segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

O Sonho da Pastorinha Diana




Ontem fui ver um bonito espetáculo. É como se tivesse assistindo a um pastoril incrementado pela tecnologia de ponta. E pensar que isto  se passava em pleno interior de Pernambuco, embora perto da capital, na já tumultuada Gravatá.

Fiquei embevecida pelo espetáculo, mas, não ao ponto de perder de vista o determinismo geográfico que fez Bom Conselho se fincar entre os dois extremos do Estado de Pernambuco e tendo ao lado a cidade de Garanhuns e Palmeiras dos Índios. Desde menina eu tive a sensação de que éramos sugados cada vez mais por estas duas cidades, que por sua vez eram sugadas por Caruaru, Recife e Maceió de um lado e por Petrolina e outras cidades do outro.

Lembrei dos nossos antigos pastoris e de nossas escolas e dos grandes espetáculos que podíamos produzir em nosso território. O que fica a dever àquele que vi em Gravatá ontem à noite era apenas os aspecto do uso da tecnologia moderna. Que hoje pode ser facilmente manipulada.

Dias atrás escrevi sobre um livro que me foi enviado pelo Zé Carlos (aqui) e que mostrava Bom Conselho em 1926. Ninguém comentou nada, ninguém disse nada, me dando a impressão de que a única pessoa que tinha uma ideia errada sobre o Coronel Zezé era eu, quando disse lá que meu pai gostava mais do Padre Alfredo do que dele. O que foi descrito naquele livro pelo Manoel Cândido, se verdadeiro, só me fez pensar em ter nascido em um cidade que tinha força política e era importante no cenário Estadual, pelo menos em 1926. E tudo isto devia-se ao Coronel. Um dia eu retomo aquele livro que deveria ser objeto dos nossos historiadores, para observar melhor as suas peripécias. Não desejo outro Coronel por lá, mas a falta de liderança política entre nossos habitantes começa a me dar saudade de certa época.

Hoje o que vemos em Bom Conselho em termos de turismo ainda não passa de turismo interno. E quando falo interno significo apenas nossos conterrâneos que voltam uma ou duas vezes por ano para ver a família ou dançarem agora na festa dos papacaceiros ao som do quarteto (pode ser trio pois não sei se ele levou em conta minha sugestão de colocar um trombone) do Pedro Ramos. Quando se pretende tornar nosso turismo um pouco mais saliente, se inventa um tal de Forróbom cujo artificialismo até parece grotesco, e passa apenas como propaganda eleitoral do prefeito de plantão.

Vi no Blog do Poeta uma reclamação de que não estão incentivando o Ecoturismo em nossa terra. Penso que foi o Xico Pitomba que escreveu a matéria e confundiu Ecoturismo com Turismo Rural. Pois me fez até rir de pensar que possa existir Ecoturismo em Bom Conselho. Lembro-me ainda de alguns escritos, parece que do Diretor Presidente, no Blog da CIT, onde ele comentava que lá não havia mais nenhuma árvore, nem uma para um boi pegar uma sombra. Acabaram com nossas matas, nossos rios, nossa natureza, e o Poeta, (ou foi o Xico?) vem nos falar em Ecoturismo.

Soube por uma fonte minha que o Turismo Rural poderia ser explorado, a começar por uma fazenda que o supersecretário Emanoel tem lá prás bandas da Caixa D’água. Eu até a vi quando passei para Caldeirões algum tempo atrás. Bonita fazenda e um bom ponto de partida para exploração do Turismo. Soube também que tem um Hotel Fazenda e que tem até onde pescar. É tocado pela iniciativa privada e parece que vai oferecer um almoço grátis num dos dias do Encontro dos Bom-Conselhense, (e que antes era de Papacaceiros), em troca da publicidade na programação do evento. Uma bela troca. E, pelo que me lembro de minha infância, e adolescência, tínhamos belas fazendas e sítios por lá. Lembro até da Eliúde no Pau Grande.

Enfim, o incentivo à atividade turística em Bom Conselho é importante e deve ser feita, tanto pelo poder público (a divulgação e incentivo e não a produção) como pela iniciativa privada, mas, sem apelar para o artificialismo do Forróbom, das bandas de nome feio ou do Ecoturismo (a não ser para mostrar como não se deve derrubar tanta mata para boi comer, pois o que mais polui o mundo é o pum do boi) e sim mostrar o que temos de melhor que é nossas festas religiosas, nossas escolas, e o que resta de nossa arquitetura, e dos nossos folguedos populares, que um dia existiram. É o turismo religioso e cultural. E até mesmo incentivar o turismo rural, pois nossos turistas externos já não vêem mais nem cavalos com facilidade. Meu neto Júlio adora um cavalo e bichos de todos os tipos. Explorem o meu neto e eu farei o possível para levá-lo lá.

Mas, isto foram apenas elucubrações passageiras a espera de uma conexão, como será o que aqui publicarei neste final de ano, aqui de Gravatá. Ou seja, para uma bom-conselhense, apenas estou relembrando o sonho da pastorinha  Diana.

Um comentário:

  1. Dona Lucinha,

    A senhora foi a luz da blogosfera da região. Mesmo estando em Gravatá não esquece de nós. Turismo aqui só de políticos que vem aqui raramente e prometem e nada fazem.
    Espero que a senhora continue com suas ideias a incentivar nossa terra, evitando que os Timotinhos e os Zés Fernandes se apossem dela.
    Que Deus proteja a senhora e toda sua família.
    E um Feliz Natal do conterrâaneo

    Arlindo Paz

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