terça-feira, 27 de setembro de 2011

Saudades de Brogodó e do Cordel Encantado


Seráfia - A Família Real


Hoje já fiz de um tudo, menos escrever para o meu blog. Em alguns comentários sobre a boa enquete da AGD (aqui) eu falei sobre o Patácio Peixoto, de saudosa memória. Juro que deu uma saudade danada de Cordel Encantado, uma novela que encantou a todos e terminou semana passada. Agora a Globo vem com A Vida da Gente. Vi o primeiro capítulo e já deu prá notar que não chegará nem aos pés de nosso conto brogodonense.



Para aqueles que não gostam de novela, com sinceridade, e que só as vêem enquanto esperam o Jornal Nacional, e para aqueles que gostam, mas fingem dormir quando elas estão no ar, e ainda para aqueles como eu, e o Roberto Almeida, que somos sinceros e dizemos que adoramos novelas, ela encantou a todos.



Em Bom Conselho, cujo de distrito de Caldeirões dos Guedes, sede da falida CIT, foi associado com Brogodó, a influência não se limitou à normal emoção que ela nos trouxe. Hoje ela faz parte do nosso folclore político. Cheque em Bom Conselho, em sua Pedro II e pergunte, onde é a casa do Poeta. Uns olharão para o outro e talvez um, ou dois apontarão o caminha. Mas, pergunte, onde é a casa de Timotinho Cabral, que uma multidão o levará lá, todos jurando que o conhecem



Tenho certeza que, muitas de nossas moçoilas casadoiras de hoje ainda suspiraram com os beijos entre Açucena e Jesuíno por aquelas paisagem lindas que recriaram nosso sertão. Hoje até me sinto mais pernambucana e orgulhosa por o Brasil ter se curvado ao nosso sotaque, visse?! É mais bonito do que o do paulista, carioca, gaúcho ou mesmo cearense ou baiano, não é meu rei!?



Mas, o mais bonito de tudo e que cheguei às lágrimas foi a leitura do Cordel Encantado feita por cordelistas consagrados do nosso agreste e sertão. Não poderia ter havida uma homenagem maior a esta arte esquecida pela modernidade capenga que temos hoje. A arte do Cordel se assemelha à arte da novela de rádio e TV. Os intelectuais desdenham para comprar quando não houver mais jeito. Isto aconteceu com nosso xote, xaxado e baião, que era coisa de caipira e hoje é coisa de rico abestado.



Paro por aqui pois o que queria fazer era só mostrar as fotos que o Jameson, enviado especial do Blog, fez em Seráfia do casamento de Jesuíno e Açucena. Agora é se contentar com as aventuras de Grizelda com sua Fina Estampa. Mesmo sem tempo paro em Morde & Assopra para ver as peripécias do prefeito Isaías, que graças a Deus, Roberto Almeida, não é o de Garanhuns.

2 comentários:

  1. REALMENTE A NOVELA DEIXOU SAUDADES EM MUITA GENTE, COMO SERIA BOM SE TODAS AS NOVELAS DEIXASSEM UM ENSINAMENTO CULTURAL COMO FOI O CASO DE CORDEL ENCANTADO, TALVEZ AS MÁS INFLUENCIAS QUE ALGUMAS CAUSAM NA VIDA DAS PESSOAS SERIAM AMENIZADAS E MUITAS PESSOAS PASSARIAM A VALORIZAR AQUILO QUE É REALMENTE CULTURAL.

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  2. Minha Cara Lucinha.

    Confesso-lhe que senti grande emoção ao ver os nossos cordelistas no final da novela Cordel Encantado, os quais, nós nos criamos vendo-os a declamarem em nossas feiras livres e que mantém e mantiveram a nossa cultura popular viva e ativa, ao ponto de inspirar esta excepcional novela – Cordel Encantado. Esta não foi mais uma novela, foi A NOVELA DA VIDA E DA CULTURA REAL DO NOSSO QUERIDO E SOFRIDO NORDESTE.
    Acabo de ler o livro - Coronel, Coronéis – de Roberto Cavalcanti de Albuquerque e de Marcos Vinicius Vilaça, este último, meu conterrâneo de Lajedo – PE, no qual acho que a autora de Cordel Encantado deve ter se inspirado, pois, muita coisa que vi na novela presenciamos no dia a dia de nossas cidades, em Bom Conselho com o Coronel José Abílio, em Limoeiro com Chico Heráclito e em menor intensidade em Lajedo com os aprendizes de coronéis – Cosme/Duarte e Dourado, como foi sensacional ver cenas da decrepitude destes coronéis, representados muito bem por Timotinho Cabral, que muitos ainda tentam imitar, apesar dos novos tempos.

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