terça-feira, 3 de abril de 2012

O lixo Big Brother e o sermão do Dom Henrique - III




[continuação dos textos publicados aqui e aqui]

Eis o quinto parágrafo:

“Como o programa é feito por pessoas reais, como são na vida, é ainda mais triste e preocupante, porque se pode ver o nível humano tão baixo a que chegamos! Uma semana de convivência e a orgia corria solta… Os palavrões são abundantes, o prato nosso de cada dia… A grande preocupação de todos – assunto de debates, colóquios e até crises – é a forma física e, pra completar a chanchada, esse pessoal, tranqüilamente dá-se as mãos para invocar Jesus… Um jesusinho bem tolinho, invertebrado e inofensivo, que não exige nada, não tem nenhuma influência no comportamento público e privado das pessoas… Um jesusinho de encomenda, a gosto do freguês… que não tem nada a ver com o Jesus vivo e verdadeiro do Evangelho, que é todo carinho, misericórdia e compaixão, mas odeia o fingimento, a hipocrisia, a vulgaridade e a falta de compromisso com ele na vida e exige de nós conversão contínua! Um jesusinho tão bonzinho quanto falsificado… Quanta gente deve ter ficado emocionada com os “heróis” do Pedro Bial cantando “Jesus Cristo, eu estou aqui!””

Eu não sei o que tem a ver as pessoas reais com o baixo nível do programa. Da forma como o Bispo fala, dar a entender que se fosse colocados bonecos ou atores lendo um texto, o nível fosse melhor. No fundo, no fundo, num programa com este todos estão sendo bons atores à cata de um bom dinheiro, talvez, igual ao Pedro Bial.

Invocar Jesus de mentirinha muitas vezes faz parte das pessoas reais, como o foi durante muito tempo em nossa própria Igreja, quando tentava matar pessoas em seu nome, porque simplesmente queríamos incutir os valores cristãos de forma violenta e cruel. Lembram da Dilma, nossa presidenta, de olho nas eleições fazendo o Sinal da Cruz sem saber? Qual a diferença do Big Brother. Ambas estão erradas, mas a grande maioria não usa o controle remoto para mudar do BBB, e nem usou o voto para não deixar uma pessoa, cuja crença em Deus é a mesma de Fidel. O Big Brother é o de menos....

Eis o sexto parágrafo:

“Até quando a televisão vai assim? Até quando os brasileiros ficaremos calados? Pior ainda: até quando os pais deixarão correr solta a programação televisiva em suas casas sem conversarem sobre o problema com seus filhos e sem exercerem uma sábia e equilibrada censura? Isso mesmo: censura! Os pais devem ter a responsabilidade de saber a que programas de TV seus filhos assistem, que sites da internet seus filhos visitam e, assim, orientar, conversar, analisar com eles o conteúdo de toda essa parafernália de comunicação e, se preciso, censurar este ou aquele programa. Censura com amor, censura com explicação dos motivos, não é mal; é bem! Ninguém é feliz na vida fazendo tudo que quer, ninguém amadurece se não conhece limites; ninguém é verdadeiramente humano se não edifica a vida sobre valores sólidos… E ninguém terá valores sólidos se não aprende desde cedo a escolher, selecionar, buscar o que é belo e bom, evitando o que polui o coração, mancha a consciência e deturpa a razão!”

Este é o parágrafo mais importante e verdadeiro, se começarmos pulando as duas perguntas iniciais. A responsabilidade dos pais é imensa na tarefa educativa junto às crianças, e estas realmente merecem ter o controle remoto censurado e hoje, o mouse e o dedo (eu vejo meu neto com o um iPad, não precisa mais nem mouse para colocar onde ele quiser).

Mas, não é espinafrando, em geral e indiscriminadamente, a TV e a internet que vai levar os pais a se comportar com verdadeiros transmissores dos valores cristãos. Há coisas boas nas TVs e na Internet, e hoje não se pode mais privar crianças e jovens destes meios de comunicações, jogando-os na fogueira. E eu concordo muito com a frase do Dom Henrique que diz: “E ninguém terá valores sólidos se não aprende desde cedo a escolher, selecionar, buscar o que é belo e bom, evitando o que polui o coração, mancha a consciência e deturpa a razão!” Como apenas um detalhe, não somos detentores da verdade para saber com exatidão o que polui o coração, mancha a consciência e deturpo a razão. E ensinar a escolher bem é a principal missão da família, e isto muitas vezes se faz até por linhas tortas para dar certo, principalmente, se verificarmos as transformações sociais.

Hoje, se Jesus voltasse, dificilmente, ele teria só discípulos homens, ou pregasse o celibato sacerdotal como a Igreja faz. Talvez, para isto ele enfrentasse um movimento das mulheres para haver Bispas e não só Bispos.

Eis o parágrafo final:

“Aqui não se trata de ser moralista, mas de chamar atenção para uma realidade muito grave que tem provocado danos seríssimos na sociedade. Quem dera que de um modo ou de outro, estas linha de editorial servissem para fazer pensar e discutir e modificar o comportamento e as atitudes de algumas pessoas diante dos meios de comunicação.”

Eu faço minhas, eu não quero mais ser Bispa de Caldeirões nem nada, quando ele viu que pesou a mão num moralismo estéril, tanto que diz que não se trata de sê-lo, embora, desejando que de um modo ou de outro, o que eu escrevi servisse para fazer o Bispo pensar e modificar, diminuindo um pouco, este moralismo.

Um comentário:

  1. Você é católica ? Gostaria que esse blog falasse mais da santa madre igreja e de jesus.

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