domingo, 30 de junho de 2013

"O dia em que a presidenta Dilma em 10 minutos cuspiu no rosto de 370.000 médicos brasileiros"




Eu, ontem, escrevi no Mural da A Gazeta Digital (AGD) que começava o dia vendo a página daquele blog chamada de Deu nos Blogs. E hoje fiz isto outra vez. Arrependi-me. Hoje é domingo, dia de missa e de descanso e não queria começar o dia chorando. Mas, foi o que eu fiz ao ler o texto abaixo escrito por uma médica (link do Blog do Josias) chamada Juliana Mynssen da Fonseca Cardoso, do Rio de Janeiro.

Eu dei a esta postagem o mesmo título do artigo da médica que também pode ser visto (aqui) no site do Conselho Federal de Medicina: “O dia em que a presidenta Dilma em 10 minutos cuspiu no rosto de 370.000 médicos brasileiros”. E foi mesmo. A presidenta quer resolver os problemas da Saúde no Brasil, importando médicos, como se o problema da área fosse este. Que se tente, através do Ministério da Saúde, alavancar a candidatura do Padilha a governador de São Paulo, tudo bem, e até dou razão ao conterrâneo Carlos Sena em defender a ideia nas redes sociais, pois falar é livre. Mas, colocar isto em discurso presidencial e com o intuito de resolver problemas que não dizem respeito à área é puro acinte.

Há outros argumentos, além dos da carta, para ser contra à vinda de médicos estrangeiros para o Brasil, e sabendo-se que isto é apenas um biombo para encobrir as promessas da presidenta aos cubanos, para melhorar um pouco a situação dos médicos naquele país, os argumentos abundam. Beira à desfaçatez.

Fiquem então com a carta da médica, e se der vontade de chorar, como deu em mim, o façam, pois, a situação deste país, está mais para choro do que para riso. Refreio-me no choro, abro um sorriso ao ler que a popularidade da presidenta caiu, e se Deus quiser continuará caindo, chegando ao seu lugar, que sempre foi próxima de zero. Obrigada, Doutora Juliana.

“Há alguns meses eu fiz um plantão em que chorei. Não contei à ninguém (é nada fácil compartilhar isso numa mídia social). Eu, cirurgiã-geral, ‘do trauma’, médica ‘chatinha’, preceptora ‘bruxa’, que carrego no carro o manual da equipe militar cirúrgica americana que atendia no Afeganistão, chorei.

Na frente da sala da sutura tinha um paciente idoso internado. Numa cadeira. Com o soro pendurado na parede num prego similiar aos que prendemos plantas (diga-se: samambaias). Ao seu lado, seu filho. Bem vestido. Com fala pausada, calmo e educado. Como eu. Como você. Como nós. Perguntava pela possibilidade de internação do seu pai numa maca, que estava há mais de um dia na cadeira. Ia desmaiar. Esperou, esperou, e toda vez que abria a portinha da sutura ele estava lá. Esperando. Como eu. Como você. Como nós. Teve um momento que ele desmoronou. Se ajoelhou no chão, começou a chorar, olhou para mim e disse “não é para mim, é para o meu pai, uma maca”. Como eu faria. Como você. Como nós.

Pensei ‘meudeusdocéu, com todos que passam aqui, justo eu… Nãoooo….. Porque se chorar eu choro, se falar do seu pai eu choro, se me der um desafio vou brigar com 5 até tirá-lo daqui’.

E saí, chorei, voltei, briguei e o coloquei numa maca retirada da ala feminina.

Já levei meu pai para fazer exame no meu HU. O endoscopista quando soube que era meu pai, disse ‘por que não me falou, levava no privado, Juliana!’ Não precisamos, acredito nas pessoas que trabalham comigo. Que me ensinaram e ainda ensinam. Confio. Meu irmão precisou e o levei lá. Todos os nossos médicos são de hospitais públicos que conhecemos, e, se não os usamos mais, é porque as instituições públicas carecem. Carecem e padecem de leitos, aparelhos, materiais e medicamentos.

Uma vez fiz um risco cirúrgico e colhi sangue no meu hospital universitário. No consultório de um professor ele me pergunta: ‘e você confia?’.

‘Se confio para os meus pacientes tenho que confiar para mim.’

Eu pratico a medicina. Ela pisa em mim alguns dias, me machuca, tira o sono, dá rugas, lágrimas, mas eu ainda acredito na medicina. Me faz melhor. Aprendo, cresço, me torna humana. Se tenho dívidas, pago-as assim. Faço porque acredito.

Nesses últimos dias de protestos nas ruas e nas mídias brigamos por um país melhor. Menos corrupto. Transparente. Menos populista. Com mais qualidade. Com mais macas. Com hospitais melhores, mais equipamentos e que não faltem medicamentos. Um SUS melhor.

Briguei pelo filho do paciente ajoelhado. Por todos os meus pacientes. Por mim. Por você. Por nós. O SUS é nosso.Não tenho palavras para descrever o que penso da ‘Presidenta’ Dilma. (Uma figura que se proclama ‘a presidenta’ já não merece minha atenção).

Mas hoje, por mim, por você, pelo meu paciente na cadeira, eu a ouvi.

A ouvi dizendo que escutou ‘o povo democrático brasileiro’. Que escutou que queremos educação, saúde e segurança de qualidades. ‘Qualidade’… Ela disse.

E disse que importará médicos para melhorar a saúde do Brasil….

Para melhorar a qualidade…?

Sra ‘presidenta’, eu sou uma médica de qualidade. Meus pais são médicos de qualidade. Meus professores são médicos de qualidade. Meus amigos de faculdade. Meus colegas de plantão. O médico brasileiro é de qualidade.

Os seus hospitais é que não são. O seu SUS é que não tem qualidade. O seu governo é que não tem qualidade.

O dia em que a Sra ‘presidenta’ abrir uma ficha numa UPA, for internada num Hospital Estadual, pegar um remédio na fila do SUS e falar que isso é de qualidade, aí conversaremos.

Não cuspa na minha cara, não pise no meu diploma. Não me culpe da sua incompetência.

Somos quase 400 mil, não nos ofenda. Estou amanhã de plantão, abra uma ficha, eu te atendo. Não demora, não.

Não faltam médicos, mas não garanto que tenha onde sentar. Afinal, a cadeira é prioridade dos internados.


Hoje, eu chorei de novo.”

sexta-feira, 28 de junho de 2013

Cadê o De Gaulle?




Por Luis Fernando Veríssimo (*)

O “Journal du Dimanche” de Paris de domingo trazia uma entrevista com Daniel Cohn-Bendit, um dos lideres da sublevação popular que quase derrubou o governo francês em maio de 1968 e que continua atuando, como ativista e analista político, com o nome que conquistou naquela primavera.

Não é mais o irreverente Dani Vermelho de 45 anos atrás, mas ainda é o remanescente mais notório daquela geração que fez o então presidente De Gaulle pensar em largar tudo e se mandar. Só mais tarde ficou-se sabendo como o velho general chegara mesmo perto de renunciar.

De Gaulle não era a única causa da revolta que começou com os estudantes e empolgou Paris, mas era um símbolo de tudo que os revoltosos não queriam mais.

Se maio de 68 não sabia definir bem seus objetivos, pelo menos tinha um ícone vivo contra o qual concentrar seu fogo. Um conveniente símbolo com dois metros de altura, um nariz dominador e a empáfia correspondente.

A chamada de capa para a entrevista de Cohn-Bendit era “Um perfume de Maio de 68” e a matéria fazia uma comparação mais ou menos óbvia do que acontece no Brasil com o que acontece na Turquia e o que aconteceu nas recentes “primaveras” árabes e em 68 em Paris. Óbvia e inexata.

Nos países árabes a rua derrubou ditadores, na Turquia a revolta é, em parte, contra um governo autocrático e inclui, como complicadora, a luta antiga pela hegemonia religiosa. E, diferente do maio de Paris, a combustão instantânea no Brasil ainda não produziu seus Cohn-Bendits nem tem um De Gaulle conveniente como um símbolo que resuma o que se é contra.

Ser contra tudo que está errado despersonaliza o protesto. Qual é a cara de tudo que está errado? No Brasil tanta coisa está errada há tanto tempo que qualquer figura, atual ou histórica, serve como símbolo da nossa desarrumação intolerável, na falta de um De Gaulle. Renan Calheiros ou Pedro Álvares Cabral.

Na sua entrevista, forçando um pouco a cronologia, Cohn-Bendit diz que 68 foi o preâmbulo de 81, quando a esquerda chegou ao poder na França. Junho de 2013 será o preâmbulo de exatamente o quê, no Brasil?

Aqui a esquerda, ou algo que se define como tal, já está no poder. O que vem agora? O Marx tem uma frase: se uma nação inteira pudesse sentir vergonha, seria como um leão preparando seu bote. Uma nação envergonhada dos seus políticos e das suas mazelas está inteira nas ruas. Resta saber para que lado será o bote desse leão.

Tempos interessantes, tempos interessantes.

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(*) Publicado no Blog do Noblat em 27.06.2013. Eu adoro o Luis Fernando Veríssimo como escritor, embora em termos políticos ele seja muito petista, para meu gosto. Mas, esta crônica acima, além da forma perfeita de escrever, ele, certas horas nos dá a entender que também está cansado com tudo que aí está. Apesar de não colocar no lugar do que estar tudo errado, a pessoa certa, que seria a presidenta e seu criador, pegando peixes pequenos como Pedro Álvares Cabral e Renan Calheiros, ele, flerta com um possível bote do leão.

São realmente tempos interessantes, e eu me pergunto, por que não eram há 30 dias passados? Exatamente devido a uma nação inteira começar a sentir vergonha, a partir de uma reivindicação não muito própria para cidades complicadas como as do Brasil: O tal dos R$ 0,20 das passagens. Isto foi apenas a gota d’água para que o leão começasse a preparar o seu bote, e contra a presidenta, que nunca teve preparo para exercer o cargo. A culpa toda é do ex-talvez futuro-apedeuta-mor de, por um capricho querer eleger postes por este Brasil afora.


O que eu espero é que o bote do leão só se dê nas urnas em outubro do próximo ano, para que não se repitam as mesmas coisas, para lembrar o Marx, em forma de tragédia, se o bote não for certeiro. (LP).

quinta-feira, 27 de junho de 2013

Eu vi. Juro que vi.




Ontem foi mais um dia conturbado na vida do brasileiro, pelo menos na vida daqueles que são vítimas (?) das ruas. E a imprensa, pequena ou grande, tenta mostrar o que está se passando, sem se comprometer. Não porque isto seja uma decisão racional e sim porque quem tem cotovelo tem medo. E no fundo, no fundo, em relação à opinião pública, todos temos.

Diante disto eu vi ontem o Renan declarar que está sintonizado com a voz das ruas. Então ele deveria renunciar, pois há um abaixo assinado com 1 milhão e meio de assinaturas pedindo isto. Entretanto, nestas horas ele deve pensar: mas ninguém ouve o som dos documentos, então podemos esquecê-los.

Vi ainda um Senado agitado e dividido entre ver o jogo do Brasil e o medo de não dar tempo de votar a PEC 37. Não me lembro bem, mas, o placar foi tão elástico para a derrubada que pareceu até unanimidade. Ouviram a voz das ruas. E, quem diria, nosso Sérgio Guerra disse que votou a favor por engano. Me engana que eu gosto.

Pasmem, o STF mandou prender um deputado. Eu vi. O cara já estava há tanto tempo condenado que já tinha marcas de algemas sem nunca tê-las usado. De qualquer forma é um bom início. Eu espero que a vez dos mensaleiros chegue logo. Cuidado com as ruas, Joaquim!

E a Comissão de Constituição e Justiça aprovou o projeto do Voto Aberto em caso de cassação de parlamentares. Só Deus sabe como alguns votaram a favor. Posso imaginar o Zé Genoino dizendo para o João Paulo Cunha:

- Tu vais entrar nessa?!

- E tenho alternativo? Se votar a favor perco o mandato se votar contra as ruas tomam.

- Então não é melhor votar a contra?

- Tás doido? E depois as ruas nunca mais falam com a gente! E vamos viver de que? Não é todo ano que tem um Tiririca bom de voto.

E lá se vai o voto secreto. Se houvesse isto antes, tenho certeza, hoje o Renan estaria lá em Murici criando seu gado.

No entanto, eu vi coisa pior. Depois de defenestrada em suas pretensões de lançar uma constituinte exclusiva para a Reforma Política, que era uma proposta antiga do PT, que foi retirada às pressas por um assessor para ajudá-la a domar os “meninos de rua”, a presidenta recuou e agora quer um plebiscito, para saber o que a população pretende em uma reforma política. Isto me pareceu tão estapafúrdio que hoje, pela manhã, quando a Vilma, minha faxineira, chegou eu resolvi consultá-la, e assim fazendo, fazer uma consulta prévia ao povo. Vejam o diálogo que tivemos.

- Vilma, você sabia que estão tentando fazer uma Reforma Política no Brasil?

- O que, D. Lucinha?!

- Um Reforma Política, Vilma.

- Vão acabar o Bolsa Família, é?

- Não, Vilma, ainda não. Eles querem mudar a maneira como os políticos se relacionam com a sociedade e como deveriam agir os cidadãos para que o governo funcione melhor. Por exemplo, eles querem saber se o voto continua, como é, obrigatório, o seria facultativo, ou seja, você iria votar se quisesse.

- D. Lucinha, neste caso eu gostaria que não fosse obrigatório. Eu iria para praia, lá em Maria Farinha. Agora teria de dizer ao meu candidato que fui votar, pois, se não disser, ele não me dará mais o que me dá sempre. Eles sempre tem um mimo prá gente, a senhora sabe.

- Mas, não é só isto, Vilma tem outras coisas. Será que analfabeto continuará podendo votar?

- D. Lucinha, se analfabeto não puder votar lá no morro os eleitores vão ser só metade. Comadre Janira, não sabe um “A”, mas vota e recebe os mimos.

- Você já ouviu falar em voto distrital?

- O que?! É quando a pessoa vota na delegacia, lá no distrito policial?

- Não Vilma, é quando os representantes do povo são eleitos pelos chamados distritos eleitorais. O bom do sistema é que os candidatos estão mais pertos do povo e fica mais conhecido, e até o povo pode cobrar mais deles.

- Há, então eu acho bom. Não me lembro em quem votei nas últimas eleições e nisto que a senhora fala eu iria na casa dele reclamar. Imagine D. Lucinha, ontem no posto de saúde não tinha médico e eu poder ir na casa do meu deputado protestar!? Por falar nisto, D. Lucinha tão dizendo que vai haver um protesto para ter luz de graça lá no morro. Eu, já não pago quase nada, pois mandei com Almir fazer um “gato”. Mas, seria bom viver sem “gatos”....

E a Vilma me contou uma história bem comprida, enquanto eu desisti de sondar o povo sobre o que ele acha da Reforma Política. Eu até concordaria com algo assim, um plebiscito, para sondar o que o povo pensa sobre estas questões complicadas, mas, quando o povo tivesse condições de responder. Isto seria quando? Talvez para as eleições de 2090, com vários cursos preparatórios. Vamos botar este congresso para trabalhar! E já se mostrou que eles só trabalham na base do grito das ruas.


O tal do plebiscito vai ser apenas uma maneira de colocar as teses petistas em ação para nos tornar um país pior do que o que já somos. Eu hoje mesmo já comecei a ensinar a Vilma como votar nele. Peguei todas as teses do PT, fiz uma chapa plebiscitária e preenchi todinha, e a mandei estudar. Fiquei com uma vergonha danada mas o que fazer? Se não fizermos, o PT faz, e do lado contrário. Então vamos educar nosso povo, já. 

quarta-feira, 26 de junho de 2013

A Constituinte da Dilma




Ontem foi um dia muito apertado para mim. Chegada da serra, desfazer o matulão, aguentar netos em férias e, ainda mais, aguentar os pronunciamentos da presidenta. Eu, como mulher, gosto quando ela faz estes pronunciamentos arrumadinhos, porque eu fico observando, também, os modelitos que ela usa para disfarçar aquele corpo roliço, ao qual eu já me habituei, por ter um parecido, infelizmente.

E o melhor é que ela ler tudo nestes depoimentos, não incorrendo em sua incapacidade total de falar duas palavras, com sentido, de improviso. Dizem que quando ela passa, de bom humor (o que é raro), entre os funcionários do palácio e diz “bom dia”, as pessoas procuram o sol e muitas vezes só encontra a lua. Quando usa o “teleprompter” pelo menos a gente tenta entender o que escreveram para ela ler.

E, pelo que já sei de todos os seus assessores mais próximos, aquilo deve ter sido escrito pelo jardineiro do palácio, que estava morrendo de medo das multidões na rua. Pois não é concebível, a não ser, como muita má fé, alguém que estudou alguma coisa tenha escrito tanta bobagem para ser dita em tão pouco espaço de tempo. Vejamos alguns pontos do que a presidenta propôs a um conjunto de governadores e prefeitos atônitos, e que tiveram que engolir aquilo a seco, sem tugir nem mugir.

A Dilma agora se tornou, além da “senhora do destino”, e além de ser a “mãe do PAC”, a “senhora dos pactos”.  São 5 pactos, feitos não sei com quem, e cujo conteúdo não passa de promessas antigas ou “factoides” do momento. Será que ela falou com o Dandan, ou vice-versa?

Dedicar 100% dos royalties e 50% do pré-sal para a Educação, é tão vago quanto o tanto de petróleo que sairá do fundo da terra no futuro. Esta deve ter saído da cabeça do Mercadante, sim, aquele que é gestor do ENEM. Imaginem a eficiência.

Outro pacto é com a estabilidade da economia e o controle da inflação. Isto quer dizer, que até agora não existia este pacto, o que eu posso ver e comprovar ao ir ao supermercado. Eu é que não sou boba de acreditar que  apenas um ano e pouco das eleições ela levará isto a sério, já que os economistas dizem que sem corte de gastos, esqueçam controle inflacionário. Mais uma promessa vã para enganar os bobos, na casca do ovo.

E o pacto da Saúde, gostaram? Este é até motivo de meu texto anterior, pois ela, além de querer construir creches, hospitais e UPAs que prometeu na campanha e não cumpriu, quer trazer os médicos cubanos para resolver nosso problema crônico de saúde. Este é um dos grandes engodos na tentativa de se livrar do bafo no cangote do povo nas ruas.

E a outra enganação é a mais visível tentativa de contornar os movimentos de passe livre e quejandos, que é sobre a mobilidade urbana. Ninguém, em sã consciência pode falar bem do tráfego e das condições de mobilidade em nossas cidades. Aqui no Recife, agora com uma gestão que tenta contornar 12 anos de PT na administração dela, ainda não conseguiu nada de efetivo em sua missão. Pelo que acompanho daqui de casa e por onde transito, o general inverno parece que vai vencer o subordinado do Coronel Eduardo, pois ele tapa um buraco e surgem dois, e às vezes, aquele que foi tapado, abre dias depois. E agora a Dilma promete mundos e fundos para resolver o problema. Das duas, uma. Ou ela está brincando, ou, se não estiver, apenas está enganando o povo brasileiro, pois já está há 2 anos e meio no trono.

Mas, a grande inovação dos pactos, foi a proposta de um plebiscito para que seja estabelecida um constituinte exclusiva que faria a Reforma Política. Quando eu ouvi isto, quase que me enganava, pois de Direito Constitucional eu entendo muito é de fazer uma boa galinha de cabidela. Eu acho, como política que sou, que uma reforma política é fundamental, pois o que existe no Brasil em termos de representação da vontade popular é tão ineficiente, que há até projetos como a Lei da Palmada, que deveria levar seu autor a tomar umas no traseiro para aprender a não brincar com o povo (brincadeirinha gente, abaixo a violência). E daí meu engano.

E hoje, já vejo a opinião de alguns juristas sérios (não aqueles, como um ministro do STF que mudou de opinião porque foi escolhido ministro pela presidenta) e que, lendo seus pontos de vista, vi que esta é a ideia mais estapafúrdia que um governante poderia ter na história deste país. E graças a Deus, a presidenta já botou a viola no saco e desistiu de nos transformar tão rápido numa grande Venezuela. Resolveu esperar o Lula, para fazer o papel de Chávez, brevemente.


Digo isto porque, hoje, com a lambança que a Dilma está fazendo, dificilmente o Lula deixará de passar esta chance de assumir novamente o trono. E vai ser um osso duro de roer para as oposições evitarem que ele ganhe as próximas eleições. Uma possibilidade muito clara para evitar que isto ocorra é convencer a Rosemary a convencer o ex-futuro-apedeuta-mor a ir se tratar, o quanto antes, em Cuba, como fez o Chávez. A esperança é a última que morre. Na Venezuela já morreu. Vamos às ruas para que ela não morra por aqui também.

segunda-feira, 24 de junho de 2013

A SAÚDE PÚBLICA E A VERGONHA NACIONAL




Desde certo tempo eu debato com o conterrâneo Carlos Sena, e com alguns dos nossos amigos comuns, no Facebook, a questão da importação de médicos. Não tive tempo ainda de transcrever aqui este debate e nem sei se seria pertinente. Mas, hoje, ao ver que os médicos entrarão na onda de manifestações, e em represália ao anúncio da presidenta, que ao se ver acossada pelos protestos que solucionar os problemas na base da demagogia barata, tenho que divulgar o evento e publicar a Carta Aberta destes médicos para a população brasileira.

Eu não sou médica, e nem tenho mais tempo de sê-lo, mesmo que fosse através do sistema de cotas a que tenho direito e abomino, não conheço de medicina, mas conheço um pouco de política. Tudo isto é prometido para acalmar um pouco a população que sofre no SUS enquanto a Dilma e Lula se resfastelam no Sírio-Libanês. E tenho certeza, que, dos milhares de médicos prometidos pela presidente, serão quase todos cubanos, que virão já dar lições de como se comportar revolucionariamente, como foi feito na Venezuela.

Então esta luta não é só dos médicos, mas, de todos que não querem que este país retroaja em seu nível de civilização, como o passarinho Chávez fez retroagir o país vizinho. Leiam a carta e meditem, e se possível saiam juntos na manifestação do dia 26 às 16 horas:

“Carta aberta aos médicos e à população brasileira

A SAÚDE PÚBLICA E A VERGONHA NACIONAL

Há alguns anos, a presidente Dilma Rousseff foi vítima de grave problema de saúde. O tratamento aconteceu em centros de excelência do país e sob a supervisão de homens e mulheres capacitados em escolas médicas brasileiras. O povo quer acesso ao mesmo e não quer ser tratado como cidadão de segunda categoria, tratado por médicos com formação duvidosa e em instalações precárias.

Por isso, a Associação Médica Brasileira (AMB), a Associação Nacional dos Médicos Residentes (AMNR), o Conselho Federal de Medicina (CFM) e a  Federação Nacional dos Médicos (Fenam) manifestam publicamente seu repúdio e extrema preocupação com o anúncio de “trazer de imediato milhares de médicos do exterior”, feito nesta sexta-feira (21), durante pronunciamento em cadeia de rádio e TV.

O caminho trilhado é de alto risco e simboliza uma vergonha nacional. Ele expõe a população, sobretudo a parcela mais vulnerável e carente, à ação de pessoas cujos conhecimentos e competências não foram devidamente comprovados. Além disso, tem valor inócuo, paliativo, populista e esconde os reais problemas que afetam o Sistema Único de Saúde (SUS).

Será que os “médicos importados” - sem qualquer critério de avaliação ou com diplomas validados com regras duvidosas - compensarão a falta de leitos, de medicamentos, as ambulâncias paradas por falta de combustível, as infiltrações nas paredes e as goteiras nos hospitais? Onde estão as medidas para dotar os serviços de infraestrutura e de recursos humanos valorizados? Qual o destino dos R$ 17 bilhões do orçamento do Governo Federal para a saúde que não foram aplicados como deveriam, em 2012? Porque vetaram artigos da Emenda Constitucional 29, que se tivesse colocada em prática teria permitido uma revolução na saúde?

Os protestos não pedem “médicos estrangeiros”, mas um SUS público, integral, gratuito, de qualidade e acessível a todos. É preciso reconhecer que é a falta de investimentos e a gestão incompetente desse sistema que afastam os médicos brasileiros do interior e da rede pública, agravando Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), os Governos de países com economias mais frágeis investem mais que o Brasil no setor. Na Argentina, o percentual de aplicação fica em 66%. No Brasil, esbarra em 47%. O apelo desesperado das ruas é por mais investimentos do Estado em saúde. É assim que o Brasil terá a saúde e os “hospitais padrão Fifa”, exigidos pela população, e não com a “importação de médicos”.

A AMB, o CFM e a Fenam – assim como outras entidades e instituições, os 400 mil médicos brasileiros e a população conscientes da fragilidade da proposta de “importação” – não admitirão que se coloque em risco o futuro de um modelo enraizado na nossa Constituição e a vida de nossos cidadãos. Para tanto, tomarão tomas as medidas possíveis, inclusive jurídicas, para assegurar o Estado Democrático de Direito no país, com base na dignidade humana.

ASSOCIAÇÃO MÉDICA BRASILEIRA (AMB)
ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS MÉDICOS RESIDENTES (AMNR)
CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA (CFM)

FEDERAÇÃO NACIONAL DOS MÉDICOS (FENAM)”

domingo, 23 de junho de 2013

O início do Forróbom e o "triângulo" do Dandan


É a Banda Villa-Lobos? É o Trio Agrestino?
Não! É o início do Forróbom.


Ontem as manifestações continuaram e penso que, daqui para frente, se tornarão rotina dentro do quadro social e político deste Brasil. Penso que as arruaças e vandalismo irão diminuindo no mesmo ritmo em que a sociedade for despertando para as consequências de passeatas que não tem objetivos claros e que estes objetivos vão sendo descobertos, e, ao mesmo tempo, as autoridades comecem a pensar em cumprir a lei quanto à organização destes eventos, dentro da lei e da ordem. Protestar é válido, bagunçar deve ser proibido. Principalmente, continuar infernizando a vida dos outros quanto ao direito de ir e vir.

Eu penso que é muito difícil ainda escrever sobre outra coisa, do que estas manifestações ou sobre a vitória de ontem sobre a Itália. Noutros tempos, um resultado assim, levaria as multidões a cantar “Prá frente Brasil, salve a seleção”. Mas, o PT conseguiu até mexer com o espírito esportivo do brasileiro. Agora, só se fala: “Abaixo a corrupção”, e vaia-se presidentes nos estádios.

No entanto, é muito forte o motivo para mudar de assunto, neste domingo, aqui na serra, onde já começou a fazer frio, e com o cheiro de fumaça das fogueiras que já sinto neste comecinho do São João. E este motivo não é o São João de Gravatá e sim o começo do Forróbom, lá me minha terra querida, Bom Conselho. Ontem começou a festa e procurei nos blogs sobre o que lá aconteceu.

Fui ao Blog do Tiago Padilha e parece que não deram um camarote a ele, pois até o momento que escrevo (e é cedo porque ainda vou à missa, e aqui o caminho é mais desconhecido) ele não toca na festa. O Blog do Poeta coloca umas fotos, inclusive uma junto com o Ronaldo César, que é o Poeta da cidade vizinha, e diz que há um bom público (o que isto significa eu não sei) e cita as atrações de hoje. Mas foi o Blog do Emmanuel que me trouxe o motivo para estar aqui teclando, enrolada, tiritando de frio, mas cumprindo minha obrigação de cidadã, já que não pude ir à manifestação lá em Recife.

Ele traz a foto que ilustra esta matéria, com o Dandan tocando triângulo. Eu juro que não sabia que esta era a especialidade do jovem prefeito. Mas, deveria ser evidente, pois ele já usou o instrumento em outros eventos. E tem outro prefeito tocando zabumba. Faltou apenas um prefeito para tocar sanfona e formar o Trio Agrestino. Poderia ser o Isaías levado pelo Roberto Almeida ou pelo Ronaldo César, que também são blogueiros oficiais do Dandan, da cidade vizinha, terrra também de Simoa Gomes.

Causa-me espécie (que saudade do Joaquim Barbosa) que, ao invés de um pronunciamento sobre a seca e sobre o que está ocorrendo no Brasil, no início da festa, os prefeitos vão formar conjuntos musicais. Eu quero ver mesmo se vai aparecer alguém da imprensa que relate o que está se passando pelos bastidores do Forróbom.

Eu não me lembro se a Judith ou o Dr. Filhinho chegaram, no auge do Forróbom deles, a tocarem algum instrumento, no palco do Forróbom. Nem me lembro que outros prefeitos tenham feito isto. Então, só temos uma conclusão a tirar, ou o Dandan espera que o Forróbom seja um fracasso e tenta dar uma ajudinha dentro de usa especialidade (o triângulo) ou ele pensa que a festa será o suprassumo e quer aparecer para o distinto público. Mas, que isto é normal, não é não. Se pelo menos fosse com uma sanfona....


E, continuando na foto, ele contém tantos políticos que ao invés de um trio poderíamos recriar a Banda de Música Villas Lobo, de saudosa memória, aproveitando o esforço do vereador Carlos Alberto em estudar a cultura de Bom Conselho com ênfase em Zé de Puluca. O Dandinho poderia tocar trombone. Quem ficaria com o piston eu não sei, pois o único que tocava nas épocas recentes está desafinando que é um horror.

sábado, 22 de junho de 2013

Ouvindo a Dilma e a Vilma




Já estou em Gravatá cumprindo o meu martírio da ausência de conexão. Depois de sofrer, hoje pela manhã, com o quase engarrafamento da BR-232, aqui estou, segundo meus familiares para curtir um São João autêntico, com fogueira e tudo. Me engana que eu gosto. Trazem-me para fazer as comidas. Mas, enquanto nem sei se poderei publicar, eu escrevo, e quando tiver possibilidade eu publico. Meus leitores sofrem um pouco, mas, esperam, graças a Deus.

E eu não poderia sentar para escrever sem tocar na fala da Dilma à nação, ontem à noite. Ela ajeitou o cabelo, se emproou toda para dizer um bando de obviedades. Alguém, em sã consciência poderia esperar que ela ameaçasse “chamar o Pires”? É claro que não. Toda a orientação foi óbvia: “Não se atrite com ninguém, e prometa tudo aquilo que não pode cumprir, e no final estará tudo bem. O povo sempre esquece.” E ela, lendo com a entonação normal de quem nada está entendendo, deu o seu recado.

Vão ser tantas as análises do discurso da presidenta que me aterei apenas ao que está mais perto de mim, por ter tratado disto em outros lugares, isto é, a história da importação de médicos e a ajuda na mobilidade urbana.

O que posso dizer, antes de entrar em detalhes é que o discurso foi uma confissão de culpa tão grande, que eu fiquei com inveja. Eu nunca consegui confessar tantos pecados ao meu confessor quanto a Dilma o fez ao povo brasileiro. Porém, ao contrário de mim, ela não parece arrependida do que fez. Desde a corrupção até a ausência de mobilidade nas cidades, ela se declara a própria nulidade e mostra o quanto foi ineficiente o governo petista, nos últimos mais de 10 anos. Se ela não culpou o FHC é porque não deu tempo, pois seu marqueteiro acharia o discurso longo. Em outras palavras, ela parece ter realmente desistido da candidatura e dito para o Lula: “Toma isto de volta e tenta consertar a merda (desculpem o termo) nós fizemos.” E podem escrever aí, o Lula, se continuar se tratando no Sírio-Libanês, vem por aí. E, consequência óbvia, o Eduardo sai por ali.

Mas isto é o que agente vê pela frente. Quando os políticos querem entregar o ouro ao bandido, eles o fazem lá por trás da mina. O que se apresenta, é o que nos resta discutir.

O primeiro tema é esta tal de importação de médicos. Eu sou contra e sei que é apenas uma forma de ajudar a candidatura do atual Ministro da Saúde a governador de São Paulo. Mas, sou contra, porque por trás desta história está o desejo de trazer médicos de Cuba para cá, para ajudar no processo revolucionário do Socialismo do Século XXI como na Venezuela. E o pior, querem trazê-los sem passar por nenhum teste, pelo óbvio fato de que eles não passariam nele. Mas, isto foi prometido por Lula a Fidel, que não aguenta mais médico ruim em Cuba e quer pegar alguns dólares dos seus salários, para que o povo cubano não morra de fome, doença que não tem médico que dê jeito.

O outro tema, é o tal da mobilidade urbana tão cobrada pela turba na rua durante a última semana. Este é o problema chave. Não conseguimos mais andar em Recife, sendo classe alta, média ou baixa. Brevemente ligamos o carro e ficaremos na garagem até o meio-dia para poder ter um espaço para sair. A classe pobre que anda de ônibus perde 3 ou 4 horas de vida por dia enlatada em ônibus iguais a latas de sardinhas. E a presidenta, num gesto magnânimo promete resolver tudo, junto com seus companheiros. Me engana que eu gosto.

Se para baixar a passagem em R$ 0,20, as prefeituras vão raspar o fundo do tacho orçamentário, como fazer para melhorar o resto? Pela fala da presidenta, “ande que o governo federal garante”. Como se o orçamento federal estivesse com uma folga imensa e o governo pudesse se dar ao luxo de gastar nesta área, quando já gastou (grande parte roubada no processo, como diz Romário) os tubos com a Copa e continua a gastar.

Dizem que a presidenta é economista. A tirar pelo que o Zezinho me diz, ela de Economia não entende nada. Segundo ele, o governo da madame está é brincando com fogo e com um dragão enorme que já resfolega em nossa nuca: A inflação. Dizer que vai abrir as burras do erário para ajudar nisto e naquilo e para satisfazer desejo da população é apenas uma promessa eleitoral, ou conversa para boi dormir.

E há um aspecto tão gritante na fala da presidente, quanto a tornar o país livre de qualquer mazela a partir de reuniões, que ontem, a Vilma, minha faxineira, me ligou logo após ouvir o discurso dela que eu reproduzo aqui abaixo a conversa, começando por mim atendendo o telefone:

- Alô!

- Dona Lucinha, é a Vilma!

- Diga Vilma, algum problema?

- Não, e sim!

- Como assim?

- É que acabei de ouvir a Dilma e fiquei apavorada.

- Por que Vilma?

- Dona Lucinha, ela prometeu tanta coisa, tanta coisa que eu lhe pergunto: “Vai sobrar dinheiro para pagar o Bolsa Família?”

- Boa noite, Vilma, quando você vier aqui conversaremos sobre isto.

- Tá certo, Dona Lucinha. Desculpe.


E eu desliguei o telefone e fiquei pensando, agora preocupada, como a Vilma, mesmo tendo um entendimento maior do que ela (ou pensando ter). De onde será que sairá a ajuda para resolver os problemas que eles não resolveram em 10 anos, e que hoje a população cobra nas ruas? Pelo menos um pode ser resolvido sem muito gasto: Colocar os mensaleiros no xilindró, comendo a comida dos presos comuns.

P.S.: Depois de cometer o texto acima e com conexão razoável vi o vídeo seguinte na AGD, que é uma  vaia apoteótica, no Rio de Janeiro, durante o discurso da Vilma. Será que ela vai para o Maracanã no final da Copa?

sexta-feira, 21 de junho de 2013

UM DIA HISTÓRICO: Também em Bom Conselho


Manifestação em Bom Conselho


Até eu tinha outros assuntos para escrever sobre, nesta sexta-feira, início de inverno. Mas, será que as pessoas leriam outro assunto que não fosse sobre as manifestações? Eu acho que não, depois do dia que vivemos ontem. E até já digo, que, talvez a chegada do “general inverno” seja providencial para acalmar os ânimos e refletirmos mais sobre o que está se passando no Brasil. Hoje, no Recife o inverno veio com toda força, até baixou a temperatura, e até esta hora que escrevo não parou de chover.

A chuva, no entanto, não vai apagar a visão que tive, felizmente, pela TV, de nossa passeata pacífica e ordeira, que saiu do Derby e foi até o Marco Zero. Eu não teria aguentado todo o trajeto e teria voltado da Conde da Boa Vista, depois de chorar com o que o PT fez com esta grande via de nossa cidade. Porém, teria aguentado firme com o meu cartaz, que já estava preparado, que dizia: “Se encontrar um petista eu empurro para a Manuel Borba, ou interno no Hospital da Restauração.” Segundo minhas fontes, não foi nem preciso eu ir lá. Correram com eles só no grito.

Apesar da boa cobertura pelo alto, eu notei que a TV Globo não esteve muito presente, durante a passeata, lá no chão. Também, pudera, “quem tem cotovelo, tem medo”, e eu que o diga. Antes, ninguém sabia que o recifense iria protestar em paz, o que foi muito bom, se tirarmos o transtorno que a passeata causou à cidade, que ontem parou, literalmente.

A Vilma, minha faxineira, me conta hoje que em Nova Descoberta o Seu Joaquim, que tem uma bodega, fechou-a logo às quatro horas. Ao chegar para comprar pó de café, a Vilma só o encontrou na calçada, e perguntou por que ele estava fechando tão cedo. Ele respondeu com o seu sotaque português:

- Olha, menina Vilma, eu também estou a ir para o protesto. Já me considero brasileiro e devo participar, pois a situação não está boa para ninguém. E tu, não vais?

A Vilma disse que ficou até com vergonha, porque não ia. E falou em tom de lamento:

- Dona Lucinha, pelo que vi na TV, pelo aspecto, não tinha um pobre sequer. Na manifestação do Bolsa Família eu me senti bem e fui, como a senhora viu. Mas, nesta não tive coragem. Minha filha disse que todo mundo tinha smartphone.

E, eu, que aproveito sempre estes momentos, me lembrei de que, talvez a próxima manifestação deverá ser dos participantes do Bolsa Família. E agora não mais por causa dos boatos, mas, para pedir aumento. Afinal de contas, a maioria dos bolsistas não ganhou nada com a redução do preço das passagens. Eles já tinham vale transporte.

Mas, deixa a passeata do Recife para lá, e falemos de outras. Pelo que vi em outras capitais, ou a turba arranja uma forma de se organizar, ou seja, deixa de ser turba, ou vai virar uma bagunça dos diabos. Manifestação democrática podem até ser violentas se agirem com violência contra, principalmente as autoridades quando cometem excessos, mas, o que vi ontem foi violência gratuita e vandalismo em quase todas as manifestações, com as exceções.

Algumas, meu Deus me perdoe pelos meus baixos instintos, até poderiam ter dado certo, como ter procurado Sarney em casa para uma conversa ou entrar no Palácio do Planalto atrás da Dilma, mas, chega de baixos instintos. A polícia ontem apenas reagiu a um bando de pessoas que queria (e não me digam que aquilo não era predeterminado) depredar até o Palácio do Itamarati.

Aliás, no Palácio do Itamarati, chegaram a colocar fogo nele, sob os aplausos da turba alegre com o feito. Não consegui pensar outra coisa do que refletir sobre o que a Dilma fará se a coisa começar a ficar realmente sem controle, somente com a polícia (e esta era do PT gente!), se ela irá “chamar o Pires” como ameaçava o seu antecessor João Batista. Vamos ver se ela irá se juntar à multidão, como aconselhou o presidente do PT (de uma forma irresponsável), para ajudar no processo democrático.

Vi um carro do SBT ser incendiado simplesmente por que era da imprensa, em mais um ato de vandalismo. O grande problema destas manifestações, nesta fase de bagunça organizada, é que não se sabe nunca quando atuam os baixos instintos. Eu vi num dia anterior um jovem estudante de arquitetura, dizem até que nasceu em Garanhuns, querer quebrar a Prefeitura de São Paulo, e confessar na delegacia, sob choro, que estava arrependido e não sabia por que fizera aquilo. Eu sei. Sem vergonhice pura, e vontade de aparecer, como machão.

Enfim, deve ter sido um dia histórico, daqueles que meus netos irão ouvir falar nos livros escolares, como um dia em que o Brasil mudou. Mas, mesmo que tenha entregue o cartaz que levaria para manifestação ao meu neto Júlio, onde ele, se soubesse ler, iria se deliciar, eu não coloquei nele nenhuma ideia do que nos aguarda no futuro. Pois, simplesmente, não sei. Dizem que estas manifestações podem beneficiar a Marina na corrida presidencial. Eu não sei se fico muito alegre como ficaria algum tempo atrás. No entanto, como já disse, ficarei muito alegre se beneficiar qualquer um, menos um candidato petista. Vade retro!

P.S.: Já havia escrito o texto acima quando fui no Blog do Emmanuel e li sobre a manifestação em Bom Conselho. Depois escrevo mais sobre o evento em nossa terra, mas, aqui já parabenizo os 5 jovens que participaram da manifestação colocando Bom Conselho também dentro da história. Cito-os como o fez o Emmanuel: Luan, Lucas Emanoel, Fraciudes, Artur e Lucas Silva.

Numa justa homenagem coloco a foto do Blog do Emmanuel também para ilustrar esta matéria. Parabéns aos jovens.

quinta-feira, 20 de junho de 2013

Brincando de Revolução




Por Rodrigo Constantino (*)

“A raiva e o delírio destroem em uma hora mais coisas do que a prudência, o conselho, a previsão não poderiam construir em um século.” (Edmund Burke)

Não vou sucumbir à pressão das massas. É claro que eu posso estar enganado em minha análise cética sobre as manifestações, mas se eu mudar de idéia – o que não só não ocorreu ainda, como parece mais improvável agora – será por reflexões serenas na calma de minha mente, e não pelo “linchamento” das redes sociais.

Ao contrário de muitos, eu não vejo nada de “lindo” em cem mil pessoas se aglomerando nas ruas. Tal imagem me remete aos delicados anos 60, que foram resumidos por Roberto Campos da seguinte forma: “É sumamente melancólico - porém não irrealista - admitir-se que no albor dos anos 60 este grande país não tinha senão duas miseráveis opções: ‘anos de chumbo’ ou ‘rios de sangue’...”

Eu confesso aos leitores: tenho medo da turba! Eu tenho medo de qualquer movimento de massas, pois massas perdem facilmente o controle. Em clima de revolta difusa, sem demandas específicas (ao contrário de “Fora Collor” ou “Diretas Já”), o ambiente é fértil para aventureiros de plantão. Um Mussolini – ou um juiz de toga preta salvador da Pátria – pode surgir para ser coroado imperador pelas massas.

Alguns celebram a ausência de liderança, se é mesmo esse o caso. Cuidado com aquilo que desejam: sem lideranças, há um vácuo que logo será preenchido. As massas vão como bóias à deriva. E sem rumo definido, não chegaremos a lugar algum desejado. Disse Gustave Le Bon sobre a psicologia das massas:

Uma massa é como um selvagem; não está preparada para admitir que algo possa ficar entre seu desejo e a realização deste desejo. Ela forma um único ser e fica sujeita à lei de unidade mental das massas. No caso de tudo pertencer ao campo dos sentimentos, o mais eminente dos homens dificilmente supera o padrão dos indivíduos mais ordinários. Eles não podem nunca realizar atos que demandem elevado grau de inteligência. Em massas, é a estupidez, não a inteligência, que é acumulada. O sentimento de responsabilidade que sempre controla os indivíduos desaparece completamente. Todo sentimento e ato são contagiosos. O homem desce diversos degraus na escada da civilização. Isoladamente, ele pode ser um indivíduo; na massa, ele é um bárbaro, isto é, uma criatura agindo por instinto.

Muito me comove a esperança de alguns liberais que pensam que o povo despertou e que será possível guiá-lo na direção do liberalismo. Não vejo isso nos protestos, nas declarações, nos gritos de revolta. Vejo uma gente indignada – e cheia de razão para tanto – mas sem compreender as causas disso, sem saber os remédios para nossos males. Que tipo de proposta decente e viável pode resultar disso?

Estamos lidando aqui com a especialidade número um das esquerdas radicais, que é incitar as massas. Assim como a década de 60 no Brasil, tivemos o famoso e lamentável Maio de 68 na França, quando apenas Raymond Aron e mais meia dúzia de seres pensantes temiam os efeitos daquela febre juvenil. A Revolução Francesa, a Revolução Bolchevique, é muito raro sair algo bom desse tipo de movimento de massas. Os instintos mais primitivos tomam conta da festa. Por isso acho importante resgatar alguns alertas de Edmund Burke em suas Reflexões sobre a Revolução em França, a precursora desses movimentos descontrolados.

Não ignoro nem os erros, nem os defeitos do governo que foi deposto na França e nem a minha natureza nem a política me levam a fazer um inventário daquilo que é um objeto natural e justo de censura. [...] Será verdadeiro, entretanto, que o governo da França estava em uma situação que não era possível fazer-se nenhuma reforma, a tal ponto que se tornou necessário destruir imediatamente todo o edifício e fazer tábua rasa do passado, pondo no seu lugar uma construção teórica nunca antes experimentada?

Não se curaria o mal se fosse decidido que não haveria mais nem monarcas, nem ministros de Estado, nem sacerdotes, nem intérpretes da lei, nem oficiais-generais, nem assembléias gerais. Os nomes podem ser mudados, mas a essência ficará sob uma forma ou outra. Não importa em que mãos ela esteja ou sob qual forma ela é denominada, mas haverá sempre na sociedade uma certa proporção de autoridade. Os homens sábios aplicarão seus remédios aos vícios e não aos nomes, às causas permanentes do mal e não aos organismos efêmeros por meios dos quais elas agem ou às formas passageiras que adotam.

Se chegam à conclusão de que os velhos governos estão falidos, usados e sem recursos e que não têm mais vigor para desempenhar seus desígnios, eles procuram aqueles que têm mais energia, e essa energia não virá de recursos novos, mas do desprezo pela justiça. As revoluções são favoráveis aos confiscos, e é impossível saber sob que nomes odiosos os próximos confiscos serão autorizados.

A sabedoria não é o censor mais severo da loucura. São as loucuras rivais que fazem as mais terríveis guerras e retiram das suas vantagens as conseqüências mais cruéis todas as vezes que elas conseguem levar o vulgar sem moderação a tomar partido nas suas brigas.

São importantes alertas feitos pelo “pai” do conservadorismo. Ele estava certo quanto aos rumos daquela revolução, que foi alimentada pela revolta difusa, pela inveja, pelo ódio. Oportunistas ou fanáticos messiânicos se apropriaram do movimento e começaram a degolar todo mundo em volta. Se a revolução é contra “tudo que está aí”, então quem é contra ela é a favor de “tudo que está aí”. Cria-se um clima de vingança, revanchismo, que é sempre muito perigoso. As partes íntimas da rainha morta foram espalhadas pelos locais públicos, eis a imagem que fica de uma turba ensandecida.

O PT tem alimentado há décadas um racha na sociedade brasileira. Desde os tempos de oposição, e depois enquanto governo (mas sempre no palanque dos demagogos e agitadores das massas), a esquerda soube apenas espalhar ódio entre diferentes grupos, segregar indivíduos com base em abstrações coletivistas, jogar uns contra os outros. Temos agora uma sociedade indignada, mas sem saber direito para onde apontar suas armas. Cansada da política, dos partidos, do Congresso, dos abusos do poder, as pessoas saem às ruas com a sensação de que é preciso “fazer algo”, mas não sabe ao certo o que ou como fazer.

E isso porque o cenário econômico começou a piorar. Imagina quando a bolha de crédito fomentada pelo governo estourar, ou se a China embicar de vez. Imagina se nossa taxa de desemprego começar a subir aceleradamente. É um cenário assustador. Alguns pensam que nada pode ser pior do que o PT, e eu quase concordo. Mas pode sim! Pode ter um PSOL messiânico, um personalismo de algum salvador da Pátria, uma junta militar tendo que reagir e assumir o poder para controlar a situação. Não desejamos nada disso! Temos que retirar o PT do poder pelas vias legais, pelas urnas, respeitando-se a ordem social e o estado de direito.

O desafio homérico de todos que não deixaram as emoções tomarem conta da razão é justamente canalizar essa revolta para algo construtivo. Mas como? Como dialogar com argumentos quando cem mil tomam as ruas e sofrem o contágio da psicologia das massas? Alguém já tentou conversar com uma torcida revoltada em um estádio de futebol? Boa sorte!

Por ser cético quanto a essa possibilidade, eu tenho mantido minha cautela e afastamento dessas manifestações. Muita gente acha que o Brasil, terra do pacato cidadão que só quer saber de carnaval, novela e futebol, precisa até mesmo de uma guerra civil para acordar. Temo que não gostem nada do gigante que vai despertar. Ele pode fazer com que essa gente morra de saudades do "homem cordial". Não se brinca impunemente de revolução. Pensem nisso, enquanto há tempo.

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(*) Publicado 18.06.2013 no Blog do Rodrigo Constatino (aqui). Eu não concordo com tudo que o Rodrigo Constantino diz neste texto, mas, concordo com os “medos” expostos por ele. Penso que o brasileiro estava muito “cordial” para meu gosto. Aguentar um governo como este, de enganação e falta de seriedade durante tanto tempo, sem tugir nem mugir, é cordialidade demais.

No entanto, o Rodrigo está certo quanto à imprevisibilidade destas manifestações. Como se diz, a partir delas pode acontecer tudo, inclusive, nada, o que seria frustrante. E a partir das declarações de uma líder do movimento, que vi ontem pela TV, a história do tal Movimento Passe Livre ainda vai longe, e sem ela saber o porquê. A menina parece tão ingênua que o tal do Passe Livre não ficou valendo os R$ 0,20 que quis reduzir.

Eu penso que a mais séria noção de Economia que tive, e devo isto ao Zezinho, é aquela história de que não existe almoço grátis. Ele, quando eu me excedia nas reivindicações salariais no tempo da CIT ele me dizia sempre que melhor seria aquele salário do que o desemprego. Quando eu me referia à CLT, ele reforçava: Fique certa que alguém está pagando por ela. Isto se aplica ao Passe Livre. Quando vejo meu marido todo pimpão, andar nos ônibus sem pagar, eu penso sempre no Zezinho e nas suas lições. Alguém está pagando por ele. Quem será?

Bem, mas isto é apenas um comentário que desenvolverei quando tiver tempo, pois hoje já estou me preparando para me movimentar, dentro da lei e da ordem, e esperando que tudo isto convirja para que se mostre o tanto quanto o Brasil imergiu nos malfeitos neste governo do PT, e tentando voltar o movimento para algo realmente efetivo: Nunca mais votar em candidatos do PT ou aliados.


Agora, tenho que confessar que levarei meu terço, para ir rezando, pedindo a Deus que este movimento descubra logo o que quer, antes que algum maluco comece a “chamar o Pires”. (LP) 

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Por que o Brasil está se MOVIMENTANDO?




Tudo começou pro R$ 0,20, e foi crescendo, crescendo, igual ao Sonho do Peninha. Ontem já eram 250 mil brasileiros (não sei se havia cubanos infiltrados com na época do Zé Dirceu) a protestarem na rua contra quase tudo que se passa neste país. Desde político corrupto até contra a fórmula do spray de pimenta.

E hoje, até a hora que escrevo, não há uma definição clara do que quer a turba, que começa de mansinho e vai até o coquetel molotov, pelo menos pelo que dizem seus líderes, se é que eles sejam representativos de pelo menos alguma parte dos protestos.

Uns já falam em outro 68 na França e até em uma “Primavera Brasileira”, nos moldes daquelas que derrubaram governos ditatoriais no Egito e noutros países. Eu, consultando minhas bases, que são os meus filhos, e seus amigos, já tenho toda uma teoria sobre os movimentos no Brasil.

Os jovens já estão cansados de não fazer nada na política. Meus filhos passaram pela juventude sem quase saber o que é política, porque a queda da ditadura lá pelos idos da década de 80, tirou todo o interesse que a juventude de nossa geração pudesse ter. Eu cresci, combatendo meus amigos de esquerda, que naquela época lutavam pela queda da ditadura militar, e eu os apoiava nisto, mas discordava de forma veemente do que eles queriam colocar no lugar. No fundo, no fundo, o que todos queriam era cubanizar o país, como se nós fôssemos uma ilha que o Francisco Julião descendo da Serra da Russas, depois de tomar umas e outras em Gravatá, tomaria o Palácio do Campo das Princesas dos governadores nomeados, colocando em seu lugar algum camponês analfabeto.

Veio a democracia,  Lei da Anistia, e a Nova Constituição nos deu um rumo. Seríamos uma democracia representativa por um bom período de tempo, era o que todos esperávamos e eu até enveredei na política por causa disto. As regras estavam dadas e os rumos eram indicados pelas nossas novas instituições.

Desculpem-me Nelson Rodrigues por usar sua ideia do complexo de vira-latas novamente, e dizer: Tá bem, está tudo certo, mas, vejam os políticos que ficaram para enfrentar nossos desafios como nação democrática. Quem não era capacho da ditadura militar era capacho da ditadura cubana, e começou a briga. Tivemos a sorte ainda de, depois da avalanche collorida, ter o governo FHC que, apesar de algum oba-oba conseguiu dar um rumo à nossa economia quase dizimada por um processo inflacionário, que é a principal consequência de querer fornecer almoço grátis para todos sem comida suficiente ou dar cobertor curto para cobrir todo mundo.

Pela primeira vez, por muito tempo, tivemos uma moeda. Lembram, eram o “real”. Eu dou um passaporte para o Forróbom a que lembrar qual foi a moeda anterior a ele. E houve uma boa distribuição de renda, quando pobre comprava frango a 1 real o quilo. Comia-se mais e os programas sociais surgiram dentro de uma racionalidade mínima, e sem fins eleitorais.

Mas, no meio do caminho havia uma pedra que era o PT, fazendo sua política de arrasa quarteirão, tentando mostrar que o Brasil era um país das elites. Até hoje eu não sei o que é isto. Penso até que sou da elite, por ser alfabetizada. Já o Lula que era apenas semi-alfabetizado era o piolho em cima da pedra. E tivemos, como se alardeia, o primeiro operário presidente da república. Ou seja, o primeiro analfabeto a exercer este cargo no Brasil. Excelente político, coadjuvado ou comandado pelo Zé Dirceu, criou o Bolsa Família, depois de ceder de tudo aos banqueiros que para ele não seriam mais da elite.

Por quase 8 anos, ajudado pela economia internacional crescendo e a China se tornando capitalista de estado com todo vigor, o Lula, com diz o Delfim Netto, estava no navio e subiu junto com o oceano. Mas, foi o suficiente para tentar se eternizar no poder, e com a economia já cambaleando, gastou o que não tinha para eleger a Dilma, e aí deu no que deu.

Estamos há 3 anos do governo Dilma e o Brasil só canta a cantiga da perua, de pior a pior. E foi aí que surgiu a generalização do uso da internet, da mídia eletrônica e das redes sociais.

Estes movimentos de hoje já existiram no passado em forma de protestos apenas virtual, como tentar convencer a Renan a deixar a presidência do Congresso, através de um abaixo assinado. Então se notou que estes movimentos apenas virtuais não faziam mais efeitos.

Com a economia indo para o brejo, o real se desvalorizando, a inflação voltando, o governo gastando com elefantes brancos para uma Copa do Mundo, que, Deus queira que eu minta, mas será um fiasco, como já está sendo a Copa das Confederações, pois, o único que diz o contrário é o Galvão Bueno para não perder o emprego.

Então, alguém que não pôde comprar um carro com o crédito ainda subsidiado pela política econômica do Mantega, vendo que os ônibus iriam subir R$ 0,20 em São Paulo, foi ao Twitter ou ao Facebook e disse, vamos ser contra, mas, vamos para as ruas. Quando se está descendo de ladeira abaixo qualquer matinho serve para nos socorrer e aí um bando de gente aderiu, surgiram os líderes de última hora (algumas que vi ficariam mais adequadas esperando o Neymar na porta dos hotéis, ou sendo um “neymarzete”) e aí está o movimento de protesto que ninguém sabe o porquê, pois acharam que R$ 0,20 era pouca coisa para tanta bagunça.

Eu vi uma adolescente protestando porque o Soldado (jogador da seleção espanhola) não deu tchauzinho quando foi entrar no ônibus. Outra chorando porque deu tchau ao Lugano (jogador do Uruguai) e ele deu tchau de volta. Então, breve elas irão para as ruas protestar no Movimento pelo Tchau dos Jogadores de Futebol (MTJF). E assim a coisa irá crescendo e crescendo.

Isto não é um mau em si. Se alguém quer protestar porque os bombeiros não encontraram seu gato perdido, ou porque o Sport caiu para a série B do campeonato brasileiro, é um direito constitucional de cada um e que pode e até deve ser expressado. O que não pode é sair por aí matando o gato dos outros ou querendo que o Náutico caia também, com movimento de protesto. Cada um com seu gato e com o seu time torcendo para que as coisas no Brasil melhorem, depois destes 10 anos de enganação da classe pobre com esmolas. Mas, tudo dentro da lei e da Constituição.

Um dos cartazes mais representativos destes movimentos todos diz: Partidos não nos representam. Alguém pode discordar de um movimento que leve às ruas alguém que defenda esta bandeira? Quando estes movimentos todos, ainda baseados na ilusão fincada no Brasil nos últimos tempos de que o Estado pode fazer tudo, voltarem-se para teses como estas, que seriam viáveis se não tivéssemos uma classe política tão viciada em poder e não em princípios, eles chegarão a revolucionar nossa sociedade, mesmo dentro de uma democracia representativa, para a qual eu acho não há alternativa válida. Urge uma reforma política, quando querem enganar o povo com a promessa de acabar a miséria através de esmolas.

Mas, já foi um grande marco no Brasil que depois dos caras pintadas surgisse a geração internet para sacudir um pouco este país. Se ao sacudi-lo o PT cair do galho, tudo já foi válido.

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P. S.: Depois que escrevi isto o movimento continuou, e ontem eu vi, ao vivo e a cores, as pessoas tentando invadir a prefeitura de São Paulo. Bem que o Haddad merecia ter sua luz apagada, como poste que é, mas, estamos numa democracia e não numa “bagunçocracia” onde se pode fazer tudo. Quem colocou aquele poste lá, bem ou mal, foi o povo de São Paulo. Se não satisfez vamos tirá-lo nas próximas eleições.


Eu dei uma ideia para que Bom Conselho se movimentasse também para não ficar a reboque de Garanhuns, de onde o Dandan contratou blogueiros até para cantar no Forróbom, e o o Blog do Emmanuel já disse que alguns jovens (sou lida também pelos jovens, como dizem eles, que “massa”!) já prometem se manifestar dia 20. Que o façam ordeira e pacificamente, vendo sempre, que protesto não é bagunça, e devem seguir as leis. Se por acaso chegar algum político para tirar proveito do movimento, pensam para eles se retirarem oferecendo-lhes flores. Se não saírem, vaia neles, como a promessa de não votar neles nas próximas. Bom movimento para todos.

Outra coisa, aviso aos meus desafetos: Eu sou mais jovem do que a Palmirinha da foto que ilustra esta postagem. Pelo jeito ela está com medo de não sobreviver ao PT. Eu também. Mas, quanto a idade, não ousem!

terça-feira, 18 de junho de 2013

A VAIA na Dilma - Outras virão?




Eu fiquei tão alegre este final de semana que não poderia deixar de escrever sobre o evento que me fez tão feliz: A vaia na Dilma. Eu escrevi um pouquinho no mural da AGD, mas, acompanhando os acontecimentos das Copas das Confederações não resisti e aqui estou eu revendo a vaia e dividindo-a com vocês, no bom sentido. Vejam antes este vídeo que foi publicado na página da AGD Deu nos Blogs, num link do Augusto Nunes:


“A vaia que levou Dilma Rousseff às cordas deixou grogues os devotos da seita lulopetista. Desde a tarde de sábado, vagam pela internet murmurando que só havia, no estádio em Brasília, torcedores da elite golpista, todos loiros de olhos azuis. Nem notaram que é outro tiro na testa: estão jurando que os pobres foram excluídos das arenas da Copa da Ladroagem pelo governo que jura só pensar nos pobres.

Ressaca é assim mesmo, ensina o vídeo feito por alguém que estava nas arquibancadas do Mané Garrincha. Sem cortes espertos, sem apartes cretinos de narradores temerosos de perder patrocínios federais, mostra a coisa como a coisa foi e deixa a a multidão soltar a voz.  É a voz de gente farta de tanta mediocridade, tanta tapeação, tanta roubalheira, tanto cinismo.

Confira. É reconfortante sentir-se como se estivesse lá.”

Eu gostei também do texto que o acompanh quee o transcrevi também. O cara que estava filmando demonstrava uma alegria tão grande, que me contagiou. Eu penso até que foi maior do aquela que o Lula tomou no Maracanã em 2007. Comparem:


Eu penso que o mico que o Lula pagou foi maior porque ele não conseguiu nem falar. No entanto, a presidenta promete encerrar no Maracanã a Copa da Confederações, somente para mostrar que pode suportar um vexame maior do que seu criador. Eu já estou esperando a vaia, e sentindo não poder estar no estádio para dar minha contribuição presencial com toda força dos meus pulmões.

Está chegando o momento dos brasileiros se manifestarem contra o estado de coisas em que se encontra o Brasil nesta era do PT. Quem tem um mínimo de informação não aguenta mais o que está aí. Chegou o momento de mudar para que o espírito do Chávez e do Fidel parem de pairar sobre nossas cabeças.

Então, já que um bando de baderneiros está aproveitando os jogos para fazerem demagogia barata com movimentos sem futuro, como um que vi e que se chama Copa para Quem? , vamos nos movimentar dentro dos estádios de forma pacífica e ordeira usando apenas toda força de nossos pulmões para vaiar a presidenta que representa o de pior a que chegamos neste país.

Não se enganem, o povo, aos poucos está despertando, e a inflação está chegando como informativo para aqueles, como os bolsistas familiares, que não podem ou não tem interesse em se informar e que mantém este governo que nos avilta há mais de 10 anos. Quem sabe, as vaias já sejam o início deste despertar e que se espalhará pelas TVs para classe que recebe esmola e vota com anestésico petista?


Vai nela: UHUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUU!

P.S.: Diante dos protestos que vi ontem, a vaia foi um pingo d'água no oceano. Eu não sei para onde ele vai correr, mas trato disto depois.

segunda-feira, 17 de junho de 2013

Lendo A GAZETA - Edição 337




Um dos meus passatempos favoritos é ler a A GAZETA, o melhor jornal escrito de Bom Conselho, que, quando o Jodeval não está na reunião de pauta, sempre publica textos meus. Mandei buscar o último exemplar, e comecei a ler.

Fiz como o Zé Milton Correntão, umas anotações e aqui já as coloco começando pelo artigo dele, a quem ouvi cantar algumas vezes, e nisto, ele era dos bons da nossa terra. Não há como não comparar seu texto, com a notícia de lançamento do livro de Alexandre Correntão, seu sobrinho. Eu gosto do que ambos escrevem desde que não façam como o Luis Clério ao chamar o Alexandre de historiador. O Zé Milton pode chegar um pouco mais perto do epíteto, embora ainda possa apenas ser considerado, como o Alexandre, um contador de causos, embora com menos movimento.

Eu sou de uma geração entre o Zé Milton e o Alexandre, e se fosse contar meus causos sobre a cidade (e já o fiz um bocado) eles deveriam ter a mesma sensação de quando os leio. Por exemplo, eu não conheço o Nilson (que o Alexandre cisma em dizer que tem uma cara “sínica”, incorrendo no seu pecado mortal de não usar um dicionário de forma correta), tanto citado pelo sobrinho, como não conheço o Valdemar Bracinho. Mas, confesso que conheço mais pessoas citadas pelo Zé Milton do que pelo Alexandre.

Entretanto, pondo-me a ler, encontrei o “tributo” da Sônia, de quem falei recentemente, filha do saudoso Zé de Puluca. Parece termos a mesma idade, pois aqueles que ela cita eu quase os conheço todos. Não me lembro de Sônia quando menina, mais pelo que vejo hoje em seu blog, deveria ser uma menina linda fazendo jus à paixão do Valderedo Índio por ela. Por isso eu não a invejo, porque, ele era feio que doía. E foram outras grandes lembranças de meu tempo e minhas andanças por esta terra de N. S. do Bom Conselho. Entre os três “historiadores” eu fico com a Sônia. Pela idade.

Volto ao editorial que conta a saga da Perdigão e sua influência sobre a cidade de Bom Conselho. Não sei se é ainda o Jodeval que escreve, porque nenhuma vez a Dilma foi elogiada e até se dá um certo crédito ao mercado. Mas a conclusão é boa e certa. Esta é uma história para verdadeiros historiadores (eu não vejo o Manuel Galdino, que agora é meu amigo no Facebook, escrever). Por que os embutidos não foram para Bom Conselho. Eu ainda sou da opinião que no tempo do Coronel Zezé, teria ido. Uma boa atitude, além dos factoides, seria o Dandan tentar reabrir o caso.

Continuando, fiquei alegre que o Luiz Clério tenha resgatado a figura sempre presente na política bom-conselhense, o Vereador Carlos Alberto. Parece que ele continua firme por lá, e estudando a cultura de Bom Conselho. Seu grande pecado, para mim, foi não ter explicado como foi gasto o dinheiro de estudos e viagens que recebeu certo ano, mas, nenhum dos seus colegas o fez. O que nõa é uma explicação mas é um consolo para os cidadãos. Eu não soube se descobriram quem deu uma pisa nele certa época, e disto o texto do Luiz não fala, mas deveria falar. A sociedade deve isto ao vereador. Aquele evento me influenciou muito quanto à minha vida política na cidade. Naquela época eu dizia que: “Que tem cotovelo, tem medo”. E eu continuo com ambos os meus.

Hoje, enquanto escrevo, está chovendo aqui em Recife e vejam o que li agora. Um texto do Ruy Sarinho intitulado A democracia das chuvas do Recife, em plena A GAZETA. Confesso o meu pecado: eu o li até o fim. Com uma ânsia de vômito ali outra acolá mas cheguei ao fim. E eu digo, parafraseando-o: “Ah, como esses jornalistas de esquerda me dão nojo!” O texto é simplesmente deprimente eu seu conteúdo, porque ele deve ter aprendido a escrever nas faculdades burguesas e escreve, talvez, do alto de um casarão nobre em Olinda para elogiar o “iletramento” de Lula e a tendência ditatorial da Dilma, culpando as elites. Eu nunca vi algo pior, e nem tenho tempo nem este é o lugar para contestar tais barbaridades, ditas por alguém de elite para enganar os bobos.


Por fim, meditei sobre o encontro entre dois católicos notáveis, um de Bom Conselho, o Diácono Di, e o agora bom-onselhense também, o Padre Marcelo Protázio, que parece vem tendo uma boa atuação em Bom Conselho, e sem muito alarde vai unindo o nosso povo em torno da causa de Deus, sem tentar divinizar o Lula, nem “biblificar” a saga de certos católicos que se importam mais com mensagens de homens do que com a mensagem de Deus. Que Deus proteja a todos.

sexta-feira, 14 de junho de 2013

A queda de popularidade da presidenta e o Bolsa Penico




Ontem eu ouvi, boquiaberta, a presidenta anunciar financiamento subsidiado para comprar liquidificador. Agora não basta mais subsidiar os imóveis, porque ninguém compra mais e não gera mais votos. Agora tem que equipá-los e reavivar a memória dos beneficiários de que no próximo ano tem eleição, e só a Dilma, só ela, pode fazer algo assim.

E eu concordo que só uma anta em estado de prenhez pode realmente fazer uma coisa destas. Eu não sou nenhuma sumidade, principalmente, em matéria de Economia (o que sei vem do que converso com Zezinho ou de alguns livros que li sofrendo mais do que Lula para ler o Paulo Coelho), mas, pelo que leio, não adianta mais empurrar consumo goela a dentro da classe média do Lula, pois ela não fica em pé com o peso das dívidas.

No entanto, o que a presidenta pode fazer para se manter no poder, e não correr o risco de que o Lula retire sua candidatura? Somente fazer aventuras que poderão nos levar ao caos completo, com inflação, desemprego, falências e principalmente, fazendo das lojas (dizem até que a Dilma tinha uma que faliu, pela excelente gerente que ela é) de R$ 1,99, lojas de R$ 19,99 pela alta do dólar. É um desespero completo, depois que ela soube que está 8% menos popular entre os eleitores.

Eu já vi até alguém dizer (e aí, como o Brasil realmente se tornou o país da piada pronta, pode até ser que não seja verdade) que vai ser criada uma Bolsa Novela. Segundo minhas fontes a presidenta resolveu antecipar o cronograma de desligamento da TV analógica, ou seja, com a entrada da TV digital. Para que assistir à Globo com chuviscos?  Tudo será digital. E para os pobres, que não temam ficar sem ver Amar à Vida e seu excesso de fornicações, em HDTV. A Dilma vai ajudá-los a comprar televisores digitais. Como dizem: “Sim, Dilma quer ser a mãe de todos, e além de dar casa com piso de cerâmica, quer agora que seus filhos possam ver em alta definição suas novelas e programas de auditório preferidos e assim esquecer de vez os “malfeitos” do seu governo.”

Esta jogada, nem o mestre Lula conseguiu fazer. Penso porque ainda lhe resta alguns resquícios da educação que Dona Lindu lhe deu, mas, que perde a cada dia. Quer dizer, além da brilhante ideia também lançada do “Minha Casa Melhor”, para subsidiar tamboretes e torradeiras elétricas,  ainda os beneficiários do programa poderão ter sua TV digital, pagando-a em 60 módicas prestações. Os efeitos do programa se farão sentir para eleger até o seu sucessor que provavelmente será o Coronel Eduardo.

O que as pessoas não querem enxergar, por ignorância, por má fé ou porque estão se beneficiando com estas loucuras é que o almoço grátis é um invenção das esquerdas. De fato, todos nós pagamos a conta que chegará, salgada, mais cedo ou mais tarde em forma de inflação e desemprego, a não ser que o capitalismo seja abolido antes e eles consigam que sejamos uma grande Cuba. Ou seria uma grande Coreia do Norte onde o Lulinha seria o ditador mirim?

Para mim, que venho escrevendo tanto sobre bolsas que já fico encafifada com aquela que levo para feira, se alguém me perguntar quem é o pai dela, só me resta uma bolsa que brevemente será lançada. O que me despertou para isto foi a falta de saneamento básico em nossas cidades, o que pode ser vista, apenas olhando os noticiários. Dizem que o pobre hoje tem o que comer mas não tem onde obrar, com decência.

Vocês já pensaram alguém vendo a novela numa TV Digital, comendo pelo Bolsa Família, morando numa casa do Minha Casa Minha Vida, fazendo a vitamina no liquidificador comprado pelo Minha Casa Melhor, tudo com dinheiro do tesouro, e, na hora de obrar não saber para onde irá o subproduto do que comeu?

Eu não sei se o novo programa cobrirá a compra de penicos, subsidiada. Mas, este seria um item essencial para um país onde o saneamento básico é tratado a ponta pés, porque não traz votos. Eu proponho então, com garantia para permanência do PT no poder por mais um século o Bolsa Penico.

Seria um item de muita visibilidade eleitoral, pois seria determinado que todos jogassem o seu conteúdo fora, de uma maneira visível para, e principalmente, os esvaziadores de penicos levarem faixas que seriam uma grande fonte de propaganda política eleitoral, com o nome dos políticos que ajudaram a arranjar o grande utensílio. Uma sugestão: COMA CONVICTO QUE DILMA GARANTE O PENICO. Ou: SE EM DILMA VOTAR, PENICO NÃO VAI FALTAR, e assim por diante.

Se houver inflação no preço dos penicos, chamem o Sarney que ele é especialista em pegar boi no pasto. Talvez seja mais fácil sequestrar penicos dos ricos para dar aos pobres.


O Zezinho me disse uma vez que o que mais o marcou nas escolas de economia onde passou foi ler uma cara que disse: “O grande problema do socialismo é resolver a questão de quem vai  ser o primeiro ministro e de quem vai limpar a latrina do dele.” No caso brasileiro isto será superado porque será esquecido. Todos terão penicos, e a vida continua.