segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Mineiro só é solidário no câncer. E político também...




Vejam bem como minha vida se conturbou semana passada com o anuncio, por parte de meus familiares, de ir para Gravatá. Eles pensam que o meu único trabalho é ficar vestindo neto e cozinhando. Este foi o pior mal que o Dr. Filhinho me fez quando inventou suas mentiradas sobre o Blog da CIT,  em cuja sede era o meu refúgio contra os excessos familiares. Agora, ficando em casa, não tenho como fugir de certas obrigações.

Fiquei um fim de semana inteiro desconectada da rede mundial e sendo escrava da TV, e de minha horta. É certo que consegui escrever um pouco, mas não é a mesma coisa. Por exemplo, hoje vendo os blogs da região do agreste meridional, não encontrei quase notícia nenhuma sobre a doença do apedeuta. Talvez, eles deixaram para noticiar alguma coisa quando ele estiver curado.

Eu sei que doença sempre é um problema delicado mas, o jornalismo não existe só para lidar com fatos corriqueiros e de preferência que não critiquem nem falem mal de ninguém. O bom jornalismo tem que tratar a notícia da forma como deve ser tratada, ao levá-la ao público, e nunca renunciar a informar, pelo menos.

Entretanto, hoje já acordei bem disposta e fui arrumar a casa, naquilo que ainda posso. Toda arrumação que se preza, da classe C para cima, tem jornal para botar no lixo, e eu encontrei um da semana passada e logo do dia que tem uma coluna que adoro que é a do Márcio Cotrim O Berço da Palavra) da segunda-feira passada e que não posso ficar se comentá-la. Vejam a primeira pérola:

Ter o rei na barriga

Expressão popular que designa a pessoa arrogante, que ostenta empáfia por onde passa. Historicamente, porém, vem dos tempos da monarquia, quando as rainhas - e mesmo as favoritas reais -, quando grávidas do soberano – dizia-se que cheias de vida – passavam a ser tratadas na corte com deferência especial, pois iriam aumentar a prole real e, por vezes, dar herdeiros ao trono, mesmo quando bastardos.

Divertido comentário do escritor Fabiano Melo sobre a expressão: no caso, o problema é com a coroa na hora de expeli-la. Uma verdade que tem seu lado escatológico, não há dúvida, mas que bem define a angustiante situação da futura mamãe.”

Como sou católica e não acredito muito em reencarnação, e, apesar de não criticar, não levo fé nesta coisa de espíritos baixarem, eu digo que talvez tenha sido um anjo que me fez pensar, antes mesmo da faxina, quando escrevi no Mural da AGD sobre a Diva do Itaim Bibi e sobre o Dr. Firilho, que é o filho do Andarilho, e que pelo seu estilo servia de “cavalo” para que ele continuasse se manifestando, mesmo depois de morto (embora não acredite). Mas, quem me veio mais à mente quando li o tópico, foi o Dr. Filhinho, o rei da empáfia. O menino realmente tem um rei na barriga, que no caso dele, deve ser um “prefeitinho na barriga”. No momento ele parou de tentar expeli-lo pois o prefeitinho em sua barriga está, não com uma coroa, mas segurando um cano da COMPESA.

Mas, a outra palavra é muito mais adequada ao nosso panorama nacional, estadual e municipal, politicamente falando. Vejam o diamante:

“Candidato

No latim, o vocábulo candidus significava alvo, puro. Em Roma, quem se apresentava para disputar um cargo público era chamado de candidatus porque vestia a toga candida, a toga branca, capa feita de tecido alvíssimo. Essa brancura tinha valor simbólico. Indicava que a pessoa não apresentava manchas de caráter e que, portanto, merecia o cargo pleiteado. Ao correr dos séculos, o termo cândido assumiu o sentido de puro, ingênuo, enquanto candidato passou a designar a pessoa que postula uma posição pública, independente de suas qualidades morais. Entre nós, a dispensa dessas pré-condições atingiu o limite extremo do cinismo, como sabemos e deploramos. Nossa realidade é precisamente oposta, com as honrosíssimas e raríssimas exceções que confirmam a regra.”

Até penso que o Márcio Cotrim está escrevendo para mim, como o Gildo escreve para Ana Luna. Ou, como dizem, ele levanta a bola para eu cortar. Vejam como as palavras são distorcidas em significado com o tempo. Vocês conseguem imaginar o Sarney com uma toga branca e imaculada? Claro que não.

Mas, pensando bem, talvez tenha sido esta a mensagem que o apedeuta Lula nos quis passar vestindo aquela roupa branca, de tecido alvíssimo, em seu aniversário e em suas andanças pelos hospitais. Eu já disse que não gosto de fazer política com doença dos outros e não vou fazê-lo. Apenas constato. E em relação a isto vi em um blog já hoje que o Fernando Henrique, quando o Lula melhorar, vai ligar para ele e desejar um pronto restabelecimento. A mesma pessoa que escreve sobre isto, arremata citando alguém que “mineiro só é solidário no câncer”, e conclui, e os políticos também. Eu mesma, já rezei e continua
o rezando pela saúde do apedeuta, afinal de contas, quero ser política.

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