segunda-feira, 24 de junho de 2013

A SAÚDE PÚBLICA E A VERGONHA NACIONAL




Desde certo tempo eu debato com o conterrâneo Carlos Sena, e com alguns dos nossos amigos comuns, no Facebook, a questão da importação de médicos. Não tive tempo ainda de transcrever aqui este debate e nem sei se seria pertinente. Mas, hoje, ao ver que os médicos entrarão na onda de manifestações, e em represália ao anúncio da presidenta, que ao se ver acossada pelos protestos que solucionar os problemas na base da demagogia barata, tenho que divulgar o evento e publicar a Carta Aberta destes médicos para a população brasileira.

Eu não sou médica, e nem tenho mais tempo de sê-lo, mesmo que fosse através do sistema de cotas a que tenho direito e abomino, não conheço de medicina, mas conheço um pouco de política. Tudo isto é prometido para acalmar um pouco a população que sofre no SUS enquanto a Dilma e Lula se resfastelam no Sírio-Libanês. E tenho certeza, que, dos milhares de médicos prometidos pela presidente, serão quase todos cubanos, que virão já dar lições de como se comportar revolucionariamente, como foi feito na Venezuela.

Então esta luta não é só dos médicos, mas, de todos que não querem que este país retroaja em seu nível de civilização, como o passarinho Chávez fez retroagir o país vizinho. Leiam a carta e meditem, e se possível saiam juntos na manifestação do dia 26 às 16 horas:

“Carta aberta aos médicos e à população brasileira

A SAÚDE PÚBLICA E A VERGONHA NACIONAL

Há alguns anos, a presidente Dilma Rousseff foi vítima de grave problema de saúde. O tratamento aconteceu em centros de excelência do país e sob a supervisão de homens e mulheres capacitados em escolas médicas brasileiras. O povo quer acesso ao mesmo e não quer ser tratado como cidadão de segunda categoria, tratado por médicos com formação duvidosa e em instalações precárias.

Por isso, a Associação Médica Brasileira (AMB), a Associação Nacional dos Médicos Residentes (AMNR), o Conselho Federal de Medicina (CFM) e a  Federação Nacional dos Médicos (Fenam) manifestam publicamente seu repúdio e extrema preocupação com o anúncio de “trazer de imediato milhares de médicos do exterior”, feito nesta sexta-feira (21), durante pronunciamento em cadeia de rádio e TV.

O caminho trilhado é de alto risco e simboliza uma vergonha nacional. Ele expõe a população, sobretudo a parcela mais vulnerável e carente, à ação de pessoas cujos conhecimentos e competências não foram devidamente comprovados. Além disso, tem valor inócuo, paliativo, populista e esconde os reais problemas que afetam o Sistema Único de Saúde (SUS).

Será que os “médicos importados” - sem qualquer critério de avaliação ou com diplomas validados com regras duvidosas - compensarão a falta de leitos, de medicamentos, as ambulâncias paradas por falta de combustível, as infiltrações nas paredes e as goteiras nos hospitais? Onde estão as medidas para dotar os serviços de infraestrutura e de recursos humanos valorizados? Qual o destino dos R$ 17 bilhões do orçamento do Governo Federal para a saúde que não foram aplicados como deveriam, em 2012? Porque vetaram artigos da Emenda Constitucional 29, que se tivesse colocada em prática teria permitido uma revolução na saúde?

Os protestos não pedem “médicos estrangeiros”, mas um SUS público, integral, gratuito, de qualidade e acessível a todos. É preciso reconhecer que é a falta de investimentos e a gestão incompetente desse sistema que afastam os médicos brasileiros do interior e da rede pública, agravando Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), os Governos de países com economias mais frágeis investem mais que o Brasil no setor. Na Argentina, o percentual de aplicação fica em 66%. No Brasil, esbarra em 47%. O apelo desesperado das ruas é por mais investimentos do Estado em saúde. É assim que o Brasil terá a saúde e os “hospitais padrão Fifa”, exigidos pela população, e não com a “importação de médicos”.

A AMB, o CFM e a Fenam – assim como outras entidades e instituições, os 400 mil médicos brasileiros e a população conscientes da fragilidade da proposta de “importação” – não admitirão que se coloque em risco o futuro de um modelo enraizado na nossa Constituição e a vida de nossos cidadãos. Para tanto, tomarão tomas as medidas possíveis, inclusive jurídicas, para assegurar o Estado Democrático de Direito no país, com base na dignidade humana.

ASSOCIAÇÃO MÉDICA BRASILEIRA (AMB)
ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS MÉDICOS RESIDENTES (AMNR)
CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA (CFM)

FEDERAÇÃO NACIONAL DOS MÉDICOS (FENAM)”

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