sexta-feira, 16 de novembro de 2012

O Zé Dirceu de ontem e o Zé Dirceu de hoje





O mensalão pertence ao país, particularmente à juventude. Não teria sido possível sem democracia. Pela primeira vez na história do Brasil, esse sentimento de revolta contra a impunidade encontrou eco no STF e cresceu até tomar conta de todo o país. O mensalão só saiu do papel graças à pressão da sociedade organizada e às denúncias da imprensa, que deram sustentação à luta quase quixotesca que os ministros travavam contra a corrupção no governo federal. O mensalão revelou que o chefe da corrupção era o próprio Lula, envolvido em fatos incompatíveis com o cargo de presidente da República, recebendo vantagens econômicas ao longo de seu mandato, para si e seus familiares, através do esquema criminoso do Zé Dirceu. Mais grave ainda é que tudo isto foi possível porque recebeu o apoio de grande parte do empresariado brasileiro, o que revela o grau de decomposição ética das elites brasileiras, acostumadas à impunidade e ao assalto aos cofres públicos. Por tudo isso, não basta o mensalão, é preciso que seu espírito tome conta do país. A verdade é que nosso povo novamente está caminhando. Está tecendo o fio da história, retomando a luta por dignidade e justiça, pela cidadania.

Todos os meus leitores pensaram que eu tivesse escrito isto de minha própria cabeça. E até poderia ter sido, parcialmente, pois não concordo com algumas coisas que ele diz. Mas, “enganei o bobo, na casca do ovo”. O que veio acima é apenas uma paráfrase (o que adoro fazer) de um texto do Zé Dirceu  de 1992, , membro da CPI de PC Farias, na orelha do livro Todos os sócios do presidente, dos jornalistas Gustavo Krieger, Luiz Antonio Novaes e Tales Faria. O texto original é o seguinte como citado pela Ruth de Aquino na Revista Época de 09.11.2012:

“A Comissão Parlamentar de Inquérito do caso Paulo César Farias pertence ao país, particularmente à juventude. Não teria sido possível sem democracia. Pela primeira vez na história do Brasil, esse sentimento de revolta contra a impunidade encontrou eco no Parlamento e cresceu até tomar conta de todo o país. A CPI só saiu do papel graças à pressão da sociedade organizada e às denúncias da imprensa, que deram sustentação à luta quase quixotesca que parlamentares travavam contra a corrupção no governo federal. A CPI revelou que o chefe da corrupção era o próprio Collor, envolvido em fatos incompatíveis com o cargo de presidente da República, recebendo vantagens econômicas ao longo de seu mandato, para si e seus familiares, através do esquema criminoso de PC. Mais grave ainda é que tudo isto foi possível porque recebeu o apoio de grande parte do empresariado brasileiro, o que revela o grau de decomposição ética das elites brasileiras, acostumadas à impunidade e ao assalto aos cofres públicos.Por tudo isso, não basta a CPI, é preciso que seu espírito tome conta do país. A verdade é que nosso povo novamente está caminhando. Está tecendo o fio da história, retomando a luta por dignidade e justiça, pela cidadania”.

Qual dos dois vocês preferem? E o que anda o Zé Dirceu dizendo agora do sistema democrático que ele diz ajudou a criar. É muita desfaçatez, com diria um colega meu, que está bradando por cadeia para a turma. Vou terminar aderindo.

2 comentários:

  1. A INTRODUÇÃO DO TEXTO EM NEGRITO É UM ESPETÁCULO À PARTE. A LEMBRANÇA NÃO PODERIA TER VINDO EM MELHOR ORA, NOTA DEZ!!!

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  2. RE-RATIFICAÇÃO - LEIA-SE HORA em vez de ORA.

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