uma palavra sequer e ficou sempre com a cara de poucos amigos. Parecia que sua noite não havia sido muito boa, ou a semana não a foi mãe, mas madrasta.

Eu, inicialmente, como sabia que aquela não era a primeira vez que ela chegava assim, não quis perguntar nada. Entretanto, é difícil conviver um dia inteiro naquela situação, que parecia entre mãe e filha e não entre patroa e empregada. Enfatizo esta diferença porque muitos pensam que a relação entre patrão e empregado não é tão pacífica quanto a relação mãe e filho. Ledo engano. No primeiro caso as regras são mais claras e a convivência pode ser melhor, desde que as relações de classe não gerem barreiras intransponíveis, como pregava o Marxismo antes da queda do Muro de Berlim.

A grande luta entre o capital e trabalho preconizada pelas esquerdas até a queda do muro, no exterior, e aqui dentro até o mensalão, nunca passou de cavilação de socialistas de araque para se enquistarem no poder. Depois de estarem lá em cima, só há duas classes, aqueles que mamam, que são eles, e os que não mamam, que somos os outros que descobrimos seus maus feitos.

Mas, voltemos à Vilma. Enquanto ela passava o saco na casa aproveitei para perguntar-lhe alguma coisa, e comecei de leve.

- Vilma, visse que acabou Cordel Encantado? Que novela boa, não era?

Ela colocou um sorriso no rosto e disse:

- Não é, D. Lucinha, era tão bonita! Eu adorava Dona Ternurinha. Aquela lá que sabia viver, botava chifre no marido com o Zóio Furado, por causa de sua pontaria. Dizem que quem tem um olho só, acerta mais no alvo.

E caiu na gargalhada, como quem diz: ela parece que não entendeu nada do que eu disse. Como não entendi? Se vivo há mais de trinta anos com meu marido que tem os dois olhos, e não acerta nem as coisas na bacia do banheiro. Me dá um ódio!

Então eu aproveitei aquele ponto de alegria prá explorar ainda mais a classe trabalhadora. Fui logo ao ponto, perguntando:

- Vilma, agora tu tás vindo de que, aqui prá casa, trabalhar? De ônibus ou de carona?

- Que nada, D. Lucinha eu venho é a pé!

Eu não quis acreditar, pois eu pago a ela, mesmo informalmente o seu transporte, com a equivalência de uma passagem de ônibus. Tive que rebater.

- E o que é que tu fazes com o dinheiro que eu dou pro transporte?!

Com a cara mais tranquila do mundo ela respondeu:

- Eu jogo no bicho. Estou cevando uma milhar de cabra há muito tempo.

- O quê?!

- Jogo numa milhar, 2424, já faz um tempo. Se der, a senhora vai perder a faxineira.

Eu nunca entendi muito de jogo de bicho mesmo que tenha crescido vendo minha mãe jogar e usar a borra do café para gerar palpites. Nem sabia mais que número era a cabra e não queria detalhes, quando ela mesmo falou:

- Sonhei com dois viados correndo atrás de mim, o número do viado, como a senhora sabe é 24. Joguei no grupo 24, á tarde deu cabra. Eu me enfezei e disse: já que com 24 deu cabra vou ficar jogando 2424 na milhar, e só vou ficar rica se ficar longe de viado.

Confesso que não entendi a estratégia lotérica/animalesca da Vilma e resolvi mudar de assunto, conversando sobre alguns notícias que tinha sabido no dia anterior, só para continuar a luta de classes. Eu me senti o próprio capital escarnecendo do trabalho.

Olha Vilma, por falar em transporte, eu soube ontem que o nosso governador contratou uma firma de aluguel de carro em Brasília, para seu uso e de sua mãe, por mais de 300.000 reais. Já pensou se ele jogasse todo este dinheiro no bicho e ganhasse? Seria ótimo porque estaríamos livres dele como governador. Ri um pouco e Vilma retrucou:

- Mande ele cevar a cabra no 2424, pois nós dois ficaremos ricos. Sei que nossas riquezas serão diferentes, mas quem já viu pobre ficar rico igual aos outros. Eu vi na TV que o Lula, que era pobre e chegou em São Paulo puxando uma cachorra, agora é rico, mas dizem que toma uma cachaça danada. Não há jeito de fazer ele tomar destas bebidas boas. Só toma daquelas que rasga o peito depois da careta. Prá que ser rico então?

- Não, Vilma, “menas”, “menas” disse eu rindo um pouco. Ele agora anda de avião e já recebeu vários títulos de Doutor.

- E foi, D. Lucinha? Ele agora dá consulta no PSF é? Ou arranca dente?

- Não Vilma, é um título que só serve para homenagear pessoas que fizeram muitas coisas boas. Recebendo o papel ela pode até se limpar com ele, pois pelo menos ele tem alguma serventia. E os intelectuais acreditam que Lula fez grandes coisas pelos país.

- Eu também D. Lucinha acho que ele fez muito pela pobreza. Eu ganho bolsa família, e me quebra um galho danado. Escondido, pois se disser quanto ganho na faxina eles me tiram o dinheiro, mas eu nem ligo, sou pobre mesmo,  então uma mentirinha a mais não muda a coisa.

Quem sou eu prá contraditar a Vilma? Se aceito um bando de políticos ricos e mentirosos, porque vou prestar atenção numa mentirinha da Vilma? E logo sabendo que ela não é do meu tempo, quando ouvia aquela estória do Luis Gonzaga que quando se dá a um homem são, uma esmola, a vergonha pode matá-lo ou ele fica viciado. Ainda bem que minha faxineira  só é viciada no jogo do bicho.

Ao final do dia, contribui mais uma vez para o transporte da Vilma, mesmo sabendo que o dinheiro iria parar no jogo do bicho. Fico num dilema moral. Se me alegrar porque ela ganha ela deixará de ser minha empregada. Tento não sentir nada. Eu gostaria mesmo era que o governador jogasse e acertasse para deixar o emprego.

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Navegar é preciso...




Quem diria que eu um dia me inspiraria no Mural do SBC para escrever aqui?! Hoje fui lá e encontrei um texto da Ana Luna cujo título é  “NAVEGAR É PRECISO” (Dei o mesmo título a este escrito, mas, em caixa baixa). Fora o estilo curto dela, há nele uma pesquisa sobre a influência da língua portuguesa pelo mundo afora, e que, num mundo onde a internet e o Google não existisse, seria de grande valia.

Quando eu estudava em Bom Conselho, e dependia da Biblioteca do Ginásio São Geraldo, onde havia apenas, de interessante, os 12 Trabalhos de Hércules do Monteiro Lobato, e queria saber da origem da palavra “tempurá”, só havia um caminho: dirigir-me á sala da Diretoria e procurar o Dr. Cirilo, que era nosso dicionário ambulante. Hoje, vou ao Google e teclo “tempurá” e lá está:

“A receita do tempurá foi introduzida no Japão por missionários portuguesesativos particularmente na cidade de Nagasaki fundada igualmente por portugueses, durante o século XVI. A origem mais aceita hoje da palavra tempurá baseia-se no fato que os Jesuítas não comiam carne vermelha durante a Quaresma, em latim "ad tempora quadragesimae", preferindo o consumo de vegetais e frutos do mar. Outras hipóteses da origem incluem a palavra tempero e o verbo temperar.
Hoje em dia ainda existe um prato em Portugal muito semelhante à tempurá, denominado peixinhos da horta, que consiste de pedaços de feijão-verde fritos envoltos num polme geralmente mais espesso que o da tempurá. Existem ainda algumas variações sobre este prato, usando tipos diferentes de legumes, tais como a abóbora.”

Pois é amigos, certos textos informativos atualmente, se tornam ociosos pelos avanços tecnológicos. Não chegam a ser cultura inútil, com a mesma força que tem a inutilidade de certas informações políticas que hoje vemos, mas, estão muito próximas.

Mas, como disse o grande escritor Fernando Pessoa, o mesmo que tornou famosa a frase do título do texto da Ana Luna, e do meu, “tudo vale a pena, quando a alma não é pequena”. E aúltima frase do texto de Ana: “ORGULHA-TE, POIS, DO IDIOMA QUE FALAS!”, leva a uma meditação de outra ordem.

Em minhas leituras, para compensar minha pouca educação formal, e olhem que li muito mais do que nosso ex-apedeuta-mor e não desprezo a educação formal, eu descobri algo chamado de imperialismo. Quem viveu neste país a partir da década de 50 do  século passado, até seu fim, ouviu muito falar sobre isto. Era a época em que os americanos eram considerados mais inimigos do que hoje e para tentar acabar com seu imperialismo, escreviam nos muros e paredes: “Americanos, Go home!” Nem percebíamos que ao mesmo tempo que criticávamos seu imperialismo político e econômico, incentivávamos seu imperialismo linguístico, igual os nossos patrícios portugueses o fizeram na época do descobrimento, quando “navegar era preciso”.

Vejam em que deu! Ao invés de aproveitar o que os americanos nos traziam e a partir daí criar e superá-los, partimos para o que o Zezinho um dia comentou sobre a idiotia do latino-americano, que ainda hoje cismamos em ter quando damos crédito a uma tal de revolução bolivariana criada pelo louco Hugo Chaves. Nossa língua portuguesa vem a cada dia capengando, não pela influência do inglês que hoje somos obrigados a engolir com a tecnologia moderna, e sim pela falta de pessoas que dêem a ela a devida importância desde a mais tenra idade escolar.

Num país onde se manda ensinar errado a língua pátria de maneira oficial, dizendo que podemos usar “nós pega o peixe” em certas situações, porque nosso ex-presidente usava “menas coisas” e todo mundo aplaudia, é o verdadeiro crime que contra ela se comete.

Eu, nunca fui contra, nem nunca adverti ninguém por falar errado. Quando eu era criança até me habituei com a fala rústica, mas inteligente dos meus pais, e nem mesmo pude ver o que eles escreveriam pois isto eles não sabiam fazer. Mas, sem nunca constrangê-los publicamente procurei sempre fazer com que todos se expressassem melhor em nossa língua. E com os meus filhos também fiz o que pude, sem poder evitar que eles hoje ainda se expressem, “tipo assim, é isso aí mãe!”

Mesmo assim é inevitável que soframos as influências trazidas com a tecnologia e que devemos assimilar para a nossa língua. Quem sabe algum dia, quando a camarilha do “nós pega o peixe” deixar o poder, e tivermos educação de qualidade neste país, não seremos nós que navegaremos pelo mundo?! E se navegar é preciso, viver também é preciso, e sem a letargia que hoje nos envolve de não querer tirar a cabeça da terra em que a enfiamos, quando queremos escrever textos politicamente neutros que agradem gregos, troianos, portugueses e brasileiros, para sentir o som do falso aplauso. Para isto, realmente, “viver não é preciso”.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Saudades de Brogodó e do Cordel Encantado


Seráfia - A Família Real


Hoje já fiz de um tudo, menos escrever para o meu blog. Em alguns comentários sobre a boa enquete da AGD (aqui) eu falei sobre o Patácio Peixoto, de saudosa memória. Juro que deu uma saudade danada de Cordel Encantado, uma novela que encantou a todos e terminou semana passada. Agora a Globo vem com A Vida da Gente. Vi o primeiro capítulo e já deu prá notar que não chegará nem aos pés de nosso conto brogodonense.



Para aqueles que não gostam de novela, com sinceridade, e que só as vêem enquanto esperam o Jornal Nacional, e para aqueles que gostam, mas fingem dormir quando elas estão no ar, e ainda para aqueles como eu, e o Roberto Almeida, que somos sinceros e dizemos que adoramos novelas, ela encantou a todos.



Em Bom Conselho, cujo de distrito de Caldeirões dos Guedes, sede da falida CIT, foi associado com Brogodó, a influência não se limitou à normal emoção que ela nos trouxe. Hoje ela faz parte do nosso folclore político. Cheque em Bom Conselho, em sua Pedro II e pergunte, onde é a casa do Poeta. Uns olharão para o outro e talvez um, ou dois apontarão o caminha. Mas, pergunte, onde é a casa de Timotinho Cabral, que uma multidão o levará lá, todos jurando que o conhecem



Tenho certeza que, muitas de nossas moçoilas casadoiras de hoje ainda suspiraram com os beijos entre Açucena e Jesuíno por aquelas paisagem lindas que recriaram nosso sertão. Hoje até me sinto mais pernambucana e orgulhosa por o Brasil ter se curvado ao nosso sotaque, visse?! É mais bonito do que o do paulista, carioca, gaúcho ou mesmo cearense ou baiano, não é meu rei!?



Mas, o mais bonito de tudo e que cheguei às lágrimas foi a leitura do Cordel Encantado feita por cordelistas consagrados do nosso agreste e sertão. Não poderia ter havida uma homenagem maior a esta arte esquecida pela modernidade capenga que temos hoje. A arte do Cordel se assemelha à arte da novela de rádio e TV. Os intelectuais desdenham para comprar quando não houver mais jeito. Isto aconteceu com nosso xote, xaxado e baião, que era coisa de caipira e hoje é coisa de rico abestado.



Paro por aqui pois o que queria fazer era só mostrar as fotos que o Jameson, enviado especial do Blog, fez em Seráfia do casamento de Jesuíno e Açucena. Agora é se contentar com as aventuras de Grizelda com sua Fina Estampa. Mesmo sem tempo paro em Morde & Assopra para ver as peripécias do prefeito Isaías, que graças a Deus, Roberto Almeida, não é o de Garanhuns.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Parabéns ao coronel, o museu da Celina e o "mula sem cabeça"




Mesmo antes de visitar os blogs hoje eu fui ao SBC (Site de Bom Conselho), que não sei se está sob nova administração, ou se Saulo desistiu mesmo de me censurar. Se for esta última opção então, a democracia reina no Mural. Parabéns! Escrevi lá o seguinte:

Hoje, além de ver o agradecimento do Coronel Fernando, que já havia lido na matéria das fotos de sua posse, não encontrando mais nada, fui fazer o que a algum tempo  não fazia: ir à APL. Está inerte por vários dias, com duas exceções. Um artigo de Zetinho falando com a eficiência costumeira das coisas do nosso mundo. A outra, na qual me detive mais, e que também interessa a Zetinho, foi um texto da Celina Ferro, uma jovem que, igual a mim se orgulha da terra onde nasceu. Não sei quando o artigo foi publicado. Como imortais os acadêmicos da APL, não colocam data em seus artigos. E sua ideia, se colocada em prática, encampa as do Zetinho, as minhas e de todos os homens de boa vontade de nossa terra (Memorial, museu, Academia, etc.). Criar um museu na casa que foi do Seu Barretinho. Se for a mesma que eu conheci é no oitão da Igreja. Só por curiosidade, eu soube que há uma Casa da Cultura, na Rua da Cadeia. Por que não aproveitar o espaço?”

Faltou espaço e, como o tema me interessa vim aqui usar mais de 1000 toques. Achei a ideia de Celina muito boa. Ela prova sua verve de historiadora. Espero que agora, nomeada pela Mamãe Juju para fazer parte da Comissão da Verdade, digo, Comissão da Galeria de Prefeitos, ele trate o joio e o trigo como cada um tem que ser tratado.

Mas, o texto da Celina é tão bom e claro que eu corro o risco de ser chamada de plagiadora pelo filho do Andarilho, mas o cito aqui. Se a autora for contra é só me comunicar que eu coloco uma poesia (não do Sr. Ccsta) no lugar:

“MUSEU OU MEMORIAL?

Às vezes eu ouço as pessoas falando da necessidade da criação de um memorial dedicado ao nosso saudoso Pedro de Lara. Realmente pelo seu trabalho e divulgação seria uma grande homenagem, entretanto eu acredito que seria mais oportuno e produtivo culturalmente a criação de um museu da cidade, pois contemplaria Pedro de Lara e muitas outras pessoas importantes, que construíram a História de Bom Conselho.

Com a implantação de um museu também seria feito o resgate de muitos traços culturais, de elementos importantes a formação histórica do município.

Muitas famílias fariam doação de documentos históricos, utensílios, costumes, fotografias e outros pertences, para exposição em um museu, pois seria uma homenagem aos seus antepassados.

Expor fotografias das famílias, utensílios domésticos, vestuários e outros elementos do acervo que surgirão através de uma pesquisa realizada no momento da criação do Museu de Bom Conselho.

O resgate desses elementos seria uma grande aquisição para a educação e a cultura da cidade, pois a aprendizagem seria fortalecida com visitas ao local, pesquisas, avaliações, debates e demais ferramentas educacionais aplicadas no cotidiano pedagógico.

O local para se instalar um museu, seria também um desses casarões que ainda existe na cidade. Posso até sugerir o casarão de Sr Barretinho que se encontra desocupado e a casa por si já tem um história especial, pois Sr. Barretinho era um poeta e uma pessoa que contribuiu com a cidade no século passado.

Além de Pedro de Lara, pode-se homenagear Frei Caetano de Messina, Josino Vilela e outros personagens da família Vilela, Padre Alfredo, Madre Salvador, Cel. José Abílio, Dr João Filino, Waldemar Guedes, Dr.Manoel Luna, Prof.Valdemar Santana, Ten. Alfredo Cavalcante de Miranda (Ten. Caçula), Cap. Lisimacho Vila-Nova, Ten. Coronel Florisbelo Vila-Nova, Maestro José Puluca, a Pianista Iracema Braga, Dr. Arnaldo Amaral e uma infinidade de pessoas que contribuíram na formação histórica da cidade.

Sabe-se das necessidades legais que acarreta tal projeto, portanto é necessário o posicionamento do poder público para a realização do mesmo.

Fica a sugestão e o apelo às autoridades competentes à sensibilização de tal empreendimento cultural em nossa cidade, que aos pouco vai perdendo a identidade por falta de sistematização do conhecimento aqui produzido.
Resgatar a memória de uma sociedade enriquece as gerações posteriores.

Um abraço da papacaceira, que se orgulha da terra onde nasceu.
Celina Ferro”

No recado que deixei nos Murais ainda falo em outra forma de cuidar e preservar nossa cultura e tradições, que é a ideia que o Zetinho tanto enfatizou que é a criação de Uma Academia de Letras. Coloquei isto lá, não para emular Jesus que disse: “Não julgueis que vim trazer paz a Terra; não vim trazer-lhe paz, mas espada; porque vim separar o homem contra seu pai, e a filha contra sua mãe, e a nora contra sua sogra; e os inimigos do homem  serão os seus mesmos domésticos. (Mateus, X: 34-36)”, mas apenas para dizer que já tivemos muitas ideias do tipo, mas nenhuma foi à frente.

Um dos motivos é que nós quando falamos à distância, pensamos de uma forma, e aqueles que estão lá pensam de outra. Isto não nos impede de dar opiniões, mas, sempre temos que ouvir primeiro quem está mais próximo. E no caso, a jovem Celina, agora, está muito próxima, e sua biografia mostra que é uma líder e que pode levar estas ideias à frente. Portanto, Celina, o que eu disser de errado releve e jogue fora, e o que eu disser de certo, aproveite, e Bom Conselho nos agradecerá.

Uma das coisas que discordo dela é sua confiança no chamado poder público. Ela mais do que ninguém, como historiadora da terra, sabe que quando se coloca o poder público no meio em nossa terra o que ainda impera é o coronelismo que quando dá a enxada exige o voto. O que entendi sobre a intervenção do poder público na ideia de Celina, e se estou errada me desculpe, é sobre a necessidade de desapropriações da casa de Barretinho, para o fim proposto. O que estou perguntando é se a Casa da Cultura, a antiga cadeia, não seria uma espaço ideal para isto sem a necessidade de intervenção do setor público neste sentido.

Por falar nisso, hoje vi no Blog do Poeta que teremos uma nova cadeia em Bom Conselho, pois até nossos presos estão fora do município. Agora teremos a garantia que nossa Casa da Cultura não volte a ter a mesma função de outrora.

Hoje, parece que o bicho da prolixidade baixou de novo em mim. Também, são tantas as emoções!

Já li na AGD um novo texto do Dr. Renato Curvelo, sobre o anonimato. Eu já estava satisfeita, mas, o Sr. Ccsta, sendo grosseiro, como soe acontecer, em outro artigo, chamando o seu colega de “joão sem braço”,não. Parece que foi agora chamado merecidamente de “mula sem cabeça”, “zé sem pernas”. Eu já disse que meu entendimento jurídico é muito pouco. Não tenho nem o curso de Direito incompleto como o filho do Andarilho, mas entendo nas entrelinhas, e não posso deixar de dar razão ao Dr. Renato.

Alguém que, num debate sobre a internet, vem citar uma autor da década de 50 do século passado, não pode entrar em debate nenhum, cujo tema seja o Direito. O Direito, eu li em algum lugar, deve evoluir em função da sociedade e não o contrário. Coisas que no século passado existiam em nossos códigos (por exemplo, filha desonrada podia ser deserdada pelo pai, hoje, inclusive as minhas, não teriam herança nenhuma) atualmente são artigos de museu. Inclusive, soube de coisas que se passaram em nossa terra, em relação a isto, que mereciam figurar na primeira sala do Museu que a Celina propõe e que, se Deus quiser, pela sua presença na terra, agora sai.

domingo, 25 de setembro de 2011

Para passar um bom domingo




Já que está virando moda, na AGD, rever o Blog da CIT (veja aqui ), por que não eu, quando estiver sem assunto novo não rever eu mesma?  Hoje até tenho um motivo, pois além de me atrasar lá na Igreja (minha confissão e penitência duraram mais do que o previsto), eu escrevi hoje no Mural do SBC sobre a festa do Coronel Fernando, o Fernando Bolacha, que, como já disse era um belo representante da espécie masculina, e vi uma homenagem ao Paulo Tavares, nosso digno conterrâneo, já falecido, mas, nosso contendor no passado, em discordâncias normais, de quem quer o melhor para nossa terra. Na Academia de Polícia Militar do Rio fizeram uma homenagem a ele dando o nome de um Bar. Nada contra, por que eu mesma fui homenageada por uma comunidade gay aqui em Recife, com um espaço: “Recanto da Lucinha Peixoto”. Eu fiquei até lisonjeada, porque todos sabem o porquê da homenagem. Mas, aquela feita ao Paulo Tavares eu não sei. É só curiosidade feminina.

Então resolvi transcrever o meu texto onde existe um pouco de nossa contenda, a respeito de se nossa Academia de Letras (outra coisa, o Zetinho sumiu da AGD, estaria ele doente? Espero que não, pois era um dos bons de lá). Então curtam o domingo me revendo. Talvez volte amanhã com algo novo. Quem quiser ver o original, com fotos e tudo, clique aqui .

“Por que não PEDRO DE LARA?

Sempre é bom ver alguém com amor filial assim. Teresa Tavares, penso ser filha de Paulo Tavares (ou neta? vi você nas fotos do saite de Bom Conselho e não deve ter mais de 30 anos. Acertei? Desculpe se errei para cima) e vem concordar com o seu pai. É menos específica do que ele. Ainda não sabe qual a homenagem digna para Pedro de Lara. Desde que não seja a Academia, que é lugar de homens de letras, então tudo bem. E isto acontece em qualquer lugar do mundo. Vamos por partes. Qual a homenagem digna para Pedro de Lara? Se não temos sugestões, ainda, passemos adiante.

Academia é um lugar de homens de letras. Será? Você sabia que a Academia original foi uma escola fundada em 387 a.C., próxima a Atenas, pelo filósofo Platão. Nessa escola, dedicada às musas, onde se professava um ensino informal através de lições e diálogos entre os mestres e os discípulos, o filósofo pretendia reunir contribuições de diversos campos do saber como a filosofia, a matemática, a música, a astronomia e a legislação. Platão, que homem inteligente, que sentimento nobre. Já naquela época sentia que outros conhecimentos além das letras puras eram essenciais ao ser humano.

A Academia Francesa - que serviu de modelo à Academia Brasileira - foi fundada, em 1635, por iniciativa do Cardeal Richelieu que obteve a autorização para seu funcionamento do rei Luís XIII, com a principal finalidade de tornar a língua francesa "pura, eloqüente, e capaz de tratar das artes e ciências. Tudo isto está escrito no saite: http://www.casadobruxo.com.br/ com pouquíssimas modificações. Vejam que as artes outras e ciências eram para ser contempladas.

Veio então a Academia Brasileira de Letras macaqueando a Francesa, no seu estatuto diz:

Art. 1º - A Academia Brasileira de Letras, com sede no Rio de Janeiro, tem por fim a cultura da língua e da literatura nacional, e funcionará de acordo com as normas estabelecidas em seu Regimento Interno.

Por que isto? Porque quando de sua fundação, no final do século XIX, as outras artes além da literatura, e a ciência eram incipientes. Hoje mudamos. Existe Teatro, existe Televisão, também existe Ciência e até e Enganação (Esta última palavra foi usada só porque estou treinando para ser poeta rimista, quem sabe se só teremos letras na nossa Academia).

Então, porque privilegiar só as letras, como o faz o senhor José Taveira Belo no seu projeto? Eis um trecho do Estatuto proposto por ele em caráter embrionário:

OBJETIVO – Parágrafo § 1.1 – ACADEMIA BOMCONSELHENSE DE LETRAS – ABCL, tem como objetivo congregar toda classe literária de Município de Bom Conselho a fim de divulgar estudos literários, como romance, poesias, artigos, conscientizando e motivando o desenvolvimento o potencial literário.

Peço mil desculpas ao senhor José Taveira, porque pesquisei o seu empenho na criação desta Academia e leio sua coluna com interesse e emoção porque sou de Bom Conselho e moro, atualmente, em Recife, mas, isto só me lembra os Grêmios Literários que curtíamos muito nas aulas de D. Diva Albuquerque no Ginásio São Geraldo (por favor não fiquem fazendo contas sobre minha idade, eu fui a mais nova da turma, precoce mesmo).

Com a ousadia que é peculiar aos ex-alunos daquele educandário sugiro que o parágrafo fosse assim reescrito:

OBJETIVO – Parágrafo § 1.1 – ACADEMIA DE BOM CONSELHO - ABC, , tem como objetivo congregar toda classe intelectual do Município de Bom Conselho a fim de divulgar e incentivar a produção de estudos e obras que foram ou sejam de importância para o desenvolvimento humano, feitos por pessoas de nossa cidade.

O restante do Estatuto seria adaptado a este parágrafo. Quanto a isto só mais uma coisa. A idéia da Academia ser completamente desvinculada do poder público parece-me ser "um tiro no pé, ainda sem sapato". Talvez tenha sido influência do nosso conterrâneo José Arnaldo Amaral, quando era anarquista. Penso que não é mais. Sendo ou não, lia muito ele no saite. Volte ou venha para o nosso Blog, Bom Conselho é uma boa causa.


Todo este gasto de bites para dizer o seguinte: Uma academia como esta pode e deve ter como patrono uma pessoa que foi um grande intelectual, sério, trabalhador, amante da terra, artista em várias frentes (tem até livros escritos, embora não fosse sua atividade principal), ator (esta sim sua atividade principal), homem de televisão, e, principalmente, o maior divulgador de Bom Conselho.

Quem reuniria todas estas condições? PEDRO DE LARA. Os mais velhos lembram muito bem, Teresa não, porque é jovem. Quando nos perguntavam de onde éramos e respondíamos: De Bom Conselho. O ignorante perguntador sempre dizia: Ah! Bom Conselho de Papacaça, a terra de Pedro de Lara? Não há excesso em dizer que ele lançou o nome de Bom Conselho no mapa do Brasil como nenhum outro.


Chegaram alguns e-mails na CIT, depois que o lançamos para patrono, dizendo que ele trabalhou em filmes pornográficos, etc, etc. A estes eu pergunto: Vocês já leram "A Casa dos Budas Ditosos", do nosso mais recente imortal da Academia Brasileira de Letras, João Ubaldo Ribeiro? Eu recomendo que todos leiam, é um livro excelente, e João já deveria esta a mais tempo na Academia. Tenho certeza que aqueles que leram não me disseram mais nada. Se o Pedro de Lara o leu, ficou corado junto aos seus lírios brancos de pureza.

No saite eu era censurada por prolixismo, me descupem, mas tem um assunto a mais. Você fala do seu tio Di. Como admiro este amor familiar! Li os escritos de Di no saite, são bem escritos e ele deve ser um canditado forte à ABC por isto. No entanto, como ex-aluna da Escola Pratt de datilografia, se fosse votar, o Di seria imortal pela exímia habilidade na tecnologia da máquina de escrever. Lembro, passávamos, eu e algumas colegas (naquela época moça não andava com rapaz pela rua, ficava falada) e no cartório ficávamos observando suas habilidades com a Remington (ou era outra marca?). Se ele hoje domina o teclado de um computador como o fazia com as velhas máquinas, é imortalidade certa.


Saudações Cordiais

Lucinha Peixoto.”

sábado, 24 de setembro de 2011

A I Conferência das Mulheres em Bom Conselho




Hoje já fui aos blogs, e agora, como vocês sabem tenho os meus favoritos, e já encontrei repercussão da I Conferência de Mulheres em Bom Conselho. Até agora, apenas o Blog da Niedja Camboim noticia, através de fotos, este, que deve ter sido um importante dia para as mulheres de Bom Conselho.



Uma coisa que estranhei logo, foi a ausência de homens, quase total. Só vi o Poeta e o Saulo, a quem conheço de fotos. O Saulo, desde o tempo que ele me censurava no Mural do SBC, até hoje que, caiu em si, e viu que estava censurando as pérolas e deixando os porcos. O Poeta, mais recentemente, desde que fui em seu blog e encontre a jumentinha em pouse suspeita, até agora em quem não há mais jumentinhas, e só aparecem outros tipos de animais.



Mas, isto é de Bom Conselho mesmo. Parece minha época quando só era possível clubes da Luluzinha e clubes do Bolinha, pois pensavam se fizessem um clube misto, teriam que construir uma maternidade defronte. Nos “assustados” (para os mais jovens era uma balada dançante), ficavam as moças de um lado esperando serem tiradas para dançar, e os homens de outro, tomando cachaça, ou, rum, na melhor da hipóteses. Eu voltei muitas vezes para casa (digo muitas como força de expressão, mas não ia a muitos “assustados”) se nem mexer um pezinho sequer.



Foi o que vi nas fotos na Conferência. Infelizmente, não pude comparecer com desejaria, mas fiz tudo o possível para que ela fosse divulgada pelos nossos blogs. E uma análise por fotos sempre é parcial e precária. Mas, o que hoje não é assim em nossas comunicações? Espero que o Saulo ou o Poeta, ou outro alguém, faça um relato melhor.



Vi que havia alguns mulheres autoridades, fora a coordenadora da festa, a Socorro. Vi uma secretária e a prefeita. Vi algumas pessoas que foram ou são ligadas ao Rotary, mas que me custa lembrar os nomes. Mas, não sei quem falou, nem quem não falou ou disse o que. Vi apenas, numa das fotos que a Mamãe Juju falou, e eu até posso supor o de que ela deve ter tratado: o papel das mulheres como mãe, para se desculpar por ter dado tanta asa ao Dr. Filhinho.

Mas, só a conferência em si já deve ter sido um marco na vida das mulheres de Bom Conselho, que, modéstia à parte que me toca, tem umas de grande valor, que precisam se meter na política, não só para defender o nosso gênero, mas, para mostrar que “nós podemos”. E não só podemos queimar as roupas íntimas em praça pública, pois hoje isto saiu de moda. Podemos ser iguais nas diferenças, com o homem. Como parceiros humanos em busca de uma vida melhor.

De qualquer forma parabéns às nossas mulheres pela Conferência. E eu espero que os homens que compareceram (pelo menos os que vi nas fotos, o Saulo e o Poeta) honrem as calças que vestem como homens de comunicação e comuniquem o que lá se passou. A Niedja, que não escreve, muito já fez a sua parte. Obrigada amiga!

Já ia esquecendo de contar uma alegria desta mulher que lhes escreve. Hoje vi que meu blog chegou a 120 acessos diários. Te cuida Poeta! Obrigada Bom Conselho!

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Dia de faxina, Ana Arraes e Vilma




Ontem, logo pela manhã ao abri a porta de minha casa para a Vilma, que veio fazer sua faxina, que é semanal, exceto quando a bagunça é tanta, que eu a chamo para vir mais amiúde. É a mesma coisa que está acontecendo no pós-Lula aqui no Brasil. A sujeira era tanta que resolveram entregar à presidenta uma vassoura, quando descobriram que de outras coisas de presidência ela não entendia nada.

- Bom dia, D. Lucinha.

- Bom dia, Vilma. Tudo bem?!

- Tudo.

- Por favor, Vilma, comece trocando a água, que ontem o Júlio fez uma lambança danada e acabou o botijão. Dê uma lavada.

- Tá certo D. Lucinha.

Quase toda semana ela faz tudo sempre igual, embora não me sacuda às seis horas da manhã, como na música do Chico Buarque, mas, chega às 8:00 e começa a faxina, sem perguntar nada. Outras vezes, como hoje eu a tiro da rotina.

Antes de ir cuidar dos meus afazeres a Vilma se volta prá mim e pergunta:

- D. Lucinha, quem é Ana Arraes? Ela é deputada, é?

- É, Vilma, é a mãe do governador Eduardo Campos.

- Ah! Os olhos verdes. Como é bonito este governador. Eu penso que votei nele. É votei! Ele parece um artista, não é?

- Ele não parece Vilma. Ele é um artista. É um artista da baixa política, como era o Coronel lá em Bom Conselho. Não mede consequências para conquistar e se manter no poder. Quem o conhece bem diz que ele não tem limites. Ele arrasa e humilha os seus adversários. Tá todo mundo na mão dele. Ele, só fica dando voltas em torno das pessoas, olhando de soslaio, como se diz, e quem não reza pela cartilha dele, ele trucida. Tanto que no interior do Estado, tem gente que não quer nem vê-lo pintado, por trás, mas quando chega pela frente, fica logo de joelhos, rezando o pai nosso do político subserviente e sem princípios.

- Danou-se D. Lucinha. E como é este pai nosso?

- Ah! Vilma é uma oração curta como o Pai Nosso verdadeiro: “Pai nosso que estás no poder, santificado seja seu santo nome, venha nós o vosso poder, mesmo que eu faça sua vontade, só aqui na terra, porque o céu está longe. A verba nossa de cada dia nos dai hoje, e não nos deixeis cair em tentação de usá-la em benefício do povo. Amém.” É mais ou menos assim. E a primeira lição que os políticos, da baixa política, aprendem é ela.

- Virgem Maria! Disse a Vilma com um ar de riso, e voltou a falar:

- Ontem eu vi na TV, a Dilma, a presidenta, que a senhora diz que ela agora é minha colega de faxina, lá no estrangeiro. Só ouvi quando ela disse que era a primeira mulher que chegava lá, eu não entendi bem.

- É na ONU, Vilma. É uma organização onde todos os países do mundo são representados, mas, só quem manda são 5 deles, porque tem bombas atômicas, e neste mundo, quem pode pode e quem não pode se sacode. O Brasil vem se sacudindo desde sua criação. Não sei porque, é sempre o Brasil que fala primeiro numa conferência que tem lá todos os anos. Por isso, a Dilma, como foi a primeira mulher presidente do Brasil, foi também a primeira mulher a abrir a conferência. Estamos atrasados nisto, pois temos um monte de países que já teria tido a honra que os petistas estão badalando tanto, se pudessem abrir a conferência da ONU. Já teríamos tido a Cristina Kirchner, Ângela Merckel, e outras lá, Por falar em mulher, hoje vai haver lá um Bom Conselho uma reunião, organizada pela amiga Socorro Godoy para discutir os problemas da mulher. Espero que discutam os problemas da Mamãe Juju com o filho.

- Não entendi quase nada, D. Lucinha mas, vi também ela dizer que vai acabar com a corrupção aqui. Esteve até com aquele moreno simpático que também é presidente, o Osama.

- Não Vilma, é Obama. Aliás a mulher dele parece muito contigo, embora você seja mais clarinha. Se estivesse aqui no Brasil, com o preconceito racial ainda enrustido que anda por aí, ela seria uma concorrente tua. Aliás, com a minha cor, eu não sou sua concorrente por sorte nossa, pois como você sabe, quando tenho tempo, passo a mão na vassoura e mostro ao mundo que ainda posso ser presidenta.

- Hoje a senhora está falando muito difícil. Vou cuidar da vida.

E lá se foi a Dilma, digo, Vilma para mais um dia de trabalho,  usando toda sua eficiência naquilo que faz. Eu fico aqui matutando. Será que a Ana Arraes poderá ser uma boa faxineira, no TCU, ou vai jogar sujeira prá baixo do tapete? Sendo mãe, como eu sou, duvido que ela encontre sujeira do filho por lá. Meu Deus me perdoe, mas já escondi algumas sujeiras fedorentas dos meus filhos. Mas, entendam. Mãe é mãe.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Mãe só tem uma! Será a do governador?




Não meus senhores, este texto não tem nada a ver com a piada pecadora, que foi enviada pelo Valfrido Curvelo para AGD (página “Sorria, mesmo sem comprar”), embora abaixo envolva até futebol. Eu fui lá, na página, pequei, e Deus me perdoe, mas ri à beça. Ele é sobre a Condessa Ana, mãe de nosso Vice-Rei Eduardo.

Agora foi criado o nepotismo maternal. Como todos sabem, o termo nepotismo vem de nepote, que era o sobrinho do Papa, e que por ser seu sobrinho era o protegidinho do titio. Agora, em Brasília com a benção do ex-apedeuta-mor, e de 222 deputados, o nosso Vice-Rei conseguiu que sua mãe fosse nomeada para um cargo no TCU.

Meus amigos, TCU não significa Tribunal de Coisas Ultrapassadas, e sim, Tribunal de Contas da União. Não percam o seu tempo lendo outras coisas. Leiam o artigo 71 da Constituição para saber de sua importância:

“Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual compete:

I - apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente da República, mediante parecer prévio que deverá ser elaborado em sessenta dias a contar de seu recebimento;

II - julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da administração direta e indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas pelo Poder Público federal, e as contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário público;

III - apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de pessoal, a qualquer título, na administração direta e indireta, incluídas as fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, excetuadas as nomeações para cargo de provimento em comissão, bem como a das concessões de aposentadorias, reformas e pensões, ressalvadas as melhorias posteriores que não alterem o fundamento legal do ato concessório;

IV - realizar, por iniciativa própria, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, de Comissão técnica ou de inquérito, inspeções e auditorias de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial, nas unidades administrativas dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, e demais entidades referidas no inciso II;

V - fiscalizar as contas nacionais das empresas supranacionais de cujo capital social a União participe, de forma direta ou indireta, nos termos do tratado constitutivo;

VI - fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados pela União mediante convênio, acordo, ajuste ou outros instrumentos congêneres, a Estado, ao Distrito Federal ou a Município;

VII - prestar as informações solicitadas pelo Congresso Nacional, por qualquer de suas Casas, ou por qualquer das respectivas Comissões, sobre a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial e sobre resultados de auditorias e inspeções realizadas;

VIII - aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de despesa ou irregularidade de contas, as sanções previstas em lei, que estabelecerá, entre outras cominações, multa proporcional ao dano causado ao erário;

IX - assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as providências necessárias ao exato cumprimento da lei, se verificada ilegalidade;

X - sustar, se não atendido, a execução do ato impugnado, comunicando a decisão à Câmara dos Deputados e ao Senado Federal;

XI - representar ao Poder competente sobre irregularidades ou abusos apurados.

§ 1º - No caso de contrato, o ato de sustação será adotado diretamente pelo Congresso Nacional, que solicitará, de imediato, ao Poder Executivo as medidas cabíveis.

§ 2º - Se o Congresso Nacional ou o Poder Executivo, no prazo de noventa dias, não efetivar as medidas previstas no parágrafo anterior, o Tribunal decidirá a respeito.

§ 3º - As decisões do Tribunal de que resulte imputação de débito ou multa terão eficácia de título executivo.

§ 4º - O Tribunal encaminhará ao Congresso Nacional, trimestral e anualmente, relatório de suas atividades.”

Se vocês não perderam o seu tempo lendo isto, agora o percam e continuem a ler-me.

Agora, sinceramente, vocês acham que pode dar certo um Tribunal com tamanha responsabilidade, ter como critério para participar dele, “ser mãe do governador de Pernambuco”, ou, “apadrinhado do ex-apedeuta-mor”? Alguns, que comentaremos mais abaixo dizem que é coisa de política. Se política é isto, eu que já estava com vontade de sair, agora mesmo é que estou fora. Você ser apenas uma cidadã, para quem política é mais do que isto.

Se não sair agora, eu vou pleitear a próxima vaga no TCU, com o argumento de que sou parente e aderente do Patácio Peixoto, Prefeito de Brogodó, e que terei como assessora a Doralice Peixoto. Não seria legítimo?

Imaginem o que faria o Patácio numa situação dessa? Claro que moveria mundos e fundos para me ver no TCU. Com que intenção? As mesmas do Zazá, o prefeito de Morde & Assopra? É possível que não. Mas, se a seriedade imperasse em Brogodó, o Patácio, como agente público, ficaria em suspeita permanente e insanável.

É o que penso acontecerá com o nosso Vice-Rei, e já está acontecendo com o nosso ex-apedeuta-mor que agora diz que o “mensalão” não existiu, enquanto o STF vai dizer que quem não existiu foi ele, pelo menos, como um Presidente responsável. Embora ele saiba que não adianta nada e que agora tem que fazer “política” com “p” minúsculo até o fim de sua existência, como agora eu suponho, o mesmo ocorrerá com nosso Vice-Rei.

Mas com estamos tratando de mãe e filhos e política com o “p” assim mesmo, se faz até em Bom Conselho, e levada pela página da AGD, “Deu nos Blogs”, fui ler o Blog do Dr. Filhinho.

Ele cometeu mais duas postagens interessantíssimas e digna da ciência política bom-conselhense. Na primeira ele é conclusivo. Ao participar das reuniões políticas na EXPOBOM, pegado na mão de mainha, ele concluiu: “O sigilo é imprescindível nessas situações, principalmente vindo de alguém que acompanhou algumas dessas conversas. Mas como diria o Poeta, política se faz nos bastidores!” Esta é a política com o “p” assim mesmo e existe em toda parte. Se deve ser assim, o nosso cientista mirim não disse uma palavra, só acompanha mainha.

A outra tem o sugestivo título de “Ele aprontou de novo!”. Eu pensei, inicialmente que ele fosse se referi a alugum coleguinha dele que escondeu os remédios que ele toma ainda desde que surtou. Mas, não era. Ele iria falar do próprio, do nosso governador, do nosso Vice-Rei, Eduardo Campos, filho de Ana Arraes, filha de Miguel Arraes. Então, como eu já sabia o que ele havia aprontado, continuei a ler o Dr. Filhinho.

Eu não diria melhor do que ele, quando descreveu o feito do Vice-Rei, leiam-no:

“Não teve limites para eleger sua mãe, para este que é um cargo estratégico. E deu a ela uma vitória ao estilo Eduardo de vencer: arrasadora, humilhante para os seus adversários. Ana obteve 222 votos entre os 493 votantes, o que equivale no futebol a uma vitória de 5 a 0 do Náutico sobre o Sport, na Ilha do Retiro lotada.”

Eu já sabia, mas não me conformo. Será que um governador pode agir sem limites? Será que Pernambuco tinha realmente consciência disto quando o elegeu? E não foi só neste caso, segundo o Dr. Filhinho, este é o “estilo Eduardo de vencer”. Arrasando e  humilhando seus adversários. Meu Deus, estamos em péssimas mãos.

E ele diz que é um cargo estratégico. Estratégico para que? Para poder burlar as leis e usar mal o dinheiro público sem ser punido? Não seria demais? Talvez seja só para que Pernambuco consiga realizar um jogo da Copa do Mundo, sem licitações atrapalhando.

E ele, em sua análise precisa e contundente vai mais além. Leiam o menino, que ainda vai para as reuniões pegada na mão de mainha aprender a fazer política:

“Agora, Eduardo conta com sua mãe na tomada de decisões do principal órgão regulador das ações do executivo, beneficiando ele próprio assim que deixar o cargo. De quebra, ainda garante à mãe um salário de 25 mil reais, vitalício, com direito à aposentadoria no mesmo valor. Mas a importância da vitória de Ana Arraes, hoje, não se resume apenas a esses parcos benefícios...”

Observem senhores, o que são os parcos benefícios, que a eles não se resume a vitória da Condessa Mãe. Imaginem, o que pode ter de mais. Eu tremo só em pensar.

Meus senhores, pela genialidade demonstrado pelo Dr. Filhinho em suas análises políticas, não é difícil deduzir os segredos inconfessáveis que ele ouviu, acompanhando mainha nas reuniões. É claro que o Isaltino deve ter dito a ela, olha prefeita, o governador não quer nem saber de você nas próximas eleições. Te vira!

Há outra conclusão lógica? Há sim, aquela de que o Dr. Filinho ainda não se refez inteiramente do surto psicótico e quis atritar sua mainha com o governador. É uma hipótese também provável.

Eu deixo ao meu público leitor, que inclui mãe e todos os filhos de gente famosa, decidir. Mas, eu concluo o óbvio: “Mãe só tem uma!