sábado, 31 de dezembro de 2011

Feliz Ano Novo para Cuba




Dei uma paradinha de fim de ano, mas o blog não. Achei umas coisas interessantes e programei. Não vou dizer quais são porque se tiver tempo eu desprogramo e entro ao vivo como agora. E volto a um assunto que se tornou recorrente neste final de ano: a vida em Cuba.

Isto foi em parte o efeito das reportagens do Jornal Nacional sobre a vida cubana, agora que os dirigentes resolveram “chinalizar” o país. Isto é, resolveram tornar Cuba um país capitalista de partido único, que é o que a China está tentando fazer e parece que está indo bem, em termos econômicos, enquanto mantém as pessoas enquadradas dentro do campo político. Para mim é uma questão de tempo para que os chineses que já despertaram para as viagens internacionais, abram os olhos para dentro deles mesmos e pergutem: “E eu como fico?”Como, ganho dinheiro, durmo, acordo; como, ganho dinheiro, durmo... E daí? O que eu posso fazer a mais?” Igual a muitos, e há muito tempo na maioria dos países, eles descobrirão que querem participar do comando do seu país, e o partido único é algo pequeno e menor.

Minha esperança é que isto ocorra em Cuba, embora ache mais difícil por sua proximidade com maior país capitalista do mundo e sua situação econômica que beira à bancarrota, criada pela corja que o dirigiu, não viu o bonde da história mudar de direção como os chineses viram.

Penso que hoje, se o governo americano quisesse já teria derrubado o Fidel e seus comparsas, apenas levantando o bloqueio americano sobre a ilha. Penso até que, os últimos presidentes americanos são muito respeitosos com o Fidel e estão esperando que ele desencarne para fazer isto.

Vocês já pensaram no choque de cultura de alguém descobrir que pode engordar comendo? Imaginem aquele cubano que hoje explora uma lanchonete em Cuba, mostrado numa das reportagens do Jornal Nacional, se tornar uma franquia da Macdonald que poderia vender hamburgue a um preço muito mais baixo. Como eles já estão esquecidos, de tão velha e só lembrada no primeiro de maio, de sua revolução, enfrentaria outra revolução. A revolução pela comida, pela roupa, pela moda, pela leitura diferenciada, pela música escolhida, pelas alternativas profissionais, pelo banho de mar sem correr atrás dos turistas para ganhar uns trocados, pela possibilidade de votar e ser votado, enfim, pela liberdade de escolher o que se quer ser, mesmo que isto não seja bom aos olhos dos “condutores de vida” de plantão, mesmo que seja para “correr atrás de velho e fugir da polícia”.

Eu não tive tempo de ver a reportagem de ontem, pois fui passear na cidade. Vi apenas as dos carros e seu novo mercado na quarta-feira. Só neste setor já começou uma revolução. Vi um senhor com um carro de 1980, querendo vendê-lo por R$ 10.000,00, quando um 0Km pode ser comprado por R$ 5.000,00 e quase ninguém pode comprar pois precisa ter a renda comprovada, ou sua origem. E como um país que tem um salário médio de menos de R$ 20,00 alguém pode comprovar renda para comprar algo de R$ 5.000,00?

Mas, eles compram um carro de R$ 10.000,00, pois a renda não precisa ser comprovada e vem em sua maioria dos parentes que moram em Miami e em outros países. Dinheiro este que já é incentivado pelos próprios governantes, porque se não fosse assim já teriam enfrentado uma revolta pior do que a dos países árabes, gerada pela miséria do povo.

E aí, vêm os “comunistas” brasileiros. Coloquei entre aspas porque nem mesmos os mais empedernidos comunistas do passado querem agora serem chamados assim. Eles agora são socialistas. Mas, alguns, como o Marlos Duarte, meu conterrâneo, fazem tanta propaganda de Cuba, que até o Roberto Almeida o chama de comunista. Eles, propagandeiam e alardeiam as virtudes do “socialismo” cubano, como se tivessem falando para os seus camaradas. A primeira coisa é acusar a Rede Globo de mentirosa, venal, corrupta, etc. etc. E eu sei que um empresa do tamanho da Globo tem suas derrapadas, mas, querer “tapar o sol com uma peneira”, para não ver o que ocorre em Cuba é demais.

E o que é pior, do alto de seus carrões de luxo, proclamam as virtudes da massificação social cubana como um grande feito. Talvez seja o que a presidenta do alto de sua ignorância deseja para o Brasil, que todos sejamos classe média, com se isto se resumisse jogar o povo para viver todos comendo uma vez por dia enquanto ela e os ditadores cubanos vivem em suas dachas em Brasília e em Havana. Ou seja, nivelar todos por baixo, menos os que governam. Esta é a realidade socialista, pelo menos dos que insistem em não mudarem como a Coreia do Norte e Cuba.

Para mim, a melhor forma de ajudar aquele povo sofrido é dando apoio zero a seus dirigentes. Mas, o contrário é feito pelos nossos dirigentes que acreditam ainda no Fidel. Eu prefiro acreditar em Papai Noel. Porém, apenas com estas aberturas, tenho certeza que o povo cubano vai despertar e arranjar um jeito de se livrar deles. Este é um desejo meu para o ano que se inicia. Embora eu não gostasse de ver um retrato do Fidel em cima de um carro como ontem vi o do ditador coreano. Aquela moldura deve ter custado uma fortuna, uma menor estaria de bom tamanho.

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

O Deus de Jodeval




É triste ir chegando ao final de mais um ano, sem esperança  no próximo. Só este tema me daria pano para as mangas para escrever tratados, sobre economia, política, religião e até sobre comidas gostosas. Mas, o assunto que me fez lembrar esta frase foi a religião e a amizade.

Sou uma  religiosa convicta e apenas a ideia de cessar minha crença num ser superior me deixa sem ação. Por isso, julgando-os por mim, eu tenho pena dos ateus. Não é aquela pena que as pessoas sentem das outras por a acharem incapazes ou burras. E sim a pena de vê-los no futuro amargando o fogo do inferno sem nem direito ao purgatório.

Quanto ao resto, quem, como eu conviveu com Cleómenes Oliveira na CIT Ltda e conversava com ele todos os dias, pela sua bondade, ética, inteligência, me dava até esperança de que um dia, quando ele morresse, lá no outro plano onde seremos julgados, o próprio Deus o indultasse. E mesmo quem travou um certo diálogo com o Roberto Lira, que ainda caminha na mesma direção do Cleómenes, só tem uma coisa a fazer, é rezar muito pelas suas almas.

O Roberto ainda está ali em Bom Conselho, cometendo suas heresias, mas o Cleómenes no deixou já faz um tempo, e nem posso dizer se ele está vivo ou não, ou se continua com as mesmas crenças, ou já se aliou a algum pajé curandeiro lá pela floresta amazônica. O Jodeval, de quem o Cleómenes fala, não sei se já se converteu por influência do Padre Nelson. O que sei é que ele, o Cleómenes, quando escrevia ou falava, se não tivéssemos firmes em nossa fé, poderíamos cair na desgraça deles.

Esta semana estive, como sempre o faço e recomendo aos bom-conselhenses fazerem, lendo o blog da CIT, que tirando esta escritora tapada que lhes fala, esbanjou coisas interessantes durante muito tempo. E hoje, com o coração gritando de inveja da sua inteligência, e chorando pelo seu destino no julgamento final, eu lhes ofereço um texto do Cleómenes, que se revelaria profético, pelo menos em relação à Gazeta online, cuja ideia foi tirada do Luis Clério, pelo aventureiro Zé Carlos, que fez a AGD e que me parece está indo muito bem das pernas.

Mas fiquem com o texto mentiroso, mas gostoso de ler do Cleómenes Oliveira, e que Deus me perdoe, se alguém se convencer de tão estapafúrdias ideias. Ele pode ser visto aqui no Blog da CIT.

“Alguns dias atrás a Lucinha Peixoto, que segundo o Diretor Presidente é a “faladeira” da CIT, e eu concordo e suavizo dizendo que “ela só abre a boca quando tem certeza”, disse-nos que havia acessado uns Blogs de Garanhuns e que havia feito até comentários num deles. O meu interesse pela comunicação eletrônica fez-me deixar um texto que estou escrevendo para o debate com o Roberto Lira (para não dizerem, como já estão dizendo que fugi), e ir à cata dos Blogs. Fui no de Roberto Almeida (http://robertoalmeidacsc.blogspot.com/) e no do Jodeval Duarte (http://jodevalduarte.blogspot.com/).

Ambos são extremamente interessantes. Sem querer fazer comparações entre eles, nem entre eles e o Blog da CIT, eu me permito dizer que, visivelmente, os dois tem propostas diferentes. Enquanto o do Roberto tende mais para o jornalismo diário, o de Jodeval tenta imprimir um ritmo mais literário, cultural e, porque não dizer, filosófico na abordagem dos seus assuntos. Ambos tem seus méritos inegáveis. Apesar de ter comentado com Lucinha que o Blog que serviria demais Bom Conselho, principalmente sua comunidade de fora, seria nos moldes daquele do Almeida (O Blog da Gazeta, ou como Lucinha sugeriu, A Gazeta “on line”, poderia seguir o modelo, sem querer me imiscuir nas coisas das terras papacaceiras, porque sou um estrangeiro bem tratado, digo: Luis Clério, tome para você esta missão, antes que algum aventureiro o faça), eu hoje quero comentar uma postagem do Jodeval do dia 2 de janeiro (http://jodevalduarte.blogspot.com/2010/01/um-deus-muito-estranho.html).

Sendo um ateu, num mundo deísta, o que mais leio é sobre Deus. Parece contraditório, mas não é. Alguns crentes nos tratam como inimigos figadais, e na luta pela sobrevivência de nossas ideias, e algumas vezes, sobrevivência física, temos que encará-los como “inimigos”, e nada melhor para vencer a batalha do que conhecer sua principal arma, no caso, Deus. Por isso, quando vi o título do texto do Jodeval: “Um Deus muito estranho”, parei e fui ler, com todo o interesse que Deus merece de um ateu.

Não repetirei aqui todo o conteúdo do ótimo texto (podem ver através do link acima). Em resumo ele se recusa a aceitar um “Deus que seleciona quem deve viver e quem não deve, quem deve ser feliz e quem não deve, quem deve ser rico e quem não deve.” Além de achar que este Deus sempre pareceu a ele um “Deus bizarro, seletivo, discriminador e cruel quando permitia - e permite - que milhões de crianças morram de fome, milhões de mulheres sejam espancadas todos os dias, milhões de homens permaneçam em trabalho escravo.” E conclui, “seguramente, isso para mim não pode ser um ser supremo.”

Quando o li, o que primeiro me veio à mente foi um artigo do nosso saudoso Marlos Urquiza (http://www.citltda.com/2009/06/castigo-de-quem.html), onde ele dizia quase a mesma coisa, noutra situação da vida e com outras palavras. Escrevi um artigo onde comentava a obra de Marlos (http://www.citltda.com/2009/08/um-tributo-marlos-sinais-da.html) e dali formou-se um debate extremamente proveitoso com o Roberto Lira (a quem estou devendo respostas, perdão Roberto) que pode ser acompanhado em nosso Blog. Agora o Jodeval faz mexer os meus genes ateus, que costumam dormir quando Lucinha fala, ou pede para o Roberto usar um crucifixo.

Sem ser literáriamente original, eu diria que concordo, em gênero, número, e grau com o Jodeval. Por que dar graças a Deus por está vivo numa tragédia como aquelas de Angra dos Reis, se morreram tantos outros? Por que Jameson criticaria Deus pelo Náutico ter ido para segunda divisão, quando o Sport foi também? Por que dar graças a Deus por Lula ser nosso presidente se ele pertence ao PT? Segundo Jodeval, estas contradições das religiões e crenças o acompanham desde a adolescência. Eu diria que estas contradições não acontecem somente dentro destas crenças e religiões. Elas são o cerne da ideia da existência de Deus. Só quando abandonei, um pouco além da adolescência, a crença na existência de Deus as contradições cessaram de existir.

Não são as religiões as culpadas pela contradição do senhor Supremo. As religiões foram criadas pelo homem para tentar garantir sua sobrevivência sobre nosso planeta. Para a continuação da vida. Como explicar, sem religião, às pessoas, como Jodeval mesmo diz, que não tem nem o que comer, quanto mais tino suficiente para superar a ideia de Deus, que um filho seu morre, e seus parentes morrem, e esta escolha não tem nada a ver com coisas fora do mundo? Quando o Marx, o Karl, não o Groucho, disse que religião era o ópio do povo, só não estava totalmente com a verdade porque na época ainda não se conhecia direito os efeitos do ópio. A verdade hoje seria: a religião é o açúcar do povo. O açúcar não anestesia, não vicia, todos gostam, mas traz sequelas e podemos viver sem ele. As sequelas são a falta de liberdade de pensar e agir e podemos viver sem ele, desde que queiramos esta liberdade.

Durante toda a existência humana, ou seja quando nosso corpo aprendeu a perguntar porque existe, o homem precisou de Deus. E o criou de várias formas. O fogo, o gelo, as florestas, o sol, a lua, em suas formas primitivas. Quando alguém morria pela queda de um raio e sua mãe se desesperava, era a hora de alguém da “elite religiosa” ou “elite política” dizer: São os desígnios de Deus. Fosse ele o sol, a lua ou figura de pedra em forma humana. A ideia foi se sofisticando, e as elites foram criando seus Deuses, em forma cada dia mais aperfeiçoadas, pois deveriam suprir a necessidade de explicações para o povo a respeito das atitudes divinas. Moisés, um baluarte na liderança do seu povo, criou o Deus de Abraão, Isaac e Jacob, através do Pentateuco. Outros o aperfeiçoaram ampliando a Bíblia. Os livros das religiões orientais tinham o mesmo propósito: Prover Deus.

Entretando a ideia de um Deus que ajude ou atrapalhe nossas vidas é contraditória de saída e hoje surgem cada dias mais adolescentes com as dúvidas do Jodeval. Eu não sei quais as crenças ou não crenças dele. O que conheço dele são apenas suas manifestações em seu excelente Blog (adorei a ideia do Sebo, gostaria de ter a maioria das obras na Biblioteca do nosso Blog), mas, só ter a coragem de levantar as dúvidas, já me deixa como um seu fiel admirador. Não sei se posso dizer assim, mas o farei: Quem diria, fui encontrar um ateu em Garanhuns. Será que encontrarei um em Bom Conselho? Eu tenho muito esperança no Roberto Lira.

Cleómenes Oliveira – cleomenesoliveira@citltda.com

P.S. – Este artigo já estava pronto, quando, ao enviá-lo para Eliúde publicar, normalmente, às 6:00 horas do dia seguinte, fui ao Mural e me deparei com uma nota do Roberto Lira sobre o mesmo texto do Jodeval. Caro Roberto, cada dia tenho mais esperança.

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

O câncer do Chaves chegou ao cérebro?




Eu já ia me deitar ontem, depois de um dia extremamente não cansativo, pois apenas cuidei da minha horta, e resolvi dar um caminhada pelos blogs e sites. Como sempre não encontro o SBC, o do Poeta está cada dia mais chato, com suas justificativas sobre ter sumido com enquetes só porque eu falei que havia um resultado que (para surpresa minha) não era bom para seu novo empreendimento, os de Garanhuns também já estão parando e eu parei na AGD na página Deu nos Blogs, para saber se a Eliúde havia encontrado algo mais interessante.

E não é que encontrou!? Pois vi lá num blog o seguinte texto:

Câncer de Chávez chega ao cérebro.

O ditador da Venezuela, Hugo Chávez, qualificou nesta quarta-feira como "muito estranha" a sucessão de diagnósticos de câncer de vários políticos da América Latina, e levantou a possibilidade de alguém ter desenvolvido "uma tecnologia para induzir" a doença. Em um ato de promoção de militares transmitido em cadeia nacional de rádio e televisão, Chávez inclusive recomendou cuidados extras a Evo Morales, presidente da Bolívia, e a Rafael Correa, do Equador. A mais nova teoria da conspiração da fantasiosa mente de Chávez surgiu depois do anúncio de que sua colega argentina, Cristina Kirchner, tem um tumor na glândula tireóide.  O ditador, que também se recupera de um câncer, considerou "muito difícil explicar o que está acontecendo". O venezuelano frisou que "não quer lançar nenhuma acusação temerária", mas questionou: "Seria estranho que tivessem desenvolvido uma tecnologia para induzir o câncer e ninguém saiba até agora e se descubra isto apenas dentro de 50 anos?".”

Como eu havia escrito pela manhã de ontem sobre o câncer da Cristina Kirchner, perguntando se “Presidência dava câncer” eu só pude esboçar um ar de riso, e partir, com o link proporcionado pelo artigo para checar a informação, como boa jornalista que tento ser.

Era tudo verdade e espalhado pelas agências de notícias internacionais, que o ditador da Venezuela, Hugo Chávez, qualificou nesta quarta-feira como "muito estranha" a sucessão de diagnósticos de câncer de vários políticos da América Latina, e levantou a possibilidade de alguém ter desenvolvido "uma tecnologia para induzir" a doença. No ato mencionado no texto acima ele realmente tentou alertar seu colegas latino americanos para o perigo que correm, ao fazer a fatídica pergunta. E a agência de notícia continua com os detalhes:

Nesse contexto, Chávez lembrou o caso de centenas de guatemaltecos submetidos a experimentos com sífilis por parte dos Estados Unidos nos anos 1940. "Não sei, só deixo a reflexão, mas isto é muito, muito, muito estranho", sustentou o caudilho, que foi operado de um tumor na região pélvica no último dia 20 de junho.

Chávez lembrou que, com o diagnóstico de Cristina, já são cinco os líderes da região que passaram por esta situação, como a presidente Dilma Rousseff e seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva, e o presidente do Paraguai, Fernando Lugo.

O venezuelano também mencionou o líder cubano Fidel Castro, que se afastou do poder em 2006 por uma doença não confirmada oficialmente, mas que acredita-se também possa ser câncer. "Fidel sempre me disse: Chávez, tome cuidado, esta gente desenvolveu tecnologias, cuidado com o que come, cuidado com uma pequena agulha e te injetam não sei o quê", relatou ao lembrar uma conversa com o cubano. "Em todo caso, repito, eu não estou acusando ninguém, só estou fazendo uso da minha liberdade para refletir e emitir comentários perante fatos muito estranhos e difíceis de explicar", concluiu.”

Pois é, o Chaves está usando sua liberdade para dizer besteiras, coisa que o povo cubano e venezuelano gostaria de fazer e não pode. É muito difícil tratar de notícias relacionadas a doentes e doenças porque pensam logo que queremos fazer mofa ou tripudiar em cima dos desafortunados. Mas, venhamos e convenhamos, o Hugo Chaves não perdeu uma grande oportunidade de ficar calado? E quando rimos dizem que estamos sendo cruéis. Achei pior do que o Lula pousando para fazer cabelo, barba e, segundo um petista, deixando o bigode para fazer em 2012.

É um caso até para justificar a manchete do blog que diz que sua doença chegou ao seu cérebro. No meu título eu ainda dei o benefício da dúvida para não me chamarem de mulher má. Mas, é uma hipótese muito mais plausível do que aquele que o ditador doente levanta.

Por que ele não avisou ao Lula antes? Por que deixou o Lula continuar fumando e tomando cachaça, o que deve ter provocado o seu câncer, quando já tinha conversado o que conversou com a Fidel, o que disse que conversou? Se ele acredita mesmo em sua hipótese então ou ele foi um grande amigo da onça com o Lula, ou senão o Lula não ligou a mínima para a besteirada e continuou enchendo a cara de cachaça e os pulmões de fumaça.

Mas, a grande força cômica da teoria conspiratória do Chaves é mais uma acusação contra os Estados Unidos. Eu, como já falei, sou amiga do Marlos Duarte no Facebook onde ele espalha todos os dias conspirações e mais conspirações contra os americanos, o grande vilão, para ele, do povo cubano. E há hordas de seguidores que me combatem quando eu combato tantos absurdos. E agora como vou defender os americanos, que são os maiores morredores de câncer do planeta, se eles agora, além de matarem seu próprio povo querem matar os presidentes latino americanos, tomando como verdade a teoria chavista?

Por via das dúvidas, largo aqui este escrito e vou cuidar do meu coentro e cebolinhas orgânicas. Soube que tem um americano que esta aqui em Gravatá. Será que ele trouxe a injeção de câncer? Até eu explicar que era apenas um sonho ser presidenta, ele já pode ter injetado-me um câncer na língua, que segundo um guerrilheiro de Garanhuns é um pouco grande, mas certas horas, necessária.

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Presidência dá câncer?





Hoje amanheci com aquela musiquinha que o Roberto Carlos canta na vinheta da TV Globo, com um bando de artistas, “hoje é um novo dia...”, e por aí vai. Ora, quem acorda com música na cabeça deve estar feliz, não é mesmo? E eu estou, pois fui ver minha postagem de ontem e já tive muitos comentários, e até elogiosos.

O difícil de receber elogios é agradecer publicamente. Se for apenas um comentário o agradecimento fica monótono e se forem muitos sempre esquecemos alguém. Então prefiro agradecer no atacado a todos. Obrigada amigos!

Mas, eu só fiquei alegre hoje pela manhã, pois ontem fui dormir triste com a “revolução cubana”, que aqui no Brasil já pagaria meia entrada nos cinemas, teria direito a furar as filas e, pasmem, agora já teria direito a comprar casa no programa Minha Casa Minha Vida, dentro de um cota fixada para os idosos, como vi ontem. Pois é, amigos, agora depois de sua provecta idade esta triste revolução, através de seus dirigentes provectos, permitem que as pessoas vendam seus imóveis.

Seria cômico se não fosse trágico o que se fez com aquele povo sofrido. Agora, aos pouquinhos querem que ele viva num sistema capitalista por decreto. Vi uma moça dizendo, na reportagem, “e se minha mãe vender minha casa, onde é que eu vou morar?” Outra querendo R$ 400.000,00 pela sua casa que só foi avaliada pelos órgãos públicos por R$ 40.000,00.

Entretanto, o pior de tudo é que ninguém tem dinheiro para comprar e todos querem vender para arranjar algum dinheiro. Vivem passando fome nas casas que seus ancestrais adquiriram 50 ou 60 anos antes. E agora querem comer para não morrerem sem conhecer pelo menos o que seja se alimentar bem.

Solução. Vender as casas àqueles estrangeiros que vivem em Cuba e que são seus principais empregadores hoje, como serviçais domésticos. É nas viagens, daquelas que o conterrâneo Marlos Duarte está organizando, que levam turistas ao país onde, através deles circula um dinherinho que ainda mantém a Ilha viva. Então preparem-se turistas de Marlos, levem alguns trocados a mais e comprem uma casa em Havana.

E vem alguns a dizerem que tudo isto se deve ao bloqueio americano, quando já está provado que quem quer que o bloqueio continue são os dirigentes cubanos, pois se fosse levantado dentro de um mês eles cairiam, ou o país ficaria vazio, com todos indo para Miami. E ainda tem quem faça propaganda de tal regime e até o proponha para o Brasil. Cruzes!!!

Triste fim do Policarpo Quaresma cubano. Mas, pensando bem, eles estão perto do país mais capitalista do mundo, os Estados Unidos. Será coincidência que este país seja o mais desenvolvido do mundo ou o capitalismo teve alguma influência? E não me venham com estórias de dizer que não queremos o desenvolvimento igual o deles, pois vi esta semana a “petezada”, incluindo o ministro Margarina, urrar de alegria porque o PIB brasileiro é agora maior do que o do Reino Unido. E como sempre fica pior quando o PT urra, dizem que tudo isto se deve ao Lula. Me enganem que eu gosto!

Hoje pela manhã, encontro os comentários parabenizatórios e fico alegre. Logo em seguida vou ler as notícias e lá vem a tristeza. Todos sabem que minha luta atualmente é para conseguir me a eleger alguma coisa nesta nossa democracia representativa. Como sempre faço, ao contrário do Marco Maciel que agora parece irá se candidatar a vereador do Recife, quis começar de baixo me candidatando a vereadora em minha Bom Conselho querida. Forças não tão ocultas assim me fizeram adiar meu projeto. Porém, eu ainda, de vez em quando tinha alguns delírios de grandeza e me perguntava: Se a Dilma e Mamãe Juju se elegeram para um cargo executivo, por que não eu?

Muitas vezes eu ia longe em meus sonhos e pensava até em ser presidente do Brasil. Mas, quando li hoje que a Cristina Kirchner está com câncer, foi como se tivesse despertado com um balde de água fria na cabeça. Pois qualquer humano inteligente só poderá indagar: “Presidência dá câncer?”. Ou só é na América Latina? O Zé Serra e a Marina escaparam por pouco.

Eu mesma já desistiu de sonhar muito alto, baixando os sonhos, outra vez, para vereadora. O meu medo é que se descubra também que ser prefeito também dá câncer. Pois, em Bom Conselho, quem vai ser eleito no próximo ano para o Palácio do Coronel é o Xico Pitomba, como candidato único, pois dizem que ele é analfabeto, e não sabe o que está se passando no mundo. Deus me livre!

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

10.000 acessos. E que venha 2012...


Matriz de Bom Conselho


Ontem, logo após o Jornal Nacional, pensei em escrever sobre o que vi na reportagem sobre Cuba, que lá vi. Hoje continua a reportagem e vou fazer de tudo para continuar a vê-la. Pelo seu capítulo inicial deu para ver o que eu já sabia e que digo ao Marlos Duarte, todo dia no Facebook. Ele mesmo não escreve a respeito, apenas cita escritores e jornalistas que, como ele, têm vergonha de se arrependerem dos erros do passado. Meu caro conterrâneo Marlos, só a verdade te libertará!

Depois escrevo sobre a série de reportagem, mas, houve um fato citado pela cubana que a Rede Globo entrevistou, que era uma rotina em todos os regimes ditos socialistas no século passado e nos que hoje continuam a tentar nos enganar. A jovem vem dos Estados Unidos, e tem as roupas que comprou para os seus filhos confiscadas. Estas já devem estar vestindo os netos do Raul Castro. Mas sobrou algo: Um presente para seu dentista. A moça não gosta de sorrir pelo aspecto horroroso de seus dentes. Para tratá-los tem que trazer um presente para o dentista. E isto ocorre em todo o sistema de saúde cubano, segundo ela.

Alguns dirão que aqui no Brasil também ocorre, e eu sei que no SUS, pelas sua carências, quase socialistas, de tudo, os médicos já recebem seus presentes. Mas, pelo menos ainda não virou uma instituição nacional, pois alguns médicos se recusam a entrar na prática, pois tem outras fontes de ganhos. Mas, foi o que o socialismo cubano conseguiu depois de 60 anos de revolução, fazer da propina uma instituição nacional.

Bem, mas, deixemos Cuba lançar seu petardos no povo (hoje estou bandida, que trocadilho horroroso) e voltemos ao nosso mundo, ou ao meu mundo que hoje se restringe à família, à Igreja e ao meu blog. E é deste último que quero falar.

Recebi ontem do grande amigo Jameson Pinheiro a foto que ilustra esta postagem. A princípio não entendi bem a foto, até que li sua mensagem me parabenizando pelos 10.000 acessos ao meu blog. Eu não tinha notado, porque minha conexão é tão ruim, que quando consigo publicar alguma coisa não vejo mais nada. Mas, quando fui lá e olhei o “reloginho”, fiquei mais feliz que o Zé Dirceu quando encontra o Lula (eu iria dizer “do que pinto em b...”, o que daria no mesmo, mas gosto de inovar).

Até chegar a estes 10.000 acessos foi uma luta muito grande. O fechamento do Blog da CIT foi um choque para todos nós. No entanto, isto são águas passadas e os mentirosos já foram punidos pelas próprias mentiras como soe ocorrer na política. Para mim, a imagem do Jameson é o meu final de ano na praia de Boa Viagem, a que este ano não irei. É também uma recompensa por todo meu esforço e risco em partir para a carreira solo nos blogs.

Hoje já posso confessar que tive medo no início, quando olhava o “reloginho” e via 3 ou 4 acessos e apenas dos amigos mais chegados. Hoje já tenho mais de 2.000 acessos por mês e uma média diária de 80 acessos, espalhados por vários países. Isto comparado com alguns blogs de Bom Conselho e da região ainda não é muito, mas, se considerarmos o número de acessos por postagem, meu blog não fica vendo só os calcanhares deles, muitos dias vou na frente.

E, para falar a verdade, isto pouco importa para mim. O bom mesmo é saber que estou influindo de alguma forma na terra em que nasci para melhorar a vida do seu povo, mesmo que este, em grande parte não tenha acesso à internet. O meu público alvo é outro. É aquele que entende um pouco mais além de suas necessidades básicas e que sabe, que na obrigação de satisfazê-la, também está a dos seus semelhantes e tem que ajudá-los na tarefa dentro da moral e dos bons costumes, que não me passa pela cabeça serem eles a socialização da miséria, e sim, a socialização das oportunidades.

No entanto, não escreverei sobre isto hoje, pois esta é apenas uma postagem festiva para mim. E também de agradecimento àqueles que me lêem e comentam, e até me criticam, e que fazem hoje deste humilde instrumento de comunicação algo útil e que me faz muito feliz. Sinceramente, obrigada a todos!

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

O Sonho da Pastorinha Diana




Ontem fui ver um bonito espetáculo. É como se tivesse assistindo a um pastoril incrementado pela tecnologia de ponta. E pensar que isto  se passava em pleno interior de Pernambuco, embora perto da capital, na já tumultuada Gravatá.

Fiquei embevecida pelo espetáculo, mas, não ao ponto de perder de vista o determinismo geográfico que fez Bom Conselho se fincar entre os dois extremos do Estado de Pernambuco e tendo ao lado a cidade de Garanhuns e Palmeiras dos Índios. Desde menina eu tive a sensação de que éramos sugados cada vez mais por estas duas cidades, que por sua vez eram sugadas por Caruaru, Recife e Maceió de um lado e por Petrolina e outras cidades do outro.

Lembrei dos nossos antigos pastoris e de nossas escolas e dos grandes espetáculos que podíamos produzir em nosso território. O que fica a dever àquele que vi em Gravatá ontem à noite era apenas os aspecto do uso da tecnologia moderna. Que hoje pode ser facilmente manipulada.

Dias atrás escrevi sobre um livro que me foi enviado pelo Zé Carlos (aqui) e que mostrava Bom Conselho em 1926. Ninguém comentou nada, ninguém disse nada, me dando a impressão de que a única pessoa que tinha uma ideia errada sobre o Coronel Zezé era eu, quando disse lá que meu pai gostava mais do Padre Alfredo do que dele. O que foi descrito naquele livro pelo Manoel Cândido, se verdadeiro, só me fez pensar em ter nascido em um cidade que tinha força política e era importante no cenário Estadual, pelo menos em 1926. E tudo isto devia-se ao Coronel. Um dia eu retomo aquele livro que deveria ser objeto dos nossos historiadores, para observar melhor as suas peripécias. Não desejo outro Coronel por lá, mas a falta de liderança política entre nossos habitantes começa a me dar saudade de certa época.

Hoje o que vemos em Bom Conselho em termos de turismo ainda não passa de turismo interno. E quando falo interno significo apenas nossos conterrâneos que voltam uma ou duas vezes por ano para ver a família ou dançarem agora na festa dos papacaceiros ao som do quarteto (pode ser trio pois não sei se ele levou em conta minha sugestão de colocar um trombone) do Pedro Ramos. Quando se pretende tornar nosso turismo um pouco mais saliente, se inventa um tal de Forróbom cujo artificialismo até parece grotesco, e passa apenas como propaganda eleitoral do prefeito de plantão.

Vi no Blog do Poeta uma reclamação de que não estão incentivando o Ecoturismo em nossa terra. Penso que foi o Xico Pitomba que escreveu a matéria e confundiu Ecoturismo com Turismo Rural. Pois me fez até rir de pensar que possa existir Ecoturismo em Bom Conselho. Lembro-me ainda de alguns escritos, parece que do Diretor Presidente, no Blog da CIT, onde ele comentava que lá não havia mais nenhuma árvore, nem uma para um boi pegar uma sombra. Acabaram com nossas matas, nossos rios, nossa natureza, e o Poeta, (ou foi o Xico?) vem nos falar em Ecoturismo.

Soube por uma fonte minha que o Turismo Rural poderia ser explorado, a começar por uma fazenda que o supersecretário Emanoel tem lá prás bandas da Caixa D’água. Eu até a vi quando passei para Caldeirões algum tempo atrás. Bonita fazenda e um bom ponto de partida para exploração do Turismo. Soube também que tem um Hotel Fazenda e que tem até onde pescar. É tocado pela iniciativa privada e parece que vai oferecer um almoço grátis num dos dias do Encontro dos Bom-Conselhense, (e que antes era de Papacaceiros), em troca da publicidade na programação do evento. Uma bela troca. E, pelo que me lembro de minha infância, e adolescência, tínhamos belas fazendas e sítios por lá. Lembro até da Eliúde no Pau Grande.

Enfim, o incentivo à atividade turística em Bom Conselho é importante e deve ser feita, tanto pelo poder público (a divulgação e incentivo e não a produção) como pela iniciativa privada, mas, sem apelar para o artificialismo do Forróbom, das bandas de nome feio ou do Ecoturismo (a não ser para mostrar como não se deve derrubar tanta mata para boi comer, pois o que mais polui o mundo é o pum do boi) e sim mostrar o que temos de melhor que é nossas festas religiosas, nossas escolas, e o que resta de nossa arquitetura, e dos nossos folguedos populares, que um dia existiram. É o turismo religioso e cultural. E até mesmo incentivar o turismo rural, pois nossos turistas externos já não vêem mais nem cavalos com facilidade. Meu neto Júlio adora um cavalo e bichos de todos os tipos. Explorem o meu neto e eu farei o possível para levá-lo lá.

Mas, isto foram apenas elucubrações passageiras a espera de uma conexão, como será o que aqui publicarei neste final de ano, aqui de Gravatá. Ou seja, para uma bom-conselhense, apenas estou relembrando o sonho da pastorinha  Diana.

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Tenham um Feliz Natal, se puderem...




Eu disse que estava escrevendo sobre o Natal e estava mesmo. Fui interrompida pelo Sr. Ccsta e pelo Xico Pitomba, que não respeitam nem o natal dos outros, já que eles mesmos não o tem. Agora vou tentar fazê-lo sem muita certeza de quando o poderei publicar.

Quando escolho um tema para escrever, primeiro vejo minha experiência pessoal e de preferência me reporto ao meu querido Bom Conselho onde passei bons natais em minha vida. Desde tenra infância, quando o principal parque de diversão era na Praça Lívio Machado e constava apenas dos barcos e dos “trivolins” como chamávamos aos carrosséis, tão pobrezinhos, coitadinhos.

Mas, a principal diversão não era esta de parque, que também tinha a “onda”, que era uma espécie de círculo com cadeiras que girava em torno de um mastro e fazia-nos subir e descer, mas sim as rodadas na Pedro II, e as brincadeiras com as colegas na própria praça.

Não me lembro de Papai Noel por lá nesta época. E só agora lendo o texto da Tereza Halliday, que li no Diário de Pernambuco,  e que transcrevo abaixo, onde ela questiona sobre o que tem o natal a ver com Jesus. O Papai Noel segundo ela foi uma invenção da Coca-Cola. Morrendo e aprendendo, como já dizia o mosquito da dengue que não quis fugir do fumacê. E ainda falam dos americanos. Nós, para quem hoje é Deus no céu e Papai Noel na terra, falamos deles com desprezo, quando inventamos esta onda de que “o que é bom para os Estados Unidos não é bom para o Brasil” , quando dizíamos o contrário antes e hoje apenas sabemos os imitar.

Os nossos heróis são o Macunaíma e o Saci-Pererê, e falamos do Super Homem porque ele é americano. É o nosso velho complexo de vira-lata. Nos sentimos bem em falar mal do que é correto porque não podemos sê-lo, e quando já estávamos conseguindo, vem o governo Lula e finge que somos um país grande e que já podemos competir com o mundo. Esquecemos nossos problemas, todos resolvidos pela ascensão ao mercado de consumo de 28 milhões de pessoas, que antes não sabiam que Papai Noel existia e agora sabem. Se a crise continuar, eles irão odiar o Lula Noel, pois querem o Papai Noel e não o terão no próximo natal.

Vejo que estou muito pessimista, e não era para menos. Esta semana não pude ser o que normalmente sou, uma otimista. Comecei dizendo que o Brasil não é sustentável com o que aí está, me defendi dos meus perseguidores e venho escrever sobre o Natal. O que vocês queriam? Que eu começasse cantando “Gingobel”? O melhor que faço para não continuar tornando pessimistas aqueles que me lêem, é deixar vocês lerem alguém que transmita mais otimismo do que eu. Fiquem com a Tereza Halliday e tenham um Feliz Natal, se puderem. Enquanto isto eu fico aqui tentando um “sinalzinho” da rede para publicar isto.          

O dicionário registra duas acepções para o verbete “natal”: adjetivo derivado de nascimento, como na expressão “acompanhamento pré-natal”, envolvendo as gestantes; e substantivo masculino designando a festa religiosa dos cristãos, para celebrar o nascimento de Jesus, seu mestre, Deus encarnado e Salvador. Falta dicionarizar um terceiro significado do termo: Natal - evento de consumo e encontros sociais manifestado por copiosas compras de objetos, comidas, bebidas e reuniões de confraternização; beneficia-se do sincretismo com a celebração religiosa do mesmo nome.

Esse Natal nada tem a ver com Jesus, o do Sermão da Montanha. Deveria ser chamado Natal Social ou Natal Consumal. É festa laica, profana, tingida de sentimentos de solidariedade sazonal e desejos de ganhar presentes, inculcados desde cedo nas crianças. Sua ocorrência produz marcantes efeitos comerciais e psicossociais. Seus promotores e participantes (quase todos nós) vestem a camisa da comemoração do aniversário de Jesus e apropriam-se de símbolos ligados às tradições festivas dos cristãos: o presépio, as canções para enternecer, a árvore de Natal, os Três Reis Magos, o personagem de marketing Papai Noel, criado pela Coca-Cola em meados dos século XX - caricatura do lendário bispo Nicolau (anos 270 - 343) de Myra, Turquia, que teria sido um presenteador secreto de dinheiro aos necessitados.

No Natal Social, muitos sofrem quando não podem comprar roupa nova, pintar a casa, estar acompanhados, corresponder ao modelo de felicidade natalina proposto por marqueteiros e mídia. Também é o tempo de ser pressionado a ajudar os de renda mais baixa a descolar “as festas”, em caixinhas com fendas para o donativo, envelopes de entregadores de jornais e listas de funcionários de condomínio. Argumentos induzindo à solidariedade ou ao sentimento de culpa são usados por pessoas físicas e jurídicas nesta época. Mas os paupérrimos também precisam de comida nos dias que não são “de Natal”.

 O Natal festa do aniversário de Jesus, que se convencionou celebrar a 25 de dezembro, oferece grande oportunidade aos que aceitam a sua mensagem de Paz, Simplicidade e Perdão: refletir sobre a imensa responsabilidade de ser cristão, caso queira sê-lo de verdade. O Natal Social, evento de consumo e de contatos, plenifica-se nas estatísticas do aumento de vendas e endividamento. É azáfama, excesso de agitação, escassez de paz. Busca encher o vazio com muita luz, cor e som. No sincretismo das duas festas homônimas, há que estar consciente das diferenças fundamentais entre elas. E, já que são duas, desejemos com benevolência: Felizes Natais!”

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

E lá vem o Xico Pitomba! De novo???




Desde domingo que tento me concentrar e escrever algo sobre este tempo bonito e tradicional para a cristandade que é o Natal. Mas, parece que o capiroto anda solto e cutucando os meus perseguidores. Relato para que vocês possam aquilatar a que ponto chega a maldade humana.

Sei que o mundo político reserva para nós grandes surpresas. Política é briga pelo poder e este é um dos maiores xodós dos homens e mulheres. Entretanto, eu sei distinguir muito bem entre o poder pessoal e o poder político, que numa democracia emana do povo e em seu nome tem que ser exercido.

Mas, uma mulher, mesmo nos dias de hoje, conversar, discutir, concordar e discordar sobre temas políticos é um problema ainda diferente daqueles que enfrentaram e enfrentam os homens. O machismo ainda é muito arraigado em nossa terra, e falo tanto de Bom Conselho quanto de Brasil. Eu sou adversária política tanto de Dilma quanto da Mamãe Juju, mas reconheço o que elas sofrem na mão da “macharia” insana que pensa que mulher não pensa e é incapaz de ter ideias no campo político. Sei que as duas citadas estão apenas dando razão a eles pelo governo que fazem, mas já existem outras que os enfrentam com competência e cada vez mais os superam.

Entretanto, isto gera sempre animosidades e muitas vezes maldades, ao ponto de quererem trombetear aos quatro cantos que eu nem existo, e quando existo, sou um homem, e sendo homem sou um gay. Então tenho que sair de minha nobre tarefa de tocar meu blog escrevendo coisas bonitas e de paz, para enfrentar cara a cara esta gente. Ontem foi a vez do Sr. Ccsta. Hoje, quando já estava preparada para escrever sobre o Natal, vejo a seguinte postagem, no Blog do Poeta, do meliante Xico Pitomba, que nada mas é do que uma mensagem cifrada de uma ameaça à minha integridade física.

XICO PITOMBA CHEGA À GRAVATÁ

Olá gente, voltei, para desejar a todos um feliz natal e um ano novo de muitas novidades. Acabei de chegar a cidade de Gravatá. Por aqui teremos umas surpresas. Tem gente preocupada comigo, não me esquece por um instante, nem meu patrãozinho Cláudio André O Poeta. Estou curtinho a rádioweb por aqui, interessante que tem gente incomodada com o sucesso de nosso Poeta. Geralmente os incompetentes se incomodam com o sucesso dos outros. Geralmente os competentes sentem-se inferiorizados e se preocupam de quem sempre faz algo diferente. Antes de viajar para Gravatá, fui com meu patrão ao aniversário do talento em advocacia, que se tornou meu amigo, Renato Curvelo, foi um evento maravilhoso. Tem cada babado para contar! Vou passar o natal por aqui, algo estou procurando. Para aqueles que ficam me chamando de meliante, não perde por esperar. Antes do ano novo estaremos informado os acontecimentos nesta terra que viemos a convite de um amigo de infância. O Facebook está sendo o nosso mapa para chegarnos a quem não me esquece. Me aguardem!”

Eu, através de minhas fontes já tinha sabido da presença do Poeta no aniversário do Dr. Renato Curvelo, como soube também das conversas que surgiram sobre o Blog do Poeta. O que não  sabia era que o meliante Xico Pitomba agora anda como acompanhante do “patrãozinho”. O que eu gostaria de saber é quem é realmente o patrão de quem e qual dos dois é mais incompetente.

Eu já coloquei em algum lugar que até gostei da iniciativa da Rádio Web do poeta, mas ao chegar lá me deparei com uma programação musical de gosto duvidoso, e duas enquetes onde o Poeta procurava aferir o que o povo de Bom Conselho achava do empreendimento, e uma que procurava ver quem votaria em quem para prefeito, ou seja uma forma de alanvacar a audiência artificialmente.  Até estranhei pelo número de votos contrários à iniciativa  da rádio (na época 63%) e, pior ainda, a que tentava aferir a qualidade do som, um percentual maior dizia que o som era ruim. Até lamentei e perguntei o porquê disto, alegando que poderia ser por causa do novo contratado do Blog do Poeta, o Xico Pitomba, meliante perigoso, pelo menos para mim.

Eis que senão quando, outro dia vou lá e as enquetes sumiram sem deixar rastro, e agora ficando apenas uma que quando tentamos votar aparecem apenas nomes que não apareciam antes. Agora, não é só a programação musical que eu acho que ficou a cargo do meliante, mas, sei que ele deve ser também o web designer da rádio do Poeta. Pois a retirada e a lambança das enquetes só pode ter sido má fé ou incompetência. E lá se foi a promessa de mais um empreendimento bom para a cidade.

Eu sei que o envio do Xico Pitomba para me perseguir em Gravatá (e agora vocês céticos estão sabendo porque não posso aparecer em Bom Conselho?) foi devido aos risos provocados pelos comentários, durante o aniversário do Dr. Renato, quando perguntaram ao Poeta como estava o Blog da Diana com Bolso. Minhas fontes dizem que ele sorriu amarelo, mas com um semblante vingativo. Além disso ficou irritado quando perguntado se agora ele se escondia atrás do Xico Pitomba para mandar recados e ameaças a mim, se valendo de um instituto que eu defendo mas que ele odiava, que é o anonimato.

Eu, como já disse estou tomando minhas precauções, mas, hoje estou me escondendo cada vez mais. Mas, são os ossos do ofício das lides políticas. Muitas pessoas não suportam oposição, e estes são os verdadeiros ditadores modernos. Eles apenas toleram oposição para efeitos externos, mas, querem destruí-la até pela violência, como já tentaram fazer como o vereador Carlos Alberto.

Alguns dirão que sou corajosa e que devo enfrentar tudo de peito aberto. Mas, eu não sou assim uma heroína. Sou apenas uma dona de casa interessada em política e que tenho medo do que possa acontecer comigo. Talvez, minha única diferença é que, dentro do que acho que seja justo e do que seja certo, eu vou até às últimas consequências, principalmente se eu notar que o povo de Bom Conselho está sendo enganado de alguma forma. Entretanto, não me peçam para aparecer e dar minha cara à tapa para mostrar que sou uma “mulher macho”, pois isto eu não sou.

Eles, o Xico Pitomba, o Sr. Ccsta, o Dr. Filhinho (este agora, muito bem comportado depois da formatura), quiseram que fosse assim quando me amedrontaram ou tentaram me destruir. Mas,  não conseguirão assim tão fácil. Eu tenho esperança que um dia Bom Conselho ficará livre do coronelismo que existe, e eu farei tudo de dentro da minha trincheira para que isto ocorra. E, tenho certeza, pela audiência do meu blog e pelas mensagens que recebo, eu não estarei sozinha nesta luta.

E, seu Xico Pitomba, não adianta ficar me ameaçando, pois isto só prejudica o seu patrão em sua missão de ficar rico em Bom Conselho. Espero que ele saiba o que estava fazendo quando contratou um meliante para perseguir pessoas honestas e sérias de Bom Conselho.

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

O amolador do boi




Eu estava escrevendo ontem sobre o Natal e seu significado. No entanto, quando vem alguma réstia de conexão corro aos blogs para me informar, aproveitando a boa vontade do meu servidor de internet. E, ao fazer isto, e indo ao Mural da AGD, onde todos os dias escrevo, desisti de publicar algo sobre o Natal, o que fica para a postagem seguinte.

O motivo dessa decisão indecisa foi que lá no Mural da AGD encontrei um recado do Sr. Ccsta, do tipo que já estou cansada de ler lá nos blogs de Garanhuns onde ele se apresenta como serviçal do Roberto Almeida em matéria de ideologia política.

Todos que acessam aquele blog sabem de minhas diferenças, em termos políticos, com o seu titular, que é um gentleman e um democrata. O Sr. Ccsta tendo sido escorraçado de outros blogs de Bom Conselho, inclusive o do Dr. Filhinho, que declarou em alto e bom som que só o publicava com pena, vive fazendo comentários iconoclastas e homófobicos e sendo sempre motivo de riso e chacota dos demais comentaristas. João Matias, Afonso Didier e Arlindo Paz que o digam.

Agora ele aparece na AGD como uma alma penada, com a mesma lenga-lenga. O homem cismou que eu sou homem e que sou gay. Eu já disse que isto me atinge mais por ele me chamar de homem, pois poderia ser um da sua laia, o que seria uma lástima. Quanto a ser gay ou lésbica, seria apenas uma contingência natural de nossa espécie. Embora eu saiba para quem tem a mentalidade do Bolsonaro, como o Sr. Ccsta, pensa que está me dirigindo um impropério.

Eu não sou lésbica, mas, tenho em Bom Conselho vários amigos do GLS e sairemos,  se Deus quiser, com a Papacagay qualquer dia destes. E, tenho certeza, teríamos todo prazer de receber o Sr. Ccsta de braços abertos, depois que ele for se consultar com um analista e descobrir que no peito do pretenso machão bate o coração de Ana Girafa.

Hoje li o Diário de Pernambuco, e sempre leio nele a coluna do Márcio Cotrim, “O berço da palavra”. Entre outras coisas havia o seguinte:

Vá amolar o  boi!

Meio em desuso, como sua equivalente vá pentear macacos!, essa expressão significa vá chatear outra pessoa. Seu berço, curiosamente, se localiza nas touradas espanholas e portuguesas.

Nelas, havia um serviçal que tinha como única e estranha função amolar o chifre do boi! Era um funcionário meio bobo e chato que só sabia fazer isso, amolar o boi. Havia crença geral da patuleia de que o boi, amolado, ficava muito mais furioso e perigoso – o que, certamente, aumentaria a emoção do combate.

Na verdade, mais um elemento para exacerbar os ânimos e aprofundar a notória covardia de uma luta tão estúpida e desigual, mas que levava ensandecidas plateias ao delírio nas praças de touros, confirmando a vocação humana para a sangueira.”

Há alguma coisa mais parecida com o serviçal que amolava o chifre do boi do que o Sr. Ccsta? É o que ele vem fazendo por anos e anos, esperando ser recompensado pelo seu serviço e não conseguindo, pois ninguém é bobo. Todos sabem que amolando ou não o boi o que se passa não tem nada a ver com isso. E eu, com meu espírito natalino e cristão talvez seja a única que o ler, pois tenho pena dele. Mas, o que me dá mesmo vontade de fazer é mandá-lo, além de amolar o boi, ir pentear macacos. 

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Será que o Brasil se sustenta?




Aqui em Gravatá, se houvesse um conexão consistente, seria um paraíso. Não gosto de dizer isto porque posso ser mal interpretada. Não faltarão pessoas dizendo que  não gosto dos meus netos e que estou dando graças a Deus porque aqui em Gravatá, os pais deles têm mais tempo para a eles se dedicarem. Digo apenas que, às vezes, tenho até saudade, mas refreio meus impulsos “avozísticos” e vou fazer outras coisas que também me dão prazer, fora teclar para municiar meu blog.

Entretanto, no fundo no fundo, é o que faço ao ler jornais e ver TV, pois tudo isto reflete-se em minha mente e termina de uma forma ou de outra caindo lá no blog. O problema é que nem sempre posso publicar, pois quando vou à internet, lá vem aquela tela horrorosa dizendo que não encontrou o servidor. Lembra-me logo das repartições públicas brasileiras onde nunca se encontra um servidor. E não é só no final do ano.

Nestas incursões pelo mundo da notícia, por outros meios, eu encontrei um texto do Clóvis Cavalcanti, a quem conheci um dia nas lutas pelo movimento verde, das quais me afastei um pouco, mas, reconheço nele um economista que fala a língua moderna de um desenvolvimento realmente sustentável. As críticas de alguns que ouvi na época de que ele agora estava mais verde do que a bandeira nacional  eram apenas vindas de pessoas de dentro do PV que hoje estão dentro do governo do Coronel Eduardo, que é verde por fora e vermelho por dentro.

Neste artigo ele vai ao ponto quanto à situação social e econômica do Brasil de hoje, o Brasil do PT, tendo como companheira esta grande base alugada de penduricalhos partidários. Ele conversa com algumas pessoas do povo, que mostram com muita mais veracidade a realidade do país, do que as análises eruditas. Eu mesma, já sabia através da Vilma, minha faxineira, que esta era a realidade: O Brasil virou o país da esmola e parece que agora, estão dando uma formação aos nossos jovens com a qual eles não morrem mais de vergonha ao recebê-la, e nem mais se viciam como previa a canção do nosso artista maior, o Luis Gonzaga.

O que ele deixa claro é que se assim continuarmos, não é só a vaca que vai para o brejo, vamos todos nós. Estamos nos tornando um país inviável social e economicamente, enquanto os políticos em busca de se manter no poder, a única coisa que fazem é distribuir bolsas aos pobres, e o que é pior, em troca de votos.

Quando eu leio nos blogs de Bom Conselho, que o governo do povo dançante tem como marcos fundamentais de sua administração, além das festas, um sopão e uma fábrica de vossouras, na qual a prefeitura entra até com as garrafas pet, eu fico mais do que constrangida. Eu fico com vergonha. É óbvio, que o sopão e a fábrica vai dar à Mamãe Juju, ou a quem ela apoiar uma porção de votos, e estes podem ser os votos de nossa perdição.

Havia esperança que a entrada do supersecretário fizesse com que a prefeitura, finalmente, depois de  3 anos, resolvesse cuidar da cidade como uma verdadeira prefeitura, mas, pelo que leio no Blog do Poeta, e até no Facebook, parece que ele não está fazendo as coisas mudarem por lá. E agora  que temos mais uma ano eleitoral, certamente, Bom Conselho vai viver de sopa e buracos tapados às pressas.

Porém, sentei aqui apenas para usar o Control-C, Control-V, para transcrever o texto do Clóvis Cavalcanti que foi publicado no Diário de Pernambuco de ontem, com o título de: “Atraso persistente do Brasil”. Leiam, reflitam, e influam para que não cheguemos tão depressa ao brejo. Eu, estou me preparando para ver o Natal de Gravatá, que dizem estar uma beleza, sobre o que escreverei depois, e publico quando a minha conexão der bom tempo.

Fala-se constantemente sobre a ocorrência de um processo de ascensão social no Brasil na última década. Não consigo me convencer de que isso seja verdade. Pelo menos, na minha compreensão, se existe, não se trata de um fenômeno sustentável. Na semana passada, conversando com um frentista do posto de gasolina onde abasteço meu carro, indaguei por que há tanta mudança no quadro de empregados dali. Ele me disse que é uma dificuldade estrutural – chamemo-la assim (interpretação minha). Não se consegue contratar gente “responsável”. Ninguém quer trabalhar. As pessoas de perfil de renda mais baixo preferem, segundo o frentista, o benefício de uma bolsa qualquer dessas que o governo distribui em abundância. Tais pessoas, jovens, não se guiam por princípios de civilidade. Nas proximidades fica um bairro periférico de Olinda, a Ilha do Maruim, onde se poderia recrutar mão de obra. Mas o nível de educação dos candidatos é muito fraco. O frentista me contou que ouviu de mais de uma professora pública do lugar como a vida delas não é fácil. Por exemplo, recebem ameaças de alunos que pedem para não colocarem falta nos dias em que não vão à aula. É para garantir a migalha da esmola do governo. Uma professora da comunidade do convento franciscano de Olinda, por sua vez, frequentadora da missa a que assisto, relata histórias que dão conta da educação lamentável que se oferece à juventude.

É óbvio que uma sociedade que não ataca com disposição a questão de educar os moços está fadada a destino miserável. Não importa que as pessoas consumam, ainda mais quando se trata de um consumo tão oco como este do período natalino. Crédito? Sua expansão é só o prelúdio da formação de bolhas financeiras que, mais cedo ou mais tarde, explodirão, como ocorreu nos EUA em 2008, acontece neste momento na Europa, pode manifestar-se aqui. De forma paralela, o quadro da saúde brasileira é dos mais tristes. O tratamento do ex-presidente Lula, beneficiado com todos os privilégios a que tem acesso a classe rica – o 1% do movimento “Occupy” – evidencia uma realidade cruel do país. Essa realidade se traduz no fato, por exemplo, de que, no Brasil, o número de pessoas que não têm acesso a saneamento básico (situação que ilustra um quadro de extrema pobreza), em 2010, era muito maior do que toda a população do país em 1940: 106 milhões contra 41 milhões de habitantes, segundo dados da Pesquisa Nacional de Saneamento Básico. Não dispor de saneamento no domicílio indica melhor a miséria do que dados de renda por pessoa. Ou se consegue conceber um ser humano vivendo bem e que não possua saneamento básico em casa? Eu seria um desgraçado se me enquadrasse nisso.

Que adianta ter celular, forno de microondas, um carro comprado a prestação pesada, se os filhos não estudam de fato? Mesmo a saúde dos afluentes não garante bem-estar. A irmã de uma nora minha, residente na Holanda, onde tem cobertura da saúde pública, possui plano aqui também.

Neste mês de dezembro precisou ser operada no Recife; foi um drama, semanas de tempo perdido na seguradora, mal-estar indizível. Isso, no caso de quem pode pagar. E quem não pode?

Vivemos um atraso persistente e insuportável.”

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

A PARTÍCULA DE DEUS




Eu, ontem, quase tenho os ouvidos estourados, igual ao Açude da Nação, pela Partícula de Deus. Para aqueles que não lêem ou não vêem TV, eu tento explicar. Tempos atrás uns cientistas desconfiam da existência de algo, que é tão pequeno quanto grande é o nosso Universo. É uma partícula que explicaria porque existe matéria neste vasto mundo de Deus, além da força da gravidade e o próprio mundo. Dizem que ela foi criada no Big Bang o qual foi o momento em que houve a criação do Universo, e que a Bíblia descreve tão bem no Gênese. “Fiat Lux!”, lembram?

Todos sabem que sou religiosa, e da religião católica, embora alguns não me achem tão católica assim. Mas, ao contrário do Zetinho, gosto de discutir o tema Religião e sempre que posso coloco minhas ideias para fora. Quando vi a coisa da Partícula de Deus eu fui ler a respeito.

Não demorou muito para descobrir que a Ciência vai tanto ao encontro de Deus, que um dia irá encontrá-lo, embora, atualmente, ainda acredite num meu guru, o Francis S. Collins (ver lá embaixo), que é um cientista cristão, quando diz que os caminhos que levam a Deus são diferentes daqueles usados pela Ciência, mas terminam levando ao mesmo lugar onde está Deus.

O problema é só de método de conhecimento. Faz tanto tempo que não leio o Collins, que meus neurônios, mesmo sendo o dobro daqueles da presidenta pois são dois, já andam um pouco desgastados, mas o argumento básico é este: Se Deus existe, não pode ser uma coisa natural e sim sobrenatural, e os fenômenos sobrenaturais tem outros métodos para serem tratados.

Mas, é razoável e salutar que se tente fazer analogias entres as descobertas científicas e a existência ou não de Deus. O que posso dizer agora, com o tempo que tenho, pois a política me toma quase todo, é que, quando encontrarem esta partícula, não vão encontrar Deus segurando nela. Vão surgir outras teorias que dirão, bem, agora encontramos o “bóson de Higgs” a Partícula de Deus, mas não encontramos Deus, nem nos tornamos Deus, pois há outras menores ainda. Vamos procurá-la! Bem, quem procura acha, não é mesmo?

Minha ideia é resumida divinamente por uma citação que li no livro principal do Collins (A Linguagem de Deus) e que diz o seguinte:

Neste momento parece que a ciência nunca será capaz de erguer a cortina acerca do mistério da criação. Para o cientista que viveu pela sua fé na força da razão, a história encerra como um sonho ruim. Ele escalou as montanhas da ignorância; vê-se prestes a conquistar o pico mais alto; à medida que se puxa para a rocha final, é saudado por um bando de teólogos que estiveram sentados ali durante séculos.”

Por mim eu parava meu texto aqui. Isto é para que vocês vejam como estou engajada no meu projeto anti-prolixidade. No entanto, vejo em meus sites nobres, no meu Blog, que o conterrâneo e amigo Roberto Lira, parou um pouco de jogar tênis e movimentou outra vez seu excelente blog Ilha de Pala. Lá, ele cita de forma adequada um texto que o Ronaldo Dias havia citado no Mural do SBC, sem o cuidado devido.

E aí se acendeu em mim outra vez a partícula da prolixidade, pois, este assunto não pode ser tratado com poucas letras, ou pelo menos, eu não estou treinada ainda. Basta ver os diálogos entre o meu ateu preferido Cleómenes Oliveira com o meu agnóstico preferido o Roberto Lira, lá no finado Blog da CIT.

Pela minha dieta de uso de letras eu não comentarei diretamente o texto exposto pelo Roberto Lira em seu blog (veja aqui), mas, o comentarei com uma defasagem de mais de dois anos, pois sei que dois anos para Deus e para Ciência é uma fração de segundo para nós. Pouca coisa mudou, com exceção da Partícula de Deus.

Para vocês sentirem minha doença, a prolixidade, da qual agora estou fazendo tratamento, o que segue abaixo era menos de um quinto, de uma postagem minha no Blog da CIT, que pode ser vista aqui. Lá vocês irão ver que eu já arengava com o filho do Andarilho, era amiga do Sr. Ccsta, elogiava os artigos da Diva, trocava ideias com o Gildo e respondia ao Roberto Lira, tentando meter o bedelho em seu diálogo de alto nível como Oliveira, meu colega ateu cristão.

Caro Roberto Lira, eu e o Oliveira (é assim que chamamos o nosso ateu Cleómenes aqui) temos conversado muito, e ultimamente, o assunto é você. Ele já era meio doido, mas agora só não atira pedra se não encontrar. Inventou um tal de diálogo com você, que li o que foi publicado, e agora só vejo ele com os livros do ateu mor, Dawkins, querendo acompanhar o seu pique. Eu digo a ele: "Oliveira tu não vás agüentar, o Roberto é um bicicleteiro, pense no fôlego e na saúde que ele tem. Tu, com este físico de tísico que parou o tratamento, não vás muito longe."

Este é o nível de conversa que às vezes tenho com o Cleómenes. Discordamos quase sempre em matéria de religião ou não religião, mas concordamos em um monte de coisas da vida. Pelo que li de você, pela sua sensatez de candidato a saniaze, faço uma ilação que me leva à pergunta: Será que todo cara que é não religioso tem o caráter e a bondade do Oliveira e do Roberto? Meu não fundamentalismo vem, em parte, daí. Quero ir para o céu, e estar sentada a mão direita do Pai, quando morrer, mas para isto não preciso levar ninguém comigo, à força. Não preciso batizar índio na porrada, nem dizer que escravo não tem alma, por que não é católico. Simplesmente acho que quem não é batizado não vai para céu quando morrer, mas tem muitos batizados que também não irão e não merecem ir, além de acreditar que podem existir outros céus que não o meu.

Escrevi alguma coisa para o Cleómenes quando ele me mostrou um seu e-mail, que queria participar do diálogo de vocês. O problema é tempo. E o dele também. Mas, no diálogo, é muito bom mesmo que estejamos em lados opostos ou, para ser mais realista, em lados diferentes. Com você eu discutiria somente a não-religiosidade e com nosso ateu deveria ir mais além, e discutir a não existência de Deus, o que você diz e com razão, num dos seus artigos, que para isto deveríamos definir Deus, para saber do que estamos falando, e aí o papo já seria outro. Pois digo a ele, e o cabeça dura não compreende que, se não concordamos com o que estamos falando, ou quando um Deus de um é uma coisa e Deus de outro é outra coisa, entramos numa discussão estéril e inútil. Torna-se uma questão de preferência: Sou ateu graças a Deus, creio em Deus graças a Deus. Portando pulemos esta parte, para quando você, com quem converso agora, se tornar ateu, igual ao Cleómenes. Que Deus te livre! Deus existe e revogam-se as disposições em contrário.

Voltamos às religiões, da idade da pedra, primitivas e modernas. Todas falam em Deus e se não falam não são das religiões que estamos falando. São doutrinas filosóficas e doutrinárias que não serão levadas em conta aqui, sem nenhum desmerecimento. Qual o verdadeiro Deus? Para mim é o Deus de Abraão, Isaac e Jacob. Aquele mesmo do Velho Testamento, que você diz ter deixado de acreditar desde muito tempo, que ditou para os seus profetas e santos as Sagradas Escrituras, e nos enviou o seu Filho, para dar-nos a salvação, se quisemos sermos salvos, e que através dele nos deixou as palavras certas para construirmos um mundo de fraternidade e amor aqui na terra, e para quem nele crer não pereça mas tenha a vida eterna.

O bom destes diálogos é que devemos voltar a ler, nem que seja à força. Fui reler meus gurus, estou longe de terminar, nem sei se vou, mas aqui cito um deles a quem depois voltarei se decidir entrar nesta conversa de vocês (Será que estou ficando maluca? “Hare baba!”). É o Francis S. Collins. É um cara que começou físico, foi ser biólogo e parece que agora é médico e matemático, e seu principal cacife nesta matéria é ter sido o Diretor do Projeto Genoma e é um crente. Em seu livro A Linguagem de Deus, penso que você conhece, e eu estou procurando um .pdf na rede para indicá-lo à nossa biblioteca, ele tem uma pergunta central:

“... nesta era moderna de cosmologia, evolução e genoma humano, será que ainda existe a possibilidade de uma harmonia satisfatória entre as visões de mundo científica e espiritual? Eu respondo com um sonoro sim! Em minha opinião, não há conflitos entre ser um cientista que age com severidade e uma pessoa que crê num Deus que tem interesse pessoal em cada um de nós. O domínio da ciência está em explorar a natureza. O domínio de Deus encontra-se no mundo espiritual, um campo que não é possível esquadrinhar com os instrumentos e a linguagem da ciência; deve ser examinado com o coração, com a mente e com a alma - e a mente deve encontrar uma forma de abarcar ambos os campos.”

É com este espírito que talvez entre na conversa, tentando mostrar que as religiões organizadas tem um relevante papel na busca de respostas que são imanentes ao ser humano e, que o Deus de Einstein, que criou tudo e depois foi descansar e, talvez, viver com o auxílio do Bolsa Família, não é a explicação cabal para a Lei Moral que existe dentro de cada um de nós, e que a fé no Deus completo, com que elas lidam desde o primeiro humano, parece mais racional do que parece. Por acaso, coincidência ou mesmo pela vontade de Deus nasci católica, e penso mostrar, quanto esta religião pode ser importante, assim como todas as outras, na resposta de nossas indagações. Entretanto, temos que discutir com a religião católica que acreditamos esteja dentro de nós. Fatalmente não é mesma de certos bispos e mesmo papas, que pensam que a Lei Moral se aplica de fora para dentro e não o contrário. Será que terei tempo de me explicar antes de morrer? Aviso: Não quero ser bispa em Rainha Isabel, prefiro Caldeirões.”

Eu escrevi isto em agosto de 2009, e hoje, a única coisa que eu mudaria era que não quero ser mais bispa nem de Caldeirões. O Xico Pitomba está à espreita. Cruzes!!!

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

O anonimato no Blog do Roberto Almeida





Dias atrás o Roberto Almeida, com a anuência de várias pessoas, algumas reconhecidamente importantes para cidade de Garanhuns e para região, resolveu terminar com a farra dos anônimos em seu blog. Num texto chamado DEMOCRACIA E ABUSO (veja aqui) ele explicitava esta decisão.

Eu, que como todos sabem, não uso o instituto do anonimato, mas o defendo para quem o faz, naquela ocasião, deixei lá um comentário, que tinha o seguinte teor, onde apenas modifico um termo onde lá eu colocava “ideais” ao invés de “ideias” , apesar do pecado ter sido muito leve, e não mude muito o sentido do texto:

Fazia um tempo, por falta de tempo, pois estou tentando enquadrar o Sr. Ccsta, no seu lugar de bacharel enxerido, que não comentava aqui no Roberto. Mas, fiquei triste, até encontrar um anônimo ainda em seu blog, quando ele quer coibir os comentários de anônimos. Todos sabem que eu sou a favor do anonimato por princípio, e porque convivi e convivo com alguns deles que até agora só fizeram o bem. Eu não vou discutir aqui a questão do anonimato, pois isto eu já discuto em meu blog, na AGD é o que não falta, e até um Encontro de Blogueiros em Bom Conselho houve, sobre o tema, ao qual eu não pude participar, por causa de uma mentira deslavado de pessoas que se gabam de terem CPF e RG, e que só sabem fazer o mal.

Quanto ao Sr. Ccsta, eu já sei sua posição e sei seus argumentos, que no fundo no fundo se restringem em se vangloriar que tem documentos e bajular os que estão no poder ou se aproximando deles.

O que estranhei é o Alexandre Marinho e o Paulo Camelo (se são realmente eles, nunca se sabe) darem razão ao Roberto em sua recente cruzada contra o anonimato. Pelo menos eles não dizem como alguns, cuja única capacidade intelectual está nos documentos, que os blogueiros são responsáveis pelo que dizem os anônimos. Dos males o menor, pois há blogueiros que não publicam comentários anônimos com medo de serem responsabilizados pelos que eles dizem, se não forem encontrados. Este é o argumento causador das maiores restrições à liberdade de expressão que existe na blogosfera e a maior falácia jurídica. Ele é imperdoável para um blogueiro. Espero que Alexandre Marinho e o Paulo Camelo não cheguem ao ponto de exigirem a publicação do CPF e RG em seus comentários. Lá no meu blog eles nunca serão necessários.

Não há como colocar aqui o debate, mas em resumo, não é o anonimato que é o mal em si, nem a apresentação de documentos o bem em si mesmo. A capacidade do blogueiro, sua ideologia política, sua ética pessoal e profissional é que devem determinar quem ele publica ou não. Ideias são ideias e não precisam de documentos, a não ser para aqueles que pretendem combatê-las através da violência de outros meios, pois não tem argumentos fortes para fazê-los de outra forma.

O que posso dizer aqui é que se o Roberto começar a exigir documentos dos seus comentaristas, vai apenas transformar seu blog num blog chapa branca, onde sua seção de comentários será uma louvação ao Coronel Eduardo e outros. Se isto for acontecer Roberto, nem publique este meu comentário, pois já não farei outros.”

Hoje dou graças a Deus o Roberto tê-lo publicado, pois é um blog onde gosto de comentar porque faz um jornalismo, no mínimo, intrigante que chama os comentários. Mas, depois disto e de outras reprimendas aos anônimos, o Blog do Roberto Almeida se transformou a olhos vistos.

Em primeiro lugar, e isto era muito previsível, até a olho nu pudemos ver que o número de comentários baixou muito. Isto apenas mostra que o anonimato é um instituto importante para a liberdade de expressão, e que, quando cerceado, a afeta profundamente. O argumento de que a qualidade dos comentários aumenta, para mim, não foi comprovado no blog, pois a qualidade continuou a mesma, para os que encontraram um nome para se adequar às novas regras.

Em segundo lugar, com a cobrança de nomes e e-mails, o anonimato seguiu seu caminho. Hoje quem acessa a área de comentários do Blog do Roberto Almeida, e isto ocorre também com outros blogs, todos tem nome e muitos colocam seus e-mails. Há até os que regridem, como o Sr. Ccsta, que colocava nome e e-mail, e agora só coloca nome, embora coloque um diferente, pois tem vergonha de, no mundo digital, não saber escrever nem seu próprio nome. Eu esperei que ele publicasse seu CPF e seu RG, mas ele não o fez. Então para os mais exigentes é um anônimo como quase todos os outros.

Como exemplo disto eu tomei uma postagem (veja aqui) onde havia 7 comentários até quando acessei. Os comentaristas eram: Ronaldo Almeida, Maria Rita, Israel Andrade, Ednaldo Andrade, Antônio Salustiano e finalmente Nordestino. Foi este último que me chamou a atenção e me fez escrever hoje sobre este tema, pois o seu comentário foi o seguinte:

Nordestino disse...
tODOS OS COMENTÁRIOS PARECEM DE UMA SÓ PESSÕA. vÔTE.
12 de dezembro de 2011 15:25

Depois de rir, eu traduzi o comentário, como sendo apenas alguém que criou um nome para se encaixar nas novas regras do blog, e apenas denuncia o óbvio: “Todos que o antecederam eram anônimos iguais a eles”. Eram apenas anônimos com nomes. E isto é uma rotina na maioria da mídia eletrônica, o que não a desmerece. A reclamação parte, geralmente, daqueles que tem “o rabo preso” ou o “rabo sujo”.

Eu volto a insistir com o que disse no final do meu comentário, citado antes: “A capacidade do blogueiro, sua ideologia política, sua ética pessoal e profissional é que devem determinar quem ele publica ou não.” E graças a Deus, os anônimos continuam a proliferar em todo mídia fazendo tremer aqueles que procuram uma tesoura para cortar o rabo ou um sabugo para limpá-lo, e agora todos com nome e e-mail. E aqui repito um grande homem de minha terra: “Com a graça de Deus”.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

A virgem dos lábios de mel




Além, muito além daquela serra, que ainda azula no horizonte, nasceu Iracema.
 
Iracema, a virgem dos lábios de mel, que tinha os cabelos mais negros que a asa da graúna e mais longos que seu talhe de palmeira. 

O favo da jati não era doce como seu sorriso; nem a baunilha recendia no bosque como seu hálito perfumado.

 Lembram dessa prosa rocambolesca? É do nosso escritor José de Alencar, nobre cearense que nos encantava quando jovens e hoje encanta meu meus filhos que são obrigados a lê-lo para fazer vestibulares ou as provas do ENEM.

Eu até que gostava do romantismo e de sua linguagem, que lia sem saber nem que um dia “romantismo” ia batizar uma escola literária e perder o seu glamour. Porém, este trechinho acima que copiei e colei da internet do livro Iracema do José de Alencar foi apenas uma cabeça de ponte para falar dele, cumprindo mais uma etapa da promessa de comentar aqui o livro do Leandro Nardoch, que nos mostra a história do Brasil não politicamente correta. Já o fiz em relação a outros episódios, sendo o último sobre o Machado de Assis (aqui), que se considerava “um negro de alma branca” e era metido a censor, apesar de sua qualidade literária reconhecida.

Hoje,  quem sobe ao cadafalso, ou ao seu devido lugar, é o José de Alencar. Vocês sabiam que ele foi contra a abolição? Isto não seria nenhuma novidade, porque muita gente o foi, e ainda hoje o é, de forma enrustida. O que não aconteceu com o nosso Imperador D. Pedro II que era contra a esta prática cruel. O grande problema é que sempre se tenta esconder os pecadilhos ou pecadões de determinadas pessoas, como se a história os escondessem para sempre. Se vocês estão pensando que estou pensando no Lula com a história do mensalão, acertaram em cheio.

O que não é normal e parece um samba do crioulo doido, e a forma com o se era levado a pecar naqueles tempos, e por que não no nosso tempo também. Em cartas descobertas recentemente, escritas ao Imperador o José de Alencar se junta aos que eram contra a abolição da escravatura no Brasil, por argumentos, no mínimo, estranhos aos seres humanos de hoje. Enquanto os abolicionistas defendiam o argumento que deveria parar o tráfico de escravos porque os negros formavam uma raça inferior com os quais não desejavam se misturar, a não pelo leite das escravas onde mamavam, os argumentos dos defensores da escravidão se mostravam politicamente corretos como o foi o escritor cearense, e defendia sua permanência mostrando a influência positiva do negro em nossa cultura.

Ou seja, para a raça negra só havia duas opões representadas na frase que representa falta de alternativa: “Se correr o bicho pega e se ficar o bicho come”. Segundo o Leandro Nardoch, os argumentos do José de Alencar iam na linha de esquecer qualquer atitude em relação á escravidão, como ela era praticada:

“Ele não defende o sistema escravocata por achar que os negros tinham um cérebro pior ou eram menos dotados por Deus, mas porque vê neles um grande potencial de crescimento e auxílio no progresso do pais.” Da mesma forma como já se defendeu a vinda de estrangeiros como mão de obra na metade do século passado ou a imigração de nordestinos para São Paulo.

Em sua defesa José de Alencar cita negros ilustres como Henrique Dias, que foi um herói na expulsão dos holandeses aqui em Pernambuco. Talvez hoje citasse Pelé e Gilberto Gil, para justificar a escravidão, pois estes dois com certeza já teriam comprado suas cartas de alforria, pela exuberância de sua raça vigorosa. Segundo José de Alencar, o trabalho forçado seria “uma educação pelo cativeiro”, ou seja, um modo de tirar indivíduos da selva e dar-lhes a acesso à instrução, e diz, em umas das cartas: “O escravo deve ser, então, o homem selvagem que se instrui pelo trabalho. Eu o considero nesse período como o neófito da civilização.”

Então vejam, meu amigos e minhas amigas a que ponto chega a barafunda da história. Os escravocratas defendiam os negros por acharem que eles eram importantes para nossa civilização, enquanto os abolicionistas eram contra eles, porque os achavam um raça inferior. Era a verdadeira crise de valores gerada por se pensar que a verdade política pode ser vista de uma forma simples. Enquanto alguns pregavam que se deveria tomar distância da influência estrangeira, o Partido Conservador e o José de Alencar usavam o argumento para defender a escravidão como se ela fosse uma instituição nacional. “A escravidão, para eles, fazia parte da tradição brasileira – era importante para a identidade nacional. Por essa razão, o país não deveria ceder às pressões abolicionistas da França e da Inglaterra, as duas grandes potências da época.”

Como diz um homem de TV aqui em Pernambuco: “Durma-se com uma bronca dessas!” E eu pensei logo no Lula. Ele disse que o mensalão era apenas um “caixa dois”, e que esta era uma instituição nacional, portanto, se voltasse àquela época seria o nosso José de Alencar. Depois pensei nesta horda de americanos que vivem pregando que a democracia é o melhor regime político, enquanto Lula adora o Chaves, adorava o Kadafi e ainda deve adorar o Almadinejad. Devemos resistir às pressões americanas para sermos politicamente corretos? Bem, se o Lula soubesse escrever, talvez escrevesse um romance chamado “Marisa, a virgem dos lábios de mel.” E seria um sucesso de vendas, entrando de imediato para a importante série do Roberto Almeida: “Grandes escritores.”