sexta-feira, 29 de março de 2013

Vida, Paixão e Morte... (*)





Estou em casa cozinhando. Entre um “trim” e outro do marca tempo de cozinha, resolvi escrever. Sentei, fiquei como o Gildo uma certa vez, olhando para o tempo. Fui ao site de Bom Conselho, no Mural, li quem eu sempre leio, procurando inspiração. Escrevi umas baboseiras nele e voltei. “Trimmmm”, era o tempo do feijão de coco. Mexi. Voltei. Tudo cheira a Semana Santa. Pensei, vou escrever sobre o São João. Mas, quem iria ler? Resolvi não inovar muito. E lá vem a Vida Paixão e Morte de Jesus Cristo, outra vez.

Hoje começo pelo fim. À noite irei assistir à Paixão de Cristo do Recife. Já fui, alguns anos atrás. É um bonito espetáculo, e para nós católicos, a questão de texto, interpretação dos atores não vem muito ao caso. Eu choro nos espetáculos da paixão desde que via, no Cine Rex aquelas Vidas de Cristo, mexicanas, cujos diálogos seriam, mais ou menos assim (não sei espanhol):

- Como te hamas?

- Yo me hamo Pedro.

- Te hamavas, ahora serás pescadores de los hombres!

E por ai vai, passando pelo circo do Zé Bezerra, no qual vi Jesus ser retirado da cruz umas três vezes, e ainda chorava.

A Paixão do Recife, mesmo quando assisti pela primeira vez, já achei o José Pimentel um pouco velho para o papel. Jesus então fica, com todo respeito e pedindo o perdão ao verdadeiro, no linguajar do meu filho mais novo: “caidaço”. Hoje à noite ele ainda está lá no batente. Não sei se é por isso que o patrocínio ao espetáculo vem caindo. Vamos ver se ele ainda consegue carregar a cruz, e me emocionar. Se eu chorar, pode continuar, Pimentel.

Mas o patrocínio flui mesmo é para a Paixão em Nova Jerusalém. Todo ano é um Cristo novo e é um ator global. Engraçado que são bons atores. Fui dois anos e chorei nos dois. Porque é que a Rede Globo tem os melhores atores? Todos sabem, sou fã de novelas (aguardem a crônica sobre O Caminho das Índias, perdão meu Deus) e as desta emissora se sobressaem porque, acho eu, os atores são melhores. No entanto, pelo menos deveriam deixar um mesmo Jesus por alguns aninhos. Quando disseram que o ator deste ano era um Murilo, eu pensei, não, o Dódi, não.

Sem querer fazer propaganda, a CIT não firmou ainda nenhum contrato com a Globo, digo que a coisa lá em Nova Jerusalém é bonita. Um pouco cansativa, sim, mas, a beleza supera o cansaço. Embora quase ficamos sem tempo de chorar.

Trimmm”, é o bacalhau de forno que ficou pronto. Receita de minha mãe, desde quando em Bom Conselho, bacalhau era comida de pobre. Meu pai contava, vinha numas barricas, baixas e redondas, não sei de onde, e era barato. Quando víamos uma mulher baixa e gorda, a comparávamos a uma barrica de bacalhau. Vou tirar do forno mas, volto..

Aproveitei e também tirei o peixe do fogo. Igual ao bacalhau hoje, o preço está pela hora da morte. Eu não sei como os pobres deste país poderão cumprir os preceitos de nossa Santa Madre Igreja, de não comer carne nestes dias santos. Comendo ovo, talvez. Porém, são estas coisas que eu digo, se não puder comer peixe, tenho certeza que Jesus, em sua infinita misericórdia, perdoará aquele que não o fizer. Jejuar, como faziam meus avós, pode ser até um bom motivo para minha filha perder peso, mas para uma pessoa pobre pode ser até prejudicial a saúde. São preceitos que a própria Igreja vai aceitando, ou pelo menos, os homens de boa vontade que a compõem.

Começamos pelo fim, agora voltemos ao início. Em minha época de adolescente em Bom Conselho, os rituais religiosos da Semana Santa eram feitos com muito esmero, devoção e carinho pela fé. O lava pés na Quinta-feira Santa, a procissão de Sexta-feira, Sábado de Aleluia, que terminava com a ressurreição de Jesus, eram memoráveis. Na quinta eram os meninos que se vestiam de apóstolo e iam para o lava-pés (homens da CIT e de Bom Conselho, escrevam sobre isto), havia ainda os Ben-hur, na sexta-feira éramos nós, mulheres, de Pecados. Maria Madalena, lembro um ano que foi Marilene de Dona Luisinha e Santa Verônica, posto cativo de Nevinha de Chico Cardoso, tudo isto me vem à mente, será que ela ainda funciona? Fui Pecado. Sim havia os 7 Pecados Capitais (agora lembrei do texto de Gildo, editado por Cleómenes). Fui, poucos anos, Luxúria, era cor-de-rosa, tomaram meu lugar. Dona Maria Francisca me disse que só tinha lugar para Avareza, cor amarela. Meu pai falou que não tinha dinheiro para comprar o tecido outra vez. Deixei os pecados. Só tinha dinheiro para ver a procissão passar e ver Dona Lourdes Cardoso, puxando o canto:

- Perdão meu Jesus, perdão Deus de Amor, perdão Deus clemente, perdoai Senhor!

Finalmente, ficava, com as amigas, rodando na Praça Pedro II, no sábado de aleluia, rezando para que a achassem, de sorte que o mundo não tivesse fim. Nunca permanecia até muito tarde. Meu pai era um zeloso senhor que, como quase todos na época, achava que chegar tarde em casa, tirava a honra das filhas. Ainda lembrava disso quando as minhas chegavam aqui em Recife, de madrugada. Nem dizia nada.

Quase hora do almoço. Todos a postos. Uma feliz Páscoa para todos.

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(*) Texto meu, publicado no Blog da CIT em 11.04.2009, ou seja quase 4 anos antes. E parece que eu poderia escrevê-lo hoje. O Pimentel continua sendo Jesus na Paixão de Cristo no Recife, as novelas da Globo continua boas e penso que o Padre Marcelo ainda faz a cerimônia na Igreja de Bom Conselho. O que há de diferente é que o Gildo sumiu e que eu agora ao invés de cozinha aqui em Recife eu vou para Gravatá e não posso ver o Pimentel. E já prevendo problemas com minha conexão eu programei este texto para esta Sexta-Feira Santa. E como fiz há 4 anos desejo aos meus leitores uma boa Páscoa.

quinta-feira, 28 de março de 2013

O médico e o poeta





Há um ditado que diz: “De médico e de louco todo mundo tem um pouco”. Eu acordei hoje e fui aos blogs de Bom Conselho. Descobri que há agora os Blogs Oficiais e os Blogs não Oficiais de da cidade. Isto está lá no Blog do Poeta que escreve português errado de propósito, para chegar mais perto do povo (me engana que eu gosto). Então vi que o ditado acima pode ser também: “De poeta e louco todo mundo tem um pouco”.

E agora tenho dois exemplares de gente a me perseguir: um médico e um poeta. O médico é o Chapolim Colorado e o poeta é o Bardo de Arapiraca. Ambos ressuscitaram a amizade de tempos atrás quando tentavam provar por A mais B que eu não era eu. Ou como diziam na época, eu era um fantasminha, e não camarada. E, como mostrei ontem aqui em meu blog, o médico diz que provou que eu não sou eu. Outro dia, segundo me falaram, o poeta, também renovou os mesmos votos de estima e consideração para com quem, diz ele, escreve por mim.

Eu estou um pouco sem tempo, aqui em Gravatá, e me coloco a meditar e revendo os ensinamentos dos meus mestres da informática, que me diziam: Lucinha, quando alguém diz que sabe quem é um anônimo da internet, nunca acredite até ver a ordem judicial e a pesquisa feita pela polícia para mostrar que há indícios de que seja a pessoa indicada. E, iam além, dizendo: E quando a pessoa que escreve de forma anônima tem consciência do que está fazendo e entende o que é a internet, é quase impossível descobrir quem é. Se não fosse assim não existiriam crimes insolúveis cometidos na rede.

Lembro que o Diretor Presidente, que é um bom-conselhense, cujo único defeito era não querer escrever com seu nome verdadeiro, escutava com atenção e mantinha sempre seus cuidados para manter-se no anonimato. Hoje vive no ostracismo por obra e graça do Chapolim Colorado.

Penso que o Bardo nem conheceu o Diretor Presidente, pois nem teria capacidade para ler os seus textos, mas , o médico deve tê-lo lido, tenho certeza. Será que não sente remorso pelo seu tresloucado ato de mentir escandalosamente sobre a identidade de pessoas que ele nem conhece?

Foi por estas, e depois por outras, que vi logo o que viria do governo de mainha. É difícil imputar à mãe todos os defeitos que um filho carrega, mas, neste caso, quando ela veio cair em si, a vaca já tinha ido para o brejo, e perdeu as eleições para o “matuto do Logra”, que pelo menos se apresentou com menos empáfia do que o Dr. Filhinho. Eu não quero nem imaginar o que seria da saúde me Bom Conselho se ela tivesse ganho as eleições.

Mas, como sou muito imaginosa e estou aqui nesta tarde modorrenta e quente da serra, não custa imaginar. Um hospital fechado a mando do diretor, que não seria outro do que o Dr. Filhinho, o povo a sofrer, enquanto ele se debruçava junto de um computador para rastrear IPs das pessoas e procurar nomes de anônimos ou pseudônimos no Facebook.

Seria uma tragédia. Ainda bem que perderam e agora quem sofre são os seus pacientes no Hospital do Açúcar com esta busca incessante pelo estrelato gerado pela mentira. Na certa ele irá dizer depois, que não teve esta intenção e virá enganar por mais um tempo a quem não entende nada da rede de computadores. Talvez, pedindo minha foto como já fez, para que eu possa sofrer, junto com a Janisse, a dor da bimba de boi. Não a terás Chapolim.

Fico mais enclausurada ainda mas não deixarei de dizer a verdade e de informar o povo da minha terra para o qual criei meu blog depois da queda do Blog da CIT, pela fraqueza do Diretor Presidente.

Chapolim Colorado e Xico Pitomba não passarão, eu, passarinho.

quarta-feira, 27 de março de 2013

O Dr. Filhinho ataca outra vez





Já hoje recebi uma mensagem da Janisse, uma colega de Mural da AGD, que me deixou estarrecida. Não pela mensagem em si e nem mesmo pela sua sinceridade em dizer que é Costa Silva, que é também um pseudônimo que criou uma página no Facebook, e que eu fui lá e vi que apenas quase copiava o Mural da AGD.

Fiquei boquiaberta foi com a mensagem que o Dr. Filhinho colocou lá nesta página, com a qual a Janisse se sentiu ameaçada e desativou imediatamente a página. Leiam a mensagem que ela me enviou como sendo uma cópia daquela recebida pelo Costa Silva. Eu volto depois.

Felipe Alapenha             26 de março de 2013 20:03

Eu disse uma vez, por aqui mesmo, que eu tinha me resguardado depois daquele episódio que envolveram meu nome no carnaval do ano passado. Descobri que não existem anônimos na internet, e procurei entender aqueles que falavam de mim, estudar cada um deles e descobrir o por que de usar esses métodos pra me atingir. Foi a partir daí que eu soube que era o José Carlos Cordeiro quem escrevi o blog da Lucinha. Aliás, não soube, eu tive a prova que era ele. Assim como eu descobri outras tantas figurinhas carimbadas de Bom Conselho que fazem uso do anonimato, que se eu te contar tu nem acredita. Ontem, eu precisei usar dos meus métodos pra descobrir quem era você. Não me interessava, mas a partir do momento que você me agrediu, eu tive que conhecer de onde partia a agressão. Acabei me surpreendendo com a descoberta.
Minha cara J., por enquanto isso é só um pedido, não entenda como uma ameaça. Eu peço, pelo respeito que a minha família tem à sua e vice versa, pare de falar essas coisas de mim, seja por aqui ou pelo seu pseudônimo no mural da Gazeta Digital. A gente não precisa disso.
Cuidado com essa página, cuidado com essas coisas por aqui. Seu marido, seus filhos, gente da melhor qualidade, eles não merecem passar por um constrangimento desse quilate se alguém fuçar só um pouquinho e te descobrir. Como eu disse antes, não existem mais anônimos na internet .

Eu começo perguntando, como é que um jovem médico, agora fazendo residência médica no Hospital do Açucar, tem tempo para se dedicar a fuçar a vida dos outros na internet, pelo simples prazer de descobrir o nome de alguém que não quer que seu nome apareça? Eu já disse que isto poderia ser uma doença e que até poderia ter levado o Dr. Filhinho à Tamarineira diante de um surto psicótico semelhante que ele teve tempos atrás, quando, dizem ele delirava na frente de sua mainha gritando:

- Mainha, a Lucinha Peixoto é o Zé Carlos!

Depois de muito se ajoelhar no milho, de castigo, parece que ele não aprendeu ou a Judith (Mamãe Juju, na época) não foi o suficientemente severa. E vejam no que deu. Agora ele está surtado outra vez, e diz que empregou o mesmo método do passado para descobrir o pseudônimo de Janisse. Se imagino a cena, ele deve estar agora, de frente da mainha dizendo:

- Mainha você me colocou de castigo, mas, agora eu provo que meu método deu certo. Veja: o Costa Silva é a Janisse.

Não sei se a Judith vai castigar ele outra vez. Eu não recomendo a internação. Eu recomendo uma boa reprimenda, dizendo para ele assim:

- Meu filho, pare com isto. Este negócio de descobrir anônimo já fez eu internar você. Você já viu que é um crime andar fuçando na internet e andar dizendo mentiras pelas redes sociais e blogs. Se você continuar assim, eu não deixarei mais você escrever no seu blog, e tomo seu bisturi.

Eu acrescentaria, depois de uns bons puxões de orelhas, que foi ele com sua empáfia e mente doentia que tirou votos de sua mãe e deixou o Dandan ganhar as eleições. Ele desdenhou dos matutos do Logradouro e se deu mal. Ele acabou com o Blog da CIT, levando o Diretor Presidente ao quase desespero pela suas mentiras. E pelo prazer pura e simples de aparecer dar exemplo de mentiras passadas para justificar ações no presente.

Basta ler com cuidado a mensagem do Dr. Filhinho para ver quanto são mafiosos os seus procedimentos. Ele fala do envolvimento do seu nome nos acontecimentos do carnaval do ano passado. Não sei se houve mais do que o que eu sei. O que soube é que ele disse que carnaval bom é o carnaval de Pesqueira e se mandou para lá. Dizem que grande parte dos votos da Judith foram embora por ele ter dito isto. Agora, que a mainha perdeu ele quer se vingar?!

E brada seu RG e CPF dizendo: não há mais anônimos na internet. Como se isso fosse uma novidade. Eu, menos do que o Zé Carlos (ele é modesto demais para meu gosto, e não desce do muro nem se o muro cair), sei como funciona a internet, mas tenho os amigos da CIT com quem eu falo nestas horas aflitivas. É aquela coisa de que não há crime perfeito, porque o crime perfeito ninguém descobriu.

A internet é o paraíso do anonimato não porque não se pode descobrir os anônimos e sim porque para se fazer isto, muitas vezes o custo é muito elevado. Gastou-se uma fortuna para se descobrir quem vazou notícias do pentágono e o principal suspeito foi preso porque teve relações sexuais com a mulher errada. Este negócio do Dr. Filhinho ficar dizendo que usou métodos eficientíssimos para descobrir que eu era o Zé Carlos e outros não passa de cascata. Primeiro, porque eu sei que existo e sou responsável pelo que escrevo, segundo, porque, mesmo que fosse o Zé Carlos, desconfio do poder dos seus métodos (do Dr. Pinoquinho ou Chapolim Colorado) para que ele tenha me descoberto.

Vejam o caso da Janisse. Ele descobriu que a Janisse é o Costa Silva. E diz que descobriu quem é o Costa Silva. Será? Na certa, entre uma cirurgia e outra na qual o paciente morreu no Hospital do Açucar, ele comparou o estilo de um com o de outro e eureka, descobriu tudo. Besteira da grossa. Ele pediu ao Google que lhe mandasse o IP de um e de outro e comparando-o viu que eles eram iguais. Não sabe ele que a Janisse e Costa e Silva usam a mesma lan house e o mesmo computador (obrigada Jameson) para mandar suas mensagens. Ele rastreou os e-mails de um e de outro, enquanto um paciente gemia de dor no Hospital do Açucar, e descobriu seus IPs iguaizinhos. Existem hoje programas grátis que mudam o IP a qualquer hora, basta querer (obrigada Zezinho). E por ai deve ter ido o Dr. Filhinho, enquanto deixou um rastro de dor e desilusão nos familiares de seus pacientes do Hospital do Açucar enquanto ele bisbilhotava a vida dos outros.

E, para vocês não perderem um minuto de sua mensagem, vejam este trecho, que ao lê-lo eu me lembrei do Dom Corleone falando com um seu desafeto no O Poderoso Chefão:

“Minha cara J., por enquanto isso é só um pedido, não entenda como uma ameaça. Eu peço, pelo respeito que a minha família tem à sua e vice versa, pare de falar essas coisas de mim, seja por aqui ou pelo seu pseudônimo no mural da Gazeta Digital. A gente não precisa disso.
Cuidado com essa página, cuidado com essas coisas por aqui. Seu marido, seus filhos, gente da melhor qualidade, eles não merecem passar por um constrangimento desse quilate se alguém fuçar só um pouquinho e te descobrir. Como eu disse antes, não existem mais anônimos na internet .”

Depois de ler isto fiquei esperando que a Janisse me mandasse outra mensagem e dissesse que aquela não era do Dr. Filhinho. Eu o achava inteligente e ainda acho, mas, o Dom Corleone também era, e eu não aprecio em nada seus métodos e seus valores. Ele só faltou completar para amedrontar mais J.: “Cuidado que a bimba de boi está pronta!”

Cara Janisse, eu também senti e sinto muito medo pelo clima de violência que existe em nossa cidade. E não uso o anonimato, que pena. Eu tomei minhas precauções e vivo quase enclausurada. Depois de semelhantes ameaças do Xico Pitomba eu ainda receio por mim e me cuido. Eu nunca pensei que pudesse associar o nome do Dr. Filhinho ao daquele meliante. Mesmo quando o Dr. Filhinho e o Poeta (patrão do Xico) viviam trocando figurinhas e métodos para descobrir quem de fato era eu, nunca pensei que o Dr. Pinoquinho pudesse chegar a tanto. Mas, como disse o Zé Carlos, você já tem um suspeito, eu já tenho dois: o Xico Pitomba e o Champolin Colorado.

O dízimo





Por Mary Zaidan (*)

Guia de Dilma Rousseff na cerimônia de entronização e no encontro privado com o Papa Francisco, em uma viagem que ficará marcada pelo contraste entre a gastança da comitiva brasileira e a pregação pelos pobres feita pelo Pontífice, o ministro Gilberto Carvalho não se apoquenta. Nem quando quebra ou deixa quebrar, diante de seu nariz, símbolos de sua fé.

Católico (foi ligado à Pastoral Operária), Carvalho é também porta-voz e apara-arestas do governo e das campanhas majoritárias petistas junto aos evangélicos. Na última sexta-feira, representava a presidente na Convenção Nacional das Assembleias de Deus, realizada em São Paulo.

Ali, ouviu impassível seu colega de governo Marcelo Crivella (PRB), ministro da Pesca, conclamar mais de três mil pastores a aplaudir o governo porque as políticas voltadas aos pobres permitiram aumentar a arrecadação de suas igrejas. "A nossa presidenta e o presidente Lula fizeram a gente crescer porque apoiaram os pobres. E o que nos sustenta são dízimos e ofertas de pessoas simples e humildes.”

Parece brincadeira, mas não é.

Da saia-justa que lhe impôs Crivella, Carvalho escapou sem dar um pio. O mesmo não pode fazer com os custos exorbitantes da estadia em Roma – quatro dias para pouco mais de cinco horas de agenda oficial, gastos de R$ 324 mil só em hospedagem, sem contar os 21 veículos locados, refeições e diárias adicionais. Sem conseguir explicar o inexplicável, considerou o tema como “falta de assunto” e ponto.

Ambos os casos ilustram de maneira cristalina como o governo vê e lida com os mais pobres. Os mesmos pobres que inflam a popularidade recorde da presidente.

Em Roma, para ver o Papa apologista da simplicidade, considerou-se normal, ou pior, de praxe, que a presidente e seus ministros – aliás, o que mesmo o ministro da Educação Aloisio Mercadante foi fazer lá? - se hospedassem em um dos hotéis mais luxuosos da Europa, pagos pelos impostos dos brasileiros.

Entre os 132 chefes de estado presentes à cerimônia de entronização, só o vice-presidente dos EUA e o presidente de Taiwan ficaram no mesmo hotel de Dilma.

Mas, se como diz Carvalho isso é falta de assunto, vamos ao dízimo.

"Com a presidenta Dilma, os juros baixaram. Quem paga juros é pobre. Com menos juros, mais dízimo e mais oferta", explicou o ministro da Pesca, diante do secretário-geral da Presidência. Não recebeu qualquer reprimenda. Talvez porque aqui a semelhança não seja mera coincidência.

A lógica cartesiana que o evangélico Crivella expôs é a mesma que orienta os passos da campanha pela reeleição da presidente: o dízimo é o voto.

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(*) Publicado no Blog do Noblat em 24.03.2013. Para quem está sem tempo, arrumando os matulões para subir a serra, com a ilusão que lá está mais fresco do que aqui, durante a Semana Santa, o texto da Mary acima vem a calhar. Ela fala de dízimo, e isto tem tudo a ver com a religião, como a própria Semana Santa.

O dízimo é um velho companheiro das religiões, desde Abraão e já dele se fala no Antigo Testamento. Ele sempre foi uma espécie de imposto cuja alíquota, 10%, incidia sobre várias coisas, em bens ou dinheiro. Eu, como católica já paguei dízimo, embora nunca soube que fosse obrigatório em nossa Igreja. Nunca procurei saber. Só sei que o Papa Bento XVI retirou este nome dos Mandamentos da Igreja, o que foi muito melhor. Hoje se contribui de acordo com as possibilidades e o percentual é variável. O nome dízimo traz modernamente, tristes lembranças. E não sou contra a que se coopere com as Igrejas. Qualquer uma.

No entanto, alguns Igrejas, pelo que se tem visto, avacalharam com a ideia, quase obrigando os fiéis usarem o seu dinheiro para enricar pastores em nome de Deus. O que achei espantoso no bispo Crivella (não sei se ele é bispo ou já passou a Papa, ao se tornar o Ministro da Pesca querendo virar São Pedro), citado pela Mary, foi sua sinceridade ao confessar um apostasia. A desfaçatez não tem limites. Eu acho que pobres sempre existirão na face da terra, mas, querer que eles aumentem para aumentar o dízimo é demais. E isto é o que ele está querendo dizer, pois, ao invés de comprar mais coisas com a diminuição dos juros, ele deve dar mais à Igreja, e consequente enriquecimento dos pastores. Então quanto mais pobres melhor, pois eles é que pagam juros, segundo o bispo.

Esta é uma das declarações que nos fazem querer distância de determinadas correntes religiosas, que de Religião só tem as penas. É em cima da cobrança do dízimo que o Pastor Feliciano, em vídeo recente, clamava para que um fiel deixasse a senha do seu cartão de crédito para que Deus atuasse em seu benefício. Não discrimino entre religiões mesmo sendo católica e achar minha Igreja a verdadeira Igreja, mas, chamar a estas seitas produtoras de novos ricos de religião, é forçar demais a barra.

Que Deus tenha pena das almas destes hereges neste belo período de Semana Santa tão importante para nós cristãos. Pelo menos para os verdadeiros. (LP)

terça-feira, 26 de março de 2013

A REPÚBLICA DO LOGRA





Todos sabem que sou uma fiel frequentadora do Mural de Recados da AGD, blog que ajudei a criar e que hoje é o mais lido de Bom Conselho, ou, pelo menos, o mais lido por aqueles que sabem ler. E o faço por um motivo simples. O mural está curando minha prolixidade literária. Tentei o Twitter mas, não aguentei. O limite de 140 toques é muito pouco para minha fúria escrevinhadora.

Há outro motivo, no entanto, além daquele que vem de lambuja, que é ser lida, que é o que lá encontro escrito por meus “parceiros” (esta é um palavrinha que me irrita muito, hoje é todo mundo “parceiro” de todo mundo, pelo menos enquanto estão ganhando dinheiro juntos), como a Janisse, Dulcinéia, Fulano, CACHORRÃO, Leitora, Valéria, Dubem, Apedeuta, só para citar os mais recentes, sem querer fazer injustiça com os que vieram muito antes, que são incontáveis.

Pulando a parte em que ele me inclui entre os pseudônimos, eu adorei quando o Luis Clério, no último número da A GAZETA disse: “Na realidade, mesmo em se tratando de pessoas que se escondem no anonimato com nomes estranhos, eles, os recados, são merecedores da atenção do nosso gestor municipal [o Dandan], para quando nada, parar e pensar o que está fazendo ou o que não está.”

Sábias palavras, e são opiniões como esta que me fazem ir ao Mural da AGD. Pois, se é verdade o que disse o Poeta de que o Dandan todo dia lê seu blog, ele deverá ler o meu e o da AGD, e consequentemente o seu Mural. Já pensei até em colocar um mural no meu também, mas, quando vi a experiência frustrada do Mural do Dr. Filhinho, onde ninguém, depois de meses, não colocou recado algum, eu desisti. Aliás, penso que nem mesmo o Dr. Filhinho o usa. Já se ele usa ou não o da AGD, eu já tenho minhas dúvidas. Estas pessoas que brandem o RG e o CPF, geralmente, dão bons anônimos.

No entanto, chega de lero-lero e vamos ao ponto. O que apareceu no Mural nos últimos tempos e que merece uma boa análise política, foi a REPÚBLICA DO LOGRA.  Quem cunhou este termo parece ter sido a amiga Janisse, para designar o setor público de Bom Conselho, nas esferas de governo do legislativo e do executivo municipais.

Segundo minhas fontes o termo foi usado pela origem geográfica de grande parte das autoridades municipais, onde entre elas estão Dandan, Dandinho e Dando (que não sei quem é). Todos são de Logradouro dos Leões, um distrito de Bom Conselho que eu não conheço pessoalmente, mas pela sua importância política, hoje, terei que lá passar em minha campanha de 2016. Era a terra da brilhante mulher Dida Tenório, que graças a Deus o Poeta desistiu de desomenagear com um tal de evento Mulheres Guerreiras, que seria mais uma poetada no município.

Segundo os que escrevem sobre ela no Mural da AGD, ela se caracteriza primeiro pela nomeação de pessoas que provêm somente daquela localidade. E se forem parentes das autoridades eleitas, melhor. Quando de sua chegada, as repartições pelas quais são responsáveis param de funcionar, e para isso se alegam problemas na administração passada ou estão esperando os primeiros 100 dias de governo para começar a trabalhar.

Não quero tocar aqui no que foi descrito no mural sobre o comportamento dos subalternos. Fico apenas nos grandes. Dizem que o Dandan começou aparecendo muito, sumiu no carnaval e agora só faz trabalho interno quando está no município e tira fotos quando sai. O Dandinho, segundo alguns, jamais será reeleito, pela sua mudança de comportamento.

Quanto ao Dandinho, eu mesma, mesmo de longe, já fiz meus elogios e minhas críticas. Por exemplo, adorei quando ele quis dar transparência e visibilidade às ações da câmara, e odiei quando ele entregou a tarefa ao Poeta. Eu até assisti a uma sessão da câmara ao vivo e gostei bastante. Mas, até o momento que escrevo parece que tudo parou. O website da câmara se transformou no Blog do Poeta requentado. Eu achei isto um deboche.

Porque o blog do Bardo de Arapiraca, que é um blog comercial, aproveitou a oportunidade para colocar um link no site da câmara para ele. Esteja onde estiver no túmulo e mesmo não gostando tanto de Bom Conselho, o Dantas Barreto deve ter dado giros enormes nele. Quando eu passei a criticar o feito e pedir um link no site da câmara, disseram que eu estava sendo crítica demais. Para mim estas opiniões não importam quando se refere ao zelo no emprego do dinheiro público. Financiar o website da câmara eu até concordo, mas, financiar o caderno de classificados do Poeta, eu não concordarei jamais.

E não pensem que eu estou dizendo isto só agora. Fui uma dos críticos quando a Judith Alepenha (que na época era a Mamãe Juju) colocou penduricalhos da prefeitura (pagos) nos blogs sem dizer quais os critérios para fazer isto. Por que não no meu, que seria de graça?

E assim vai agindo a REPÚBLICA DO LOGRA. Minhas críticas a ela começaram muito cedo (vejam os arquivos do meu blog e do Blog da CIT). Eu digo que havia erros de concepção e sérios. Porém, fui das que rezaram para que o Dandan e Dandinho acertassem o passo, pois isto seria bom para Bom Conselho. No entanto, pelo que leio no Mural da AGD e noutras fontes responsáveis de Bom Conselho, a coisa não está indo bem. E a Leitora não argumentou convincentemente quando pede para esperar pelos 100 dias.

Mas, me calo por hora e espero os 100 dias. Falta pouco.

segunda-feira, 25 de março de 2013

A candidatura do Coronel Eduardo





Um dos meus leitores, semana passada, pediu para que eu escrevesse sobre a pretensa candidatura do Coronel Eduardo à presidência da república. Quanto a este assunto eu ainda estou boiando, feito isopor na água. Somente num país onde há um bando de irresponsáveis no poder é que se lança uma campanha, para presidente, com dois anos de antecedência, e com o aval do governo.

Uns dirão que foi esperteza do Lula, ou pressão da Dilma ou da Rosemary para que ele fizesse isto. Eu acredito que a responsabilidade é só do apedeuta mesmo. É o melhor “p”olítico que apareceu nos últimos tempos. Vejam que coloquei político com “p” minúsculo e bem pequeno mesmo. É aquele que só pensa naquilo: o poder.

Alguns perguntarão, oh velha burra, e há político que não pense no poder? Eu pegaria minha lupa e minha lanterna e sairia a procura de alguns, mesmo aqui na cena brasileira. Não encontraria, é claro. Mas, mesmo que todos gostem do poder, nem todos fazem dele, seu fim em si mesmo. Nem todos são iguais ao caudilho Chávez ou iguais ao apedeuta Lula. E o pior de tudo é que ele continua no poder mesmo tendo sido dele jogado fora, por fadiga do material oficial.

Mas, eu já estou devaneando. Voltemos às candidaturas. Hoje são postos pela imprensa quatro nomes: Dilma, Aécio, Eduardo e Marina, onde a ordem dos fatores não altera o produto. Marina é petista de nascimento. Dilma é cidadã honorária do petismo. Eduardo só não é petista porque o avô não permitiu, pois tinha uma inveja danada do Lula. E o Aécio diz ter nascido no PSDB, mas, penso ele é apenas neto de Tancredo, que flertou com todas as correntes políticas deste país.

Eu não gosto do PT, e não é de hoje. Mesmo quando via aquela farsa do moralismo e socialismo, eu já antevia quantos deliquentes (segundo o Celso de Mello) iriam lá sobrar. E hoje, depois do mensalão, ninguém é mais petista (nem o Roberto Almeida), ou pelo menos quando ouve falar no partido fica com a crista baixa. O que existe hoje é o lulismo pura e simples, e no fundo no fundo todos estão engajados, nele.

Eu sempre gostei do FHC, embora ele seja muito social democrata europeu para o meu gosto. Eu diria que estou ainda um pouco mais à direita (palavra que ainda é tabu na América Latina, ou era, até descobrirem que o Chávez virou múmia e Cristina correu do seu funeral porque viu que era um boneco que estava no caixão), embora um pouco à esquerda do Collor de ontem. Eu disse e repito que o fato mais importante, em termos políticos deste país, foi o Demóstenes ter sido tragado nas águas do Cachoeira. Ele representava um liberalismo que poderia dar certo no Brasil.

Eu não acredito que o liberalismo clássico (que as esquerdas batizaram de neoliberalismo para fins políticos) seja adequado ao Brasil. Vivemos tanto tempo debaixo das botas de um Estado patrão e senhor, que não há lugar mais para que possamos conviver com um liberalismo clássico. Ou que mesmo, talvez, nunca tenha existido. Mas, em termos políticos um regime democrático precisa de um mercado livre para viver com nós precisamos de ar.

Basta olhar para a história. Onde prosperou a democracia sem a liberdade de produzir, comprar e vender a partir de ações individuais? Se disserem o inverso é verdadeiro eu também acredito, e não me venham com exemplo da China, pois tenho certeza que aquele partido único breve vai para o brejo.

E o que eu gostaria era de um candidato mais liberal. E talvez o Coronel Eduardo, que é o socialista mais capitalista que já vi fosse um bom perfil para o cargo, se não tivesse tantos cacoetes esquerdizantes. Só os cacoetes, porque de esquerda mesmo ele não tem nada.

O problema da candidatura do Coronel é que penso ter sido ela, como também a de Marina tecida e urdida pelo apedeuta Lula. A conversa que se segue de um reunião que pode ter sido até no Instituto Lula, de onde Lula agora come dinheiro dos empresários companheiros, viajando, que mostro abaixo (se me cobrarem as fitas eu não posso fornecê-las, mas, que é realista, isto é) mostra porque eu fico com o pé atrás quanto a candidatura do nosso coronel dos olhos verdes. Eu diria que qualquer semelhança com fatos reais, pode não ser mera coincidência.

Lula: Sejam bem-vindos cumpanheiros Marina e Eduardo. Esta reunião é um segredo de estado.

Marina: Bom dia, Lula. Quanto tempo!

Eduardo: Bom dia, Lula. Bom dia, prá você também Marina.

Lula: Todos vocês sabem que a cumpanheira Dilma anda metendo os pés pelas mãos. A mulher não faz nada certo. Vocês viram que ela demitiu até o Palocci. Eu a controlei um pouco mas ela está querendo botar as unhas de fora outra vez. Quer fiscalizar a vida do Sarney. Imaginem vocês se ela fosse a fundo, a alegria que não teria o Joaquim Barbosa. Aquele ingrato! Eu estou com ele no meu caderninho.

Eduardo: Lula eu não entendi até agora o que eu tenho a ver com isto. Nem do PT eu sou!

Lula: Cumpanheiro Eduardo, sei que você não é do partido mas sempre nos apoiou, desde o seu avô, quando você ainda era um menino a gente já fazia das nossas.

Eduardo: Eu sei Lula, embora ele não falasse tão bem de você, sempre.

Lula: Deixe esses detalhes de lado Eduardo. E vamos ao que interessa. Estou precisando que vocês se candidatem a presidente da república, para dar um freio de arrumação na Dilma, pois vou lançá-la também, pois quero ficar no poder mas não aguento mais Brasília. Se ela ficar sozinha vai me dar muita dor de cabeça porque ela às vezes é desobediente. E tendo vocês no páreo, com o medo do segundo turno eu a controlarei melhor.

Marina: Mas, Lula, eu nem partido tenho! Como vou me candidatar?

Lula: Cumpanheira Marina, parece que você não aprendeu nada no PT e nada sobre o Brasil. Cria um partido mulher! Uma REDE qualquer, você se deita nela e sai candidata. Você não viu o Kassab? Isto não é problema mulher e você tem uns votinhos de que preciso para dar o freio na Dilma.

Eduardo: E eu já estava pensando em me candidatar a senador ou mesmo ser vice da Dilma...

Lula: Tás doido, é?! Deixar o PMDB? Eduardo, te pluga, sem o PMDB não há salvação.

Eduardo: E qual é a finalidade da nossa candidatura, oh profeta de Caetés?!

Lula: Vocês não tem o tino político que eu tive que arranjar para hoje estar rico. Vejam bem. Se vocês se candidatarem, faltamente, tirando os votos que tínhamos no nordeste e os votos da Marina, haverá, com certeza segundo turno, com o candidato do FHC. Aí é que vocês entram. Apoiam a Dilma e ficaremos onde sempre estivemos desde o século passado. Entenderam?

Eduardo: E se eu for para o segundo turno?

Lula (baixinho no ouvido a Marinha): O neto de Arraes está se achando!

Marina (cochichando com o Lula): Eu nem digo nada pois seria preciso que todos os animais da floresta votassem em mim. E você sabe que animais analfabetos não são eleitores, com algumas exceções.

Lula (voltando-se para todos): Eduardo, meu filho, não sonhe muito. Em 2018 a Dilma lhe apoiará. Se você continuar na base, é claro!

Bem, esta é apenas uma parte da conversa, e por isso, nela acreditando, eu estou com os dois pés atrás, em termos da candidatura do Coronel Eduardo. E eu não sei se o ele aguentará todos os dossiês que já estão sendo levantados pelo PT contra ele sobre sua atuação no governo do avô.

Ou seja, ainda estou matutando. Voltarei ao assunto quando as coisas se esclarecerem melhor. Espero ter satisfeito o meu eleitor anônimo.

P.S.: Já havia terminado o texto acima quando li sobre a visita de Dilma a Serra Talhada. O Coronel vai se enquadrar publicamente ou não. Um bom diálogo para transcrever depois. Pena que querem me levar para a outra serra na Semana Santa. Terei conexão? Espero que sim.

sexta-feira, 22 de março de 2013

O assunto acabou?





Já faz algum tempo que não acordo sem assunto para escrever. Esta falta de assunto será meu assunto. Ora, se não tenho assunto por que tentar escrever? E olho para o papel e vejam, já escrevi algumas linhas. E alguns assuntos já me assaltam a mente.

Vejam, já é o segundo parágrafo e até já falei que olhei para o papel. Que papel? Não escrevemos mais em papel. Que saudade! Aí eu me lembro daquelas penas bem antigas que eu usei na escola de D. Lourdes em Bom Conselho, junto com o um tinteiro que parecia um losango. E o lápis de grafite. Fazer ponta e quebrar ponta ou vice-versa, já que era um contínuo. Que saudade! E o papel estava lá.

O papel acabou? Está acabando. A terra não aguenta mais produzi-lo. Está exausta. Quem diria vamos acabar com o papel porque estamos acabando nosso Planeta. Sim, este mesmo que segundo as Escrituras já foi um paraíso. Paraíso este que o homem jogou fora por causa de uma maçã. Ou terá sido por causa da serpente, aquela diaba? Sei lá, eu penso, pelo que nós mulheres passamos, a culpa mesmo foi de Eva, que deixou Adão comer a maçã.

E a maçã acabou? Pelo menos na feira de Casa Amarela acabou. Não se pode chamar aquelas bolas do tamanho de um ovo de maçã. Só porque são vermelhas?! Tenho saudade mesmo é daquelas maçãs argentinas que comia em Garanhuns quando eu e meus pais nos aventurávamos a sair na sopa (os mais novos vão no meu dicionário e vejam que sopa nem sempre é líguida e que já foi um ônibus)  percorrer aquela estrada lamacenta e ir na Pastelaria Suíça. Em Bom Conselho não tinha maçã naquela época. Não me lembro. Tinha banana, jaca, caju e até jabuticaba, mas, não tinha maçã. Hoje dizem que tem maçã no Supermercado Bom Conselho (merchandising grátis), mas, não tem jabuticaba. Bom Conselho está se globalizando ao fugir da jabuticaba ou é por causa da seca?

A jabuticaba acabou? Não sei. Mas, a seca não. Que tristeza. Todo um rebanho de gado dizimado, porque gado a gente mata, mas com gente, deveria ser diferente. Mas, será diferente? Vi algumas pessoas dando entrevistas e chorando a morte de seus animais. Aquelas lágrimas, para mim representavam também sua morte.

E a gente acabou? Não ainda de forma física, eles ainda tem o alento do Bolsa Família e prazer de votar em São Lula Tá Deu. Verdadeira morte e vida severina. E a Dilma ainda diz que Deus é brasileiro. Também, com uma mordomia daquela na Itália, para visitar o Papa dos Pobres, o nosso governo é que vai mal junto com nossa gente.

O governo morreu? Para mim já morreu há muito tempo. E vai nos levar juntos se deixarmos o PT continuar a exercê-lo. E nos últimos tempos a coisa piorou. O Lula ainda pegou um país embalado pelos governos anteriores, mas, ainda necessitando de reformas para continuar seu desenvolvimento. E ele não fez nada a não ser tentar fazer justiça social sem um mínimo de respaldo na produtividade (andei conversando com o Zezinho), e agora até a esmola corre o risco de acabar. Delfim Neto, que também queria esperar o bolo crescer para distribuir, disse também que o Lula apenas estava dentro de um navio quando as águas subiram e ele subiu junto. E fez o povo acreditar que foi ele que levantou o navio. Bazófia pura como vemos pelo desempenho do governo da Dilma. As águas baixaram  e o navio baixou junto, mas, eles dizem que agora é culpa da oposição. Não têm sustentabilidade.

A sustentabilidade acabou? Não sei. Mas, consegui, não sei como, trazer este texto até aqui. Se alguém o está lendo agora, é um herói, e merece minha admiração.

quinta-feira, 21 de março de 2013

A Presidenta e o Papa Chico




Ainda não dá para deixar o Papa Chico em paz. Para nós católicos a chegada de um novo papa é um acontecimento que demora muito a sair de nossas mentes. E quando acontece, como agora, onde o Francisco quer dar um freio de arrumação em alguns setores da Igreja, a duração do evento se prolonga junto com sua vida útil.

E hoje posso falar de vida útil dos papas, pois com a renúncia do Bento XVI, de forma sábia e coerente, ela se impõe. Eu lembro bem do estado em que se encontrava o João Paulo II quando morreu. Anos antes ele já não atendia nem o Espírito Santo devido a seu estado de saúde. Deveria ter começado ali a mostrar que a vida útil dos papas, nem sempre é para sempre.

Dizem que o Papa Chico tem um pulmão a menos. Isto para mim não é um problema, pois nossa presidenta tem apenas um neurônio e ainda faz algumas sinapses com os dois neurônios da Ideli, até que cheguem os neurônios “sobrantes” do Lula, que só serve para ser adúltero e enganar o povo. Com um pulmão só, tenho certeza o Papa Chico ainda vai ter forças para decepcionar mais ainda o Leonardo Boff que declarou esperar muito dele. Só se for mais uma sentença de “silêncio não obsequioso”.

O que se fala aqui no Brasil é do encontro da presidenta com o Papa Chico. Eu vi na TV, e pelo menos ele não fez como fez com a Cristina Kirchner, a quem ele beijou, de forma respeitosa. Foi um aperto de mão fraterno e algumas palavras de ambos que não entendi, pois não faço leitura labial, mas que poderia ter sido o seguinte diálogo, começado, de forma pouca educada pela presidenta:

- Vossa Santidade tem certeza de que nasceu na Argentina?

- Bom dia, prá você também. Claro minha filha nasci em Buenos Aires.

- Mas, o senhor, permita-me, tem certeza de que não nasceu no Pará, quando sua mãe fugia da perseguição dos romanos e foi parir em Belém?

- Não minha filha, você está confundindo com o episódio que envolveu o nascimento de Cristo.

- Pode ser! Em matéria de religião em só gosto mesmo da Nossa Senhora de Forma Geral, entende?

- Entendo minha filha, só não conheço esta Santa. Ela é venerada no Brasil?

- Ah, sim, muito. E é muito milagreira. Minha mãe reza prá ela e no outro dia o IBOPE me dá 70% de popularidade. O povo já me confunde com ela. Eu sei que tem alguma influência das bolsas que distribuímos, mas, o senhor não entenderia. As da Cristina são diferentes.

- Mas, a caridade é sempre bom minha filha.

- Eu, olhando bem, tenho quase certeza que o senhor é do Pará, pois é a cara do Artur Virgílio. Espero que não seja meu opositor, tanto quanto ele.

- Não, minha filha eu sou argentino mesmo. Graças a Deus sou mais alto do que o Maradona, tanto que não dar para confundir. Já com o Messi, no tamanho confundem, mas, aquela cara é inconfundível.

- Vossa Santidade sabia que eu trouxe a maior delegação entre todas as outras para sua posse? Até o Mercadante veio.

- Quem minha filha?!

- O Mercadante. É o nosso ministro da Educação. Ele gostaria de aprender um pouco de latim, então veio. É uma pena que não possa falar com Vossa Santidade. Ele praticamente aboliu a língua portuguesa do Brasil. Agora, nas escolas só se fala um dialeto que querem chamar de Dilmês, mas eu fui contra. Será chamado de Petistês, que ele usou em sua tese de doutorado. Dizem que o Delfim Neto adorou.

- Minha filha, veja a fila que está atrás de você!

- Ah, me desculpe, excelência.

A presidneta saiu da fila e foi encontrar o Mercadante que tentava falar latim com um padre da Cúria, sobre o mensalão. Já posso imaginar o diálogo, mas, já não tenho espaço para transcrevê-lo.

O que mais me impressionou foi a paciência do Papa Chico ao conversar tanto tempo com um poste, que quando foi à última missa, não sabia fazer nem o Sinal da Cruz. Dizem que está aprendendo com a viúva portenha. Creio em deu Pai! Quanta desfaçatez.

P.S.: Já havia escrito a postagem acima quando ontem vi outro encontro da presidenta com o Papa Chico, que demorou mais um pouco e ela saiu dizendo que não se importa que o papa seja argentino, porque Deus é brasileiro. Conhecendo a capacidade intelectual da presidenta, tenho certeza, ela estava se referindo ao Lula, seu deus particular. Ela ficou foi com ciúme, por não compreender (da mesma forma que não compreende que não é presidenta do PT mas dos brasileiros) que o Papa não tem  nacionalidade.

quarta-feira, 20 de março de 2013

Eu não tenho barba, o que venderei? (*)




Neste fim de semana li no Mural da AGD, que se está se tornando um espaço de comunicações curtas e interessantes, uma nota do Zezinho de Caetés sobre as barbas de algumas pessoas. A nota era a seguinte:

“Hoje de madrugada foi dia de malhar o judas. Vou malhar aqui, de leve, pois vi aqui nesta AGD, no "Deu nos Blogs", que Jacques Wagner vendeu sua barba por R$ 500.000,00, à Gillete. É inacreditável, mas é verdade. Vejam na página. Um dos blogs aventa a hipótese do Lula pensar em vender a sua. Pelo preço que ele está cobrando por palestra, uma raspada daquela barba horrorosa, deve valer até a dívida que ele diz que pagou ao FMI, só prá gente pagar juros mais caros e dá mais trabalho ao Guido Mantega. E quanto vale a do Fidel? E a do Jodeval? E a do Humberto Costa? E a do meu conterrâneo Rafael Brasil? E pensar que eu tinha uma barba muito vistosa, e para tirá-la, a Gillete não deu nem o barbeador, tive que comprar. E as mulheres, vão vender o quê? Coitada da presidenta!”

Faltou muita barba por fazer. Mesmo ao preço da do Jacques Wagner, aqui no Brasil ainda se obteria um bom dinheiro por estes pêlos ideológicos. E se bigode for barba, e eu acho que é, os bigodes do Sarney devem valer também alguma coisa. Juntando com o do Tarso Genro, os dois devem apurar mais da metade do que o Zetinho disse que valeria a sua em comentário no mesmo Mural, ou seja uns 50 centavos de cruzados novos. Quanto a esta nota do Zetinho, onde ele diz que a barba dele não vale nem “hum real”, ele está enganado. A do Machado de Assis vale muito e a de Zetinho, que será o primeiro presidente de nossa Academia Bom-conselhense de Letras, vale muito mais. O problema é conseguir que a Academia saia do papel. Pelas porradas que deram num vereador lá, talvez se crie primeiro uma Academia de Box. Cruzes!

Frei Betto, vendeu a dele logo quando era jovem, mas o Leonardo Boff tem uma barba que parece o Papai Noel com gripe. Valeria também uma boa grana. A do Humberto Costa, ele parece que está vendendo aos poucos, pois tem aparado tanto, agora como Senador, qualquer dia desses ela some, e o Estado vai perder a chance de adquirir uma barra de exercício para a a Academia da Cidade, quem sabe a de Bom Conselho, pois é isto que ela vale.

Já a do Jodeval, por ser bom-conselhense vale ouro, ou pelo menos vale mais do que sua ideologia e sua admiração pelas barbas cubanas. Mas, dizem que a Gillete colocou “beard hunters” para encontrar pessoas que forneçam bons filmes publicitários. Esta empresa não quer mais ninguém barbado no mundo. Desde os Aitolás, passando pelo presidente do Irã, e incluindo Fidel Castro, todos entrarão na gillete. Ainda há dúvida se outros pelos do corpo, como bigode, pernas, axilas e....  serão contemplados. Será com esta ideia, que o Zezinho diz na nota, “Coitada presidente!”?

Da forma como está avançado o mundo da publicidade, não tenho dúvidas de que eles criarão brevemente, anúncios de lâminas de barbear para todos os lugares do corpo. Quando adolescente, já aqui no Recife, onde descobri as delícias do papel higiênico, eu ficava imaginando se algum dia seria possível fazer propaganda deste produto, sem ofender a moral e os bons costumes. Hoje tenho certeza que sim. Até um mordomo bem bonito já vi levando uma marca para as moças necessitadas do produto. Hoje isto é comum. Propaganda para depilar axilas com suavidade de pluma já existe aos montes. Para chegar a outros lugares, é apenas uma questão de imaginação.

Penso ser o bigode o mais difícil para fazer propaganda da Gillete, pelo menos em terras como a minha, de Papacaça, onde os negócios e acordos eram feitos no “fio do bigode”. Hoje não sei se continua assim, se os homens de lá venderão até os próprios bigodes.

Nós mulheres, neste caso ainda somos privilegiadas, não temos barba e nunca fizemos acordos usando outros pelos do corpo, a não ser aos cabeleireiros.

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(*) Texto meu, publicado no Blog CIT (aqui) em 26.04.2011. Estava eu a procura de um no Blog da CIT, sobre outro assunto, e encontrei o texto acima, e um do Diretor Presidente, o qual publiquei antes. Achei , este meu, também tão interessante que o republico aqui para os meus leitores modernos saberem que estou no batente já há muito tempo.

Muitas vezes me arrependo do que disse, e quando isto acontece e eu percebo, sou sempre honesta e falo na lata. Neste caso da venda da barba não é o caso. E nesta futura campanha ainda não apareceu ninguém de barba. Se a Gillete anda assediando alguém é apenas pelo outros pelos do corpo. Então Marina e Dilma que se cuidem para não se exporem muito. Ah, ia esquecendo, no caso de Lula, não se sabe se houve intervenção da Gillete para que ele ficasse só com o bigode. Perguntas para Marisa e para a Rosemary.

Naquela época que escrevi ainda não conhecia o meu correligionário Rafael Brasil. Hoje digo que, pela sua capacidade de escrever e postura ideológica, sua barba vale mais do que o bigode de Lula. Juntando com as do Guerrilheiro da Sete Colinas (sem boina), se vendidas,  daria para custear a duplicação da BR até Caetés. Já o Roberto Almeida não sei se nunca teve barbas, ou se a vendeu antes de conhecê-lo. (LP).

terça-feira, 19 de março de 2013

HABEMUS PAPAM. Algumas reflexões




Como todos sabem eu sou fã do Papa Chico e não é só porque ele é O Papa da vez. Eu simplesmente penso que, se ele está neste posto é porque houve interferência divina para que isto acontecesse. Um motivo maior que me leva a ampliar meu grau de admiração foi sua postura conservadora em relação à pureza da fé, que ele demonstrou em suas opiniões iniciais.

Ao mesmo tempo tenho que ser franca e dizer que nem sempre concordei com as opiniões de todos os papas em todos os tempos. Para que se entenda isto temos que ver nossa Igreja apenas como representante de Cristo na terra e não como o próprio Cristo. E que ela é feita por homens e pela sua fé. Não acredito no dizer bíblico de que não acontece nada na face da terra que não seja pelos desígnios de Deus, a não ser como um ato de fé. E, em alguns momentos de nossa Igreja, penso que não foram os desígnios de Deus que levaram a Igreja a atuar.

Os católicos ovelhas sempre me criticaram por essa minha atitude, mas, jamais me argumentaram solidamente sobre seus pontos de vista. O que chamo de pureza da fé, e talvez também o Papa Chico, é manter a separação entre as coisas da Igreja e do Estado em termos de doutrinas e teorias políticas. Jamais, modernamente, proporia uma Cruzada contra o Islã, mesmo sabendo que eles não são tão gentis em relação a nós. Talvez venha das Cruzadas o germe da guerra das épocas modernas.

Admitir, com Jesus, que pobres sempre existirão na face da terra, não implica que tenhamos que a abandoná-los à sua própria sorte, mas também sou contra a ideia de extingui-los, a não ser que sua extinção nos permita viver como seres humanos, até dentro de nossas diferenças. Dizer que homens podem nascer pobres e morrer pobres dentro de nossa sociedade, é apenas admitir que somos diferentes e estas diferenças serão mantidas, enquanto formos seres humanos. O que nos resta é, através de nossa ação de misericórdia, a qual abrange a caridade, fazer com que todos tenhamos a melhor vida possível na face da terra, e que não seja pela violência cometida contra aqueles que de forma cristã puderam ter mais posses do que nós, de forma moral e ética.

Como estou nesta veia religioso/político/filosófica devo acrescentar que tudo dito pelo Papa Chico até agora foi no sentido de que dentro de nossa fé, ajudemos aos mais pobres e também aos não pobres a viverem bem neste mundo, dentro dos princípios cristãos. E daí sua indisposição com o atual governo argentino que, da mesma forma que as esquerdas latino americanas querem ferir o capitalismo de morte, apenas porque nele alguns podem prosperar mais do que outros, e nem todos devem serem miseráveis.

Sua não disposição de não incentivar os católicos que pertencem à “esquerda caviar” e querem implantar a luta de classes desde que seu whisky não seja racionado, e manter viva a fé e a caridade como princípios cristãos legítimos, além da procura de riqueza materiais que é tão legítima quanto outras atitudes ações humanas, já estão provocando uma onda de boatos infames contra ele em relação a suas atitudes na argentina. E isto é bom, porque é sintomático de que eles, que já vem perdendo os Boffs da vida, agora vão ter que viver mais tempo sem os “padres de passeata”.

Dom Hélder não faria melhor se fosse papa. Escolheria naturalmente o nome de Severino. E eu nem me importaria de que ele fosse chamado o Papa Biu. Quem sabem teremos uma Revolução dentro da Paz?

Tenho certeza, isto só encherá mais as nossas igrejas e nossas obras de caridade voltarão a ser uma verdadeira proteção para o pobre, sem a ideia de eles estão em extinção, porque agora há o Bolsa Família. E estes pobres não servirão de massa de manobra para manter certos governos que deles se aproveitam para ficarem ricos e falarem mal dos ricos às custas dos pobres.

Hoje os padres, que já começaram a fazê-lo, voltarão às suas igrejas, não para se esquecerem das funções sociais que no Igreja podem praticar, mas, para dizer que o único jeito de se sair da pobreza é procurar trabalhar e ser o mais produtivo que se possa ser. E quanto mais for produtivo o seu trabalho, menos será o custo para que isto seja alcançado, com a ajuda de Deus.

Não podemos fazer uma reflexão como esta sem falar de alguma coisa que envolve tudo isto, em sua parte mundana. Educação, conhecimento, informação estão em sua base, inclusive a educação religiosa, e seja ela de qualquer religião. No plano mundano, não há solução a curto prazo, a não ser para aqueles que querem ganhar as próximas eleições. No médio e longo praza, dotar as pessoas de educação é a solução para o homem neste mundo. No próximo prestaremos contas a Deus, e eu sei que tenho algum crédito com o orientador do Chico.

segunda-feira, 18 de março de 2013

RECIFE - A SEGUNDA PÁTRIA





Por Diretor Presidente (*)

No dia em que escrevo é o aniversário de Recife e de Olinda. Não vou historiar sobre estas duas belas cidades, que olham uma para outra há mais de 470 anos. Relação entre irmãs, nem sempre pacífica e sem desentendimentos. No final, como boas irmãs, elas se entendem. Vê-las-ei por outro ângulo. O de uma terceira cidade tão distante e tão perto. Bom Conselho.

Os vínculos entre estas três cidades são evidentes. Noves fora política partidária, Olinda teve dois dos seus melhores prefeitos vindos de Bom Conselho. Alguém já disse que uma das grandes vocações dos jovens de Bom Conselho era ser prefeito de Olinda. Este é um vínculo visível e real mas, o principal é aquele que por muito tempo, junto com o Recife, existiu, o de ser a Meca das pessoas de Bom Conselho, em busca de estudo e oportunidades.

Deter-me-ei em Recife, pois este foi o meu caso. Terminado o Curso Ginasial no Ginásio São Geraldo, que sempre nos iluminou e prometia que nos daria no futuro o segredo da vitória. Mas, aonde? Ficar entre os quatro muros da terrinha era muito pouco para mim, embora reconheça que cada um tem seus objetivos e, assim alguns ficaram e fizeram lá sua vitória. Eu e outros que pretendíamos mais e tínhamos condições materiais para isto, emigramos, e, sem cálculo preciso, o destino de 90% era, inicialmente o Recife. Alguns ainda iam dar um passeio por Garanhuns, mas terminavam no Recife.

O Recife foi a segunda pátria de muitos de Bom Conselho. Uma pátria bonita, nem sempre generosa mas, sempre acolhedora. Cada um tinha a sua dificuldade específica. Alguns em seus apartamentos alugadas em local nobres, outros em pensões insalubres, outros em casas de parentes, outros ainda em casas próprias para onde traziam outros que não as tinham. E todos a procurar colégios, para estudar pela manhã, pela tarde, pela noite. Todos, de uma forma ou de outra conseguiam o seu canto. Para aqueles pouco estudiosos, mas com grana, ainda restava o Carneiro Leão, que diziam ser PP, pagou passou. O mais procurado era o Colégio Estadual de Pernambuco, o chamado Ginásio Pernambucano. Eu fui para lá mas, não foi fácil conseguir vaga. Era uma verdadeira Universidade, pela qualidade de seus professores, os quais encontrei muitos deles depois na UFPE.

Este colégio me dá saudade, não somente pelos colegas que tive ou pelas boas horas pelas quais lá passei. Me dá saudade maior é de uma educação pública de qualidade. Posso até dizer que ele foi um marco da educação pública no Brasil. Com a decadência do Colégio Estadual, perto da década de 80, a educação pública foi também a pique.

Mas não é só de educação que quero falar deste Recife mais do que quatrocentão. Havia o Gemba, na Rua da Aurora, que tinha um sorvete obrigatório para quem ia assistir a alguma filme no Cine São Luiz, e que tinha um paletó para entrar. O Art-Palacio, o Cine Trianon, o Cine Moderno, e mesmo o mais novo deles o Cine Veneza. Naquela época ainda existia um cinema em cada bairro. Em Casa Amarela podíamos ir para escolher entre três, inclusive o Albatroz.

As ruas calmas e tranquilas, mesmo nos dias de semana, com dois ou três fuscas passando pela ponte Duarte Coelho, os passeios entre as Ruas Nova e Imperatriz, com a visita obrigatória à Viana Leal, onde andei pela primeira vez numa escada rolante. Ali eu não sabia que ainda ia rolar tanto pelo vida e pelo mundo. Uma olhada na vitrine muito bem feita da Slopper e nos cartazes dos cinemas ali perto.

Esperar, em dias de competição que os barcos a remo singrassem o Rio Capibaribe, enquanto admirava as belezas do Teatro Santa Isabel e mesmo o modernismo do prédio dos Correios. Não havia assaltantes, ladrões, e nem mesmo víamos policiais.

Mas nem só do espírito vive o homem, principalmente o homem novo e hormonalmente instável. Barão do Rio Branco, Rua da Guia, Rua do Bom Jesus, enfim, Recife Antigo, hoje um ponto turísticos de nossa “quatrocentona” cidade. Naquela época não íamos lá para correr atrás do Bloco da Saudade, íamos para não fazer grandes esforços manuais e não ficar na saudade. Muitos dos bom-conselhenses machões que conheci na minha época, e que contavam grandes façanhas sexuais nas reuniões das praças e rodoviária de Bom Conselho, chegaram aqui mais virgens do que a Venus de Milo. Normalmente, esta virgindade era curada com uma doença venérea na Rua da Guia e adjascências.

Camisinha naquela época só de bebê pagão. Tínhamos a maior vergonha de chegar na farmácia de Ivan e comprar, e mesmo aqui em Recife, arriscávamos na loteria. Parece mentira mas nunca acertei no azar grande. Na pensão onde morava, meus colegas, depois do passeio, passavam três dias indo ao banheiro preocupados, e quando gemiam, eram logo alijados do convívio no banheiro. Tinha que começar no Benzentacil, e usar outro banheiro, até parar de pingar.

Atualmente é muito diferente. Mas, sabe de uma coisa, vamos ficar por aqui para não conspurcar nossa saudade de nossa bela segunda pátria.

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(*) Publicado no Blog da CIT em 16.03.2010. Eu não escrevi nada sobre o aniversário de Recife e Olinda no último dia 12. Não tive tempo. Estava comemorando meus 70.000 acessos. Fui então ao Blog da CIT e encontrei este texto do Diretor Presidente. Belíssimo texto apesar das intimidades.

Quero dizer que o Diretor Presidente, apesar de um pouco desaparecido, da última vez que soube dele, estava em Bom Conselho curtindo seu exílio forçado pelas mentiras do Dr. Filhinho. Foi ele quem mais sofreu com a infâmia levantada de que não era ele quem escrevia seus artigos. Eu vi a hora o homem morrer, mas, graças a Deus não chegou a tanto. Mas, este boato conseguiu acabar com um dos melhores blogs que Bom Conselho já teve, modéstia à parte que me toca.

A republicação deste texto que levou até a estudantes universitárias a aproveitá-lo para seus trabalhos acadêmicos (veja aqui), é uma homenagem justa ao Diretor Presidente, e pedindo a Deus que ele volte ao nosso convívio. Pelo menos o meu blog está à sua disposição. Serve também como homenagem a Recife e Olinda (apesar de atrasada), principalmente, a primeira que agora se viu livre do PT e respira mais aliviada.

Nesta busca pelos Blog da CIT encontrei outro texto (meu) que republicarei quando o tempo faltar para outros, mais importantes e atuais. (LP)

sexta-feira, 15 de março de 2013

Lendo A GAZETA - SANTOS E DEMÔNIOS




Já faz algum tempo que gostaria de comentar o meu jornal escrito preferido de Bom Conselho, A GAZETA, capitaneado pelo nosso jornalista-mor o Luis Clério. Não tive tempo até agora, a não ser de lê-lo e anotar alguns pontos que achei interessante nos dois últimos números (330 e 331).

Hoje não começo pelos editoriais, então, se houver algum cubanismo recôndito, inplantado lá pelo Jodeval, eu nem vou comentar. O que me ficou na cabeça, do número 330, foi um texto do meu professor de Datilografia (embora já tenha sido orientada por uma professora) o Diácono Di.

O Di, além de ser um excelente datilógrafo, quando o conheci, além de inteligente, era um homem de muitas ideias e ações políticas relevantes em Bom Conselho. Hoje, apenas pelo que sei dele de longe, e pelos seus escritos na A GAZETA e na Academia Pedro de Lara, é um santo homem. Católico como eu, e além disso exercendo uma função fixa (de Diácono) em nossa Santa Madre Igreja.

Diante disto, me causou profunda estranheza que ele tenha querido transformar, o Lula, o apedeuta-mor, em um personagem bíblico. Eu pensava que o Lula só conseguia enganar a patuleia do Bolsa Família. Me enganei. Até nosso Diácono Di foi também enganado.

Aquela figura de operário simples e honesto que protegia os colegas e que depois pela sua bondade foi transformado no presidente da república, é uma estória da carochinha como poucas. Eu não a contaria aos meus netos para dormir. Eles não merecem. Quem quiser conhecer o Lula deve ler “O que eu sei de Lula” do José Nêumanne Pinto, entre outros.

O Diácono enquadra Lula na Bíblia Sagrada, citando o primeiro livro de Samuel. Aqui apenas uma de suas citações, pela minha Bíblia: I Samuel, versículo 8: “Levanta o pobre do pó, e desde o monturo exalta o necessitado, para fazer assentar entre os príncipes...”. É até um sacrilégio, comparar Lula com Deus, mesmo com as ressalvas que ele faz em seu texto, mas, quando se associa Deus com a política paternalista e assistencialista que o Lula herdou do FHC e hoje monopoliza como sinal de sua santidade, é um pecado mais mortal ainda. Para mim o pobre ainda está no pó, com um pouco mais de comida.

E isto feito logo depois que o Marcos Valério mostrou sua participação no mensalão e a Policia Federal descobriu o adultério do apedeuta, misturado com crimes relacionados ao tráfico de influência da amante, o texto do Diácono, soa, no mínimo como ingênuo.

Talvez, o melhor do Samuel para enquadrar o Lula fosse a parte onde Eli repreende os seus filhos, no versículo 22 e seguintes: “Era, porém, Eli já muito velho, e ouvia tudo quanto seus filhos faziam a todos o Israel, e de como se deitavam com as mulheres que serviam à porta da tenda da congregação. E disse-lhes: Por que fazeis tais cousas? Pois de todo este povo ouço constantemente falar do vosso mau procedimento. Não, filhos meus, porque não é boa fama esta que ouço; estais fazendo transgredir o povo do SENHOR....”

Não, o Eli não era o Sarney, pois este se beneficia dos pecados do Lula, mas que pode ter sido a Polícia Federal que falou a ele das Rosemarys daquela época, isto pode ter sido.

Eu penso que o Diácono não estava tão seguro assim de todas as bondades de Lula, pois ele, sendo um homem sábio e correto diz que seu texto precisa ser lido com muito cuidado, e foi o que eu fiz. Mas, ele coloca seu escrito apenas como um conselho. Infelizmente, cara professor, eu não posso segui-lo diante de tanta evidência.

Eu iria terminar dizendo que o Papa Francisco ilumine o Diácono Di em seu próximo texto, mas, ele já foi escrito antes do novo Papa no número da A GAZETA que passo a comentar (331).

E o texto que ele escreve: “Civilidade, Ética, Caridade, Jesus!”, apesar das palavras, que hoje tanto faltam ao governo lulo/petista, eu acredito que são válidas. Apenas, da forma como o Di as coloca eu me lembrei daquela moça, de um programa humorístico, que dizia: “Eu sou pobre, mas, eu sou limpinha”. Não vou comentar tudo, porque senão vão me chamar de prolixa. Digo apenas que, para fazer o que ele propõe que um professor faça, a família é insubstituível.

Passemos então a outro tema da A GAZETA 331. Fora um texto meu, que eu adoro quando sou publicada no papel, só um assunto me chamou a atenção. Uma nota do Luis Clério que abaixo reproduzo:

“Bom Conselho conta com vários blogs de residentes na cidade de Bom Conselho e fora dela. E dois – mantidos por bonconselhenses residentes no Recife – são os mais lidos, principalmente o de José Carlos Cordeiro – agazetadigital.blogspot.com.br -  cujo Mural de Recados tem sido recordista de anônimos opinando sobre o atual governo municipal. Queixas são as mais diversas, para as quais tem sempre um defensor. O outro é de Lucinha Peixoto – lucinhapeixoto.blogspot.com.br – que para muitos ela não existe de fato e de direiro, e já foi dito no próprio mural ser Lucinha Peixoto uma dezena de pessoas, principalmente José Carlos Cordeiro. O que prova o quanto os seus textos são lidos.
Na realidade, mesmo em se tratando de pessoas que se escondem no anonimato como nomes estranhos para mandar seus recados, eles, os recados, são merecedores da atenção do nosso gestor municipal, para quando nada, parar e e pensar o que está fazendo ou o que não está.”

Há duas partes distintas nesta nota. Uma que me alegra que é saber, por uma fonte responsável que meu blog só não é mais lido do que A GAZETA DIGITAL, que eu também ajudei a criar e até propor que o Luis Clério entrasse no projeto. Fico toda pimpona por meu esforço ser reconhecido.

A outra parte é a que me entristece que é aquela que o Pedro Ramos, como um anônimo, vem ao Mural dizer que eu sou o Zé Carlos. Esta estória vem desde alguns anos atrás quando o Dr. Filhinho, com seu faro político, como sempre, apagado, pensou que eu iria fazer oposição a sua mainha, começou a inventar. E como ele é inteligente passou a criar uma estória que até tinha rastreado os IPs e via que o meu era igual ao de Zé Carlos.

E não só o meu. Nisto ele envolveu o Diretor Presidente e outros meus amigos. E, como em terra de cego que tem um olho é rei, outros acreditaram sem saber nem que o que o Dr. Filhinho estava fazendo era um crime de invasão de privacidade. Hoje ele deve ser rastreado pelo assessor do Poeta e não diz mais nada a respeito. E o Pedro Ramos que entende tanto de internet quanto de tocar piston, resolveu relembrar o caso no Mural do SBC. Quando eu não aceitei sua chantagem, ele arrefeceu.

Agora, o Luis Clério, como bom jornalista que é, veicula o fato em seu jornal, e reacende o ímpeto daqueles de quem digo a verdade e eles não gostam. Eu tenho tomado minhas precauções (mais minha família do que eu), pois não quero ser uma vítima de violência por exercer meu direito de me expressar. Mas, eles não perdem por me esperar. Temos muito tempo até 2016 e continuarei no meu intento. Até lá, os cães já devem ter parado de latir, e minha caravana vai passando, rumo à Casa de Dantas Barreto.

Em relação ao anonimato, a que a nota dá ênfase, todos que trabalharam no Blog da CIT têm ideias semelhantes a respeito, embora uns ajam de um jeito e outros de outro. Por exemplo, até hoje, não consegui levar o Diretor Presidente a dizer quem era. Já o Zezinho de Caetés, se enrustiu, embora todos saibam quem ele é; e eu, não uso o anonimato, não é para me mostrar que sou corajosa, e sim como opção, embora meu nome de batismo seja outro. Talvez se eu usasse Malu, as pessoas lembrassem mais de mim.

Entretanto, eu fico ainda com a frase do Dr. Renato (que até já disseram também que e ele que escreve por mim) que mostra toda sua capacidade e sensibilidade quanto à liberdade de expressão (cito de cor mas ela está nos arquivos do blog):

"Geralmente, quem tem medo do anonimato, ou está com rabo preso ou com o rabo sujo"