segunda-feira, 25 de março de 2013

A candidatura do Coronel Eduardo





Um dos meus leitores, semana passada, pediu para que eu escrevesse sobre a pretensa candidatura do Coronel Eduardo à presidência da república. Quanto a este assunto eu ainda estou boiando, feito isopor na água. Somente num país onde há um bando de irresponsáveis no poder é que se lança uma campanha, para presidente, com dois anos de antecedência, e com o aval do governo.

Uns dirão que foi esperteza do Lula, ou pressão da Dilma ou da Rosemary para que ele fizesse isto. Eu acredito que a responsabilidade é só do apedeuta mesmo. É o melhor “p”olítico que apareceu nos últimos tempos. Vejam que coloquei político com “p” minúsculo e bem pequeno mesmo. É aquele que só pensa naquilo: o poder.

Alguns perguntarão, oh velha burra, e há político que não pense no poder? Eu pegaria minha lupa e minha lanterna e sairia a procura de alguns, mesmo aqui na cena brasileira. Não encontraria, é claro. Mas, mesmo que todos gostem do poder, nem todos fazem dele, seu fim em si mesmo. Nem todos são iguais ao caudilho Chávez ou iguais ao apedeuta Lula. E o pior de tudo é que ele continua no poder mesmo tendo sido dele jogado fora, por fadiga do material oficial.

Mas, eu já estou devaneando. Voltemos às candidaturas. Hoje são postos pela imprensa quatro nomes: Dilma, Aécio, Eduardo e Marina, onde a ordem dos fatores não altera o produto. Marina é petista de nascimento. Dilma é cidadã honorária do petismo. Eduardo só não é petista porque o avô não permitiu, pois tinha uma inveja danada do Lula. E o Aécio diz ter nascido no PSDB, mas, penso ele é apenas neto de Tancredo, que flertou com todas as correntes políticas deste país.

Eu não gosto do PT, e não é de hoje. Mesmo quando via aquela farsa do moralismo e socialismo, eu já antevia quantos deliquentes (segundo o Celso de Mello) iriam lá sobrar. E hoje, depois do mensalão, ninguém é mais petista (nem o Roberto Almeida), ou pelo menos quando ouve falar no partido fica com a crista baixa. O que existe hoje é o lulismo pura e simples, e no fundo no fundo todos estão engajados, nele.

Eu sempre gostei do FHC, embora ele seja muito social democrata europeu para o meu gosto. Eu diria que estou ainda um pouco mais à direita (palavra que ainda é tabu na América Latina, ou era, até descobrirem que o Chávez virou múmia e Cristina correu do seu funeral porque viu que era um boneco que estava no caixão), embora um pouco à esquerda do Collor de ontem. Eu disse e repito que o fato mais importante, em termos políticos deste país, foi o Demóstenes ter sido tragado nas águas do Cachoeira. Ele representava um liberalismo que poderia dar certo no Brasil.

Eu não acredito que o liberalismo clássico (que as esquerdas batizaram de neoliberalismo para fins políticos) seja adequado ao Brasil. Vivemos tanto tempo debaixo das botas de um Estado patrão e senhor, que não há lugar mais para que possamos conviver com um liberalismo clássico. Ou que mesmo, talvez, nunca tenha existido. Mas, em termos políticos um regime democrático precisa de um mercado livre para viver com nós precisamos de ar.

Basta olhar para a história. Onde prosperou a democracia sem a liberdade de produzir, comprar e vender a partir de ações individuais? Se disserem o inverso é verdadeiro eu também acredito, e não me venham com exemplo da China, pois tenho certeza que aquele partido único breve vai para o brejo.

E o que eu gostaria era de um candidato mais liberal. E talvez o Coronel Eduardo, que é o socialista mais capitalista que já vi fosse um bom perfil para o cargo, se não tivesse tantos cacoetes esquerdizantes. Só os cacoetes, porque de esquerda mesmo ele não tem nada.

O problema da candidatura do Coronel é que penso ter sido ela, como também a de Marina tecida e urdida pelo apedeuta Lula. A conversa que se segue de um reunião que pode ter sido até no Instituto Lula, de onde Lula agora come dinheiro dos empresários companheiros, viajando, que mostro abaixo (se me cobrarem as fitas eu não posso fornecê-las, mas, que é realista, isto é) mostra porque eu fico com o pé atrás quanto a candidatura do nosso coronel dos olhos verdes. Eu diria que qualquer semelhança com fatos reais, pode não ser mera coincidência.

Lula: Sejam bem-vindos cumpanheiros Marina e Eduardo. Esta reunião é um segredo de estado.

Marina: Bom dia, Lula. Quanto tempo!

Eduardo: Bom dia, Lula. Bom dia, prá você também Marina.

Lula: Todos vocês sabem que a cumpanheira Dilma anda metendo os pés pelas mãos. A mulher não faz nada certo. Vocês viram que ela demitiu até o Palocci. Eu a controlei um pouco mas ela está querendo botar as unhas de fora outra vez. Quer fiscalizar a vida do Sarney. Imaginem vocês se ela fosse a fundo, a alegria que não teria o Joaquim Barbosa. Aquele ingrato! Eu estou com ele no meu caderninho.

Eduardo: Lula eu não entendi até agora o que eu tenho a ver com isto. Nem do PT eu sou!

Lula: Cumpanheiro Eduardo, sei que você não é do partido mas sempre nos apoiou, desde o seu avô, quando você ainda era um menino a gente já fazia das nossas.

Eduardo: Eu sei Lula, embora ele não falasse tão bem de você, sempre.

Lula: Deixe esses detalhes de lado Eduardo. E vamos ao que interessa. Estou precisando que vocês se candidatem a presidente da república, para dar um freio de arrumação na Dilma, pois vou lançá-la também, pois quero ficar no poder mas não aguento mais Brasília. Se ela ficar sozinha vai me dar muita dor de cabeça porque ela às vezes é desobediente. E tendo vocês no páreo, com o medo do segundo turno eu a controlarei melhor.

Marina: Mas, Lula, eu nem partido tenho! Como vou me candidatar?

Lula: Cumpanheira Marina, parece que você não aprendeu nada no PT e nada sobre o Brasil. Cria um partido mulher! Uma REDE qualquer, você se deita nela e sai candidata. Você não viu o Kassab? Isto não é problema mulher e você tem uns votinhos de que preciso para dar o freio na Dilma.

Eduardo: E eu já estava pensando em me candidatar a senador ou mesmo ser vice da Dilma...

Lula: Tás doido, é?! Deixar o PMDB? Eduardo, te pluga, sem o PMDB não há salvação.

Eduardo: E qual é a finalidade da nossa candidatura, oh profeta de Caetés?!

Lula: Vocês não tem o tino político que eu tive que arranjar para hoje estar rico. Vejam bem. Se vocês se candidatarem, faltamente, tirando os votos que tínhamos no nordeste e os votos da Marina, haverá, com certeza segundo turno, com o candidato do FHC. Aí é que vocês entram. Apoiam a Dilma e ficaremos onde sempre estivemos desde o século passado. Entenderam?

Eduardo: E se eu for para o segundo turno?

Lula (baixinho no ouvido a Marinha): O neto de Arraes está se achando!

Marina (cochichando com o Lula): Eu nem digo nada pois seria preciso que todos os animais da floresta votassem em mim. E você sabe que animais analfabetos não são eleitores, com algumas exceções.

Lula (voltando-se para todos): Eduardo, meu filho, não sonhe muito. Em 2018 a Dilma lhe apoiará. Se você continuar na base, é claro!

Bem, esta é apenas uma parte da conversa, e por isso, nela acreditando, eu estou com os dois pés atrás, em termos da candidatura do Coronel Eduardo. E eu não sei se o ele aguentará todos os dossiês que já estão sendo levantados pelo PT contra ele sobre sua atuação no governo do avô.

Ou seja, ainda estou matutando. Voltarei ao assunto quando as coisas se esclarecerem melhor. Espero ter satisfeito o meu eleitor anônimo.

P.S.: Já havia terminado o texto acima quando li sobre a visita de Dilma a Serra Talhada. O Coronel vai se enquadrar publicamente ou não. Um bom diálogo para transcrever depois. Pena que querem me levar para a outra serra na Semana Santa. Terei conexão? Espero que sim.

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