segunda-feira, 21 de maio de 2012

A nova classe média é B, de 'batalhadora'





Por Ateneia Feijó (*)

Sem espanto... Projeções de empresas especializadas em medir o consumo urbano detectaram uma queda da classe C. Seria por inadimplência? Nada disso, a “nova classe média” está passando por outro momento positivo: de ascensão à classe B. Seria o nascimento de uma “nova classe média +”?

Pelo critério da Fundação Getúlio Vargas (FGV), a faixa de renda familiar da classe C é de R$ 1.126,00 a R$ 4.854,00. A partir daí começa a faixa da classe B que vai até R$ 6.329,00. No Brasil, a faixa de rendimentos acima de R$ 6.329,00 pertence às famílias da classe A.

Você e sua família juntos são classe A e não sabiam?! Muitos se consideram classe B, embora tenham rendimentos da faixa A. Confusão compreensível porque nem sempre levam uma vida fácil. Sem esquecer que ainda existe a classe E, onde ficam as rendas familiares menores de R$ 705,00... aprisionando pessoas à simples sobrevivência.

Foi-se o tempo da subjetividade, quando as classes médias se subdividiam em baixa, média e alta. E não surgiam dúvidas sobre quais eram as classes acima delas: a dos ricos e a dos bilionários. Obviamente, sempre houve mais objetividade para classificação de pobres e de miseráveis. Para o bem e para o mal, politicamente correto ou não.

Está em evidência agora a política econômica que aposta no crescimento do país baseado em estímulos ao mercado interno. Ou à gastança com compras, motivando cada vez mais pesquisas e classificações do poder aquisitivo da população.

Para alegria de quem deseja consumir ou para o julgamento crítico dos saciados, aqueles que já adquiriram o bastante para viver confortavelmente. Além do radical desespero dos ambientalistas.

Pelas estatísticas, dificilmente a classe emergente “consumista” brasileira voltará a se preocupar apenas com o que comer e onde morar. Mas, provavelmente, manterá seus valores morais. E brigará para conservar o que obteve com dinheiro vindo de poupança, empréstimo, financiamento... Em geral com sacrifício e honestidade. Por quê?

Diversos estudiosos têm opinado na imprensa. O sociólogo Jessé Souza, por exemplo, não se refere aos emergentes como “nova classe média”, mas como “batalhadores” com uma vida marcada pela ausência dos privilégios de nascimento (capital social e cultural). Pessoas que conseguem se destacar pela persistência, disciplina, autocontrole, pensamento prospectivo...

Quem se origina de uma família “batalhadora” sabe exatamente do que o sociólogo está falando.

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(*) Publicado em 15.05.2012 no Blog do Noblat. Como já mencionei várias vezes aqui e alhures, sou Classe C de antes do Lula e hoje, ao invés de tender para a Classe B, estou seguindo para a Classe D. Até hoje, eu e minha família recusamos ficar endividada para mudar de classe social. Ainda penso que é uma ilusão gerada pelos programas e benefícios sociais em termos de subsídio, e que algum dia virão entregar uma conta salgada que espero não o seja tanto quanto a grega. Enquanto isto não ocorre, fico margeando a Classe D, de “danada” com o Lula. (LP).

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