Os textos abaixo foram publicados no Facebook no último dia
25 de maio. Hoje estava vendo o Blog do Dr. Filhinho, que, se não mentisse a
respeito de IPs, seria um bom escritor, e ele tocava no assunto dos médicos
cubanos.
Não tenho agora muita vontade de fazer uma análise do seu
texto, mas, parece que quanto aos médicos concordamos. Então, nesta fase de
Corpus Christi, para que os meus leitores não tenham crise de abstinência eu fiz
um "copia e cola". Com boa vontade, meditando sobre os textos, eles podem até
servir para passar um feriado melhor.
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Coluna de Frei Betto ( Eu conheço Frei Beto de perto, pois
já cheguei a compor um debate em Brasilia com ele)
Médicos cubanos no Brasil?
Se não chegam médicos cubanos, o que dizer à população
desassistida de nossas periferias e do interior? Que suporte as dores? Que
morra de enfermidades facilmente tratáveis? Que peça a Deus o milagre da cura?
O Conselho Federal de Medicina (CFM) está indignado frente
ao anúncio da presidente Dilma de que o governo trará 6.000 médicos de Cuba, e
outros tantos de Portugal e Espanha, para atuarem em municípios carentes de
profissionais da saúde. Por que aqui a grita se restringe aos médicos cubanos?
Detalhe: 40% dos médicos do Reino Unido são estrangeiros.
Também em Portugal e Espanha há, como em qualquer país,
médicos de nível técnico sofrível. A Espanha dispõe do 7º melhor sistema de
saúde do mundo, e Portugal, o 12º. Em terras lusitanas, 10% dos médicos são
estrangeiros, inclusive cubanos, importados desde 2009. Submetidos a exames, a
maioria obteve aprovação, o que levou o governo português a renovar a parceria
em 2012.
Ninguém é contra o CFM submeter médicos cubanos a exames
(Revalida), como deve ocorrer com os brasileiros, muitos formados por
faculdades particulares que funcionam como verdadeiras máquinas de caça-níqueis.
O CFM reclama da suposta validação automática dos diplomas
dos médicos cubanos. Em nenhum momento isso foi defendido pelo governo. O
ministro Padilha, da Saúde, deixou claro que pretende seguir critérios de
qualidade e responsabilidade profissionais.
A opinião do CFM importa menos que a dos habitantes do
interior e das periferias de nosso país que tanto necessitam de cuidados
médicos. Estudos do próprio CFM, em parceria com o Conselho Regional de
Medicina de São Paulo, sobre a “demografia médica no Brasil”, demonstram que,
em 2011, o Brasil dispunha de 1,8 médico para cada 1.000 habitantes.
Temos de esperar até 2021 para que o índice chegue a
2,5/1.000. Segundo projeções, só em 2050 teremos 4,3/1.000. Hoje, Cuba dispõe
de 6,4 médicos por cada 1.000 habitantes. Em 2005, a Argentina contava com mais
de 3/1.000, índice que o Brasil só alcançará em 2031.
Dos 372 mil médicos registrados no Brasil em 2011, 209 mil
se concentravam nas regiões Sul e Sudeste, e pouco mais de 15 mil na região
Norte.
O governo federal se empenha em melhorar essa distribuição
de profissionais da saúde através do Provab (Programa de Valorização do
Profissional de Atenção Básica), oferecendo salário inicial de R$ 8 mil e
pontos de progressão na carreira, para incentivá-los a prestar serviços de
atenção primária à população de 1.407 municípios brasileiros. Mais de 4 mil
médicos já aderiram.
O senador Cristovam Buarque propõe que médicos formados em
universidades públicas, pagas com o seu, o meu, o nosso dinheiro, trabalhem
dois anos em áreas carentes para que seus registros profissionais sejam
reconhecidos.
Se a medicina cubana é de má qualidade, como se explica a
saúde daquela população apresentar, segundo a Organização Mundial da Saúde
(OMS), índices bem melhores que os do Brasil e comparáveis aos dos EUA?
O Brasil, antes de reclamar de medidas que beneficiam a
população mais pobre, deveria se olhar no espelho. No ranking da OMS (dados de
2011), o melhor sistema de saúde do mundo é o da França. Os EUA ocupam o 37º
lugar. Cuba, o 39º. O Brasil, o 125º lugar!
Se não chegam médicos cubanos, o que dizer à população
desassistida de nossas periferias e do interior? Que suporte as dores? Que
morra de enfermidades facilmente tratáveis? Que peça a Deus o milagre da cura?
Cuba, especialista em medicina preventiva, exporta médicos
para 70 países. Graças a essa solidariedade, a população do Haiti teve
amenizado o sofrimento causado pelo terremoto de 2010. Enquanto o Brasil enviou
tropas, Cuba remeteu médicos treinados para atuar em condições precárias e
situações de emergência.
Médico cubano não virá para o Brasil para emitir laudos de
ressonância magnética ou atuar em medicina nuclear. Virá tratar de verminose e
malária, diarreia e desidratação, reduzindo as mortalidades infantil e materna,
aplicando vacinas, ensinando medidas preventivas, como cuidados de higiene.
O prestigioso New England Journal of Medicine, na edição de
24 de janeiro deste ano, elogiou a medicina cubana, que alcança as maiores
taxas de vacinação do mundo, “porque o sistema não foi projetado para a escolha
do consumidor ou iniciativas individuais”. Em outras palavras, não é o mercado
que manda, é o direito do cidadão.
Por que o CFM nunca reclamou do excelente serviço prestado
no Brasil pela Pastoral da Criança, embora ela disponha de poucos recursos e
improvise a formação de mães que atendem à infância? A resposta é simples: é
bom para uma medicina cada vez mais mercantilizada, voltada mais ao lucro que à
saúde, contar com o trabalho altruísta da Pastoral da Criança. O temor é
encarar a competência de médicos estrangeiros.
Quem dera que, um dia, o Brasil possa expor em suas cidades
este outdoor que vi nas ruas de Havana: “A cada ano, 80 mil crianças do mundo
morrem de doenças facilmente tratáveis. Nenhuma delas é cubana”.
Frei Betto é escritor, autor de “O que a vida me ensinou”,
que a editora Saraiva faz chegar esta semana às livrarias.
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Lucinha Peixoto: Carlos,
tudo que escrever aqui é mais para o Frei Beto do que para você, pois graças a
Deus você não tem dados precisos. Nem eu. Esta história de elogiar a saúde em
Cuba é história para boi dormir. E saúde não depende só de médicos. Aqui no
Brasil pode colocar um médico em cada casa que não fará muita coisa, sem
alimento, sem remédio e até sem água como no Nordeste. Esta coisa, é de gente
que pensa que a miséria acabou no Brasil, e isto, como você sabe, amigo, só
quem acredita é o Lula e a Dilma, por absoluta conveniência. Eu sei que é mais
fácil trazer 6000 médicos cubanos porque eles estão lá, coitados, morrendo de
fome e virão trabalhar aqui (junto com os espiões do governo cubano diga-se)
por pouco mais ou nada e na expectativa de fugir. Mas, venhamos e convenhamos, você
é da saúde e seu chefe sabe que apenas 5% do médicos cubanos que fazem o
REVALIDA conseguem passar no teste. Como neste Brasil por problemas ideológicos
até o ENEM é roubado, quem irá sofrer com isto será a população. O problema da
falta de médicos em determinadas regiões passa pelas nossas desigualdades
regionais que o PT esqueceu, pois conseguiu tornar o Bolsa Família hegemônico
para fins eleitorais. E se os médicos cubanos são tão bons, pergunte por que o
Lula (que está vivo) não quis se tratar lá com honras de estado e o Chavez (que
está morto) tentou e deu no que deu. O médico do Fidel é espanhol, os outros da
camarilha no poder devem ter seus médicos estrangeiros. Para receitar contra
verminoses, treinem-se nossos enfermeiros e farmacêuticos. Eu nasci nas mão de
uma parteira e quase sessenta anos passaram e o processo funcionou. E você
pergunta (ou foi o Frei Betto, que por ser inteligente já se afastou da corja
que está no poder?) por que só o alarido contra os cubanos. Ora, meus caros,
Cuba foi a pior experiência de socialismo que jamais existiu, por um único
motivo: ainda existe. E isto seria apenas dar mais uma sobrevida àquele regime
que deveria já ter acabado. E você sabe por que o médico de Fidel é espanhol.
Porque se fosse cubano ele já estaria morto. E eu lhe digo, não é pela
qualidade da medicina cubana, e sim porque é difícil acreditar que exista um
cubano (não do partido) que queira o Fidel vivo. Seria uma eutanásia
necessária. Desculpe, a prolixidade. Um abraço.
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Carlos Sena: A
todos os queridos amigos: a questão é polêmica porque até ela ser vista como
tal foi por conta da ação do governo. certamente há muita merda feita pelos
governos, inclusive licenciar faculdades só para as capitais e estimular os
especialista. O Ministério da Saúde está fazendo tudo de caso estudado, até
porque o pior médico é o que não se tem lá nas nossas brenhas. Acho que todos
temos nossas razões, mas o médico de família na modalidade como tem hoje é
iniciativa do Ministério da Saúde. Repito: há erros históricos que todos
estamos conscientes disso e todos os depoimentos acima focam isso. Portanto, é
importante que se esperem as atitudes práticas do próprio Ministério da Saúde
que de forma organizada está vendo isso. Porque a pior atitude é aquela que
espera que um médico se forme com no mínimo seis anos e até então o povo morre.
Não o povo das capitais, pois dos males o menos. Quanto a estrutura, o médico
de família só precisa mesmo de pouca coisa além do estetoscópio, pois ele é
quem irá encaminhar os casos graves para a médica complexidade. Medicina de
família é medicina importante e não precisa de tomógrafo nem de hospitais
equipados. Isso só depois de identificar problemas graves, pois até nisso o
médico da família que encaminha o fará com condições e a unidade não poderá
dizer que não recebe o paciente. Essa é a lógica prática. Por outro lado, foi
na ditadura militar em que se elitizou o ensino no Brasil principalmente o de
medicina. Essa discussão é boa e cabe para todos nós sem paixões, mas com um
dizendo para o outro o que compreende melhor. Porque no fundo nós todos
queremos que o médico seja valorizado e o povo melhore sua saúde.
FREI BETTO É PORRA NENHUMA, É UM DESERTOR!!! DEIXOU O TADINHO DO PT NA RUA DA AMARGURA... MESMO SENDO UM FUJÃO, TEIMA A TODO CUSTO EM DIZER QUE O PT MELHOROU O BRASIL?!?!?! CARACAS, VAI MENTIR ASSIM LÁ NA CUBA QUE O PARIU!!!
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