quarta-feira, 29 de maio de 2013

Os médicos cubanos. Um "copia e cola" do Facebook




Os textos abaixo foram publicados no Facebook no último dia 25 de maio. Hoje estava vendo o Blog do Dr. Filhinho, que, se não mentisse a respeito de IPs, seria um bom escritor, e ele tocava no assunto dos médicos cubanos.

Não tenho agora muita vontade de fazer uma análise do seu texto, mas, parece que quanto aos médicos concordamos. Então, nesta fase de Corpus Christi, para que os meus leitores não tenham crise de abstinência eu fiz um "copia e cola". Com boa vontade, meditando sobre os textos, eles podem até servir para passar um feriado melhor.

-----------

Coluna de Frei Betto ( Eu conheço Frei Beto de perto, pois já cheguei a compor um debate em Brasilia com ele)

Médicos cubanos no Brasil?

Se não chegam médicos cubanos, o que dizer à população desassistida de nossas periferias e do interior? Que suporte as dores? Que morra de enfermidades facilmente tratáveis? Que peça a Deus o milagre da cura?

O Conselho Federal de Medicina (CFM) está indignado frente ao anúncio da presidente Dilma de que o governo trará 6.000 médicos de Cuba, e outros tantos de Portugal e Espanha, para atuarem em municípios carentes de profissionais da saúde. Por que aqui a grita se restringe aos médicos cubanos? Detalhe: 40% dos médicos do Reino Unido são estrangeiros.

Também em Portugal e Espanha há, como em qualquer país, médicos de nível técnico sofrível. A Espanha dispõe do 7º melhor sistema de saúde do mundo, e Portugal, o 12º. Em terras lusitanas, 10% dos médicos são estrangeiros, inclusive cubanos, importados desde 2009. Submetidos a exames, a maioria obteve aprovação, o que levou o governo português a renovar a parceria em 2012.

Ninguém é contra o CFM submeter médicos cubanos a exames (Revalida), como deve ocorrer com os brasileiros, muitos formados por faculdades particulares que funcionam como verdadeiras máquinas de caça-níqueis.

O CFM reclama da suposta validação automática dos diplomas dos médicos cubanos. Em nenhum momento isso foi defendido pelo governo. O ministro Padilha, da Saúde, deixou claro que pretende seguir critérios de qualidade e responsabilidade profissionais.

A opinião do CFM importa menos que a dos habitantes do interior e das periferias de nosso país que tanto necessitam de cuidados médicos. Estudos do próprio CFM, em parceria com o Conselho Regional de Medicina de São Paulo, sobre a “demografia médica no Brasil”, demonstram que, em 2011, o Brasil dispunha de 1,8 médico para cada 1.000 habitantes.

Temos de esperar até 2021 para que o índice chegue a 2,5/1.000. Segundo projeções, só em 2050 teremos 4,3/1.000. Hoje, Cuba dispõe de 6,4 médicos por cada 1.000 habitantes. Em 2005, a Argentina contava com mais de 3/1.000, índice que o Brasil só alcançará em 2031.

Dos 372 mil médicos registrados no Brasil em 2011, 209 mil se concentravam nas regiões Sul e Sudeste, e pouco mais de 15 mil na região Norte.

O governo federal se empenha em melhorar essa distribuição de profissionais da saúde através do Provab (Programa de Valorização do Profissional de Atenção Básica), oferecendo salário inicial de R$ 8 mil e pontos de progressão na carreira, para incentivá-los a prestar serviços de atenção primária à população de 1.407 municípios brasileiros. Mais de 4 mil médicos já aderiram.

O senador Cristovam Buarque propõe que médicos formados em universidades públicas, pagas com o seu, o meu, o nosso dinheiro, trabalhem dois anos em áreas carentes para que seus registros profissionais sejam reconhecidos.

Se a medicina cubana é de má qualidade, como se explica a saúde daquela população apresentar, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), índices bem melhores que os do Brasil e comparáveis aos dos EUA?

O Brasil, antes de reclamar de medidas que beneficiam a população mais pobre, deveria se olhar no espelho. No ranking da OMS (dados de 2011), o melhor sistema de saúde do mundo é o da França. Os EUA ocupam o 37º lugar. Cuba, o 39º. O Brasil, o 125º lugar!

Se não chegam médicos cubanos, o que dizer à população desassistida de nossas periferias e do interior? Que suporte as dores? Que morra de enfermidades facilmente tratáveis? Que peça a Deus o milagre da cura?

Cuba, especialista em medicina preventiva, exporta médicos para 70 países. Graças a essa solidariedade, a população do Haiti teve amenizado o sofrimento causado pelo terremoto de 2010. Enquanto o Brasil enviou tropas, Cuba remeteu médicos treinados para atuar em condições precárias e situações de emergência.

Médico cubano não virá para o Brasil para emitir laudos de ressonância magnética ou atuar em medicina nuclear. Virá tratar de verminose e malária, diarreia e desidratação, reduzindo as mortalidades infantil e materna, aplicando vacinas, ensinando medidas preventivas, como cuidados de higiene.

O prestigioso New England Journal of Medicine, na edição de 24 de janeiro deste ano, elogiou a medicina cubana, que alcança as maiores taxas de vacinação do mundo, “porque o sistema não foi projetado para a escolha do consumidor ou iniciativas individuais”. Em outras palavras, não é o mercado que manda, é o direito do cidadão.

Por que o CFM nunca reclamou do excelente serviço prestado no Brasil pela Pastoral da Criança, embora ela disponha de poucos recursos e improvise a formação de mães que atendem à infância? A resposta é simples: é bom para uma medicina cada vez mais mercantilizada, voltada mais ao lucro que à saúde, contar com o trabalho altruísta da Pastoral da Criança. O temor é encarar a competência de médicos estrangeiros.

Quem dera que, um dia, o Brasil possa expor em suas cidades este outdoor que vi nas ruas de Havana: “A cada ano, 80 mil crianças do mundo morrem de doenças facilmente tratáveis. Nenhuma delas é cubana”.

Frei Betto é escritor, autor de “O que a vida me ensinou”, que a editora Saraiva faz chegar esta semana às livrarias.

------------

Lucinha Peixoto: Carlos, tudo que escrever aqui é mais para o Frei Beto do que para você, pois graças a Deus você não tem dados precisos. Nem eu. Esta história de elogiar a saúde em Cuba é história para boi dormir. E saúde não depende só de médicos. Aqui no Brasil pode colocar um médico em cada casa que não fará muita coisa, sem alimento, sem remédio e até sem água como no Nordeste. Esta coisa, é de gente que pensa que a miséria acabou no Brasil, e isto, como você sabe, amigo, só quem acredita é o Lula e a Dilma, por absoluta conveniência. Eu sei que é mais fácil trazer 6000 médicos cubanos porque eles estão lá, coitados, morrendo de fome e virão trabalhar aqui (junto com os espiões do governo cubano diga-se) por pouco mais ou nada e na expectativa de fugir. Mas, venhamos e convenhamos, você é da saúde e seu chefe sabe que apenas 5% do médicos cubanos que fazem o REVALIDA conseguem passar no teste. Como neste Brasil por problemas ideológicos até o ENEM é roubado, quem irá sofrer com isto será a população. O problema da falta de médicos em determinadas regiões passa pelas nossas desigualdades regionais que o PT esqueceu, pois conseguiu tornar o Bolsa Família hegemônico para fins eleitorais. E se os médicos cubanos são tão bons, pergunte por que o Lula (que está vivo) não quis se tratar lá com honras de estado e o Chavez (que está morto) tentou e deu no que deu. O médico do Fidel é espanhol, os outros da camarilha no poder devem ter seus médicos estrangeiros. Para receitar contra verminoses, treinem-se nossos enfermeiros e farmacêuticos. Eu nasci nas mão de uma parteira e quase sessenta anos passaram e o processo funcionou. E você pergunta (ou foi o Frei Betto, que por ser inteligente já se afastou da corja que está no poder?) por que só o alarido contra os cubanos. Ora, meus caros, Cuba foi a pior experiência de socialismo que jamais existiu, por um único motivo: ainda existe. E isto seria apenas dar mais uma sobrevida àquele regime que deveria já ter acabado. E você sabe por que o médico de Fidel é espanhol. Porque se fosse cubano ele já estaria morto. E eu lhe digo, não é pela qualidade da medicina cubana, e sim porque é difícil acreditar que exista um cubano (não do partido) que queira o Fidel vivo. Seria uma eutanásia necessária. Desculpe, a prolixidade. Um abraço.

-----------


Carlos Sena: A todos os queridos amigos: a questão é polêmica porque até ela ser vista como tal foi por conta da ação do governo. certamente há muita merda feita pelos governos, inclusive licenciar faculdades só para as capitais e estimular os especialista. O Ministério da Saúde está fazendo tudo de caso estudado, até porque o pior médico é o que não se tem lá nas nossas brenhas. Acho que todos temos nossas razões, mas o médico de família na modalidade como tem hoje é iniciativa do Ministério da Saúde. Repito: há erros históricos que todos estamos conscientes disso e todos os depoimentos acima focam isso. Portanto, é importante que se esperem as atitudes práticas do próprio Ministério da Saúde que de forma organizada está vendo isso. Porque a pior atitude é aquela que espera que um médico se forme com no mínimo seis anos e até então o povo morre. Não o povo das capitais, pois dos males o menos. Quanto a estrutura, o médico de família só precisa mesmo de pouca coisa além do estetoscópio, pois ele é quem irá encaminhar os casos graves para a médica complexidade. Medicina de família é medicina importante e não precisa de tomógrafo nem de hospitais equipados. Isso só depois de identificar problemas graves, pois até nisso o médico da família que encaminha o fará com condições e a unidade não poderá dizer que não recebe o paciente. Essa é a lógica prática. Por outro lado, foi na ditadura militar em que se elitizou o ensino no Brasil principalmente o de medicina. Essa discussão é boa e cabe para todos nós sem paixões, mas com um dizendo para o outro o que compreende melhor. Porque no fundo nós todos queremos que o médico seja valorizado e o povo melhore sua saúde.

Um comentário:

  1. FREI BETTO É PORRA NENHUMA, É UM DESERTOR!!! DEIXOU O TADINHO DO PT NA RUA DA AMARGURA... MESMO SENDO UM FUJÃO, TEIMA A TODO CUSTO EM DIZER QUE O PT MELHOROU O BRASIL?!?!?! CARACAS, VAI MENTIR ASSIM LÁ NA CUBA QUE O PARIU!!!

    ResponderExcluir