Só porque sou uma defensora do progresso contínuo do nosso
gênero, em todos os setores de atividade, sempre que temos um dia no qual se
referencia este Ser que é a mulher, me incumbem de escrever sobre. Nem sempre
as mulheres ficam satisfeitas, pois como não passo a mão na cabeça dos homens
que erram e continuam no erro, faço o mesmo com as mulheres, inclusive, para
ser justa, comigo mesma.
Biblicamente se diz que fomos feitas de uma costela do Adão,
o que os religiosos, como eu, que seguem os ensinamentos bíblicos, dizem que
Deus fez assim para tornar a mulher um ponto de equilíbrio entre a cabeça e os
pés dos homens. Literalmente, a Bíblia diz cada coisa que sempre me levou a
pensar nela como a palavra de Deus dita em metáforas, para não blasfemar.
As religiões, inclusive a minha, nunca deram o real valor à
mulher. Mesmo o catolicismo, onde o culto à Santa Mãe de Jesus, a Maria, de
vários milagres, dogmas e várias denominações, nunca teve o tratamento merecido
do ponto de vista da relação entre os gêneros. Não que eu tenha nada contra São
José, pois dei o seu nome até a um filho meu e sempre fui devota da Sagrada
Família, desde as missas onde o Padre Alfredo alfinetava o Coronel Zé Abílio,
dizendo que havia ladrão de cavalo presente. Poderia nem ser o Coronel, mas,
como vocês sabem, da mesma forma que onde tem crianças, gente grande não solta
pum, onde tem coronel, tudo que acontece é culpa dele.
Entretanto, desde que o mundo é mundo sempre passamos a
perna nos homens numa função essencial para a raça humana. Ser mãe. Dar à luz.
Gerar uma criança no ventre, como foi gerado Jesus por Maria. Nesta são José e
outros do gênero não podem contar vantagem. Ao invés do poeta que diz ser que mãe
é padecer num paraíso, pois ele só ver o filho, na relação com os machos, ser
mãe é dominar a raça humana, com mais força do que o Barack Obama domina o
mundo. E atualmente, esta vantagem aumenta muitíssimo pois as mulheres nem
precisam de um parceiro macho para se candidatar a esta função nobre. Tanto
podemos gerar crianças como deixar de gerá-las, ao nosso bel prazer. Isto não
quer dizer que estamos pregando ou divulgando que as mulheres deveriam fazer o
que quisessem sem meditar sobre as consequências. Existem princípios éticos e
religiosos que devem ser preservados em relação à maternidade para que a
humanidade não seja extinta, ou venha a sofrer muito mais, inclusive nossos
filhos. Questões como homossexualismo, aborto, casamento, domínio do corpo, nem
sempre são coisas fáceis de tratar. Mas, grande parte do nosso gênero já
transita muito bem sobre elas. E nem de longe quero tratar disto num dias das
mães. Continuemos com o glamour.
Já li hoje a A Gazeta Digital, e o Zé Carlos já postou o que
escreveu, ou não escreveu, sobre mães (veja aqui).
Como sempre, nestes casos citam-se poetas, e os que ele citou são bons em cada
estilo. Eu vou de prosa. Encontrei num blog (veja aqui) o
seguinte texto, que é um pouco longo, mas isto prova que nem sempre comprimento
é prolixidade, como no meu caso.
“Mãe
A mãe pode do alto de
sua plenitude agir seguramente de diversas maneiras na educação dos filhos. Ela
pode prometer ou desprometer, castigar ou recuar do castigo. Ela pode pedir com
carinho, ordenar com severidade, ameaçar disso ou daquilo. Não importa, nada
trincará sua imaculada imagem ou a removerá de sua função de mãe.
A mãe tem
característica absolutamente própria que a classifica de acordo com seus
métodos de atuação no momento de corrigir ou educar as crianças. Vai depender
de como ela se comporta e de quais das artimanhas que Deus lhe deu, ela vai
fazer uso:
1. Mãe do tipo frágil,
de corpinho fininho e pouquinho cabelo, com voz baixinha e pausada quando
precisam ganhar numa argumentação apelam pela ameaça: “Vou contar tudo para o
seu pai quando ele chegar. Você vai ver só!” Note-se que ela usou o verbo
“contar” em vez de conversar, além disso, acrescentou o advérbio “tudo”, dando
a conotação de que há MUITA coisa errada para ser revelado ao pai. E esse “Você
vai ver só!” parece uma ameaça pré-estabelecida para a criança não teime em
persistir com o que estava fazendo.
2. A mãe ditadora não
argumenta. Ela dita as regras e exige que tudo seja seguido à risca. Num
momento de impasse ela logo procura preencher cada espaço não deixando para o
filho nenhuma possibilidade de argumentação: “Meu filhinho querido não queira criar
um caso agora com um assunto que já foi decidido muito antes de você nascer!”.
Note-se que o filho não participou da decisão citada e não há nenhuma
possibilidade dessa decisão ser modificada. Pelo menos por enquanto...
3. A mãe chantagista
não argumenta também, ela nunca se presta a exposição quando os problemas
aparecem. A mãe chantagista é sempre demasiadamente carinhosa e atenciosa e não
deixa ninguém à deriva Mas quando se encontra encurralada, chora. Chora e
observa os filhos para que eles se compadeçam de sua dor. “Coitadinha da mamãe”
Percebe-se que quando ela apela pelo sentimento do filho, ela normalmente
consegue seus objetivos. Pelo menos por algum tempo...
4. A mãe protetora
está sempre onde está a prole. Atenta a tudo e a todos, ela não deixa escapar
nada. Se alguém ousar afligir sua criança (não importando a idade da criança),
ela desce do salto e arma o barraco. Se for preciso entra em luta corporal para
defender sua cria: “Aqui não meu caro, em filho meu ninguém põe a mão! Se a criança
for pequena é possível entender essa tomada de frente, mas se o filho já for
adulto torna-se evidente que ela não deixou para ele nenhuma possibilidade de,
ele mesmo, resolver seus problemas.
5. A supermãe é aquela
que está em todos os lugares ao mesmo tempo. Prestativa e amorosa ela nunca se
cansa e não demonstra contrariedade diante de situações embaraçosas.
Normalmente é muito educada e consegue tudo o que quer dos filhos, e dos amigos
também: “Já deixei sua calça no tintureiro, tirei as cópias que você vai
precisar para seu trabalho da faculdade, fiz um jantar gostoso daqueles que
você adora, e amanhã vou levar seu carro para consertar o estepe”. Ajuda tanto
os filhos que nunca tem tempo para ela, mas isso não a incomoda, pois essa
prestatividade é o que lhe agrada.
6. A mãe ameaçadora
não conversa e não dá moleza, ela vai logo ameaçando caso não seja seguido o
que estava combinado: “Não invente nenhuma balada para hoje à noite senão o
bicho vai pegar aqui em casa, hein!” Ameaçar é o forte de uma mãe desse tipo,
embora ela nunca tenha cumprido nenhuma ameaça. Pelos menos ainda não...
7. Mãe carinhosa,
exageradamente carinhosa. È claro que já viu uma dessas. Nas salas de espera
dos consultórios pediátricos há sempre esse tipo de mãe. É fácil reconhecê-la,
pois ela está sempre fazendo carinho nas mãozinhas das crianças, afagando os
cabelinhos, massageando os dedinhos dos pés, etc. E quando os filhos crescem,
ela continua incansável na arrumação dos cabelos deles, ajeitando o colarinho,
a gravata. A mãe carinhosa precisa estar sempre em contato físico com a criança
dizendo coisas boas e sinalizando positivismo. Enquanto for possível...
8. Em quase todos os
casos a palavra foi a regência dessa relação, mesmo quando a relação é
ditatorial. É por força da palavra que a argumentação supostamente protetora ou
ditadora acontece. Sendo assim pode-se reconhecer o exagero do qual a maioria
delas faz uso para tentar conseguir o que almeja sem muitas explicações ou
conversas:
“Se você não estudar e
vier com nota baixa eu te mato!”
“Come tudo senão eu
faço você engolir esse prato”
“Desce daí senão eu
amarro você e aí sim você nunca mais vai subir em lugar nenhum!”
“Pára de chorar senão
eu te dou uns tabefes e aí sim você vai ter razão para chorar!”
“Desliga essa
televisão e vai tomar banho senão eu jogo a TV pela janela!”
“Se você não se
comportar na igreja, nunca mais sai de casa!”
“Cuida do seu tênis
que custou muito caro, senão você vai andar de chinelo para o resto de sua
vida!”
“Se eu vir você
mascando essa porcaria de chiclete outra vez, faço você engolir!”
“Se fizer xixi na cama
outra vez, vai passar a dormir no chão!”
“Nunca mais fale
palavrões nesta casa, senão corto a sua língua!”
“A próxima vez que
você deixar essa torneira ligada eu dou seu cachorro para doação”
“Se não vai mesmo
escovar esses dentes então vou mandar arrancar um por um”.
Calma!
É claro que tudo isso
é força de expressão. E que mãe que é mãe não tem coragem de cumprir nenhuma
dessas ameaças exageradas.
Elas mudaram muito com
o tempo. Algumas saíram da cozinha, outras de casa para ajudar o marido no
orçamento doméstico.
Hoje em dia elas estão
se cuidando, procurando se atualizar para acompanhar a evolução dos filhos.
Muitas estão plugadas também com os amigos das crianças, e cobram participação
de toda a família para que a educação seja dada em conjunto pelos pais, avós,
tios e padrinhos, além dos professores.
Prontas para a vida.
Prontas para a maternidade. Prontas para o lar. Prontas para o trabalho
externo. Prontas para amar, sempre.
O ato de ser mãe é
insuperável, inigualável! E o de ser filho então, nem se fala...”
Parabéns a todas as
mamães de Bom Conselho, que sendo nossa aldeia contém todas as mães do mundo.
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(*) Publicado no dia 08.05.2011. Se eu tivesse uma boa
conexão eu teria publicado este texto ontem, mas... De qualquer forma vai a
homenagem, um pouco atrasada, mas, de coração (LP)
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